Do encarte do disco:
No encerramento de sua trajetória como Diretor Musical e após conduzir as celebrações do 125º aniversário da orquestra ao longo de duas temporadas, Peter Oundjian e a Royal Scottish National Orchestra apresentam sua segunda incursão discográfica pelo universo sonoro de John Adams, em parceria com o extraordinário Doric String Quartet.
Entre as obras escolhidas está Naive and Sentimental Music, uma sinfonia em larga escala que mobiliza seis percussionistas, sampler de teclado e até uma guitarra de aço amplificada. O resultado é um painel grandioso, repleto de contrastes e choques harmônicos, que traduz em sons a reflexão de Friedrich Schiller, no ensaio de 1795 Über naive und sentimentalische Dichtung, sobre a tensão entre a poesia “ingênua” e a “sentimental”. Ao mesmo tempo, a obra espelha a vida musical “bipolar” de Esa-Pekka Salonen, a quem é dedicada e que, em 1999, regeu a estreia com a Filarmônica de Los Angeles.
A outra peça do programa, Absolute Jest, é um scherzo monumental para quarteto de cordas amplificado e orquestra, permeado de referências a Beethoven — presença tutelar que Adams sempre reverenciou. O quarteto solista, inserido tardiamente na partitura, amplia ainda mais os ecos dos quartetos beethovenianos, permitindo um fluxo de virtuosismo quase “interestelar”, aqui encarnado com brilho pelo Doric String Quartet.
Não faltam vozes que apontem John Adams como o maior compositor vivo dos Estados Unidos. O fato é que sua música tem encontrado cada vez mais espaço em palcos britânicos e europeus. Talvez não por acaso: essas obras, entre todas as de sua produção, dialogam de forma particular com a herança musical do continente.
Em Absolute Jest (2011), Adams constrói uma fantasia vibrante em sete seções contínuas sobre os quartetos tardios de Beethoven, sobretudo o nº 16 em Fá maior, Op. 135, e o nº 14 em Dó sustenido menor, Op. 131. Longe de ser um concerto convencional para quarteto e orquestra, a obra utiliza os solistas como ponto de partida para o jogo criativo da orquestra, em uma experiência sonora tão espirituosa quanto qualquer outra de seu catálogo.
Já Naive and Sentimental Music revela um caráter quase bruckneriano — como se Bruckner tivesse trocado as montanhas austríacas pelo sol californiano e experimentado os timbres de uma guitarra havaiana ou country. Se existem registros tecnicamente mais polidos da obra, poucos captam com tanta autenticidade sua essência quanto esta leitura de Oundjian.
O resultado é uma gravação que não apenas reafirma a vitalidade da música de Adams, mas também celebra o diálogo transatlântico entre tradição e modernidade. Uma recomendação segura para quem busca conhecer — ou redescobrir — o compositor em sua dimensão mais universal.
John Adams (1947 - ) -
Absolute Jest for String Quartet and Orchestra (2011, revised 2012)
Dedicated to my friends Brent Assink, John Goldman, and Michael Tilson Thomas
01. Dotted crotchet = 100 - Poco miù mosso - Tranquillo (lo stesso tempo dotted crotcher = 100) - (10:36)
02. Presto dotted crotchet = 130 - Lo stesso tempo - minim = 97 - dotted crotchet = 127 - (3:36)
03. Lo stesso tempo (dotted crotchet = 116) - minim = 87 - crotchet = 87 - (1:08)
04. Meno mosso crotchet = 80 - crotchet = 76 Moderato e tranquillo - dotted minum = 116 - (3:20)
05. Vivacissimo (Lo stesso tempo dotted minum = 116) - (1:56)
06. Prestissimo dotted crotchet = 116 - minum = 88 - minum = 102 - minum = 60 (4:49)
Naive and Sentimental Music (1997-98) -
for Orchestra
For Esa-Pekka
07. I. Naive and Sentimental Music. Quaver = 92 - quaver = 108 - quaver = 116 - (18:51)
08. II. Mother of the Man. Very calm crotchet = 72 - crotchet = 60 - (15:49)
09. III. Chain to the Rhythm. Crotchet = 92 - minum = 96 - minum = 72 - minum = 100 (11:18)
Doric String Quartet
Royal Scottish National Orchestra
Peter Oundjian, regente
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