sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Felix Mendelssohn (1809-1847) - Symphony No.4 & A Midsummer Night's Dream

Essa é uma das minhas sinfonias favoritas da vida. Gosto da energia luminosa que dela emana. É um trabalho cuja beleza se derrama em seus quatro movimentos. Abaixo, um texto com algumas explicações sobre ela:

"A curta vida de Felix Mendelssohn-Bartholdy, natural de Hamburgo, apresenta o rosto brilhante, amável e feliz do Romantismo. A inspiração para a Sinfonia n.º 4, em Lá maior, op. 90, Italiana, provém de uma viagem do compositor a Itália em outubro de 1830. Ao longo de dez meses, Mendelssohn percorreu várias cidades, recolhendo impressões que reproduziu numa obra que começou a compor ainda em território italiano, mas que se só viria a terminar três anos mais tarde e sobre a qual afirmou que: “a música, não a encontrei na própria arte, mas nas ruínas, nas paisagens, na alegria da natureza”.

Aquando de uma viagem à Escócia, em 1829, o compositor já havia sentido um fascínio idêntico pela beleza das terras do Norte. Essa inspiração chegou-nos por intermédio de duas das suas obras mais reconhecidas, a abertura As Hébridas, op. 26, e a sua Sinfonia n.º 3 em Lá menor, op. 56, Escocesa. Esta última conheceu uma longuíssima gestação, de tal modo que a Sinfonia Italiana foi terminada e estreada antes.

Desde os primeiros compassos, o primeiro andamento, Allegro vivace, comunica uma energia dançável a que é impossível ficar indiferente. O primeiro tema nos violinos apodera-se de imediato do andamento, conferindo-lhe um caráter saltitante e alegre que já não o abandonará mais, nem mesmo com o aparecimento do segundo tema contrastante, que parece simplesmente fazer um descanso antes que uma nova explosão de vitalidade se apodere da partitura. O Andante con moto assume o caráter de uma marcha lenta e nobre. Há dúvidas sobre a fonte de inspiração do compositor para este segundo andamento. Poderá ter sido uma procissão da Semana Santa a que Mendelssohn assistiu durante a sua passagem por Roma, ou as recentes mortes do seu professor Carl Friedrich Zelter e de Johann Wolfgang von Goethe, ambos falecidos em 1832 e que tanto o influenciaram. O terceiro andamento distingue-se pela sua forma em minueto e cujo Trio central, dominado pelas trompas, prefigura em especial o Noturno da obra Sonho de uma Noite de Verão, que Mendelssohn ainda não havia escrito na altura. A amabilidade desta página contrasta com o vigor rítmico do último andamento, um impetuoso saltarello – uma dança tradicional italiana que remonta ao século XIV. Em forma de um rondó, pode dizer-se que este é o andamento mais inconfundivelmente italiano de toda a sinfonia. A obra teve a sua estreia em Londres, a 13 de maio de 1833, sob a direção de Mendelssohn, num concerto onde o próprio interpretou ao piano o Concerto para Piano n.º 20, em Ré menor, de Mozart".

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Felix Mendelssohn (1809-1847) - 

Symphony No. 4 in A Major, Op. 90 'Italian'
01. Allegro vivace
02. Andante con moto
03. Con moto moderato
04. Saltarello: Presto

A Midsummer Night's Dream
05. Overture, Op. 21: Allegro di molto

Incidental Music, Op. 61 (Excerpts)
06. Scherzo: Allegro vivace
07. L'istesso tempo
08. Allegro vivace
09. Intermezzo: Allegro appassionato
10. Nocturne: con molto tranquillo
11. Clowns' Dance: Allegro di molto
12. Wedding March: Allegro vivace

Orchestra of the Age of Enlightenment

Sir Charles Mackerras, regente

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quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Anton Bruckner (1824-1896) - Symphony No. 7 in E Major, WAB 107

Das 9 Sinfonias de Bruckner, esta é a mais lírica, de atmosfera mais lúdica, sonhadora. É também a que mais aponta para o futuro, com toques que sugerem um "Art-Noveau musical", principalmente no movimento final (colorido este que posteriormente seria plenamente alcançado por Mahler, um admirador confesso do compositor). 

Ela foi o primeiro sucesso genuíno de Bruckner, e ele se viu muito grato à plateia da estreia em Leipzig, que ficou até o fim da apresentação e o aplaudiu por 15 minutos. Antes, Bruckner estava acostumado a ver as pessoas deixando a sala de concertos aos punhados, a cada intervalo entre movimentos. A Sétima é o ápice da forma, nela ele está seguro como compositor — tanto que o problema de inúmeras versões, cheias de modificações, não existe aqui (...). Aqui Bruckner conseguiu um equilíbrio estrutural que o aproxima de Haydn e da Sinfonia Clássica. Também soube expor cada tema com clareza e conquistando o ouvinte pela poesia melódica, sendo assim menos hermético que nas Sinfonias anteriores. 

Texto completo aqui.  

Anton Bruckner (1824-1896) - 

01 - Bernard Haitink - Symphony No. 7- I. Allegro moderato (Live)
02 - Bernard Haitink - Symphony No. 7- II. Adagio. Sehr feierlich und sehr langsam (Live)
03 - Bernard Haitink - Symphony No. 7- III. Scherzo. Sehr schnell (Live)
04 - Bernard Haitink - Symphony No. 7- IV. Finale. Bewegt, doch nicht schnell (Live)

Netherlands Radio Philharmonic Orchestra
Bernard Haitink, regente 

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quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Mieczyslaw Weinberg (1919-1996) - String Quartet No. 5 in B-flat major, op. 27, String Quartet No. 9 in f-sharp minor, op. 80 e String Quartet No. 14, op. 122 - Vol. 4

Vamos ao quarto disco com os quartetos de cordas de Mieczyslaw Weinberg. O Quarteto No. 5 é do ano de 1945. A obra foi escrita quando Weinberg, recém-estabelecido em Moscou após fugir da invasão nazista, encontrava-se em pleno diálogo artístico com Shostakovich - uma influência perceptível, mas jamais imitativa. Em cinco movimentos, o quarteto oscila entre o lirismo sombrio e a ironia amarga, com temas que frequentemente lembram cantos judaicos e estruturas que desafiam a forma tradicional.

Já o de No. 9 foi escrito em 1963. O Quarteto No. 9 mostra um Weinberg mais introspectivo, experimental e emocionalmente contido. A linguagem aqui é mais moderna, com passagens atonais e texturas que beiram o expressionismo. O quarteto é estruturado em quatro movimentos contínuos, onde motivos são desconstruídos, dispersos e lentamente reconstruídos. A música parece recusar o consolo fácil, preferindo a ambiguidade e o questionamento. 

E o de No. 14 foi escrito em 1978, em um período de maturidade do compositor. É uma das obras mais ousadas e sombrias do compositor. A forma é fragmentária, os gestos musicais são contidos, quase cifrados. O silêncio adquire aqui papel expressivo — como se a ausência de som dissesse tanto quanto o som em si. A escrita é densa, complexa, mas profundamente humana, revelando um compositor maduro, que já não precisa provar nada a ninguém.

