quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Jean Sibelius (1865-1957) - Symphony No. 6 in D Minor, Op. 104 e The Swan of Tuonela

A Sinfonia No. 6 foi composta entre os anos de 1918 e 1923. É um dos trabalhos sinfônicos do compositor que mais fundo mergulham na ideia de uma paisagem nórdica imaculada. O compositor dava imensa importância à natureza e à história do seu país. Frequentemente encontramos alguma referência a esses temas em suas composições.

A Sexta Sinfonia é lenta, introspectiva, possui uma suavidade quase mística. Esteticamente ela reflete um estado de contemplação e reverência à natureza. O próprio Sibelius dizia que a sua Sexta procurava tornar exato “a pureza da neve”, ou seja, as paisagens de sua terra, repletas de lagos e florestas.

“O lago de Tuonela” é a segunda peça do Lemminkäinen, Op. 22, composto entre os anos de 1893 e 1895. Baseado no Kalevala, a epopeia de formação do povo finlandês. A obra retrata o lago que circunda Tuonela, o reino dos mortos.  Conforme afirma a mitologia finlandesa, o lago é guardado por um cisne negro, cujo canção melancólica se faz ressoar em todas as direções, criando um aspecto sombrio e místico em toda a região. Também – assim como a Sinfonia No. 6 – é uma obra lenta e solene por buscar criar essa atmosfera.

Sendo assim, as duas obras são repletas de simbolismos mitológicos.  Refletem sobre os limites da vida e da morte, e a relação com a natureza. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Jean Sibelius (1865-1957) -

01 - Symphony No. 6 in D Minor, Op. 104_ I. Alleg
02 - Symphony No. 6 in D Minor, Op. 104_ II. Alle
03 - Symphony No. 6 in D Minor, Op. 104_ III. Poc
04 - Symphony No. 6 in D Minor, Op. 104_ IV. Alle
05 - Lemminkainen Suite, Op. 22_ II. The Swan of

Berliner Rundfunk-Sinfonie-Orchester
Paavo Berglund, regente 

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terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) - Requiem in D minor, K. 626

Era julho de 1791, e Mozart recebeu a encomenda anônima de uma missa de réquiem. Hoje, é sabido que tal pedido foi feito pelo conde Franz von Walsegg, cuja intenção era apresentar a obra como de sua autoria em memória de sua esposa falecida. Acontece que, por causa de vários problemas de saúde, Mozart faleceu em dezembro daquele ano. 

Constanze, a companheira de Mozart, com medo de perder o pagamento pela encomenda, solicitou que dois dos discípulos dos marido - Joseph Eybler e Franz Xaver Süssmayr - concluíssem a obra. Os dois finalizaram a obra a partir dos rascunhos e esboços que Mozart havia deixado. A obra foi entregue ao conde em 1792. 

O Réquiem de Mozart tornou-se uma das páginas mais misteriosas da música. Construíram-se lendas e mitos sobre essa que é uma das composições mais bonitas e dramáticas da história da humanidade. Ela manifesta a genialidade do seu compositor. Combina vários elementos do estilo barroco com a elegância do classicismo. Segue a tradicional estrutura da Missa de Réquiem do culto católico. 

A obra, em síntese, carrega uma dualidade que aponta para as luzes, mas também para as trevas; aponta para a esperança, mas está cravada pelo desespero. Em sua mais funda reflexão, procura reconciliar a efemeridade da vida e a busca pela imortalidade, no seio do divino. Há uma manifestação inconteste da grandiosidade divina e da falibilidade do humano. Mozart soube como ninguém apontar essa crise.

Essa versão com Carl Schurich é maravilhosa. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) -

01 - Requiem in D minor, K. 626 - Introit - Requiem aeternam (Chorus)
02 - Requiem in D minor, K. 626 - Kyrie eleison (Chorus)
03 - Requiem in D minor, K. 626 - Sequence No. 1 - Dies Irae (Chorus)
04 - Requiem in D minor, K. 626 - Sequence No. 2 - Tuba mirum (Soprano, Mezzo-soprano, Tenor, Baritone)
05 - Requiem in D minor, K. 626 - Sequence No. 3 - Rex tremendae majestatis (Chorus)
06 - Requiem in D minor, K. 626 - Sequence No. 4 - Recordare, Jesu pie (Soprano, Mezzo-soprano, Tenor, Baritone)
07 - Requiem in D minor, K. 626 - Sequence No. 5 - Confutatis maledictis (Chorus)
08 - Requiem in D minor, K. 626 - Sequence No. 6 - Lacrimosa dies illa (Chorus)
09 - Requiem in D minor, K. 626 - Offertory No. 1 - Domine Jesu Christe (Chorus)
10 - Requiem in D minor, K. 626 - Offertory No. 2 - Hostias et preces (Chorus)
11 - Requiem in D minor, K. 626 - Sanctus (Chorus)
12 - Requiem in D minor, K. 626 - Benedictus (Soprano, Mezzo-soprano, Tenor, Baritone)
13 - Requiem in D minor, K. 626 - Agnus Dei (Chorus)

