sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Ludwig van Beethoven (1770-1827) - Fidelio, op. 72b, Leonore No. 3, op. 72a, Prometheus, op. 43, Coriolan, op. 62 e Egmont, op. 84

O termo ‘Overture’ (Abertura) denota tanto uma obra orquestral que precede um obra dramática (ópera), quanto o primeiro movimento de um concerto com título geralmente relacionado a um conteúdo literário ou pictórico, ou a ocasião para a qual foi escrito.

Beethoven tinha um gosto literário exigente e o conteúdo da sua biblioteca revela que “seus gostos variam de Eurípides a Goethe e de Shakespeare a Schiller. Sua biblioteca também mostra que ele tinha uma predileção notável pelo drama sério e trágico, algo que também pode ser detectado em seu Tagebuch (diário). Nesta coleção de comentários e citações, existem inúmeras citações de obras de dramaturgos como Johann Gottfried Herder e Friedrich Ludwig Zacharias Werner, além de citações dos escritos filosóficos de Kant e da Ilíada de Homero. De maneira mais pertinente, há uma série de citações centradas nas ideias de destino, liberdade, tragédia e livre arbítrio.”

Na época de Beethoven a Abertura era um movimento único, geralmente com uma introdução lenta, muito parecido com o movimento de abertura de uma sinfonia contemporânea, exceto pela ausência de uma seção substancial de desenvolvimento. Os primeiros românticos alemães tenderam a relacionar a abertura aos temas e ao caráter da ópera; e as onze aberturas que Beethoven produziu são um ótimo exemplo desta prática, principalmente as versões de Leonora. Apesar da dramaticidade dos temas, Beethoven não tenta acompanhar a história em detalhes, mas procura divulgar seu conteúdo emocional sem referência a eventos reais.

Daqui

Ludwig van Beethoven (1770-1827) - 

01 - Fidelio, op. 72b
02 - Leonore No. 3, op. 72a
03 - Prometheus, op. 43
04 - Coriolan, op. 62
05 - Egmont, op. 84

London Philharmonic Orchestra
Klaus Tennstedt, regente 

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quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Johannes Brahms (1833-1897) - Violin Concerto in D Major, Op. 77 e Piano Concerto No. 1 in D Minor, Op. 15 e Robert Schumann (1810-1856) -

"Após escrever as duas primeiras sinfonias durante um curto intervalo de tempo, Brahms se dedicou não apenas ao segundo concerto para piano, mas também a seu Concerto para violino, que concluiu em 1878 e dedicou a seu grande amigo Joseph Joachim. A obra, um dos mais importantes concertos para violino do repertório, será interpretada pelo jovem violinista sueco Daniel Lozakovich, prodígio de seu instrumento e que fez sua estreia com a Osesp em 2022.

Poucos anos depois, em 1881, Brahms terminou a Sinfonia nº 3, que foi chamada por Hans Richter, maestro que a estreou em 1883 junto à Filarmônica de Viena, como a Eroica de Brahms, em mais uma aproximação com Beethoven. Mais curta dentre as quatro sinfonias do compositor, essa obra apresenta diversas particularidades para os ouvintes, mesmo em uma primeira audição, como o fato de que todos os movimentos terminam em dinâmicas suaves ou de que a partitura é recheada de melodias memoráveis.

Daqui

Em 1854, aos 21 anos, Brahms começou a escrever uma sonata para dois pianos. Tencionava a princípio fazer dela sua Sinfonia nº 1, mas depois de inúmeras revisões, a composição acabou assumindo a forma de seu Concerto nº 1 para Piano e Orquestra em Ré Menor, Op. 15.

Para dar-lhe a forma final de Concerto, ele descartou da versão original uma marcha fúnebre em forma de Sarabanda e acrescentou, ao término, um Rondó alegre. 

Segundo comentários do violinista Joseph Joachim, o primeiro movimento retrataria a terrível impressão produzida em Brahms pela tentativa de suicídio de seu amigo e mentor Robert Schumann.

O manuscrito do segundo movimento trazia a inscrição: “Benedictus qui venit in nomine Domini” (Bendito o que vem em nome do Senhor) – Brahms chamava Schumann de “Domine”. Quem seria, então, o enviado de Schumann? Uma interpretação leva a crer ter sido Clara, esposa de Schumann, pois em uma carta que Brahms enviou a ela, posteriormente, afirmou: “Estou pintando um belo retrato seu: vai ser o Adagio“. 

 Daqui

01 - Brahms_ Violin Concerto in D Major, Op. 77_ I. Allegro non troppo (Live)
02 - Brahms_ Violin Concerto in D Major, Op. 77_ II. Adagio (Live)
03 - Brahms_ Violin Concerto in D Major, Op. 77_ III. Allegro (Live)
04 - Schumann_ Piano Quartet in E-Flat Major, Op. 47_ I. Sostenuto assai - Allegro ma non troppo (Live)
05 - Schumann_ Piano Quartet in E-Flat Major, Op. 47_ II. Scherzo. Molto vivace (Live)
06 - Schumann_ Piano Quartet in E-Flat Major, Op. 47_ III. Andante cantabile (Live)
07 - Schumann_ Piano Quartet in E-Flat Major, Op. 47_ IV. Finale. Vivace (Live)
08 - Brahms_ Piano Concerto No. 1 in D Minor, Op. 15_ I. Maestoso - Poco più moderato (Live)
09 - Brahms_ Piano Concerto No. 1 in D Minor, Op. 15_ II. Adagio (Live)
10 - Brahms_ Piano Concerto No. 1 in D Minor, Op. 15_ IV. Rondo (Live)

Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam
Bernard Haitink, regente
Frank P. Zimmermann, violino
RCO CHamber Soloists
Vesko Eschkenazy, violino
Henk Rubingh, viola
Gregor Horsch, violoncelo
Emanuel Ax, piano 

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quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) - Flute Concerto in G Major, KV 313, Concerto for Flute and Harp in C Major, KV 299 e Flute Concerto in D Major, KV 314

Do encarte:

"Em 1777, Mozart travou conhecimento com o abastado Ferdinand Dejean, flautista amador e cirurgião reformado da Companhia Holandesa das Índias Orientais. Dejean encomendou-lhe algumas obras, às quais o jovem compositor se referiu modestamente como “pequenos e simples concertinos”. A modéstia, contudo, enganava: essas peças exigem do solista não apenas grande virtuosismo técnico, mas também fina sensibilidade para as nuances de timbre - e por isso permanecem, até hoje, entre as favoritas do público.

Algum tempo depois, já em Paris, Mozart compôs outro concerto, desta vez para um aristocrata flautista e sua filha harpista, que deviam atuar como solistas em duo - ambos descritos pelo próprio Mozart como “músicos admiráveis”. Diferente de Dejean, este virtuoso dispunha de um instrumento de última geração, equipado com oito chaves, que permitia à flauta alcançar o dó central e explorar a até então impraticável tonalidade de dó maior.

Com o respaldo do conjunto A Nocte Temporis, que fundou em 2016 com Reinoud Van Mechelen, a flautista Anna Besson - hoje reconhecida como uma das mais aclamadas intérpretes de sua geração — registrou estas obras sempre atuais, acompanhada pela extraordinária Clara Izambert no Concerto para Flauta e Harpa".

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!
 

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) - 

01. Mozart: Flute Concerto in G Major, KV 313: I. Allegro maestoso (8:00)
02. Mozart: Flute Concerto in G Major, KV 313: II. Adagio ma non troppo (8:20)
03. Mozart: Flute Concerto in G Major, KV 313: III. Rondo. Tempo di Menuetto (7:32)
04. Mozart: Concerto for Flute and Harp in C Major, KV 299: I. Allegro (9:51)
05. Mozart: Concerto for Flute and Harp in C Major, KV 299: II. Andantino (7:37)
06. Mozart: Concerto for Flute and Harp in C Major, KV 299: III. Rondeau. Allegro (10:00)
07. Mozart: Flute Concerto in D Major, KV 314: I. Allegro aperto (6:43)
08. Mozart: Flute Concerto in D Major, KV 314: II. Adagio non troppo (6:03)
09. Mozart: Flute Concerto in D Major, KV 314: III. Rondo. Allegretto (5:12)

A Nocte Temporis
Reinoud Van Mechelen, regente
Anna Besson, flauta
Clara Izambert, harpa

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terça-feira, 19 de agosto de 2025

Jean Sibelius (1865-1957) - Symphony No. 5 in E-Flat Major, Op. 82 e Igor Stravinsky (1882-1971) - The Firebird Suite

Certamente, temos nesse disco a mais bonita abertura da Quinta de Sibelius. Celibidache com seus gestos contidos, com seus movimentos módicos, transforma em poesia a famosa a obra do finlandês Jean Sibelius. Um disco primoroso. 

