As obras camerísticas de Brahms estão entre as mais belas já escritas. Sempre que posso, não hesito em postá-las. Afinal, Brahms era imensamente sofisticado, gostava de sutilezas e delicadezas. Quando ele, por exemplo, escreveu o seu primeiro Quarteto, em 1873, fê-lo com bastante hesitação. Não era insegurança; era uma espécie de respeito por tudo aquilo que gênios como Beethoven e Schubert haviam feito. As realizações desses compositores ecoavam como contribuições quase intransponíveis. Neste delicado disco, encontramos os quartetos 2 e 3 do alemão.
O número 2 é considerado pelos estudiosos como uma das obras mais introspectivas do compositor. Somo conduzidos por um universo de tensões contidas e de emoções veladas. Trata-se de uma música repleta de cumes e planícies. Exige uma escuta atenta.
O número 3 é uma obra mais leve e espirituosa. É airosa e tépida. Brahms finca-a na tradição, mas sem perder a sofisticação. Ele possui ironia sutis. O primeiro movimento é quase pastoral, com melodias cantaroladas e ritmos dançantes. O último movimento é uma mistura dos temas já abordados, conduzindo o ouvinte a terminar com um belo e leve sorriso. É uma obra que promove leveza. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!
Johannes Brahms (1833-1897) -
01 I. Allegro Non Troppo
02 II. Scherzo. Allegro
03 III. Andante
04 IV. Finale. Allegro Comodo
05 I. Allegro Non Troppo
06 II. Poco Adagio
07 III. Scherzo. Poco Allegro
08 IV. Finale. Allegro
Maria Nowak, violino
Krystian Zimerman, piano
Katarzyna Budnik, viola
Yuka Okamoto, violoncelo
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