Um disco maravilhoso, revelador, shostakovichiano. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Mieczyslaw Weinberg (1919-1996) -

(01)_String_Quartet_No._5_in_B-flat_major,_op._27_-_I._Melodia._Andante_sostenuto
(02)_String_Quartet_No._5_in_B-flat_major,_op._27_-_II._Humoreska._Andantino
(03)_String_Quartet_No._5_in_B-flat_major,_op._27_-_III._Scherzo._Allegro_molto
(04)_String_Quartet_No._5_in_B-flat_major,_op._27_-_IV._Improvisation._Lento
(05)_String_Quartet_No._5_in_B-flat_major,_op._27_-_V._Serenata._Moderato_con_moto
(06)_String_Quartet_No._9_in_f-sharp_minor,_op._80_-_I._Allegro_-
(07)_String_Quartet_No._9_in_f-sharp_minor,_op._80_-_II._Allegretto_-
(08)_String_Quartet_No._9_in_f-sharp_minor,_op._80_-_III._Andante_-
(09)_String_Quartet_No._9_in_f-sharp_minor,_op._80_-_IV._Allegro_moderato
(10)_String_Quartet_No._14,_op._122_-_I._crotchet_=_96_-
(11)_String_Quartet_No._14,_op._122_-_II._crotchet_=_63_-
(12)_String_Quartet_No._14,_op._122_-_III._crotchet_=_108_-
(13)_String_Quartet_No._14,_op._122_-_IV._dotted_crotchet_=_54_-
(14)_String_Quartet_No._14,_op._122_-_V._crotchet_=_152

Quatuor Danel   

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Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) - Flute Quartets Nos. 1-4

Os quartetos para flauta de Wolfgang Amadeus Mozart são obras significativas tanto no repertório da flauta quanto na música de câmara do período clássico. Compostos entre 1777 e 1786, esses quartetos foram escritos em um momento em que Mozart enfrentava pressões financeiras e buscava trabalhos por encomenda. Eles representam uma união refinada entre a elegância clássica e a virtuosidade discreta da flauta. 

O K. 285 foi escrito em 1777. É o mais famoso dos quatro quartetos. A flauta tem papel proeminente, com passagens virtuosas e melódicas. O K 285a também é do ano de 1777.  Possui um caráter mais sereno que o anterior. O K 285b também é do ano de 1777. Possui um estrutura simples, provavelmente não finalizado por Mozart. E o K 298 é do ano 1786. É marcado por um caráter humorístico e leve, com citações de melodias populares da época.

Um disco imperdível. Belíssimo. Escutei duas vezes. Não deixe de fazê-lo. Uma boa apreciação!

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) - 

01. Flute Quartet No. 1 in D Major, K. 285 -  I. Allegro
02. Flute Quartet No. 1 in D Major, K. 285 -  II. Adagio
03. Flute Quartet No. 1 in D Major, K. 285 -  III. Rondeau. Allegretto
04. Flute Quartet No. 2 in G Major, K. 285a -  I. Andante
06. Flute Quartet No. 3 in C Major, K. 285b -  I. Allegro
07. Flute Quartet No. 3 in C Major, K. 285b -  II. Thema. Andantino
08. Flute Quartet No. 4 in A Major, K. 298 -  I. Thema. Andante
09. Flute Quartet No. 4 in A Major, K. 298 -  II. Menuetto and Trio
10. Flute Quartet No. 4 in A Major, K. 298 -  III. Rondeau. Allegretto grazioso

Chilingirian Quartet
Susan Milan, flauta
Levon Chilingirian, violino
Louise Williams, viola
Philip de Groote, violoncelo 

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terça-feira, 14 de outubro de 2025

Mieczyslaw Weinberg (1919-1996) - Quartet for Strings No. 6, Op. 35, Quartet for Strings No. 8, Op. 66 e Quartet for Strings no 15, Op. 124 - vol. 3

Vamos ao terceiro disco com os quartetos de cordas de Mieczyslaw Weinberg. O compositor tem aparecido bastante por aqui ao longo do ano. Neste disco, encontramos três dos seus quartetos de cordas - os de número 6, 8 e 15. 

O Quarteto de Nº 6 é do ano de 1946. Este quarteto foi incluído numa lista de obras proibidas por ser considerado formalista demais. O som é dele intenso, amplo, emocional. Há contrastes fortes entre momentos de violência quase “shostakovichiana” e passagens mais introspectivas e sombrias. Já o Quarteto de Nº 8 é do ano de 1959. Foi por muito tempo um dos quartetos de Weinberg mais divulgados no Ocidente. 

E, por fim, o de Nº 15 foi composto em 1979. Foi um dos últimos quartetos escritos pelo compositor. O estilo é mais radical, em certa medida: harmonias mais aguçadas, mais dissonantes; texturas experimentais; contrastes fortes entre movimentos muito lentos/reflexivos e outros muito intensos ou percussivos. 

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Mieczyslaw Weinberg (1919-1996) -

(01)_Quartet_for_Strings_No._6,_Op._35_-_I._Allegro_semplice
(02)_Quartet_for_Strings_No._6,_Op._35_-_II._Presto_agitato
(03)_Quartet_for_Strings_No._6,_Op._35_-_III._Allegro_con_fuoco
(04)_Quartet_for_Strings_No._6,_Op._35_-_IV._Adagio
(05)_Quartet_for_Strings_No._6,_Op._35_-_V._Moderato_commodo
(06)_Quartet_for_Strings_No._6,_Op._35_-_VI._Andante_maestoso
(07)_Quartet_for_Strings_No._8,_Op._66
(08)_Quartet_for_Strings_no_15,_Op._124_-_I._crotchet_=_69
(09)_Quartet_for_Strings_no_15,_Op._124_-_II._crotchet_=_56
(10)_Quartet_for_Strings_no_15,_Op._124_-_III._dotted_crotchet_=_84
(11)_Quartet_for_Strings_no_15,_Op._124_-_IV._crotchet_=_112
(12)_Quartet_for_Strings_no_15,_Op._124_-_V._crotchet_=_192
(13)_Quartet_for_Strings_no_15,_Op._124_-_VI._crotchet_=_176
(14)_Quartet_for_Strings_no_15,_Op._124_-_VII._crotchet_=_72
(15)_Quartet_for_Strings_no_15,_Op._124_-_VIII._crotchet_=_80
(16)_Quartet_for_Strings_no_15,_Op._124_-_IX._crotchet_=_60

Quatuor Danel  

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Robert Schumann (1810-1856) - Sinfonia nº 3 em Mi bemol maior, Op. 97 – “Renana” e Sinfonia nº 1 em Si bemol maior, Op. 38 – “Primavera”

Tenho uma grande admiração pelos trabalhos sinfônicos de Robert Schumann. São obras de grande beleza, imaginação poética e expressividade. Ele escreveu ao todo quatro sinfonias. Neste disco, encontramos duas delas. A primeira delas é a "Primavera", escrita em 1841, em um período de chamativa, enérgica inspiração. O impulso inicial veio de um poema de Adolf Böttger que celebrava a chegada da primavera, ideia que Schumann traduziu em música com entusiasmo e energia juvenil.