A Quinta Sinfonia de Sibelius, estreada em 1915, é frequentemente descrita como um hino à natureza. Nascida no silêncio gelado das florestas e lagos da Finlândia, a obra reflete tanto a luta interior do compositor — já fragilizado pela doença e pelas tensões políticas de seu país — quanto a celebração da grandeza natural. O célebre motivo dos "cisnes", no último movimento, soa como uma elevação espiritual: uma chamada que mistura solenidade e exaltação, como se a própria paisagem nórdica ganhasse voz.

Ainda neste disco, encontramos o The Firebird, de Stravinsky. O compositor lança mão da tradição folclórica russa para criar um balé de cores vivas e intensidade quase cinematográfica. Encomendado por Diaghilev para os Ballets Russes, em Paris, o espetáculo tornou-se um marco da modernidade musical. Entre passagens delicadas, que evocam a magia e o brilho da criatura fantástica, e explosões rítmicas de energia, a partitura revela a capacidade de Stravinsky de reinventar mitos com ousadia e frescor.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

01 - Symphony No. 5 in E-Flat Major, Op. 82_ I. Tempo molto moderato – Largamente – Allegro moderato
02 - Symphony No. 5 in E-Flat Major Op. 82_ II. Andante mosso, quasi allegretto (Live)
03 - Symphony No. 5 in E-Flat Major Op. 82_ III. Allegro molto – Misterioso – Un pochettino largamen
04 - The Firebird Suite_ Introduction (1919 Version) [Live]
05 - The Firebird Suite_ Ronde des princesses (1919 Version) [Live]
06 - The Firebird Suite_ Danse infernale du roi Kastcheï (1919 Version) [Live]
07 - The Firebird Suite_ Berceuse (1919 Version) [Live]
08 - The Firebird Suite_ Finale (1919 Version) [Live]

Münchner Philharmoniker
Sergiu Celibidache, regente 

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segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Frédéric Chopin (1810-1849) - The Four Ballades, Berceuse, Op. 57, Barcarolle, Op. 60 e Scherzo No. 4, Op. 54

Penso que poucos compositores, ao longo da história da música, souberam verter as emoções, traduzindo-as em gestos suaves e melodias sublimes. O polonês Frédéric Chopin conseguiu isso com largueza de espírito. Ouvir Chopin é sempre uma experiência desvelo e de tocante delicadeza. Neste disco, por exemplo, encontramos algumas das suas bonitas obras.

A primeira delas é Quatro Baladas, compostas entre 1931 e 1842. Inspiradas, segundo alguns estudiosos, na poesia romântica polonesa de Adam Mickiewicz, essas obras ultrapassam a noção de simples narrativa musical: são construções dramáticas em que a melodia se expande em clímax arrebatadores, alternando lirismo íntimo e tempestade sonora. 

Em seguida, encontramos a tenra Berceuse, Op. 57, composta entre 1843 e 1844. Escrita em variações sobre um motivo simples, a peça repousa em uma cadência ondulante que lembra o embalo de um berço. Aqui, Chopin revela seu lado miniaturista: a delicadeza cristalina, quase hipnótica, faz da obra um dos ápices de sua escrita intimista. 

Há ainda a bonita Barcarolle, Op. 60. Inspirada no ritmo das canções de gondoleiros venezianos, traz um compasso que evoca o movimento da água, mas revestido por um lirismo expansivo e sensual. Considerada por muitos pianistas uma das peças mais perfeitas do compositor, combina nobreza e paixão, como se o piano navegasse em um espaço sonoro de amplitude quase sinfônica.

A última peça do disco é o Op. 54, escrito entre 1842 e 1843. É uma obra cujo caráter luminoso contrasta com os scherzos anteriores. O Op. 54 é uma obra de caráter leve e dançante.  É uma obra de grande vitalidade e felicidade sorridente. 

Esse tipo de disco produz uma profunda sensação de bem-estar.  Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Frédéric Chopin (1810-1849) - 

01. Chopin_ Ballade #1 In G Minor, Op. 23, CT 2
02. Chopin_ Ballade #2 In F, Op. 38, CT 3
03. Chopin_ Ballade #3 In A Flat, Op. 47, CT 4
04. Chopin_ Ballade #4 In F Minor, Op. 52, CT 5
05. Chopin_ Berceuse In D Flat, Op. 57, B 154
06. Chopin_ Barcarolle In F Sharp, Op. 60, B 158
07. Chopin_ Scherzo #4 In E, Op. 54, B 148

Evgeny Kissin, piano 

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domingo, 17 de agosto de 2025

Richard Wagner (1813-1883) - Götterdämmerung

A última parte do Anel de Bayreuth de 1956, regido por Knappertsbusch, deixa uma forte impressão. Uma característica marcante dessa produção é a disposição dos cantores em assumir vários papéis. No trio das Nornas, por exemplo, Jean Madeira, que interpreta a Primeira Norna, já havia cantado Erda e Rossweiße; Maria von Ilosvay, a Segunda, havia sido Flosshilde e Schwertleite. A Terceira Norna é ninguém menos que Astrid Varnay, como se não bastasse o enorme desafio de cantar Brünnhilde. As três formam um conjunto poderoso, embora suas vozes estejam registradas muito em primeiro plano em relação à orquestra, o que acaba obscurecendo a primeira aparição do motivo da imolação.

Na cena seguinte, com Siegfried e Brünnhilde, Windgassen e Varnay já são presenças conhecidas, embora se perceba que estavam economizando forças para os trechos mais exigentes que viriam. A viagem de Siegfried até o Reno é bem conduzida, mas o glockenspiel no clímax mal se ouve. Isso é apenas um detalhe, mas mais preocupante é o clarinete baixo, que possui solos importantes e que aqui quase não se escuta – provavelmente por causa da disposição da fossa orquestral em Bayreuth, com madeiras e metais recuados e longe dos microfones, que estavam voltados principalmente para as vozes.

Na primeira cena dos Gibichungos, surge Hermann Uhde como Gunther. Ele ainda não havia aparecido no ciclo e oferece um Gunther seguro e convincente, sobretudo na forma como transmite sua decadência moral no segundo ato. Josef Greindl, que fora Hunding em Die Walküre, aparece aqui como Hagen – um retrato muito mais sombrio e ameaçador, que o cantor claramente desfruta. Já Gré Brouwenstijn impressiona como Gutrune. Antes, havia sido Freia em Das Rheingold e Sieglinde em Die Walküre, e também aqui se destaca: sua Gutrune não é apenas uma vítima passiva dos planos dos homens, mas uma cúmplice ativa, chegando a oferecer pessoalmente a poção envenenada a Siegfried. Windgassen transmite bem a camaradagem ingênua de Siegfried com os Gibichungos, e o juramento de fraternidade de sangue – com Hagen abstendo-se – tem grande impacto. Em seguida, a vigília de Hagen traz algumas das passagens mais sombrias de toda a obra.

A cena retorna à rocha de Brünnhilde, onde ela encontra Waltraute – novamente Jean Madeira, que não cantara esse papel em Die Walküre. Seus apelos angustiados para que Brünnhilde devolva o anel às Filhas do Reno são recebidos com indiferença: depois do que passou, como esperar que Brünnhilde se preocupe com o destino dos deuses? Waltraute parte inconsolável, e entra em cena o disfarçado Siegfried. Na gravação de Solti, os engenheiros mudaram artificialmente a voz de Windgassen para lhe dar um timbre mais baritonal; aqui isso não ocorre, mas o tenor soa suficientemente áspero, enquanto Varnay transmite bem a angústia e o medo de Brünnhilde.

O segundo ato abre com a última aparição de Alberich, novamente interpretado pelo inconfundível Gustav Neidlinger, em diálogo com Hagen. Depois, Siegfried retorna em sua própria forma, relatando como conseguiu subjugar Brünnhilde. A atmosfera escurece quando Hagen convoca os vassalos para um casamento duplo: Gunther com Brünnhilde, Siegfried com Gutrune. Apesar de as trompas alpinas serem substituídas por trombones – como de costume –, a cena funciona muito bem, mantendo a tensão até o juramento, em que Windgassen mostra todo o seu vigor e Varnay também se impõe. As pequenas imprecisões rítmicas de Windgassen passam despercebidas diante da intensidade. No trio da vingança que se segue, Gunther revela toda a sua fraqueza moral: basta Hagen insinuar a possibilidade de obter o anel para que ele aceite participar do assassinato de Siegfried – como se Hagen tivesse realmente a intenção de ceder o anel a alguém.

