quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Carl Orff (1895 - 1982) - Carmina Burana

É tendência observável, nas artes em geral, e na música, em particular, que em momentos de transformações profundas haja sempre movimentos de reação. Algumas vezes conservacionistas, outras vezes buscando caminhos alternativos, esses movimentos são como que uma tentativa de chamada à ordem, quando excessos experimentais se tornam por demais ameaçadores, por assim dizer, de uma tradição ou corrente estética até então instituída. No entanto, é também observável que esses movimentos de reação não raro absorvem, ao menos em parte, as novas conquistas das correntes inovadoras a que se opõem, e, delas fazendo uso, acabam por se tornar também representativos de seu próprio tempo.


A Música Ocidental passou, no século XX, pelo que talvez tenha sido a maior revolução de sua História. Nesse momento em que o Sistema Tonal já se mostra insuficiente para as necessidades expressivas, diversas correntes emergem como caminhos possíveis e prováveis para a elaboração de novos sistemas de linguagem musical. Assim, caminhos por vezes díspares se cruzam nesse grande emaranhado que são as tendências estéticas da Música do Ocidente no século passado: de um lado, a ideologia evolucionista de Schoenberg e da Segunda Escola de Viena e, de outro, as propostas revolucionárias de Debussy e Stravisnky; num extremo, o neoclassicismo de Prokofiev e, em outro, os experimentalismos arrojados de John Cage e Charles Ives; num polo, o construto intelectual de Paul Hindemith, e em outro, os destilados etnográficos de Bartók, Villa-Lobos e Manuel de Falla.

Nesse imenso colorido de possibilidades, foi recorrente uma procura, em outros sistemas musicais, por materiais que oferecessem meios alternativos de expressão musical. Dessa forma, Ravel, em alguns momentos, se volta para o Jazz; Villa-Lobos, Ginastera, Bartók, Falla e Kodály voltam-se para a música tradicional de suas terras de origem; compositores como Weil e Piazzolla, cada um a seu modo, se voltam para a música dita popular.

Talvez seja nessa esteira, menos que numa perspectiva neoclássica ou reacionária, que se possa observar e compreender a obra do alemão Carl Orff (1895-1982). Nascido em Munique, oriundo de uma família da alta burguesia bávara, sua biografia aponta para aspectos polêmicos e nebulosos, sendo, por isso, em certo sentido contraditórios: foi ao mesmo tempo suspeito de ter contribuído para o Regime Nazista e de ter participado de movimentos de resistência contra ele. Posicionamentos políticos à parte (que, de fato, nunca foram comprovados), Orff deixou em seu legado um importante trabalho de pedagogo, tendo fundado em 1925 um centro de educação musical voltado, sobretudo, para crianças e leigos. Trabalhando aí até o ano de seu falecimento, Orff é criador de um sistema de educação musical baseado no canto e na percussão que, hoje, é reconhecido e divulgado universalmente. (...)

O texto continua aqui.

Carl Orff (1895 - 1982) -

Fortuna Imperatrix Mundi
01. O Fortuna - 2:26
02. Fortune plango vulnera 2:33

PART I

Primo vere
03. Veris leta facies - 4:05
04. Omnia sol temperat - 2:20
05. Ecce gratum - 2:35

Uf dem Anger
06. Tanz - 3:21
07. Floret silva nobilis - 1:40
08. Chramer, gip die varwe mir - 3:45
09. Reie and Songs - 5:16
10. Were diu werlt alle min - 0:52

In taberna
11. Estuans internus - 2:11
12. Olim lacus colueram - 3:29
13. Ego sum abbas - 1:22
14. In taberna quando sumus - 3:01

PART III

Cour d`amours
15. Amor volat undique - 3:09
16. Dies, nox et omnia - 2:17
17. Stetit puella - 1:48
18. Circa mea pectora - 1:52
19. Si puer cum puellula - 0:51
20. Veni, veni, venias - 0:56
21. In trutina - 1:58
22. Tempus est iocundum - 2:19
23. Dulcissime - 0:48

Blanziflor et Helena
24. Ave formosissima - 1:57
Fortuna Imperatrix Mundi
25. O Fortuna - 2:37

Atlanta Symphony Orchestra & Chorus
Donald Runnicles, diretor

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2 comentários:

Eduardo disse...

Olá Carlinus, muito obrigado!!

Vou falar espanhol, o meu português é muito ruim!

Me encanta esta versión, tanto la parte orquestal como la vocal. En lo vocal le supera (por muy poco margen) la versión de James Levine con la Chicago Symphony Orchestra.

Estoy escuchando, y hasta ahora la pista 09 parece truncada al final.

Abrazo desde Asunción, Paraguay!

Eduardo disse...

Ya terminé de escuchar. Hermosa grabación.

También la pista 13 está truncada. Abrazos!!