O outro trabalho sinfônico fica por conta da "Renana", escrita em 1850. Foi escrita em 1850, logo após Schumann assumir o cargo de diretor musical em Düsseldorf, cidade às margens do rio Reno. Essa nova fase de sua vida, marcada por otimismo e estabilidade momentânea, inspirou uma sinfonia profundamente ligada à paisagem, à cultura e ao espírito da região renana. A “Renana” é uma celebração da natureza e da vida, expressa em cores orquestrais ricas e em uma estrutura inovadora, que antecipa tendências sinfônicas posteriores. 

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Robert Schumann (1810-1856) - 

01. Symphony No. 3 in E-Flat Major, Op. 97 -Die Rheinische-- I. Lebhaft
02. Symphony No. 3 in E-Flat Major, Op. 97 -Die Rheinische-- II. Scherzo. Sehr mäßig
03. Symphony No. 3 in E-Flat Major, Op. 97 -Die Rheinische-- III. Nicht schnell
04. Symphony No. 3 in E-Flat Major, Op. 97 -Die Rheinische-- IV. Feierlich
05. Symphony No. 3 in E-Flat Major, Op. 97 -Die Rheinische-- V. Lebhaft
06. Symphony No. 1 in B-Flat Major, Op. 38 -Die Frühlingssinfonie-- I. Andante un poco maestoso - Allegro molto vivace
07. Symphony No. 1 in B-Flat Major, Op. 38 -Die Frühlingssinfonie-- II. Larghetto
08. Symphony No. 1 in B-Flat Major, Op. 38 -Die Frühlingssinfonie-- III. Scherzo
09. Symphony No. 1 in B-Flat Major, Op. 38 -Die Frühlingssinfonie-- IV. Allegro animato e grazioso

Cappella Aquileia
Marcus Bosch, regente 

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segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Mieczyslaw Weinberg (1919-1996) - Quartet for Strings No. 7, Op.59, Quartet for Strings No. 11, Op. 89 e Quartet for Strings No. 13, Op.118 - Vol. 2

 

Confesso que eu ainda não conhecia a obra camerística de Mieczyslaw Weinberg, compositor nascido na Polônia, mas que viveu boa parte de sua existência na União Soviética. Amigo de Dmitri Shostakovich, a obra de Weinberg é algo que precisa ser conhecido pela sua funda significação. Sua música possui cintilações da música de Shostakovich. Ele escreveu 17 quartetos de cordas ao todo. As obras são um verdadeiro diário íntimo do compositor. 

Neste segundo disco que postamos, encontramos três deles. O primeiro deles é o de 7, escrito em 1957. Após anos de tensão política e censura artística na era stalinista, o compositor encontrou neste quarteto uma forma de respirar. O primeiro movimento exibe um diálogo intenso entre as cordas, alternando lirismo e sarcasmo — ecos inegáveis de Shostakovich, mas já filtrados por uma sensibilidade distinta. Há um sentido de reconstrução, como se a música buscasse reaprender a caminhar após o trauma. O andamento lento central é de uma beleza austera, quase espiritual, enquanto o final traz uma energia nervosa, instável, que parece se recusar ao repouso. 

Logo em seguida, aparece o de Nº 11, escrito em 1965; obra de maturidade que mergulha nas zonas mais sombrias da memória. Aqui, o discurso se torna mais fragmentado, e o silêncio assume papel central. A linguagem harmônica é mais livre, a forma menos previsível — reflexo de um artista que já não teme abandonar as convenções. O quarteto sugere uma conversa interrompida, cheia de pausas e respirações. Temas líricos emergem e logo se desfazem, como lembranças distantes. 

E o último é de Nº 13, escrito em 1977. Pertence à última fase das produções do compositor. A linguagem é econômica, concentrada, por vezes quase minimalista. Não há explosões nem gestos heroicos: apenas a voz de um criador maduro que fala baixo, mas com autoridade. Ou seja, uma obra que afirma que, para Weinberg, o quarteto é um território ostensivamente existencial.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Mieczyslaw Weinberg (1919-1996) -

(01)_Quartet for Strings_No._7,Op.59-I.Adagio
(02)_Quartet for Strings_No._7,Op.59-II.Allegretto
(03)_Quartet for Strings_No._7,Op.59-III.Adagio_-_Allegro_-_Adagio
(04)_Quartet for Strings_No._11,Op.89-I.Allegro_assai
(05)_Quartet for Strings_No._11,Op.89-II.Allegretto
(06)_Quartet for Strings_No._11,Op.89-III.Adagio_semplice
(07)_Quartet for Strings_No._11,Op.89-IV.Allegro_leggiero
(08)_Quartet for Strings_No._13,Op.118

Quatuor Danel  

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Maurice Ravel (1875-1937) - Piano Concerto in G Major, M. 83, Valses nobles et sentimentales, M. 61, Piano Concerto in D Major for the Left Hand, M. 82 e Pavane pour une infante défunte, M. 19

Como gosto de Ravel. Que compositor extraordinário! Que melodias sublimes. Abaixo, algumas palavras extraídas do encarte:

"Nelson Goerner sempre sonhou em registrar essas duas obras-primas do repertório concertante. Ao lado de Kazuki Yamada, encontrou o parceiro ideal para interpretar os dois concertos para piano de Ravel com a sensibilidade e a poesia que consagraram seu nome internacionalmente.

Compostos na mesma época e ambos estreados em 1932, os concertos revelam, porém, personalidades contrastantes. Apresentado em Viena, o Concerto para a Mão Esquerda foi encomendado pelo pianista Paul Wittgenstein, que havia perdido o braço direito em 1914. Já o Concerto em Sol, estreado em Paris, destaca-se pelo brilho rítmico e pelas célebres passagens virtuosísticas do piano.

Muito antes dessas obras, Ravel havia composto a Pavane pour une infante défunte, miniatura célebre marcada por uma delicada melancolia. O programa se completa com as Valses nobles et sentimentales, ciclo de oito peças interligadas que, segundo Marguerite Long — pianista que estreou o Concerto em Sol —, representam “um panorama estilístico da valsa”.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Maurice Ravel (1875-1937) - 

01. Ravel- Piano Concerto in G Major, M. 83- I. Allegramente
02. Ravel- Piano Concerto in G Major, M. 83- II. Adagio assai
03. Ravel- Piano Concerto in G Major, M. 83- III. Presto
04. Ravel- Valses nobles et sentimentales, M. 61- No. 1, Modéré, très franc
05. Ravel- Valses nobles et sentimentales, M. 61- No. 2, Assez lent, avec une expression intense
06. Ravel- Valses nobles et sentimentales, M. 61- No. 3, Modéré
07. Ravel- Valses nobles et sentimentales, M. 61- No. 4, Assez animé
08. Ravel- Valses nobles et sentimentales, M. 61- No. 5, Presque lent, dans un sentiment intime
09. Ravel- Valses nobles et sentimentales, M. 61- No. 6, Vif
10. Ravel- Valses nobles et sentimentales, M. 61- No. 7, Moins vif
11. Ravel- Valses nobles et sentimentales, M. 61- No. 8, Épilogue. Lent
12. Ravel- Piano Concerto in D Major for the Left Hand, M. 82- Ia. Lento
13. Ravel- Piano Concerto in D Major for the Left Hand, M. 82- Ib. Più lento
14. Ravel- Piano Concerto in D Major for the Left Hand, M. 82- IIa. Allegro
15. Ravel- Piano Concerto in D Major for the Left Hand, M. 82- IIb. Più vivo ed accelerando
16. Ravel- Pavane pour une infante défunte, M. 19