O terceiro ato começa com a encantadora cena das Filhas do Reno, que lamentam a perda do anel com melodias sedutoras e depois tentam conquistá-lo de volta seduzindo Siegfried. As intérpretes são as mesmas de Rheingold, mas entre um título e outro, Paula Lenchner (Wellgunde) também cantou Gerhilde, e Maria von Ilosvay (Flosshilde) interpretou Schwertleite e a Segunda Norna. São papéis que exigem vozes mais densas do que as das Filhas do Reno, mas elas fazem bem a transição. Lore Wissmann (Woglinde), por sua vez, não acumulou outros papéis. As três quase conseguem convencer Siegfried, mas quando associam a devolução do anel à sua própria segurança, ele desiste. Depois, reencontra o grupo de caça, saudando-o com um dó agudo luminoso, como previsto na partitura. O relato de sua vida e a bebida que desfaz o efeito da poção o fazem recordar Brünnhilde, o que leva ao seu assassinato. Sua despedida final, após ser esfaqueado – em um toque bastante operístico –, é emocionantemente interpretada por Windgassen. A marcha fúnebre, então, soa grandiosa.

De volta aos Gibichungos, Brouwenstijn retrata muito bem as esperanças, temores e angústias de Gutrune. Já Varnay parece menos à vontade nessa cena – talvez guardando forças para a ária da imolação, na qual realmente se impõe com autoridade. Ainda assim, para quem cresceu ouvindo Nilsson na gravação de Solti, é difícil achar Varnay igualmente imponente: às vezes desliza nas notas ou não as atinge com absoluta precisão. Mas isso é ser excessivamente crítico: dentro de qualquer padrão razoável, sua performance é forte. A cena final é bem conduzida, com o tema da redenção pelo amor se elevando sobre a música das Filhas do Reno, ainda que o tema de Valhalla nos metais não alcance a grandiosidade necessária.

No fim das contas, nenhuma execução de uma obra tão monumental pode ser perfeita em todos os aspectos, mas esta tem muitas qualidades. O elenco é de primeira linha – provavelmente mais forte do que se conseguiria reunir hoje em dia. A orquestra soa magnífica, e Knappertsbusch domina a partitura com autoridade, sem nunca parecer equivocado no andamento. A gravação privilegia as vozes, e o equilíbrio orquestral nem sempre é o ideal; mas, ao contrário da gravação de Solti, esta é ao vivo, no teatro, sem retoques de estúdio. A remasterização da Pristine Audio em Ambient Stereo XR é muito bem-sucedida: mal se nota que se trata de um registro mono, com ótima presença nos agudos. Minhas reservas são mínimas diante do que se alcança aqui e ao longo de todo o ciclo. Mesmo wagnerianos acostumados a Solti ou a registros mais recentes deveriam conhecer esta gravação.

Daqui  

Richard Wagner (1813-1883) - 

DISCO 01


01. VORSPIEL EINLEITUNG - Welch Licht leuchtet dort
02. Treue beratner Vertraege Runen
03. Es ragt die Burg, von Riesen gebaut
04. ORCHESTERZWISCHENSPIEL
05. Zu neuen Taten, teurer Helde
06. Wilsst du mir Minne schenken
07. SIEGFRIEDS RHEINFAHRT
08. Akt 1. Nun hoer, Hagen, sage mir, Held
09. Was weckst du Zweifel und Zwist!
10. Jagt er auf Taten wonnig umher
11. Heil! Heil Siegfried, teuer Held!

DISCO 02

01. Deinem Bruder bot ich mich zum Mann
02. Bluehenden Lebens labendes Blut
03. Hier sitz` ich zur Wacht, wahre den Hof
04. ORSHESTERZWISCHENSPIEL
05. Altgewohntes Geraeusch raunt meinem Ohr die Ferne
06. Hoere mit Sinn, was ich sage!
07. Da sann ich nach
08. Blitzend Gewoelk, vom Wind getragen
09. Bruennhild`! Ein Freier kam

DISCO 03


01. Akt 2 - VORSPIEL
02. Schlaefst du, mein Sohn
03. Hoiho, Hagen! Mueder Mann!
04. Hoiho! Hoihohoho! Ihr Gibichsmannen, machet euch auf!
05. Heil dir, Gunther!
06. Einen Ring sah ich an deiner Hand
07. Heil`ge Goetter, himmlische Lenker!
08. Helle Wehr! Heilige Waffe!
09. Welches Unholds List liegt hier verhohlen
10. Auf, Gunther, edler Gibichung
11. Akt 3 - VORSPIEL
12. Frau Sonne sendet lichte Strahlen

DISCO 04

01. Siegfried! - Was schlitst du so in den Grund
02. Was leid` ich doch das karge Lob
03. Siegfried! Siegfried! Wir weisen dich wahr
04. Hoiho!.. Finden wir endlich, wohin du flogest
05. Mime hiess ein muerridvher Zwerg
06. Bruennhilde, heilige Braut!
07. TRAUERMUSIK
08. War das sein Horn
09. Schweigt eures Jammers jauchzenden Schwall
10. Starke Scheite schichtet mir dort
11. Mein Erbe nun nehm` ich zu eigen
12. Fliegt heim, ihr Raben!

Chorus and Orchestra of the Bayreuther Festspiele
Hans Knappertsbusch, regente
Brünnhilde – Astrid Varnay (soprano)
Siegfried – Wolfgang Windgassen (tenor)
Hagen – Josef Greindl (bass)
Alberich – Gustav Neidlinger (bass-baritone) 

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sábado, 16 de agosto de 2025

Sergei Prokofiev (1891-1953) - Symphony No. 1 in D Major, Op. 25, "Classical" e Symphony No. 5 in B-Flat Major, Op. 100

Sempre afirmei - ou, pelo menos, tive a impressão - de que Prokofiev é compositor o qual preciso ouvir com mais recorrência, mas nunca faço o suficiente. Suas sinfonias são mosaicos complexos e que explicam vários momentos da vida do compositor e do momento histórico em que ele viveu. Neste disco - que escutei mais de uma vez - encontramos duas extraordinárias sinfonias.

A primeira delas é de Número 1, conhecida também como "Clássica". O epíteto explica a intenção. Ela foi escrita em 1917. Prokofiev, ainda jovem, buscava criar algo que Haydn talvez pudesse ter escrito “se tivesse vivido até hoje”, como ele próprio afirmou. O resultado é uma obra leve, transparente, quase travessa: melodias que dançam com um frescor neoclássico, orquestração enxuta e um humor refinado que, mesmo com um pé no século XVIII, carrega o espírito modernista da vanguarda russa do início do século XX. Trata-se de uma música inteligente, que quase sorri, em sua leveza brincalhona. 

Já a Sinfonia No. 5, uma das minhas sinfonias favoritas da vida, escrita em 1944, possui uma outra natureza; uma personalidade completamente outra. Escrita nos momentos decisivos da Segunda Guerra Mundial, ela está permeada por um peso dramático que se faz sentir nos primeiros lances de sua abertura. A obra ergue-se como um monumento: temas amplos, orquestra densa, crescendos que parecem carregar não apenas emoção, mas também o peso de uma época.

Não deixe de ouvir este excelente disco do selo Naxos. Uma boa apreciação! 

Sergei Prokofiev (1891-1953) - 

01. Symphony No. 1 in D Major, Op. 25, Classical - I. Allegro
02. Symphony No. 1 in D Major, Op. 25, Classical - II. Larghetto
03. Symphony No. 1 in D Major, Op. 25, Classical - III. Non troppo allegro
04. Symphony No. 1 in D Major, Op. 25, Classical - IV. Molto vivace
05. Symphony No. 5 in B-Flat Major, Op. 100 - I. Andante
06. Symphony No. 5 in B-Flat Major, Op. 100 - II. Allegro marcato
07. Symphony No. 5 in B-Flat Major, Op. 100 - III. Adagio
08. Symphony No. 5 in B-Flat Major, Op. 100 - IV. Allegro giocoso

Slovak Philharmonic Orchestra
Stephen Gunzenhauser, regente 

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sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Jazz - Thelonious Monk Quintet - Monk (1954)

Extraído do encarte desse disco sensacional:

"Nos primeiros anos das gravações de jazz, era comum que as mesmas músicas aparecessem com diferentes títulos e atribuições. Foi exatamente o que aconteceu com essas seis faixas (ou sete, se contarmos as duas tentativas de Think of One), lançadas sob nomes como We See, The Golden Monk e simplesmente Monk. Em todos os casos, os músicos foram creditados como The Thelonious Monk Quintet.

Aqui, ouvimos Monk acompanhado por dois grupos distintos, em sua segunda e terceira gravações como líder para o selo Prestige. Em ordem cronológica, “Let’s Call This” e as duas versões de “Think of One” foram registradas em 13 de novembro de 1953, com Monk ao piano, Sonny Rollins no sax tenor, Julius Watkins na trompa, Percy Heath no baixo e Willie Jones na bateria. As outras quatro faixas vieram de uma sessão em torno de 11 de maio de 1954, com Frank Foster (sax tenor), Ray Copeland (trompete), Curly Russell (baixo) e Art Blakey (bateria).