Wiener Philharmoniker
Carl Schuricht, regente
Maria Stader, soprano
Marga Hoeffgen, contralto
Nicolai Gedda, tenor
Otto Wiener, baixo

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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Hakon Børresen (1876-1954) - Symphony No 1 Op. 3 In C Minor, Serenade For Horn, Strings, And Timpani e Nordic Folk Tunes For String Orchestra

Hakon Børresen foi um importante compositor dinamarquês do final do século XIX e da primeira metade do século XX. Sua música caracteriza-se pelo lirismo, com elementos do nacionalismo escandinavo. Børresen foi aluno do compositor norueguês Johan Svendsen. Experimentou certa popularidade em vida, mas acabou sendo esquecido à medida que o século XX avançou.

Neste disco, encontramos a sua Sinfonia No. 1 e mais duas outras peças. A Sinfonia foi escrita em 1901 e reflete a influência do romantismo alemão. Notam-se as presenças de compositores como Brahms e Bruckner, ao mesmo tempo que usa as características do colorido orquestral da música da escola escandinava. A música é grandiosa, ambiciosa; possui uma orquestração com melodias vigorosas, o que indica um domínio da forma. A Sinfonia No. 1 deu fama ao seu compositor, transformando-o em um dos principais compositores da Dinamarca.

As outras duas obras refletem o caráter expressivo da música do compositor. A Serenata é bastante curiosa, pois é uma obra de câmara com a trompa como instrumento solo. E a última obra é um conjunto de arranjos de melodias folclóricas para orquestra de cordas. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Hakon Børresen (1876-1954) -

Symphony No 1 Op. 3 In C Minor (1901)
01 Lento - Andante - Allegro Moderato 10:41
02 Allegretto Sostenuto 7:13
03 Allegro Molto E Scherzando 7:15
04 Adagio Lamentabile 13:22

Serenade For Horn, Strings, And Timpani (1944)
05 Allegro 5:17
06 Allegretto Espressivo 6:15
07 Allegro 5:41

Nordic Folk Tunes For String Orchestra (1949)
08 The Glacier. Maestoso 6:57
09 Dance Outdoors. Moderato 6:13
10 Faeroese Round. Marcato E Con Ritmo 5:06

Rundfunk-Sinfonieorchester Saarbrücken
Ole Schmidt, regente

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Ludwig van Beethoven (1770-1827) - Sonatas for Violin 5, 6 & 9

Beethoven é daqueles compositores que nos absorve de maneira completa. Suas obras são repletas de drama, lirismo, idealismos e expressividade. Neste disco, encontramos três das suas sonatas para violino e piano. A primeira delas é chamada de “Sonata Primavera”. Foi escrita entre os anos de 1800 e 1801. Sua publicação se deu um ano depois. Ela recebeu esse nome por causa de sua beleza melódica e luminosa. É de grande beleza o equilíbrio envolvendo o piano e o violino. Para mim, esta é uma das composições mais bonitas da história da música. Quando a escutamos, é possível perceber o quanto Beethoven era um compositor grandioso.

A segunda obra é Sonata No. 6 em Lá maior, Op. 30, nº 1. Sua composição se deu no ano de 1802. Ela faz parte do conjunto de três sonatas escritas nesse período, que também pertencem ao Opus 30.  Ao escrevê-las, Beethoven já enfrentava os primeiros sinais de surdez. Nota-se que Beethoven já se encontrava em uma encruzilhada entre o clássico e o romântico. Algumas convenções estruturais são desafiadas.