Orchestre Philharmonique de Monte-Carlo

Nelson Goerner, piano
Kazuki Yamada, regente 

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domingo, 12 de outubro de 2025

Richard Wagner (1813-1883) - Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96

Fico a pensar que, se para ouvir Wagner, há uma exigência hercúlea, um esforço atento, imagine a execuação de sua música; talvez, exista um esforço técnico de vontade quase sobre-humana para os músicos. "Os mestres cantores é do ano de 1868". É única comédia do compositor ainda amplamente encenada, a ópera combina humor, lirismo e reflexão sobre o próprio papel da arte na sociedade. É uma celebração da tradição alemã, mas também uma meditação sobre a tensão entre a inovação e o respeito às formas consagradas. 

Ambientada no século XVI, na cidade livre de Nuremberg, a obra apresenta uma confraria de artesãos que, além de exercerem seus ofícios, se dedicam ao canto. Entre eles está Hans Sachs, o sapateiro-poeta que simboliza o artista ideal: ao mesmo tempo fiel à tradição e aberto ao novo. Quando o jovem cavaleiro Walther von Stolzing desafia as rígidas regras dos mestres para conquistar o amor de Eva, filha de um dos cantores, Sachs torna-se o mediador entre o espírito livre e a disciplina das formas antigas.

Musicalmente, Wagner rompe com as convenções da ópera italiana e francesa, apostando em uma fusão entre drama, poesia e música. O famoso prelúdio — vibrante e majestoso — já anuncia o tom da obra: a afirmação de uma arte nacional, mas não chauvinista, construída sobre o diálogo entre passado e presente.

Estreada em Munique sob a regência de Hans von Bülow, “Os Mestres Cantores” rapidamente se tornou uma das partituras mais influentes do século XIX. Apesar de sua posterior apropriação ideológica pelo nacionalismo alemão, a obra contém uma mensagem humanista que resiste às distorções históricas: a verdadeira arte nasce do equilíbrio entre liberdade criadora e consciência da tradição. 

Palavras de do regente Christian Thielemann:

"Vejo Die Meistersinger como o eixo central de toda a obra de Wagner. De um lado, é uma reação a Tristão; de outro, Wagner havia se enredado num beco sem saída com Siegfried, e esses dois trabalhos juntos lhe mostraram a saída. O fascinante em Die Meistersinger é que nele se encontra tudo: herói e anti-herói, comédia e tragédia, amantes nobres e populares, farsa e reflexão, o velho e o novo — em suma, um mundo inteiro.

As palavras mágicas que, para mim, resumem a obra são “atmosfera” e “poesia”. Como posso, enquanto maestro, fazer a música cintilar em suas exagerações e paródias e, ao mesmo tempo, conferir-lhe autoridade? E, em sentido inverso, como fazer com que seu emocionalismo soe não falso, mas autêntico, ressaltando a nota popular e profundamente sentida que há nessa música?

Wagner, em essência, pede a seus intérpretes que façam o impossível — que “quadraturem o círculo” —, e é isso que torna Die Meistersinger uma obra tão difícil de executar. Talvez só se possa alcançar esse feito por osmose: se nos abrirmos por completo a todos os seus humores, cores e aromas, respirando-os tão profundamente que eles voltem a emergir de nós, naturalmente, no momento certo".

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Richard Wagner (1813-1883) - 

DISCO 01

01. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96: Vorspiel (Live)
02. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act I Scene 1: Da zu dir der Heiland kam (Live)
03. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act I Scene 1: Verweilt! Ein Wort! Ein einzig Wort! (Live)
04. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act I Scene 1: Da bin ich! Wer ruft? (Live)
05. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act I Scene 2: David, was stehst? (Live)
06. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act I Scene 2: Mein Herr, der Singer Meister-Schlag (Live)
07. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act I Scene 2: Der Meister Tön und Weisen (Live)
08. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act I Scene 2: Damit, Herr Ritter, ist's so bewandt (Live)
09. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act I Scene 2: Aller End ist doch David der Allergescheit'st (Live)
10. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act I Scene 3: Seid meiner Treue wohl versehen (Live)
11. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act I Scene 3: Gott grüß Euch, Meister! (Live)
12. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act I Scene 3: Das schöne Fest, Johannistag (Live)
13. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act I Scene 3: Vielleicht schon ginget Ihr zu weit (Live)
14. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act I Scene 3: Dacht ich mir's doch! (Live)
15. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act I Scene 3: Am stillen Herd in Winterszeit (Live)
16. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act I Scene 3: Nun, Meister, wenn's gefällt (Live)

DISCO 02

01. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act I Scene 3: Fanget an! (Live)
02. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act I Scene 3: Seid Ihr nun fertig? (Live)
03. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act I Scene 3: Halt Meister! Nicht so geeilt! (Live)
04. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act II Scene 1: Johannistag! Johannistag! (Live)
05. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act II Scene 2: Laß sehn, ob Meister Sachs zu Haus? (Live)
06. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act II Scene 3: Zeig her! (Live)
07. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act II Scene 3: Was duftet doch der Flieder (Live)
08. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act II Scene 4: Gut'n Abend, Meister! (Live)
09. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act II Scene 4: Hilf Gott! Wo bliebst du nur so spat? (Live)
10. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act II Scene 5: Da ist er! (Live)
11. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act II Scene 5: Geliebter, spare den Zorn! (Live)
12. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act II Scene 5: Üble Dinge, die ich da merk (Live)
13. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act II Scene 6: Tu's nicht! (Live)
14. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act II Scene 6: Jerum! Jerum! (Live)
15. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act II Scene 6: Das Fenster geht auf! (Live)
16. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act II Scene 6: Den Tag seh ich erschienen (Live)
17. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act II Scene 6: Mit den Schuhen ward ich fertig schier (Live)

DISCO 03

01. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act III: Vorspiel (Live)
02. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act III Scene 1: Gleich, Meister! Hier! (Live)
03. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act III Scene 1: Am Jordan Sankt Johannes stand (Live)
04. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act III Scene 1: Wahn! Wahn! Überall Wahn! (Live)
05. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act III Scene 2: Grüß Gott, mein Junker! (Live)
06. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act III Scene 2: Mein Freund! In holder Jugendzeit (Live)
07. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act III Scene 2: Morgenlich leuchtend in rosigem Schein (Live)
08. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act III Scene 3: Ein Werbelied! Von Sachs! Ist's wahr? (Live)
09. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act III Scene 3: Das Gedicht? Hier ließ ich's (Live)
10. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act III Scene 4: Sieh, Evchen! (Live)
11. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act III Scene 4: Hat man mit dem Schuhwerk nicht seine Not! (Live)
12. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act III Scene 4: Ein Kind ward hier geboren (Live)