Quem conhece o trabalho de Monk e Rollins naquela época sabe que “Think of One” nunca chegou a se encaixar plenamente, embora Rollins e Watkins ofereçam interpretações acima da média. O fato de terem gravado duas versões sugere que a banda não ficou totalmente satisfeita — mas isso não significa que devam ser ignoradas. Monk mantém a energia e está claramente em sintonia com o grupo, especialmente com Rollins, com quem compartilha um instinto rítmico afiado.

A sessão seguinte apresenta resultados mais consistentes do início ao fim. Monk e companhia mostram versatilidade ao transitar entre a delicadeza quase etérea de “Smoke Gets in Your Eyes” e o bop vigoroso de “Locomotion” e “Hackensack”."

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

01. We See
02. Smoke Gets In Your Eyes
03. Locomotive
04. Hackensack
05. Let's Call This
06. Think Of One (Take 2)
07. Think Of One (Take 1)

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Ralph Vaughan Williams (1872-1958) - Symphony No. 5 in D Major e Symphony No. 6 in E Minor

As duas obras encontradas neste disco são absurdamente diversas. Enquanto uma é quase pastoral, a outra incursiona na direção da incerteza; enquanto uma é terna, luminosa e acena para a paz, a outra é pesada, com uma energia quase brutal. Curiosamente, a distância de uma para a outra é de apenas de cinco anos. A Quinta foi composta em 1943 e estreou em um período de demasiada incerteza, de tensão. A Segunda Grande Guerra vivia momentos decisivos. Os aviões das forças nazistas sobrevoavam as noites de Londres e trazia presságios dolorosos. Naquele ano, Vaughan Williams estreou esse trabalho que perfumava o país como se fosse um idílio; um bálsamo que inundava os ouvintes com uma cintilante e delicada mensagem de esperança.

Já a Sexta - como já afirmado - é o completo oposto da Quinta.  Muitos interpretaram essa obra como um reflexo sombrio do pós-guerra e do início da Guerra Fria, com seu terceiro movimento frenético e um final — o célebre epílogo pianíssimo — que se dissipa num silêncio inquietante, como cinzas após a explosão. 

Não deixe de ouvir essa excelente interpretação de Andrew Manze. Uma boa apreciação! 

Ralph Vaughan Williams (1872-1958) - 

Symphony No. 5 in D Major
01. I. Preludio
02. II. Scherzo - Presto misterioso
03. III. Romanza - Lento
04. IV. Passacaglia - Moderato

Symphony No. 6 in E Minor
05. I. Allegro
06. II. Moderato
07. III. Scherzo - Allegro vivace
08. IV. Epilogue - Moderato

Royal Liverpool Philharmonic Orchestra

Andrew Manze, regente 

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quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Johannes Brahms (1833-1897) - Violin Sonata No 1 in G major, Op 78, Violin Sonata No 2 in A major, Op 100, Violin Sonata No 3 in D minor, Op 108 e Three Romances, Op 22

 
As três sonatas para piano e violino encontradas neste disco estão entre as obras mais sensíveis para o gênero. São joias inquestionáveis; fruto da genialidade e da sensibilidade do compositor. Quando Johannes Brahms começou a escrever sua Sonata para piano e violino nº 1 em sol maior, op. 78, em 1878, ele já era reconhecido como um dos grandes arquitetos sonoros do romantismo tardio. Conhecida como “Regenlied” (canção da chuva), a obra nasce de um gesto íntimo: a reutilização de um tema extraído de seu próprio lied op. 59, nº 3. A peça é marcada por lirismo contemplativo, onde o violino parece cantar com a suavidade de uma lembrança distante, enquanto o piano sustenta e comenta, num fluxo de igual protagonismo. É uma sonata de maturidade serena, sem pressa de chegar ao clímax.

Já a Sonata No. 2 é do ano de 1886, quando o compositor encontrava-se, em Thun, Suíça, passando  dias agradáveis no verão idílico, próximo a lagos límpidos e florestas evocativas. Brahms incorpora ecos de melodias suíças e fragmentos de canções populares, resultando em um discurso mais breve e ensolarado que o da primeira sonata. É música que flui com espontaneidade, como se o compositor, por um momento, deixasse de lado a arquitetura austera para deixar entrar a brisa.

Já a Sonata No. 3, revela uma atmosfera contrária do mesmo verão, mesmo sendo composta no mesmo ano e em circunstâncias bem parecidas. Aqui, Brahms abandona o formato de três movimentos e adota quatro, com contrastes abruptos, tempestades rítmicas e virtuosismo de fôlego para ambos os instrumentos. O violino ganha linhas de grande impacto e o piano assume uma escrita quase orquestral. É a mais ambiciosa das três, e talvez a que melhor traduza o Brahms que olhava para Beethoven como modelo, mas falava com voz própria.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Johannes Brahms (1833-1897) - 

Violin Sonata No 1 in G major, Op 78
01. I. Vivace ma non troppo
02. II. Adagio – Più andante – Adagio come I
03. III. Allegro molto moderato – Più moderato

Violin Sonata No 2 in A major, Op 100
04. I. Allegro amabile
05. II. Andante tranquillo – Vivace – Andante – Vivace di più – Andante – Vivace
06. III. Allegretto grazioso, quasi Andante

Violin Sonata No 3 in D minor, Op 108
07. I. Allegro
08. II. Adagio
09. III. Un poco presto e con sentimento
10. IV. Presto agitato
Clara Schumann

Three Romances, Op 22
11. I. Andante molto

Alina Ibragimova, violino
Cédric Tiberghien, piano 

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quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Louis Spohr (1784-1859) - Violin Concerto No. 2, Op. 2 e Violin Concerto No. 5, Op. 17

 
Há algumas semanas, postei um disco com três dos concertos para violino de Louis Spohr. Dessa vez, saem mais dois concertos - os de número 2 e 5. O número 2 foi composto em 1804. É perceptível as marcas do classicismo tardio, mas há também os laivos do romantismo nascente. A orquestração elegante e a escrita solista exigente refletem não apenas a técnica impecável do próprio Spohr, mas também a busca por um discurso mais narrativo. O segundo andamento, de intensa melodia cantabile, é um exemplo do seu domínio da linha melódica, enquanto o finale exibe um frescor rítmico que conquista pela vivacidade.
 
Já no Concerto No. 5, escrito em 1830, nota-se a maturidade do compositor. Spohr expande as possibilidades da harmonia e explora texturas mais densas. A abertura é solene, com um diálogo entre solista e orquestra que se desenvolve de forma quase dramática, enquanto o andamento lento mergulha num lirismo introspectivo. O último movimento, com seu caráter dançante e brilho técnico, confirma o equilíbrio entre a exigência virtuosa e a musicalidade pura.
 
Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Louis Spohr (1784-1859) - 

(01)_Violin_Concerto_No._2,_Op._2-_I._Allegro_moderato
(02)_Violin_Concerto_No._2,_Op._2-_II._Adagio
(03)_Violin_Concerto_No._2,_Op._2-_III._Alla_Polacca
(04)_Violin_Concerto_No._5,_Op._17-_I._Allegro_moderato
(05)_Violin_Concerto_No._5,_Op._17-_II._Adagio_ma_non_troppo
(06)_Violin_Concerto_No._5,_Op._17-_III._Rondo-_Allegretto

Rundfunk-Sinfonieorchester Berlin
Christian Fröhlich, regente
Ulf Hoelscher, violino 

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Sir Edward Elgar (1857-1934) - Cello Concerto, Enigma Variations, Introduction and Allegro, Elegy

"Compostas em 1899 por Edward Elgar, as Variações Sobre um Tema Original, apelidadas pelo próprio compositor de "Variações Enigma" constituem uma obra de cerca de 35 minutos para orquestra. Possui um tema e 14 variações. Cada variação corresponde a um amigo ou parente de Elgar. Nelas ele faz um retrato em 2 camadas dessas pessoas ou de situações e, até, cacoetes relacionados a elas. Eu me apaixonei por essa música recentemente, agora, em 2020. E espero que vocês também gostem, porque é encantadora.

(...)

Em 19 de junho de 1899 o maestro Hans Richter, um dos grandes regentes da história, talvez o maior de sua época, conduziu a estreia das "Variações Enigma". A crítica foi unânime em elogiar a estrutura e a orquestração da peça.