E a última obra do disco é a “Kreutzer Sonata”, ou seja, a Sonata de No. 9. Ela foi escrita no ano de 1803. Como eram próprias as convenções apaixonadas do compositor, ele dedicou a obra inicialmente a George Bridgetower, com quem estreou a obra. Mas após um desentendimento entre os dois, Beethoven retirou a dedicatória e a direcionou ao francês Rodolphe Kreutzer. Melhor para Rodolphe Kreutzer que teve o seu nome conhecido na posteridade por causa de Beethoven. Mais tarde, em 1888, o russo Liev Tolstói escreveu uma novela com o mesmo nome. O escritor russo conhecia a obra e a história que a envolvia. A novela escrita por Tolstói trata sobre as dificuldades da vida conjugal, estabelecendo uma relação com a música de Beethoven, que é de difícil interpretação. Assim, cria-se uma espécie de comparação entre a história criada pelo escritor e os desafios estruturais da interpretação da música do alemão.

 O time de interpretação do disco não possui nenhuma dificuldade de interpretação. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Ludwig van Beethoven (1770-1827) -

01 - I. Allegro
02 - II. Adagio molto espressivo
03 - III. Scherzo. Allegro molto
04 - IV. Rondo. Allegro ma non troppo
05 - I. Allegro
06 - II. Adagio
07 - III. Allegretto con variazioni
08 - Violin Sonata No. 9 in A Major, Op. 47 _Kreutzer__ I. Adagio sostenuto - Presto - Adagio
09 - Violin Sonata No. 9 in A Major, Op. 47 _Kreutzer__ II. Andante con variazioni
10 - Violin Sonata No. 9 in A Major, Op. 47 _Kreutzer__ III. Presto

David Oistrakh, violino
Frida Bauer, piano
Svjatoslav Richter, piano

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domingo, 23 de fevereiro de 2025

Bohuslav Martinü (1890-1959) - Complete Symphonies


Martinu começou a escrever as suas sinfonias - pode-se dizer - tardiamente. Elas foram escritas entre os anos de 1942 e 1953. Ou seja, elas estão concentradas durante e após a Segunda Guerra Mundial. São o resultado, por isso, das experiências pessoais do compositor, bem como de experimentos a fim de explorar novas possibilidades musicais dentro da tradição sinfônica.

Quando falamos de grandes sinfonistas do século XX, muito raramente o nome do compositor é mencionado. Referimo-nos a Shostakovich, Prokofiev, Sibelius, Rachmaninov, mas o nome do compositor é ignorado. O fato é que suas sinfonias são uma síntese de sua identidade musical, combinando influências impressionistas do folclore tcheco e do neoclassismo. Cada uma delas reflete um momento específico da trajetória do compositor, suas emoções, bem como sua resposta ao mundo ao seu redor. 

A Primeira é de 1942. Durante sua composição, Martinu estava no exílio nos Estados Unidos. A Segunda é de 1943 e é carregada por otimismo. O compositor insere vários elementos do folclore do seu país, a Checoslováquia.  A Terceira é do ano de 1944. É a mais introspectiva e sombria das seis. A Quarta é do ano de 1945. Talvez, seja a sinfonia mais luminosa e acessível. Ela possui uma energia vibrante. A Quinta é do ano de 1946. Apresenta um estilo bem robusto e estruturado. Nela, o compositor realiza alguns experimentalismos, que consolidam sua posição de compositor maduro. A Sexta é do ano de 1953. Ela apresenta uma estrutura mais livre e experimental. 

A regência das seis sinfonias fica a cargo do excelente regente inglês Bryden Thomson. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Bohuslav Martinü (1890-1959) -

DISCO 01

01 Symphony 1 - I. Moderato - Poco piu mosso
02 Symphony 1 - II. Scherzo_ Allegro - Trio_ Poco moderato
03 Symphony 1 - III. Largo
04 Symphony 1 - IV. Allegro non troppo
05 Symphony 5 - I. Adagio - Allegro
06 Symphony 5 - II. Larghetto
07 Symphony 5 - III. Lento - Allegro

DISCO 02

09 Symphony 2 -I- Allegro moderato
10 Symphony 2 -II- Andante moderato
11 Symphony 2 -III- Poco allegro
12 Symphony 2 -IV- Allegro
13 Symphony 6 'Fantaisies symphoniques' -I- Lento - Andante
14 Symphony 6 'Fantaisies symphoniques' -II- Poco Allegro
15 Symphony 6 'Fantaisies symphoniques' -III- Lento- adagio