DISCO 04

01. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act III Scene 4: Die selige Morgentraumdeut-Weise (Live)
02. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act III Scene 5: Sankt Krispin, lobet ihn! (Live)
03. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act III Scene 5: Ihr tanzt? Was werden die Meister sagen? (Live)
04. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act III Scene 5: Silentium! Silentium! (Live)
05. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act III Scene 5: Euch macht Ihr's leicht, mir macht Ihr's schwer (Live)
06. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act III Scene 5: Nun denn, wenn's Meistern und Volk beliebt (Live)
07. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act III Scene 5: Das Lied fürwahr ist nicht von mir (Live)
08. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act III Scene 5: Morgenlich leuchtend in rosigem Schein (Live)
09. Die Meistersinger von Nürnberg, WWV 96, Act III Scene 5: Verachtet mir die Meister nicht (Live)

Staatskapelle Dresden
Christian Thielemann, regente 

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sábado, 11 de outubro de 2025

Piotr I. Tchaikovsky (1840-1893) - Manfred Symphony in B minor, Op. 58, Marche slave, Op.31, Romeo and Juliet, fantasy-overture for orchestra in B minor e Sergey Rahmaninov (1873-1943) - Symphony No. 2 in E minor, Op. 27

Um disco para se ouvir mais de uma vez. As obras aqui encontradas são de dois compositores russos; românticos tardios dos quais eu gosto bastante. Destacarei apenas as obras maiores. A primeira delas é Sinfonia Manfredo, inspirada no personagem criado por Lord Byron. É possível observar pelas características e evocações dramáticas e sombrias a influência de Liszt. O herói manfrediano, atormentado por culpa e desespero, encontra em Tchaikovsky um espelho perfeito: o compositor, sempre dividido entre a introspecção e o brilho teatral, transforma o tema em um confessionário orquestral. A orquestra explode em cores, mas o centro é sombrio — não há reconciliação, apenas resignação. É Tchaikovsky olhando o abismo, e encontrando nele uma espécie de beleza trágica. De Tchaikovsky ainda aparecem a impetuosa "Marcha Eslava" e a "Abertura Romeu e Julieta", uma das obras mais bonitas e brilhantes de Tchaikovsky; o compositor capta toda a psicologia em torno do drama dos dois jovens apaixonados. 

A outra grandiosa do disco é a Sinfonia No. 2, Rcahmaninov, já escrita no século XX (1907), 14 anos após a morte de Tchaikovsky. Rach já era um compositor em ascensão, embora a sua Primeira Sinfonia não tenha obtido o sucesso que ele esperava, a Segunda é uma tentativa de se reconciliar consigo mesmo. O século XIX havia passado e a Rússia se equilibrava entre o passado e o modernismo. Rachmaninov procurava equilibrar essa tensão, criando um trabalho belo e repleto de evocações à memória. O Adagio é um dos momentos mais bonitos da música do século XX, não obstante esteja impregnado de um olhar para o passado. 

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Piotr I. Tchaikovsky (1840-1893) - 

DISCO 01

01 - Manfred Symphony in B minor, Op. 58 I. Lento lugubre - Moderato con moto - Andante
02 - Manfred Symphony in B minor, Op. 58 II. Vivace con spirito
03 - Manfred Symphony in B minor, Op. 58 III. Andante con moto
04 - Manfred Symphony in B minor, Op. 58 IV. Allegro con fucco
05 - Marche slave, Op.31

DISCO 02

01 - Tchaikovsky - Romeo and Juliet, fantasy-overture for orchestra in B minor (3 versions)
02 - Rachmaninov - Symphony No. 2 in E minor, Op. 27 I. Largo - Allegro moderato
03 - Rachmaninov - Symphony No. 2 in E minor, Op. 27 II. Allegro molto
04 - Rachmaninov - Symphony No. 2 in E minor, Op. 27 III. Adagio
05 - Rachmaninov - Symphony No. 2 in E minor, Op. 27 IV. Allegro vivace

London Symphony Orchestra
André Previn, regente
Royal Philharmonic Orchestra
Yuri Termirkanov, regente 

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sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Piotr. I. Tchaikovsky (1840-1893) - Violin Concerto in D Major, Op. 35 e Béla Bartók (1881-1945) - Violin Concerto No. 2, Sz. 112

"No início de 1878, Nadezhda von Meck, patronesse de Tchaikovsky, deu ao compositor uma boa quantia para que ele pudesse repousar no campo. Ela achava que, depois do fracasso de seu casamento com Antonina Miliukova e de sua tentativa de suicídio no Rio Moscou, ele merecia uma viagem de férias fora da Rússia.

Acompanhado pelo violinista Joseph Kotek, os dois rumaram para Clarens, na Suíça, levando uma pilha de partituras de música para violino, incluindo a Symphonie espagnole, de Lalo. Esta teria sido uma fonte de inspiração para o Concerto para Violino e Orquestra em Ré Maior, que Tchaikovsky começou a compor em 17 de março e terminou apenas duas semanas depois.

Mal sabia Tchaikovsky que estava criando uma tempestade de críticas, começando pela própria Nadezhda von Meck, que lhe escreveu expressando sua decepção. “Tenho esperança de que, com o tempo, a peça lhe dará prazer”, respondeu-lhe o compositor.

Leopold Auer, spalla da Orquestra Imperial, a quem o concerto havia sido dedicado, recusou-se a tocá-lo, dizendo ser ele “inapropriado ao caráter do instrumento”. Já Eduard Hanslick, um dos mais importantes críticos da época, escreveu uma verdadeira torrente de impropérios sobre a obra. Tchaikovsky recortou a crítica e a carregou em seu bolso por vários meses.

O concerto parecia destinado ao fracasso, quando as coisas começaram a mudar em dezembro de1881. O violinista Adolf Brodsky, a quem a peça também havia sido dedicada, fez a sua estreia em Viena e escreveu: “O concerto pode ser executado várias vezes sem ficar monótono”. O concerto tinha revivido!

Hoje em dia, a obra faz parte de uma trilogia de concertos para violino da era romântica que inclui ainda os de Mendelssohn e Brahms, sendo o de Tchaikovsky o mais popular. Isto não quer dizer que ela seja fácil.

Apesar de seu caráter lírico, o primeiro movimento termina com uma cadenza extremamente difícil composta por uma série de fogos de artifício técnicos. O segundo movimento, uma Canzonella, tem um sabor italiano, como seu nome implica: música simples, de profundo sentimento, com uma esplêndida transição que leva ao rondó final. Sobre este, diz um crítico: “O final tem de tudo: melodias inesquecíveis, drama, ternura e brilho.” Aqui

"O Concerto para Violino nº 2 , tamanho 112, BB 117, de Béla Bartók , foi escrito em 1937-38. Durante a vida do compositor, era conhecido simplesmente como Concerto para Violino. Seu outro concerto para violino, o Concerto para Violino nº 1 , tamanho 36, BB 48a, foi escrito entre 1907 e 1908, mas só foi publicado em 1956, após a morte do compositor, como "Concerto para Violino nº 1, Op. posth."