O enigma diz respeito, provavelmente, a uma melodia que estaria escondida na música. Elgar fala das peças de teatro modernas, em que o personagem principal nunca aparece no palco. Ele chama o tema principal de enigma, de modo que os estudiosos têm quase certeza que a charada seria uma melodia que poderia fazer contraponto com esse tema. Ou seja, é ambíguo, podendo o enigma ser o próprio tema, ou esse contraponto invisível.

O compositor foi pro túmulo sem revelar, dando apenas algumas pistas. Por exemplo, a melodia que faz contraponto com o tema seria muito conhecida. Além disso, um tema secreto maior percorre todas as variações. Elgar ficou surpreso de não terem descoberto o enigma desde a estreia". 

daqui

Sir Edward Elgar (1857-1934) - 

Variations on an Original Theme ('Enigma') Op.36
01. Theme (Andante) (1:24)
02. I. C.A.E. (the composer's wife) (1:38)
03. II. H.D.S.P. (Hew David Steuart-Powell) (0:43)
04. III. R.B.T. (Richard Baxter Townshend) (1:19)
05. IV. W.M.B. (William Meath Baker) (0:29)
06. V. R.P.A. (Richard Penrose Arnold) (1:57)
07. VI. Ysobel (Isabel Fitton) (1:14)
08. VII. Troyte (Troyte Griffith) (0:57)
09. VIII. W.N. (Winifred Norbury) (1:39)
10. IX. Nimrod (A.J.Jaeger) (3:22)
11. X. Intermezzo Dorabella (Dora Penny) (2:08)
12. XI. G.R.S. (George Robertson Sinclair) (0:51)
13. XII. B.G.N. (Basil G. Nevinson) (2:40)
14. XIII. Romanza: *** [Lady Mary Lygon] (2:36)
15. XIV. Finale: E.D.U. (the composer) (5:03)

16. Introduction and Allegro Op. 47 (13:44)

Cello Concerto in E minor Op.85
17. I. Adagio-Moderato (7:21)
18. II. Lento-Allegro molto (4:24)
19. III. Adagio (4:37)
20. IV. Allegro, ma non troppo (11:00)

21. Elegy Op. 58 (4:01)

Hallé Orchestra
Sir John Barbirolli, regente
André Navarra, viloncelo 

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terça-feira, 12 de agosto de 2025

Antonín Dvorak (1841-1904) - Symphony No. 8 in G major, Op. 88, B. 163 e Johannes Brahms (1833-1897) - Symphony No. 1 in C minor, Op. 68

Disco com duas gravações de fôlego. A Sinfonia No. 8, de Dvorak, é um dos trabalhos de que mais gosto do compositor. Escrita em 1889, a Oitava do compositor tcheco é considerada por muitos como o seu trabalho sinfônico mais luminoso. O compositor tcheco, então no auge da maturidade criativa, afastou-se da densidade dramática típica de outros românticos para construir uma partitura vibrante, repleta de melodias líricas, cores orquestrais exuberantes e um sentido quase narrativo de paisagem. A música revela o folclore boêmio, alternando momentos de serenidade pastoral com explosões de energia, como se retratasse o ciclo da vida no campo.

Já a Sinfonia No. 1, de Brahms, é um dos trabalhos sinfônicos mais espetaculares da história. Ela é cheia de qualidades. Concluída em 1876 após quase vinte anos de hesitação e revisão, carrega outro tipo de tensão: a da busca por estar à altura do legado de Beethoven. Apelidada por Hans von Bülow de “a Décima de Beethoven”, a obra se abre com uma introdução lenta e dramática, cujos acordes pesados prenunciam a densidade emocional que se seguirá. Essa obra demonstrava que o legado de Beethoven continuava vivo, em movimento, e que Brahms era um dos seus mais ardorosos discípulos. 

Não deixe de ouvir essas gravações acontecidas na década de sessenta do século XX. Uma boa apreciação! 

01 - Symphony No. 8 in G major, Op. 88, B. 163_I. Allegro con brio
02 - Symphony No. 8 in G major, Op. 88, B. 163_II. Adagio
03 - Symphony No. 8 in G major, Op. 88, B. 163_III. Allegretto grazioso - Molto vivace
04 - Symphony No. 8 in G major, Op. 88, B. 163_IV. Allegro ma non troppo
05 - Symphony No. 1 in C minor, Op. 68_I. Un poco sostenuto - Allegro06 - Symphony No. 1 in C minor, Op. 68_II. Andante sostenuto
07 - Symphony No. 1 in C minor, Op. 68_III. Un poco allegretto e grazioso
08 - Symphony No. 1 in C minor, Op. 68_IV. Adagio - Piu andante - Allegro non troppo ma con brio - Piu allegro

Czech Philharmonic Orchestra
Swiss Festival Orchestra

George Szell, regente 

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segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Ludwig van Beethoven (1770-1827) - Piano Sonata No. 21 in C Major, Op. 53 - "Waldstein" e Piano Sonata No. 23 in F Minor, Op. 57 - "Appassionata"

Temos aqui duas das sonatas para piano mais famosas de Beethoven. A primeira delas é a Sonata No. 21 - "Waldstein" -, escrita entre 1803 e 1804. É uma obra que rompe com as convenções de Mozart e Haydn. Vale mencionar que, nessa época, o velho mestre Joseph Haydn ainda estava vivo. Beethoven, por sua vez, havia radicalizado, esticado, por meio de um turbilhão criativo, as estruturas da música do século XVIII. Inaugurava um novo período. O primeiro movimento, Allegro con brio, é uma torrente de energia luminosa, impulsionada por padrões rítmicos contínuos e modulações ousadas. O segundo movimento, originalmente mais extenso, foi substituído por um breve Introduzione - ponte etérea que conduz ao Rondo final. Este desfecho, com seu tema límpido e progressivamente mais brilhante, traduz uma espécie de triunfo pianístico, um Beethoven radiante e assertivo.

A segunda obra é a maravilhosa Sonata No. 23 - "Appassionata". A obra foi escrita em 1804 e 1805, mas estreou somente em 1807. Ela é a metáfora da tempestade, dos ventos procelosos, dos caos insinuante. A Sonata No. 23 mergulha nas profundezas emocionais do próprio Beethoven. O primeiro movimento, Allegro assai, abre com um motivo sombrio e enigmático, explorando contrastes violentos entre pianíssimo e fortíssimo. O Andante con moto central oferece uma trégua, com variações sobre um tema simples, quase coral, mas o Allegro ma non troppo final explode em uma catarse dramática - um dos finais mais implacáveis de toda a literatura pianística. Ou seja, é algo que somente alguém como Beethoven poderia conceber. 

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Ludwig van Beethoven (1770-1827) -

01 - Piano Sonata No. 21 in C Major, Op. 53 _Waldstein_ - I. Allegro con brio
02 - Piano Sonata No. 21 in C Major, Op. 53 _Waldstein_ - II. Introduzione. Adagio molto
03 - Piano Sonata No. 21 in C Major, Op. 53 _Waldstein_ - III. Rondo. Allegretto moderato - Prestissimo
04 - Piano Sonata No. 23 in F Minor, Op. 57 _Appassionata_ - I. Allegro assai
05 - Piano Sonata No. 23 in F Minor, Op. 57 _Appassionata_ - II. Andante con moto
06 - Piano Sonata No. 23 in F Minor, Op. 57 _Appassionata_ - III. Allegro ma non troppo

Rudolf Serkin, piano 

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domingo, 10 de agosto de 2025

Anton Bruckner (1824-1896) - Symphony No. 4 in E flat 'Romantic' e Symphony No. 6 in A major

Para mim, ouvir Bruckner é sempre um experiência indizível. Preparo-me para ouvi-lo. Sei que ali existem camadas complexas de alto idealismo, de reverência, de expectativas. Cada sinfonia do compositor é uma escada que ele construiu a caminho da perfeição. Ele parecia se exceder a cada trabalho. Neste disco, encontramos duas das suas sinfonias - as de número 4 e 6. 

A Sinfonia No. 4 foi composta em 1874; é, talvez, o seu trabalho mais popular. O próprio compositor a batizou de “Romântica” e sugeriu imagens: castelos medievais emergindo na névoa, cavaleiros partindo para caçadas, o amanhecer nas florestas austríacas. Desde os primeiros acordes, com as trompas anunciando um dia novo, a obra se abre como um cenário cinematográfico antes do cinema existir.

Já a Sinfonia No. 6 foi escrita entre os anos de 1879 e 1881. Ela é uma espécie de obra extraída de um bloco de pedra de forma perfeita. É uma das menos tocadas, talvez, por sua estrutura pouco convencional. Bruckner não lhe deu apelidos ou descrições poéticas, mas críticos já a chamaram de “a mais atrevida” pela ousadia harmônica e rítmica. O andamento inicial, “Majestoso”, avança com firmeza quase obstinada, enquanto o Adagio oferece uma beleza austera, mais de contemplação do que de conforto. É como se Bruckner, aqui, falasse menos ao coração e mais à mente - mas sem perder a espiritualidade que permeia toda a sua obra.