DISCO 03

17 Symphony 3 - I. Allegro poco moderato
18 Symphony 3 - II. Largo
19 Symphony 3 - III. Allegro - Andante
20 Symphony 4 - I. Poco moderato
21 Symphony 4 - II. Allegro vivo - Trio. Moderato
22 Symphony 4 - III. Allegro
23 Symphony 4 - IV. Poco allegro

Royal Scottish National Orchestra
Bryden Thomson, regente

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sábado, 22 de fevereiro de 2025

Gustav Mahler (1860-1911) - Symphony No. 1 in D Major "Titan", Symphony No. 2 "Resurrection" e Lieder eines fahrenden Gesellen (Songs of a Wayfarer)


Bruno Walter foi uma figura importante da história da regência. Foi também um grande amigo de Gustav Mahler. Teve a honra de reger, pela primeira vez, Das Lied von der Erde, em 1912, ou seja, um ano após a morte do seu autor. Walter conhecia profundamente a natureza da música de Mahler de quem foi regente substituto.

Neste disco, aparecem as duas primeiras sinfonias de Gustav Mahler. A primeira delas é a "Titã", um dos trabalhos mais bonitos do compositor austríaco. Já o segundo trabalho expressivo do disco é a "Ressurreição", a Segunda Sinfonia do compositor. Os dois trabalhos revelam os pilares estruturais da estética do compositor: a luta existencial, encontro do sublime com o grotesco, com o burlesco, e a busca por um sentido que transcenda a vida. 

A "Titã" foi escrita entre os anos de 1887 e 1888. Seu primeiro movimento é uma das coisas mais belas, afirmativas e ensolaradas da história da música. Há uma atmosfera celestial, repleta por humores de pureza infantil. Essa visão é contraditada nos dois movimentos seguintes e acaba por ganhar contornos de triunfo e redenção no quarto movimento. 

A "Ressurreição" é um mergulho completo na angústia, no questionamento, na luta renhida entre a ideia da morte e da redenção. Possui um fio filosófico alicerçado no cristianismo. Escrita entre os anos de 1888 e 1894, é possível observar a jornada de Cristo neste trabalho. Afinal, conforme narra dos textos evangélicos, Jesus veio ao mundo para vencer a morte. Sua ressurreição representa um ato de triunfo, pois a morte não prevalece sobre ele. Mahler exalta essa imagem tão cara ao cristianismo. 

No último movimento da Segunda, o compositor exalta a vida por meio da ideia da ressurreição. A forma como isso é realizado é grandioso. É um dos momentos mais bonitos da história da música. Ao final, encontramos ainda no disco "Lieder eines fahrenden Gesellen (Songs of a Wayfarer)". Trata-se de um conjunto de canções escritas pelo próprio compositor. O ciclo de canções é altamente autobiográfico. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Gustav Mahler (1860-1911) -

DISCO 01

01 Symphony No. 1 in D Major "Titan" / I. Langsam. Schleppend. Wie ein Naturlaut. Im anfang sehr gemächlich
02 Symphony No. 1 in D Major "Titan" / II. Kräftig bewegt, doch nicht zu schnell
03 Symphony No. 1 in D Major "Titan" / III. Feierlich und gemessen, ohne zu schleppen
04 Symphony No. 1 in D Major "Titan" / IV. Stürmisch bewegt - Energisch
05 Symphony No. 2 "Resurrection" / I. Allegro maestoso - Bruno Walter

DISCO 02

01 Symphony No. 2 "Resurrection" / II. Andante moderato - Bruno Walter
02 Symphony No. 2 "Resurrection" / III. Scherzo. In ruhig fliessender Bewegung - Bruno Walter
03 Symphony No. 2 "Resurrection" / IV. "Urlicht". Sehr feierlich, aber schlicht (Text from "Des Knaben Wunderhorn) - Bruno Walter
04 Symphony No. 2 "Resurrection" / V. Im Tempo des Scherzos. Wild herausfahrend - Bruno Walter
05 Lieder eines fahrenden Gesellen (Songs of a Wayfarer) / Wenn mein Schatz Hochzeit macht
06 Lieder eines fahrenden Gesellen (Songs of a Wayfarer) / Ging heut morgen übers Feld
07 Lieder eines fahrenden Gesellen (Songs of a Wayfarer) / Ich hab ein gluhend Messer
08 Lieder eines fahrenden Gesellen (Songs of a Wayfarer) / Die zwei blauen Augen von meinem Schatz

New York Philharmonic
Columbia Symphony Orchestra

Bruno Walter, regente

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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Mieczyslaw Weinberg (1919-1996) - Symphony 8 - "Polish Flowers" - Op. 83

 A história de Mieczysław Weinberg possui um lado polonês e outro soviético.  Ele nasceu na Polônia, mas viveu boa parte da sua vida na União Soviética. Estabeleceu amizade com vários compositores soviéticos, entre eles Shostakovich, de quem assimilou algumas influências. Weinberg foi um grande sinfonista. Escreveu 26 no total. Sua música tem ganhado cada vez mais visibilidade, mais espaço, atualmente.

