Após o sucesso de seus concertos de Bach — um best-seller tanto na França quanto na Alemanha — o jovem pianista francês David Fray volta-se agora a Schubert, levando sua sensibilidade singular ao repertório do compositor austríaco. Reconhecido por sua afinidade com a tradição austro-germânica, Fray, que já lançou dois álbuns dedicados a Bach (além de um DVD com os concertos), mergulha agora no primeiro romantismo, com um programa que reúne os Seis Momentos musicais, D. 780, os Quatro Impromptus, D. 899, e o Allegretto em dó menor, D. 915 — gravação realizada em Berlim.
Sua abordagem ao piano é, como sempre, reflexiva e reveladora. Em entrevista à revista francesa Pianiste, Fray explicou:
“No piano, procuro fazer música como um maestro, não apenas como um pianista. Encaro a partitura como se fosse uma redução de uma obra sinfônica. O piano é um meio de chegar mais perto do coração da música. Como equilibrar as vozes? Como construir uma progressão dentro de um movimento? Como organizar a polifonia?... É muito mais interessante estudar a orquestração de Bach no Magnificat ou no Oratório de Natal do que ler livros sobre como tocar Bach ao piano.”
Fray acrescenta que sempre se pergunta como o compositor teria escrito a peça se não tivesse escolhido o piano:
“Veja o primeiro Impromptu de Schubert”, diz ele. “Começa como uma redução de uma partitura orquestral: um acorde tutti e, em seguida, a melodia sozinha, como se fosse tocada por uma flauta. Depois, os sopros retomam o tema antes que as cordas entrem. Grande parte da obra é composta por três ou quatro linhas independentes que cantam juntas — um ostinato de violoncelo, uma harmonia em contraponto nas violas, e os sopros por cima.”
O sucesso de Fray já se fez sentir com o lançamento de seu álbum de concertos de Bach, em novembro passado, que ultrapassou as 40 mil cópias vendidas na França e na Alemanha, consolidando sua reputação como um dos pianistas mais promissores de sua geração.
A crítica especializada foi unânime em seu entusiasmo. A revista Le Monde de la musique destacou:
“A interpretação é sempre generosa, entusiástica e rica em contrastes. Os movimentos rápidos seduzem pela energia saudável, pelo humor exuberante dos finais e pelo lirismo constante. Nenhuma rigidez marca as frases do pianista — ele dá livre curso ao som.”
Já a revista alemã Der Spiegel descreveu Fray como
“talvez o mais inspirado — certamente o mais original — intérprete de Bach de sua geração. Ele descobre mais profundidade psicológica, histórias mais completas e emoções mais refinadas que seus colegas. Sua abordagem é lírica, flexível, elegante e marcada por uma estética de bel canto cuidadosamente cultivada.”
Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!
Franz Schubert (1797-1828) -
Moments Musicaux D. 780
01. No. 1 In C Major 6:49
02. No. 2 In Flat Majot 7:37
03. No. 3 In F Minor 2:09
04. No. 4 In C Sharp Minor 6:20
05. No. 5 In F Minor 2:34
06. No. 6 In A Flat Major 9:31
07. Allegretto In C Minor D. 915 6:02
Impromptus D. 899
08. No. 1 In C Minor 10:34
09. No. 2 In E Flat Major 5:19
10. No. 3 In G Flat Major 6:19
11. No. 4 In A Flat Major 8:31
David Fray, piano
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