Em suma: neste disco, encontramos dois dos trabalhos mais espetaculares de Bruckner. Se de um lado há a poderosa Quarta, do outro temos a enigmática Sexta. As duas são faces do mesmo sujeito de coração inquieto e incansável. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Anton Bruckner (1824-1896) - 

DISCO 01

01. Symphony No. 4 in E flat 'Romantic'_ I. Bewegt, nicht zu schnell
02. Symphony No. 4 in E flat 'Romantic'_ II. Andante quasi allegretto
03. Symphony No. 4 in E flat 'Romantic'_ III. Scherzo (Bewegt) & Trio (Nicht zu schnell)
04. Symphony No. 4 in E flat 'Romantic'_ IV. Finale (Bewegt, doch nicht zu schnell)

DISCO 02

01. Symphony No. 6 in A major_ I. Maestoso
02. Symphony No. 6 in A major_ II. Adagio (Sehr feierlich)
03. Symphony No. 6 in A major_ III. Scherzo (Nicht schnell) & Trio (Langsam)
04. Symphony No. 6 in A major_ IV_ Finale (Bewegt, doch nicht zu schnell)

Berliner Philharmoniker
Ricardo Muti, regente 

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sábado, 9 de agosto de 2025

Johannes Brahms (1833-1897) - Piano Sonata No. 1 in C Major, Op. 1, Piano Sonata No. 2 in F-Sharp Minor, Op. 2, Rhapsody in B Minor, Op. 79 No. 1 e Rhapsody in G Minor, Op. 79 No. 2

As obras para piano encontradas neste disco são obras escritas em períodos bem diversos da vida de Johannes Brahms. As duas sonatas para piano são obras de juventude. Foram inicialmente estreadas em 1853. Ou seja, Brahms era somente um jovem sóbrio, de vinte anos, que tinha como referências Beethoven e Schumann. As duas sonatas fogem ao sentimental e se fixam no terreno da densidade harmônica e a energia rítmica. As duas exigem do intérprete uma técnica capaz de absorver a atmosfera lírica, com tempestades virtuosística.

Já as Rapsódias foram escritas em 1879, ou seja, quase trinta anos depois das duas sonatas presentes neste disco. A primeira é sombria, quase narrativa, alternando inquietação e melancolia; a segunda, mais brilhante e leve, brinca com danças húngaras e acentos rítmicos incisivos.

O contraste entre as sonatas e as rapsódias mostra, em poucas páginas de partitura, o arco da trajetória criativa de Brahms: de um jovem ambicioso que queria escrever “como os grandes” a um mestre capaz de concentrar mundos de emoção em poucos compassos.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Johannes Brahms (1833-1897) - 

01 - Piano Sonata No. 1 in C Major, Op. 1_ I. Allegro
02 - Piano Sonata No. 1 in C Major, Op. 1_ II. Andante (Nach einem altdeutschen Minneliede)
03 - Piano Sonata No. 1 in C Major, Op. 1_ III. Allegro molto e con fuoco – Più mosso
04 - Piano Sonata No. 1 in C Major, Op. 1_ IV. Allegro con fuoco – Presto non troppo ed agitato
05 - Piano Sonata No. 2 in F-Sharp Minor, Op. 2_ I. Allegro non troppo, ma energico
06 - Piano Sonata No. 2 in F-Sharp Minor, Op. 2_ II. Andante con espressione
07 - Piano Sonata No. 2 in F-Sharp Minor, Op. 2_ III. Scherzo. Allegro – Poco più moderato
08 - Piano Sonata No. 2 in F-Sharp Minor, Op. 2_ IV. Finale. Sostenuto – Allegro non troppo e rubato
09 - Rhapsody in B Minor, Op. 79 No. 1
10 - Rhapsody in G Minor, Op. 79 No. 2

Garrick Ohlsson, piano 

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sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Franz Liszt (1811-1886) - Piano Sonata, Benediction de Dieu Dans la Solitude, Fantasie Und Fuge Uber Das Thema etc

Em uma época em que as práticas musicais passavam por intensas transformações, poucos compositores encarnaram de maneira tão ampla todas as delícias, os infernos e os paradoxos do espírito romântico, como Franz Liszt o fez. Pianista ímpar e compositor de grande originalidade, Liszt teve uma vida agitada, talvez mais próxima à de um herói de ficção que a de um músico. Desde um megaestrelato, com direito a surtos histéricos de tietes (então sem precedentes na história da música) à autorreclusão religiosa, sua vida foi permeada por diferentes experiências, refletidas em uma obra tão bela quanto profícua e heterogênea.

Nascido em 22 de outubro de 1811, Ferencz (Franz) foi filho único de Adam Liszt, funcionário a serviço da família Esterházy (a mesma que patrocinou a carreira de Joseph Haydn), talentoso músico amador de quem o jovem também herdaria uma sólida cultura católica (seu pai chegou a ser seminarista na Ordem Franciscana). Sua terra natal era um pequeno vilarejo húngaro, Doborján, à época dominado pelo Império Austro- -Húngaro, hoje cidade austríaca de Raiding. Franz Liszt cresceu já mergulhado em um grande paradoxo: vestiu, literalmente, a camisa da independência pró-Hungria (pois em várias ocasiões fazia questão de usar “trajes típicos”), embora tivesse o alemão como língua materna e fosse incapaz de manter uma conversa em seu idioma pátrio.

Relata-se que já aos seis anos de idade Liszt mostrava excepcional talento ao piano. Dois anos depois, após uma audição pública na corte, seu pai foi encorajado a transferir-se com o filho para Viena, onde Franz teve aulas de piano com Carl Czerny e de teoria musical com Antonio Salieri. Apesar de muito jovem, sua presença foi marcante, tanto que ele foi um dos cinquenta compositores convidados a escrever uma das variações sobre um tema de Anton Diabelli. Foi também em Viena que o jovem Liszt conheceu o já reputado Beethoven, por quem nutriu ao longo da vida profunda admiração, tendo sido um de seus principais divulgadores.

Mesmo que Viena fosse uma das principais capitais musicais da época, seu pai viu em Paris o local para um melhor aproveitamento de seu talento. Em 1823, ambos se transferiram para lá, mas, por conta de implicâncias políticas contra estrangeiros, foi negada ao prodígio a admissão em seu famoso conservatório. Não se dando por vencidos, pai e filho empreendem vários concertos na cidade, intermediados por apresentações na Inglaterra. Foram anos de intensa atividade, em que o nome de Liszt foi amplamente divulgado como pianista, ao mesmo tempo em que passou a compor suas primeiras obras. Porém, tudo mudaria com a morte do patriarca, em meados de 1827.

Texto completo aqui 

Franz Liszt (1811-1886) - 

01 Liszt_ Fantasie & Fuge Über Das T
02 Liszt_ Harmonies Poétiques & Reli
03 Liszt_ Venezia & Napoli, S 162 -
04 Liszt_ Venezia & Napoli, S 162 -
05 Liszt_ Venezia & Napoli, S 162 -
06 Liszt_ Sonate, S 178, _Piano Sona
07 Liszt_ Sonate, S 178, _Piano Sona
08 Liszt_ Sonate, S 178, _Piano Sona
09 Liszt_ Sonate, S 178, _Piano Sona
10 Liszt_ Sonate, S 178, _Piano Sona

Marc-André Hamelin, piano 

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Dmitri Shostakovich (1906-1975) - Violin Concertos Nos. 1 & 2

Tirei o texto abaixo daqui. Fiz algumas adaptações.

"Compostos com quase 20 anos de diferença, os dois concertos para violino de Dmitri Shostakovich foram concebidos para o grande violinista David Oistrakh. Shostakovich concluiu o Concerto nº 1 em 1948, numa época em que havia caído em desgraça com as autoridades soviéticas e parecia incerto se a obra algum dia seria apresentada ao público. Isso se reflete no concerto, que começa com uma canção sombria e solitária para violino, sobre violoncelos e contrabaixos sombrios. Ao longo da obra, há alusões à situação do compositor, como o motivo D-S-C-H, que aparece em tantas de suas obras e que, no segundo movimento, está intimamente relacionado a um tema que lembra a música popular judaica, como símbolo da identificação de Shostakovich com a cultura judaica reprimida. No mesmo movimento, há também um tema derivado da ópera Lady Macbeth de Mstsensk, que, em 1936, causou a primeira denúncia do compositor ao regime soviético.