Neste disco, encontramos a bonita Sinfonia No. 8, também conhecida como "Flores polonesas", escrita em 1964. O trabalho procura explorar os aspectos da vida e da natureza, com forte carga emocional e simbólica. A Sinfonia No. 8 mescla elementos do romantismo tardio, da música folclórica e de tradições da música soviética. 

Weinberg que teve a sua Polônia invadida pelas tropas nazistas e procurou refúgio na União Soviética, viveu em certo momento sob constante vigilância do regime stalinista. Ou seja, experimentou a perseguição e a hostilidade. O coro infantil da Sinfonia No. 8, talvez, aponte para o aspecto paradoxal da pureza diante desse fato, mas, ao mesmo tempo, queira revelar o quanto a realidade é tão instável e frágil.

 Não deixe ouvir. Uma boa apreciação!

Mieczyslaw Weinberg (1919-1996) -

01 - I. Podmuch wiosny [Gust of Spring]
02 - II. Baluckie dzieci [Children of Baluty]
03 - III. Przed stara chata [In Front of the Old Hut]
04 - IV. Byl sad [There was an Orchard]
05 - V. Bez [Elderberry]
06 - VI. Lekcja [Lesson]
07 - VII. Warszawskie psy [Warsaw Dogs]
08 - VIII. Matka [Mother]
09 - IX. Sprawiedliwosc [Justice]
10 - X. Wisla plynie [the Vistula flows]

Warsaw Philharmonic Orchestral and Choir
Antoni Wit, regente
Rafal Bartminski, tenor
Magdalena Dobrowolska, soprano
Ewa Marciniec, alto

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Sofia Gubaidulina (1931 - ) - Alleluia e Henryk M. Górecki (1933-2010) - Miserere, Op. 44

 

Sofia Gubaidulina é uma das mais importantes compositoras da música contemporânea. Sua obra é desafiadora, mas, ao final, encontramos grande beleza. Eu, particularmente, todas as vezes que encontro algo dela, acabo compartilhando neste espaço. Sua obra geralmente aborda questões filosóficas e espirituais, influenciadas por sua fé cristã. 

Neste disco, encontramos o seu "Alleluia", composta em 1990. É uma amostra de como a compositora estrutura sua abordagem estética. O ouvinte é inserido numa atmosfera de elevação espiritual, numa construção que cria a transcendência do sagrado. 

A outra obra do disco é o "Miserere", de Henryk Górecki. O compositor polonês, a partir da década de 70 do século XX, mudou sua maneira de compor. Observa-se um estilo mais tonal e a criação de atmosferas meditativas. Seu "Miserere", escrito para coro a capela, baseia-se na invocação "Domine Deus noster, Misere nobis" ("Senhor, Deus nosso, tende piedade de nós"). A obra se desenvolve lentamente, com a presença de camadas vocais que vão se expandindo de forma gradual e solene, o que acaba por gerar um efeito hipnótico e meditativo. 

A regência fica a cargo do excelente Dmitri Kitajenko. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