Bartók compôs o concerto em uma fase difícil de sua vida, quando estava tomado por sérias preocupações com a crescente força do fascismo . Ele tinha firmes opiniões antifascistas e, por isso, tornou-se alvo de vários ataques na Hungria pré-guerra .

Bartók planejou inicialmente escrever um concerto de movimento único com um conjunto de variações , mas Zoltán Székely queria um concerto padrão de três movimentos. No final, Székely recebeu seus três movimentos, enquanto Bartók recebeu suas variações: o segundo movimento é um conjunto formal de variações, e o terceiro movimento é uma variação do material do primeiro". Daqui

01 - Violin Concerto in D Major, Op. 35_I. Allegro moderato - Moderato assai
02 - Violin Concerto in D Major, Op. 35_II. Canzonetta. Andante - Attacca subito
03 - Violin Concerto in D Major, Op. 35_III. Finale. Allegro vivacissimo
04 - Violin Concerto No. 2, Sz. 112_I. Allegro non troppo
05 - Violin Concerto No. 2, Sz. 112_II. Andante tranquillo
06 - Violin Concerto No. 2, Sz. 112_III. Allegro molto

Swiss Festival Orchestra
Lorin Maazel, regente
Ernest Ansermet, regente
Isaac Stern, violino 

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quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Gustav Mahler (1860-1911) - Symphony No. 1 in D Major - "Titan"

Do encarte do disco:

"Os cintilantes harmônicos de cordas que abrem a Primeira Sinfonia de Gustav Mahler evocam a respiração suspensa da primavera e, já para o público de estreia, sinalizavam a chegada de uma nova era sinfônica. Logo nos primeiros compassos, o compositor apresenta elementos que se tornariam marcas de sua linguagem musical: os sons da natureza — como o canto do cuco — entrelaçam-se a fanfarras de caráter quase militar e a sinuosas passagens cromáticas nos violoncelos, como se ilustrassem a visão de Mahler da sinfonia como uma arte total e abrangente.

Originalmente batizada de Titan, a obra incorpora temas do ciclo de canções Lieder eines fahrenden Gesellen (Canções de um Companheiro Errante). Mahler também insere referências à música popular da Morávia — perceptíveis no segundo movimento — e, no célebre terceiro movimento, cita a cantiga infantil Bruder Martin (Frère Jacques) em um tom menor, criando um contraste entre ingenuidade e melancolia.

O finale transporta o ouvinte a um universo de teatralidade gótica, próximo à grandiosa ópera romântica, até culminar — após uma série de falsos começos — em um desfecho heróico e coral.

Nesta gravação, a Minnesota Orchestra, sob a regência de Osmo Vänskä, dá vida a esse microcosmo sinfônico". Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Gustav Mahler (1860-1911) - 

Symphony No. 1 in D Major
01. I. Langsam, schleppend. Immer sehr gemächlich
02. II. Kräftig bewegt, doch nicht zu schnell
03. III. Feierlich und gemessen, ohne zu schleppen
04. IV. Stürmisch bewegt - Energisch

Minnesota Orchestra
Osmo Vänskä, regente 

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quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Alan Hovhaness (1911-2000) - Violin Concerto No. 2, Op. 89a & Works for Violin & Piano

Alan Hovhaness foi um compositor americano de ascendência armênia e escocesa, notável por sua escolha eclética de material de tradições não europeias.

Hovhaness estudou composição com Frederic Converse no Conservatório da Nova Inglaterra de 1932 a 1934 e em 1942 no Berkshire Music Center em Tanglewood, Massachusetts, com Aaron Copland , Leonard Bernstein e Bohuslav Martinů . Ele lecionou no Conservatório de Boston (1948–51) e viajou e compôs extensivamente. Aos 30 anos, ele se interessou pela música armênia e, mais tarde, ampliou seu foco para incluir música do Oriente Médio e da Ásia. Em 1959, durante uma viagem à Índia e ao Japão, ele estudou com músicos locais e executou e regeu suas próprias obras. Em 1965, Hovhaness iniciou sua própria gravadora (Poseidon Records), que era destinada principalmente à gravação de suas próprias obras e que ele manteve por mais de 15 anos. Em 1966, ele se tornou compositor residente da Orquestra Sinfônica de Seattle.

As composições de Hovhaness baseavam-se em muitos recursos rítmicos, melódicos e instrumentais exóticos, como indicam seus títulos descritivos. Seu estilo é frequentemente modal e ritmicamente complexo, mas é liricamente expressivo e minimiza a harmonia. A Sinfonia nº 16 para cordas e percussão coreana (primeira execução em 1963) mostra o uso de grupos instrumentais incomuns, assim como seu Sexteto para violino, tímpanos, bateria, tam-tam, marimba e glockenspiel (1966).
 
Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Alan Hovhaness (1911-2000) - 

01. Violin Concerto No. 2, Op. 89a: I. Pastoral
02. Violin Concerto No. 2, Op. 89a: II. Aria
03. Violin Concerto No. 2, Op. 89a: III. Allegro
04. Violin Concerto No. 2, Op. 89a: IV. Aria
05. Violin Concerto No. 2, Op. 89a: V. Presto
06. Violin Concerto No. 2, Op. 89a: VI. Recitative and Lullaby
07. Violin Concerto No. 2, Op. 89a: VII. Hymn
08. Yeraz, Op. 56 No. 2
09. Khirgiz Suite, Op. 73 No. 1: I. Variations
10. Khirgiz Suite, Op. 73 No. 1: II. A Khirgiz Tala
11. Khirgiz Suite, Op. 73 No. 1: III. Allegro molto
12. Les baux, Op. 261
13. Violin Sonata, Op. 11: I. Allegro
14. Violin Sonata, Op. 11: II. Andante sostenuto
15. Violin Sonata, Op. 11: III. Allegro moderato
16. 3 Visions of Saint Mesrob, Op. 198: No. 1, Celestial Mountain
17. 3 Visions of Saint Mesrob, Op. 198: No. 2, Celestial Bird
18. 3 Visions of Saint Mesrob, Op. 198: No. 3, Celestial Alphabet
19. Varak, Op. 47a

Salzburg Chamber Soloists 

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terça-feira, 7 de outubro de 2025

Ignaz Pleyel (1757-1831) - String Quartets Nos. 4 - 6

Em meio à efervescência musical do final do século XVIII, o nome de Ignaz Pleyel ocupa um lugar de curiosa dualidade: ao mesmo tempo discípulo de Joseph Haydn e precursor de uma sensibilidade mais romântica, Pleyel foi um compositor extremamente popular em sua época — mais conhecido, talvez, por seu talento em equilibrar elegância formal e encanto melódico.

Escritos provavelmente entre o final da década de 1780 e o início dos anos 1790 — período em que o quarteto de cordas se consolidava como gênero central da música de câmara —, os três quartetos que parecem neste disco demonstram como Pleyel absorveu as lições de Haydn sem jamais se limitar a imitá-lo. Há neles uma busca por equilíbrio entre o diálogo instrumental e a singeleza melódica, um traço que o tornaria muito apreciado pelo público amador e pelos salões europeus.

