sábado, 20 de março de 2010

Gustav Mahler (1860-1911) - Sinfonia No. 5 em Dó Sustenido Menor

Este trabalho de Mahler é um dos poemas filósoficos mais belos que já foram compostos em toda história da humanidade sobre a saga misteriosa da vida. Mahler soube como ninguém retratar com densidade o cômico e o trágico da existência. Os dois primeiros movimentos são preenchidos por um desespero e por uma desolação que nos arranha os sentidos. Mahler, grande provocador, começa a sinfonia com uma marcha fúnebre. Impensável! Somente alguém como ele para sobrepujar possibilidades. Sentimos um cortejo de seres contritos e silenciosos a rumarem na escuridão. Apenas tochas tênues a revelarem faces angustiadas. No segundo movimento, Mahler parece criar uma contradição, pois o que impera é o o frenesi, a histeria, o embarafustamento. É uma ode ao niilismo. A contradição da vida parece nos amarrar e nos jogar num mar de profunda desolação e falta de sentido. Aos poucos, a Sinfonia parece nos convidar a que entremos em nós mesmos e façamos análises necessárias. Que reflitamos sobre os aspectos mais misteriosos e inacessíveis da existência humana. Isto fica enunciado no adagietto do quarto movimento. Uma reflexão da mais belas que já foram compostas na história da música. Cordas e harpas a nos conduzirem, a evocarem num remanso de pacificação interiorizada, aqueles sentimentos nobres, que estão para além da mediocridade que assola a vida e que tantas vezes nos domina. O quinto movimento é um momento em que os elementos dos andamentos anteriores são juntados e tudo estoura, explode, num grande clímax. A Quinta Sinfonia é uma das peças que mais gosto. Sou apaixonado por Mahler. Já perdir quantas versões eu tenho desta Sinfonia e das demais de Gustav Mahler. Ouvi-lo é sempre uma experiência grandiosa, envolvente, necessária. É preciso um ritual para ouvi-lo. Ele exige atenção, ouvidos como grandes captores. Escolhir esta versão de Dudamel para postar por ser excelente. O jovem maestro venezuelo dá um show de regência. Outro dia eu tive a oportunidade de assistir a alguns vídeos do maestro regendo a Sinfonia no. 3 de Beethoven - "A Heróica" - e fiquei impressionado com Dudamel. Ele estava à frente da Símon Bolivar Orchestra da Venezuela e os jovens músicos criavam uma sonoridade de gente grande, como Beethoven deve ser interpretado. Por enquanto, fiquemos com Mahler e isso basta. Uma boa apreciação!

Gustav Mahler (1860-1911) - Sinfonia No. 5 em Dó Sustenido Menor

01 - Trauermarsch
02 - Sturmisch bewegt. Mit groBter Vehemenz
03 - Scherzo (Kraftig nicht zu schnell)
04 - Adagietto (Sehr langsam)
05 - Rondo Finale (Allegro)

Símon Bolivar Youth Orchestra of Venezuela
Gustavo Dudamel, regente

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4 comentários:

João disse...

Poxa, Mahler por Dudamel deve ser fantástico. Não vejo a hora de ouvir! Parabéns pelo blog!

Carlinus disse...

É verdade, João! Aproveita.

Abraços musicais!

Anônimo disse...

Siceramente ;tomo as palavras de meus colegas de orquestra: Muito Obrigado por estar nos proporciando essas maravilhosas obras .

Anônimo disse...

The link is dead! Can you please reupload the file? Thank you very Much!!!!!