Em 1967, Shostakovich escreveu a Oistrakh, contando-lhe sobre a conclusão de seu Concerto para Violino nº 2. A saúde do compositor vinha se deteriorando há vários anos; no ano anterior, ele sofrera um ataque cardíaco. Em várias de suas últimas obras, há uma preocupação com a mortalidade, e o concerto exibe um tom sombrio e introspectivo semelhante, especialmente no Adagio central". 

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Dmitri Shostakovich (1906-1975) - 

01. - I. Nocturne. Moderato
02. - II. Scherzo. Allegro
03. - III. Passacaglia. Andante
04. - IV. Burlesque. Allegro con brio – Presto
05. - I. Moderato
06. - II. Adagio
07. - III. Adagio – Allegro

Boston Symphony Orchestra
Andris Nelsons, regente
Baiba Skride, violino 

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quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Felix Mendelssohn (1809-1847) - Violin Concerto in E Minor, Op. 64 e Antonín Dvorak (1841-1904) - Violin Concerto in A Minor, Op. 53

Quando pensamos em grandes concertos para violino e orquestra, certamente, surgem de imediato as obras de Brahms, Beethoven, Tchaikovsky, Bartok, Sibelius, Shostakovich, Schoenberg. Este disco apresenta dois outros compositores que escreveram concertos imortais e que estão presentes de forma recorrente nas salas de concerto. 

Esses concertos possuem uma espécie de magicidade, pois, sempre que os escutamos, uma percepção nova sempre aparece. O Concerto de Mendelssohn foi escrito entre os anos de 1838 e 1844. O Concerto de Dvorak foi escrito quase quarenta anos depois do Concerto de Mendelssohn, a saber, entre os anos de 1879 e 1880. 

Ambos os concertos são pilares do repertório romântico, mas refletem visões distintas. Mendelssohn, com sua sofisticação germânica, oferece um concerto de linhas elegantes, clássico em sua estrutura, ainda que inovador em detalhes. Dvorák, por sua vez, apresenta uma obra vibrante e enraizada em sua cultura natal, fazendo do violino um veículo da alma boêmia.

 Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

01 - Violin Concerto in E Minor, Op. 64_ I. Allegro molto appassionato (Live)
02 - Violin Concerto in E Minor, Op. 64_ II. Andante (Live)
03 - Violin Concerto in E Minor, Op. 64_ III. Allegretto non troppo - Allegro molto vivace (Live)
04 - Violin Concerto in A Minor, Op. 53_ I. Allegro, ma non troppo - Quasi moderato (Live)
05 - Violin Concerto in A Minor, Op. 53_ II. Adagio, ma non troppo (Live)
06 - Violin Concerto in A Minor, Op. 53_ III. Finale. Allegro giocoso, ma non troppo (Live)

Swiss Festival Orchestra
Igor Markevitch, regente
Ernest Ansermet, regente
Nathan Milstein, violino 

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quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Josquin Desprez (c.1440-1521) - Stabat Mater, Motets


Eu sou um grande admirador da polifonia produzida ao longo da Renascença. A música produzida nesse momento da história, passava por um momento de transformação. Há uma lista com grandes compositores desse período - Palestrina, Lassus, Victoria, Machaut, Pérotin. A polifonia caracteriza-se pela sobreposição de várias linhas melódicas independentes, que, conectada à fé cristã, criou um dos movimentos musicais mais bonitos e sensíveis da história; criam-se texturas belíssimas e delicadas. 

Josquiz Desprez, certamente, foi um dos mestres do movimento polifônico. Aquilo que Palestrina representou para o século XVI, Desprez representou para as décadas anteriores ao compositor italiano. Desprez era francês. Ele pode ser considerado como um dos principais nomes da virada dos séculos XV para o XVI. É considerado por muitos como o nome mais importante entre Guilherme Dufay e o próprio Palestrina. 

O francês escreveu obras de grande beleza. Neste disco, por exemplo, encontramos alguns dos seus trabalhos. Em primeiro lugar, é importante ressaltar a importância e a beleza do seu Stabat Mater. Existem inúmeras versões desse texto medieval. Acontece que, nas mãos de Desprez, há um ganho em beleza, emoção e expressividade ao texto. Além do Stabat Mater, encontramos ainda alguns dos seus motetos. Vale ressaltar que o compositor escreveu mais de cem dessas obras. Um moteto é um gênero musical surgido no século XIII, em que se usam textos diferentes para cada voz. As vozes se entrelaçam com melancolia e precisão matemática, criando uma atmosfera solene, quase atemporal. É possível sentir o lamento. Johann Sebastian Bach, mais tarde, baseado nessa tradição, escreveu os seus belos motetos. 

Não deixe de ouvir este bonito e importante disco de Josquin Desprez, compositor cuja importância foi reverenciada até por Martinho Lutero. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Josquin Desprez (c.1440-1521) - 

01. Ave Maria
02. Stabat Mater Dolorosa
03. Salve Regina
04. Ave Nobilissima Creatura
05. O Bone Et Dulcissime Jesu
06. Usquequo, Domine, Oblivisceris Me
07. Miserere Mei, Deus

La Chapelle Royale
Philippe Herreweghe, regente 

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Frédéric Chopin (1810-1849) - Piano Sonatas Nos. 1, 2 & 3

 

Chopin foi daqueles compositores que acertou em tudo o que fez. Se ele tivesse reproduzido o som de uma caixa de fósforo ao piano, teria ficado bonito e emocionante. Suas produções são todas revestidas de grande sensibilidade e de uma profunda beleza. Talvez, uma das páginas mais ambiciosas da sua música seja a escrita dessas sonatas para piano. São obras complexas e constituem um desafio técnico para serem interpretadas. Elas foram escritas em momentos bem distintos da curta vida do compositor. Possuem, por isso, um grande significado.

A Sonata de No. 1 é do ano de 1828. É uma obra juvenil. Foi publicada de forma póstuma. A obra parece mais um exercício acadêmico do jovem compositor. À época da composição, Chopin possuía apenas dezoito anos. Já a Sonata No. 2 é de 1839. Trata-se nada mais nada menos do que uma das peças mais famosas da história do repertório pianístico. É nela que encontramos a famosa "Marcha Fúnebre", cuja melodia é uma das mais famosas da história da música ocidental. Disse Schumann que a música transmitia a ideia de que "um punhado de fantasmas que fogem". 

Já a Sonatas No. 3 é do ano de 1844. Possui uma linguagem altamente refinada. Ela combina virtuosismo, lirismo e equilíbrio estrutural. Não deixe de ouvir a excelente interpretação de Igor Tchetuev. Uma boa apreciação!

Frédéric Chopin (1810-1849) - 

01 - Piano Sonata No. 1 in C Minor, Op. 4_ I. Allegro maestoso
02 - Piano Sonata No. 1 in C Minor, Op. 4_ II. Menuetto. Allegretto - Trio
03 - Piano Sonata No. 1 in C Minor, Op. 4_ III. Larghetto
04 - Piano Sonata No. 1 in C Minor, Op. 4_ IV. Finale. Presto
05 - Piano Sonata No. 2 in B-Flat Minor, Op. 35 _Funeral March__ I. Grave - Doppio movimento
06 - Piano Sonata No. 2 in B-Flat Minor, Op. 35 _Funeral March__ II. Scherzo
07 - Piano Sonata No. 2 in B-Flat Minor, Op. 35 _Funeral March__ III. Marche funèbre. Lento
08 - Piano Sonata No. 2 in B-Flat Minor, Op. 35 _Funeral March__ IV. Finale. Presto
09 - Piano Sonata No. 3 in B Minor, Op. 58_ I. Allegro maestoso
10 - Piano Sonata No. 3 in B Minor, Op. 58_ II. Scherzo. Molto vivace
11 - Piano Sonata No. 3 in B Minor, Op. 58_ III. Largo
12 - Piano Sonata No. 3 in B Minor, Op. 58_ IV. Finale. Presto non tanto

Igor Tchetuev, piano 

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terça-feira, 5 de agosto de 2025

Ludwig van Beethoven (1770-1827) - Piano Concerto No.1 in C major, Op.15 e Piano Concerto No.2 in B flat major, Op.19

As primeiras obras de Beethoven estavam revestidas pela influência de Mozart e Haydn. Essa influência se dava, pelo fato, de os dois serem as grandes referências do classicismo vienense. Qualquer compositor quisesse encontrar um lugar ao sol, deveria olhar para as bases fundadas pelos dois compositores. Os dois concertos iniciais do alemão estão inundados por essas referências, todavia já é possível perceber a magia, os altos ideais, que seriam uma marca da música do Beethoven.

Curiosamente, o chamamos de Concerto No. 1, deveria ser o Concerto No. 2; bem parecido com o que aconteceu com os concertos para piano e orquestra de Chopin. O 2 é um 1; e o 1 é o 2. Beethoven quando esboçou o que conhecemos como Concerto No. 2, tinha apenas dezessete anos; ou seja, a obra foi escrita entre 1787 e 1795. Já o No. 1 é do ano de  1797. São obras que indicam o virtuosismo característico.