O Quarteto n.º 4 destaca-se pela clareza estrutural e pelo humor discreto que percorre seus movimentos, com passagens em que o violino assume um papel solista sem perder a harmonia do conjunto. Já o n.º 5 revela um caráter mais introspectivo, explorando nuances dinâmicas e contrastes harmônicos que antecipam o gosto expressivo do início do século XIX. Por sua vez, o Quarteto n.º 6 sintetiza as qualidades mais típicas de Pleyel: graça, equilíbrio e uma fluidez natural que faz a música parecer quase espontânea. 

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Ignaz Pleyel (1757-1831) - 

01 - String Quartet in C major Allegro con spirito
02 - String Quartet in C major Adagio cantabile
03 - String Quartet in C major Rondo-Allegro
04 - String Quartet in A major Allegro non troppo
05 - String Quartet in A major Romance cantabile
06 - String Quartet in A major Rondo-Allegro
07 - String Quartet in Eb major Allegro
08 - String Quartet in Eb major Variazione. Tempo di Menuetto-Presto

Pleyel Quartett Köln 

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segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Mieczyslaw Weinberg (1919-1996) - String Quartet No. 4, Op. 20 e String Quartet No. 16, Op. 130 - Vol. 1


 Um textinho encontrado aqui:

"A música de Mieczysław Weinberg (1919-1996) está entre alguns dos maiores tesouros escondidos do século XX. Nascido na Polônia, Weinberg emigrou para a Rússia em circunstâncias perigosas, onde viveria o resto de seus dias entre a fama merecida e o abandono injustificado. Frequentemente visto à sombra de seu amigo íntimo Dimitry Shostakovich, por quem era considerado um dos compositores mais destacados da época, Weinberg está sendo lentamente redescoberto como um gênio do século XX, uma figura de imensa importância no panorama da música clássica pós-moderna.

O idioma musical de Weinberg mistura estilisticamente formas tradicionais e contemporâneas, combinando uma linguagem individual e livremente tonal, inspirada em Shostakovich, com influências étnicas (judaicas, polonesas, moldavas) e um senso único de forma, harmonia e cor. Sua prolífica produção inclui nada menos que 17 quartetos de cordas, mais de 20 sinfonias de grande escala, inúmeras sonatas para instrumentos de cordas solo e piano, bem como óperas e trilhas sonoras de filmes. Com o fluxo constante de gravações, publicações de partituras e concertos na última década, muitas dessas preciosidades foram desenterradas para finalmente receber o reconhecimento e a atenção da crítica que merecem".

Não deixe ouvir. Uma boa apreciação!

Mieczyslaw Weinberg (1919-1996) - 

(01)_Quartet_for_Strings_no_4_Op_20_Allegro_Comodo
(02)_Moderato_assai
(03)_Largo_mariciale
(04)_Allegro_moderato
(05)_Quartet_for_Strings_no_16_Op_130_Allegro
(06)_Allegro_Andantino_Allegro
(07)_Lento
(08)_Moderato

Quatuor Danel 

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domingo, 5 de outubro de 2025

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) - Symphonies 13-16, 23-27, 29, 32

Mozart, ao longo de sua curta existência, escreveu mais de quarenta sinfonias. Ou seja, é uma proporção de mais de uma sinfonia por ano. O compositor viveu pouco mais de 35 anos de idade. Quando observamos outros compositores como Beethoven (9), Schubert (9), Mendelssohn (5), Brahms (4), Rachmaninov (3) ou Tchaikovsky (6), a produção mozartiana impressiona. Não chega a ser o que Haydn escreveu - mais de 100. Mas se deve levar em conta que Haydn viveu mais de duas vezes o que Mozart viveu. Acredito que se Mozart tivesse vivido os longevos 77 anos de Haydn, certamente teria rivalizado com seu patrício. 

É possível perceber uma trajetória de crescimento técnico, estilístico e expressivo por parte do Mozart. Algumas dessas obras foram escritas quando jovem era inspirado adolescente. Por exemplo, neste excelente disco, as sinfonias de 13 a 16, foram escritas quando o compositor estava entre 15 e 16 anos.  Já as sinfonias de 23 a 27 foram escritas em 1773 e é perceptível o salto qualitativo e o alcance expressivo da orquestra. As sinfonias são intensas, dramáticas, quase pré-românticas, antecipam a força emocional que mais tarde seria associada a compositores como Beethoven.

A Sinfonia No. 29 foi composta em 1774. Ela é habitualmente considerada como a primeira grande sinfonia do compositor. Nela, o compositor alcança uma clareza estrutural e uma riqueza temática que elevam a obra a um patamar novo. O diálogo entre cordas e sopros, a elegância das melodias e o equilíbrio formal revelam o domínio absoluto do jovem sobre o gênero.

A Sinfonia No. 32 foi escrita em 1779. Ela é compacta, vigorosa, com três movimentos que se sucedem sem interrupção. As obras desse disco são menos conhecidas que as três últimas escritas pelo compositor, mas são excelentes para conhecer as facetas do gênio austríaco. Não se chega ao topo em um único dia. Não se deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) - 

DISCO 01

01 - Symphony No. 13 in F, K.112 - 1. Allegro
02 - Symphony No. 13 in F, K.112 - 2. Andante
03 - Symphony No. 13 in F, K.112 - 3. Menuetto
04 - Symphony No. 13 in F, K.112 - 4. Molto allegro
05 - Symphony No. 14 in A, K.114 - 1. Allegro moderato
06 - Symphony No. 14 in A, K.114 - 2. Andante
07 - Symphony No. 14 in A, K.114 - 3. Menuetto
08 - Symphony No. 14 in A, K.114 - 4. Allegro molto
09 - Symphony No. 15 in G, K.124 - 1. Allegro
10 - Symphony No. 15 in G, K.124 - 2. Andante
11 - Symphony No. 15 in G, K.124 - 3. Menuetto
12 - Symphony No. 15 in G, K.124 - 4. Presto
13 - Symphony No. 16 in C, K.128 - 1. Allegro maestoso
14 - Symphony No. 16 in C, K.128 - 2. Andante grazioso
15 - Symphony No. 16 in C, K.128 - 3. Allegro
16 - Symphony No. 23 In D, K.181 - Allegro spiritoso - Andantino grazioso - Presto assai
17 - Symphony No. 24 in B Flat, K.182 - 1. Allegro spiritoso
18 - Symphony No. 24 in B Flat, K.182 - 2. Andantino grazioso
19 - Symphony No. 24 in B Flat, K.182 - 3. Allegro