01 - Alleluia_ I. Alliluija. Crotchet = 100
02 - Alleluia_ II. Crotchet = 60. Legato simile
03 - Alleluia_ III. Alliluija. Crotchet = 144, con spirito
04 - Alleluia_ IV. Alliluija. Legato Simile
05 - Alleluia_ V. Alliluija. Crotchet = 84-88
06 - Alleluia_ VI. Vjeruju. Crotchet = 60-66
07 - Alleluia_ VII. Da ispolnjatsa usta maja. Crotchet=100-92
08 - Miserere, Op. 44, Domine Deus noster_ I. Lento, Imploringly
09 - Miserere, Op. 44, Domine Deus noster_ II. Imploringly, dolce cantabile
10 - Miserere, Op. 44, Domine Deus noster_ III. Imploringly, poco espressivo
11 - Miserere, Op. 44, Domine Deus noster_ IV. Imploringly, molto espressivo
12 - Miserere, Op. 44, Domine Deus noster_ V. Meno mosso, lento molto tranquillo
13 - Miserere, Op. 44, Domine Deus noster_ VI. Molto lento - Poco piu mosso
14 - Miserere, Op. 44, Domine Deus noster_ VII. Molto lento - Lento maestoso
15 - Miserere, Op. 44, Domine Deus noster_ VIII. Imploringly, affettuoso
16 - Miserere, Op. 44, Domine Deus noster_ IX. Poco piu mosso, lento moderato
17 - Miserere, Op. 44, Domine Deus noster_ X. Lento
18 - Miserere, Op. 44, Miserere nobis_ I. Miserere nobis. Lento, tranquillissimo, imploringly

Danish National Radio Choir
Danish National Radio Symphony Orchestra

Dmitri Kitajenko, regente

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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) - Symphony No. 40 in G minor, KV 550 e Symphony No. 41 in C 'Jupiter', KV 551


As sinfonias de número 40 e 41 constituem dois dos trabalhos sinfônicos mais conhecidos e representativos da obra de Mozart. Compostas em 1788, fazem parte de um trio sinfônico - 39, 40 e 41 -, escritas em um curto espaço de tempo. É possível que não façam parte de uma encomenda específica. Foram meros frutos da inspiração de momento do compositor. O fato é que elas representam um dos momentos mais maduros do compositor e apontam o auge da genialidade do compositor no domínio da música orquestral.

A Sinfonia No. 40 faz parte do "Sturn und Drung" - "Tempestade e Ímpeto" - e é repleta de um caráter intenso. Nota-se uma ênfase na emoção e na expressividade. Já a Sinfonia No. 41, também conhecida como "Júpiter", é uma obra-prima do período clássico. O epíteto pelo qual é conhecida não foi dado por Mozart. O nome representa a imponência e a grandiosidade dela.

As duas sinfonias, apesar de terem sido escritas em momentos tão próximos, são muito diversas. A de número 40 evidencia um forte apelo de urgência e emoção. Seu primeiro movimento (quem não o conhece?) é permeado por um grande lirismo e uma incontrastável expressividade. Já a de número 41 exalta a grandiosidade, o rigor, a perfeição.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) -

01. Symphony No. 40 in G minor, KV 550 Molto allegro
02. Symphony No. 40 in G minor, KV 550 Andante
03. Symphony No. 40 in G minor, KV 550 Menuetto (Allegretto)
04. Symphony No. 40 in G minor, KV 550 Allegro assai
05. Symphony No. 41 in C 'Jupiter', KV 551 Allegro vivace
06. Symphony No. 41 in C 'Jupiter', KV 551 Andante cantabile
07. Symphony No. 41 in C 'Jupiter', KV 551 Menuetto (Allegretto)
08. Symphony No. 41 in C 'Jupiter', KV 551 Molto allegro

English Baroque Soloists
John Eliot Gardiner, regente

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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Johannes Brahms (1833-1897) - The Complete String Quartets


Brahms – não é preciso dizer – foi um dos grandes compositores românticos. Procurou trilhar o caminho que o conduzia a Haydn, Mozart e Beethoven. Tudo que escreveu segue um dualismo entre a tradição clássica e a forte expressividade e o lirismo românticos. Diferentemente de Beethoven que escreveu quase duas dezenas de quartetos, Brahms escreveu apenas três.

São obras de grande beleza. Repletas de significado expressivo. Antes de publicar os seus quartetos, Brahms descartou inúmeros projetos. Não era insegurança. Tratava-se de um desejo de que suas produções estivessem à altura dos antigos mestres. Sendo assim, os dois primeiros quartetos foram escritos em 1873, quando o compositor já se encontrava com quarenta anos.  O primeiro quarteto procura explorar força e densidade emocional. O segundo é mais suave e lírico. O terceiro quarteto foi escrito em 1875. Possui um caráter mais espirituoso e ensolarado. Ou seja, nos três quartetos o compositor procurou explorar as emoções mais diversas.