O Concerto No. 1 é ousado e assertivo. O primeiro movimento possui um colorido orquestral bastante preponderante, seguido de um belo e beethoveano Adagio. É daquelas coisas singulares, indescritíveis, que tornam a vida um evento mais significativo e bonito. Já o Concerto No. 2 é elegante, ensolarado e espirituoso; carrega aquela atmosfera airosa do Classicismo. É algo para ouvir e se impressionar com uma das músicas mais bonitas da história da humanidade. 

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Ludwig van Beethoven (1770-1827) - 

Piano Concerto No.1 in C major, Op.15
01. I. Allegro con brio (15:07)
02. II. Largo (10:20)
03. III. Rondo. Allegro (9:08)

Piano Concerto No.2 in B flat major, Op.19
04. I. Allegro con brio (13:54)
05. II. Adagio (8:19)
06. III. Rondo. Allegro molto (6:31)

Tapiola Sinfonietta
Osmo Vänskä, regente
Yevgeny Sudbin, piano 

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segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Karen Khachaturian (1920-2011) - Violin Sonata in G Minor, Op. 1 e Aram Khachaturian (1903-1987) - Sabre Dance from Gayane Ballet, Dance, Lullaby from Gayane Ballet etc


Esse disco possui uma sonoridade bastante peculiar. Trata-se da música de dois compositores armênios bastante importantes. Particularmente, eu ainda não conhecia a música de Karen Khachaturian, que era sobrinho do tio famoso - Aram Khachaturian. Este último foi um dos mais importantes compositores armênios do século XX. Destacou-se por sua habilidade de fundir o folclore caucasiano com a grandiosidade orquestral do romantismo russo. Sua obra mais conhecida, o balé Spartacus, tornou-se símbolo do virtuosismo musical soviético, assim como a vibrante Dança do Sabre, do balé Gayaneh, que ultrapassou fronteiras e se popularizou mundialmente.

Karen Khachaturian, por sua vez, nasceu em Moscou. Foi aluno de Shostakovich e  Myaskovsky, dois gigantes da música russa, o que se reflete em sua linguagem musical sofisticada e densa. Karen destacou-se por seu quarteto de cordas, sua sonata para violino e piano - dedicada a David Oistrakh - e sua música incidental para teatro e cinema. Apesar de não ter alcançado a fama internacional de seu tio, sua produção é respeitada por músicos e estudiosos por sua integridade estilística e domínio técnico. 

Neste disco, encontramos algumas dos dois artistas. De Karem, encontramos sua famosa Sonata para violino, dedicada a David Oistrakh; de Aram, encontramos algumas aberturas e obras menores. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!
 

01. Violin Sonata in G Minor, Op. 1: I. Allegro
02. Violin Sonata in G Minor, Op. 1: II. Andante
03. Violin Sonata in G Minor, Op. 1: III. Presto
04. Sabre Dance from Gayane Ballet
05. Dance
06. Lullaby from Gayane Ballet
07. Ayesha's Dance from Gayane Ballet
08. Song-Poem
09. Adagio from Spartacus Ballet
10. Andante sostenuto

Rubem Kosemyan, violino
Natalya Mnatsakanyan, piano 

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Johann Sebastian Bach (1685-1750) - Sonatas & Partitas

 
 

"Bach era conhecido como um virtuose do cravo e do órgão, mas, de acordo com o testemunho de seu segundo filho, Carl Philipp Emanuel (1714-1788), ele era também um bom violinista:  “Desde a juventude até sua maturidade, ele tocou o violino de maneira pura e precisa, mantendo assim a orquestra mais organizada do que se tocasse o cravo. Ele compreendia completamente todas as possibilidades dos instrumentos de corda.”

Bach compôs grandes obras-primas para o violino, mas, sem dúvida, o auge de sua produção para o instrumento foram as seis peças para violino solo – três Sonatas e três Partitas – que completou em 1720.

As três Sonatas possuem uma estrutura em formato da sonata da chiesa (sonata de igreja), com quatro movimentos cujos andamentos se alternam em “lento-rápido-lento-rápido”, sendo a introdução e o terceiro movimentos mais líricos e expressivos; o segundo movimento sempre em forma de fuga; e, para terminar, um final vívido, no qual Bach acrescenta uma variedade tonal contrastante ao terceiro movimento.

Já as Partitas são geralmente leves em estilo e textura, com o formato mais livre, consistindo em uma coleção de danças com andamentos diferentes. As quatro danças centrais usadas na suíte barroca eram a Allemande, a Courante, a Sarabande e a Gigue, mas estas podiam ser substituídas por outras danças.

De modo geral, esses trabalhos se valem da maestria do solista na arte da ilusão. O violino é um instrumento melódico por excelência e, embora suas quatro cordas sejam capazes de emitir mais de uma nota simultaneamente, ele possui limitações rigorosas.

Nas peças para violino solo de Bach, o ouvinte pode perceber uma teia de contrapontos que está sendo somente sugerida ou subentendida na partitura. O compositor, primorosamente, oferece ao solista uma música repleta de desafios e possibilidades.

Nas palavras de Brahms, “Bach conseguiu extrair de um pequeno instrumento um universo de pensamentos profundos e sentimentos poderosos. Se eu sequer imaginasse ser capaz de criar, ou mesmo idealizar alguma dessas peças, tal experiência, emocionante e avassaladora, certamente me deixaria arrebatado!”.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Daqui 

Johann Sebastian Bach (1685-1750) - 
    
01. Violin Sonata No. 1 in G Minor, BWV 1001: I. Adagio (04:45)
02. Violin Sonata No. 1 in G Minor, BWV 1001: II. Fuga (04:33)
03. Violin Sonata No. 1 in G Minor, BWV 1001: III. Siciliana (03:24)
04. Violin Sonata No. 1 in G Minor, BWV 1001: IV. Presto (03:05)
05. Violin Partita No. 1 in B Minor, BWV 1002: I. Allemanda (05:21)
06. Violin Partita No. 1 in B Minor, BWV 1002: II. Double (02:20)
07. Violin Partita No. 1 in B Minor, BWV 1002: III. Courante (02:40)
08. Violin Partita No. 1 in B Minor, BWV 1002: IV. Double (03:05)
09. Violin Partita No. 1 in B Minor, BWV 1002: V. Sarabande (03:42)
10. Violin Partita No. 1 in B Minor, BWV 1002: VI. Double (02:04)
11. Violin Partita No. 1 in B Minor, BWV 1002: VII. Tempo di Bourrée (02:48)
12. Violin Partita No. 1 in B Minor, BWV 1002: VIII. Double (03:08)
13. Violin Sonata No. 2 in A Minor, BWV 1003: I. Grave (04:42)
14. Violin Sonata No. 2 in A Minor, BWV 1003: II. Fuga (06:23)
15. Violin Sonata No. 2 in A Minor, BWV 1003: III. Andante (05:31)
16. Violin Sonata No. 2 in A Minor, BWV 1003: IV. Allegro (05:33)
17. Violin Partita No. 2 in D Minor, BWV 1004: I. Allemande (03:57)
18. Violin Partita No. 2 in D Minor, BWV 1004: II. Courante (02:17)
19. Violin Partita No. 2 in D Minor, BWV 1004: III. Sarabande (04:38)
20. Violin Partita No. 2 in D Minor, BWV 1004: IV. Gigue (03:42)
21. Violin Partita No. 2 in D Minor, BWV 1004: V. Chaconne (14:11)
22. Violin Sonata No. 3 in C Major, BWV 1005: I. Adagio (04:18)
23. Violin Sonata No. 3 in C Major, BWV 1005: II. Fuga (08:22)
24. Violin Sonata No. 3 in C Major, BWV 1005: III. Largo (04:07)
25. Violin Sonata No. 3 in C Major, BWV 1005: IV. Allegro assai (04:39)
26. Violin Partita No. 3 in E Major, BWV 1006: I. Preludio (03:20)
27. Violin Partita No. 3 in E Major, BWV 1006: II. Loure (04:38)
28. Violin Partita No. 3 in E Major, BWV 1006: III. Gavotte en Rondeau (03:05)
29. Violin Partita No. 3 in E Major, BWV 1006: IV. Menuett I (01:35)
30. Violin Partita No. 3 in E Major, BWV 1006: V. Menuett II (02:15)
31. Violin Partita No. 3 in E Major, BWV 1006: VI. Bourrée (01:15)
32. Violin Partita No. 3 in E Major, BWV 1006: VII. Gigue (01:41)

Augustin Hadelich, violino 

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