DISCO 02

01 - Symphony No. 25 in G Minor, K. 183 - 1. Allegro con brio
02 - Symphony No. 25 in G Minor, K. 183 - 2. Andante
03 - Symphony No. 25 in G Minor, K. 183 - 3. Menuetto
04 - Symphony No. 25 in G Minor, K. 183 - 4. Allegro
05 - Symphony No. 26 in E-Flat Major, K. 184
06 - Symphony No. 27 in G Major, K. 199 - 1. Allegro
07 - Symphony No. 27 in G Major, K. 199 - 2. Andantino grazioso
08 - Symphony No. 27 in G Major, K. 199 - 3. Presto
09 - Symphony No. 29 in A, K.201 - 1. Allegro moderato
10 - Symphony No. 29 in A, K.201 - 2. Andante
11 - Symphony No. 29 in A, K.201 - 3. Menuetto
12 - Symphony No. 29 in A, K.201 - 4. Allegro con spirito
13 - Symphony No. 32 in G, K.318 (Overture in G) - Allegro - Andante - Tempo I

Academy of St. Martin in the Filds
Sir Neville Marriner, regente 

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sábado, 4 de outubro de 2025

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) - Violin Concerto No. 4 in D Major, K. 218 e Sinfonia concertante in E-Flat Major, K. 364

Não canso de dizer - e parece um banal lugar-comum - que ouvir Mozart é experimentar o peso da eternidade na terra. Neste disco, encontramos duas obras monumentais. Elas estão dentro do conjunto de obras para cordas compostas entre 1775 e 1779. Nesse período, o compositor escreveu algumas de suas obras mais bonitos para o violino, por exemplo.

O Concerto No. 4 para violino e orquestra é do ano de 1775. Ele é um dos cinco concertos para o instrumento, escritos em rápida sucessão e que impressionam pela beleza. Entre eles, o quarto talvez seja o mais luminoso e equilibrado, com uma escrita que alterna entre a leveza galante e passagens de surpreendente profundidade. O Allegro inicial estabelece o tom com frescor juvenil, enquanto o Andante central mergulha em uma cantabilidade quase operística. Já o Rondó final combina elegância e humor, características que se tornariam marcas inconfundíveis do estilo mozartiano. 

Já a Sinfonia Concertante foi escrita em 1779. Nessa obra, o compositor une duas tradições: a do concerto, que dá protagonismo aos solistas, e a da sinfonia, que valoriza o papel coletivo da orquestra. Os protagonistas são o violino e a viola, que travam uma conversa intimista e ao mesmo tempo cheia de brilho, em equilíbrio perfeito com o conjunto orquestral. O segundo movimento, marcado por uma melancolia rara em Mozart, é considerado um dos momentos mais sublimes de sua produção.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) - 

01. Violin Concerto No. 4 in D Major, K. 218 - I. Allegro
02. Violin Concerto No. 4 in D Major, K. 218 - II. Andante cantabile
03. Violin Concerto No. 4 in D Major, K. 218 - III. Rondeau. Andante grazioso - Allegro ma non troppo
04. Sinfonia concertante in E-Flat Major, K. 364 - I. Allegro maestoso
05. Sinfonia concertante in E-Flat Major, K. 364 - II. Andante
06. Sinfonia concertante in E-Flat Major, K. 364 - III. Presto

Capella Istropolitana
Stephen Gunzenhauser, regente
Takako Nishizaki, violino
Ladislav Kyselak, viola 

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sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Jazz - Freddie Hubbard (1938-2008) - Here to Stay (1976)

Um disco fabuloso para a gente terminar bem a semana. Escutei esse disco semana passada. Ele aparece por aqui somente por agora. Gravado em dezembro de 1962, mas lançado apenas em 1976 pelo selo Blue Note, Here to Stay é um daqueles álbuns que parecem atravessar o tempo com naturalidade, reafirmando o trompetista Freddie Hubbard como um dos grandes nomes do jazz moderno. À época da gravação, Hubbard tinha apenas 24 anos, mas já era figura de destaque na cena nova-iorquina, participando de sessões históricas com Art Blakey, Ornette Coleman e John Coltrane.

O disco traz uma formação de peso: Hubbard no trompete, Cedar Walton ao piano, Reggie Workman no baixo, Philly Joe Jones na bateria e Wayne Shorter no saxofone tenor. O encontro resulta em uma sonoridade que equilibra lirismo e vigor, marcada por improvisos inventivos e arranjos coesos.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!  

Freddie Hubbard (1938-2008) - 

01. Philly Mignon
02. Father And Son
03. Body And Soul
04. Nostrand And Fulton
05. Full Moon And Empty Arms
06. Assunta

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Paul Hindemith (1895-1963) - Symphonic Metamorphosis of Themes by Carl Maria von Weber, Nobilissima Visione Suite e Konzertmusik, Op. 50

Não lembro qual foi a a última postagem com a música de Paul Hindemith, uma espécie de arquiteto da música do século XX. Neste disco, encontramos três extraordinárias obras orquestrais do compositor alemão, nascido em Hanau. A primeira delas é a "Metamorfose Sinfônica sobre temas de Carl Maria von Weber". Hindemith parte de melodias relativamente obscuras de Carl Maria von Weber — peças para piano e música incidental — e as reconstrói com engenho contrapontístico, vigor rítmico e cores orquestrais modernas. Não se trata de simples variação, mas de um verdadeiro "re-imaginar" do material, um Weber transformado à luz do século XX. O resultado é uma obra brilhante, espirituosa, de energia quase dançante, que conquistou rapidamente o público e permanece até hoje no repertório das grandes orquestras.  

A segunda obra do disco é a "Nobilissima Visione Suite", baseada em um balé sobre a vida de São Francisco de Assis. O tom da obra é contemplativo, espiritual, mas sem a sisudez nebulosa de uma obra religiosa típica. A suite, derivada do balé, resume em três movimentos essa paleta sonora que mescla devoção e humanismo, revelando o lado lírico do compositor.

E, por fim, a última obra "Konzertmusik, Op. 50", escrita para o 5º aniversário da Boston Symphony Orchestra. Aqui não há concessão a melodias fáceis: é música densa, intelectualmente robusta, que exige tanto da orquestra quanto do ouvinte. É também um manifesto da confiança de Hindemith na "música útil" (Gebrauchsmusik), não no sentido de utilitária, mas como arte concebida para ter função clara, comunicando de forma direta e sem ornamentos supérfluos.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Paul Hindemith (1895-1963) - 

01 - Symphonic Metamorphosis of Themes by Carl Maria von Weber_ I. Allegro
02 - Symphonic Metamorphosis of Themes by Carl Maria von Weber_ II. Scherzo
03 - Symphonic Metamorphosis of Themes by Carl Maria von Weber_ III. Andantino
04 - Symphonic Metamorphosis of Themes by Carl Maria von Weber_ IV. Marsch
05 - Nobilissima Visione Suite_ I. Einleitung. Rondo
06 - Nobilissima Visione Suite_ II. Marsch. Pastorale
07 - Nobilissima Visione Suite_ III. Passacaglia
08 - Konzertmusik, Op. 50, _Bostoner Sinfonie__ Pt. 1, Mäßig schnell, mit Kraft - Sehr breit, aber s
09 - Konzertmusik, Op. 50, _Bostoner Sinfonie__ Pt. 2, Lebhaft - Langsam - Im ersten Zeitmaß

WDR Symphony Orchestra
Marek Janowski, regente 

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