Assim, os quartetos revelam a genialidade de Brahms. Para mim, os seus quartetos estão entre as obras-primas da história da música de câmara. Eles traduzem as emoções humanas; as oscilações próprias da natureza humana. O Op. 51 revelam um Brahms introspectivo, gravoso, solene; já o Op. 67, demonstram um Brahms espirituoso, levemente descontraído. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Johannes Brahms (1833-1897) -

01. Brahms- String Quartet in C Minor, Op. 51 No. 1- I. Allegro
02. Brahms- String Quartet in C Minor, Op. 51 No. 1- II. Romanze. Poco Adagio
03. Brahms- String Quartet in C Minor, Op. 51 No. 1- III. Allegretto molto moderato e comodo
04. Brahms- String Quartet in C Minor, Op. 51 No. 1- IV. Allegro
05. Brahms- String Quartet in A Minor, Op. 51 No. 2- I. Allegro ma non troppo
06. Brahms- String Quartet in A Minor, Op. 51 No. 2- II. Andante moderato
07. Brahms- String Quartet in A Minor, Op. 51 No. 2- III. Quasi minuetto, moderato
08. Brahms- String Quartet in A Minor, Op. 51 No. 2- IV. Finale. Allegro non assai
09. Brahms- String Quartet in B-Flat Major, Op. 67 No. 3- I. Vivace
10. Brahms- String Quartet in B-Flat Major, Op. 67 No. 3- II. Andante moderato
11. Brahms- String Quartet in B-Flat Major, Op. 67 No. 3- III. Agitato
12. Brahms- String Quartet in B-Flat Major, Op. 67 No. 3- IV. Poco allegretto con variazioni

Novus Quartet

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terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

John Field (1782-1837) - Complete Nocturnes

John Field foi um importante compositor irlandês. Sua vida foi atravessada por inúmeros eventos. Seu avô e seu pai eram músicos, o que acabou por influenciá-lo. Ainda morando na Irlanda, teve aula com o famoso professor italiano Tommaso Giordani. À época, Giordani vivia na Irlanda. Desejoso por aprofundar os estudos, acabou se mudando para a Inglaterra. Em Londres, teve aulas com Clementi, com quem viajou por toda a Europa. Esse fato, permitiu ao compositor, aprofundar suas percepções sobre a música e realizar o amadurecimento do seu estilo.

Mais tarde, Field mudou para Moscou, onde passou boa parte de sua vida. Em São Petersburgo, a capital cultural da Rússia, tornou-se professor e concertista. Isso permitiu a ele ter fama e o tornou uma pessoa importante na cena musical russa. Embora fosse imensamente talentoso e digno de habilidades extraordinárias ao piano, seus problemas de saúde foram agravados por causa do alcoolismo. Acumulou sérios problemas financeiros.

O certo é que sua contribuição mais relevante foram seus “Noturnos”. Vale mencionar que o compositor escreveu muitas obras para piano. Destacam-se os seus concertos. Todavia, a invenção do “noturno”, mais tarde imortalizados pelo uso da forma realizada por Chopin, deu a Field um lugar especial na história da música. A estética criada pelo compositor foi influente para compositores como Chopin, Schumann e Liszt. Ou seja, o compositor ajudou a criar um estilo mais intimista, lírico e expressivo tão próprio de alguns compositores do romantismo.

Os “Noturnos”, de Field, exalam uma serenidade e introspecção. O uso de arpejos e acompanhamentos fluidos, permitem essa percepção. Seus “Noturnos” foram criados, talvez, como consequência da busca por novas possibilidades expressivas ao instrumento.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

John Field (1782-1837) - 

01 Nocturne No. 1 in E-flat Major
02 Nocturne No. 2 in C Minor
03 Nocturne No. 3 in A-flat Major
04 Nocturne No. 4 in a Major
05 Nocturne No. 5 in B-flat Major
06 Nocturne No. 6 in F Major, 'Cradle Song'
07 Nocturne No. 7 in a Major
08 Nocturne No. 8 in E-flat Major
09 Nocturne No. 9 in E Minor
10 Nocturne No. 10 in E Major, 'Nocturne Pastorale'
11 Nocturne No. 11 in E-flat Major
12 Nocturne No. 12 in E Major, 'Nocturne Caractéristique: Noontide'
13 Nocturne No. 13 in C Major, 'Reverie-nocturne'
14 Nocturne No. 14 in G Major
15 Nocturne No. 15 in D Minor, 'Song Without Words'
16 Nocturne No. 16 in C Major
17 Nocturne No. 17 in C Major
18 Nocturne No. 18 in F Major

Alice Sara Ott, piano

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