Entre todos os sinfonistas do século XIX, talvez Bruckner tenha sido aquele que viveu de modo mais radical a sua existência. Ele se dedicou a si mesmo, à sua religião e à música. Brahms gozava de um respeito enorme à época de Bruckner, mesmo estando fora do eixo wagneriano. Chegou a dizer sobre Bruckner: "Os padrecos de São Floriano são culpados por ele e suas sinfonias não passam de embustes que logo serão esquecidos". Dura essa afirmativa! Hoje, tanto Bruckner quanto Brahms são nomes necessários à história da forma. Seria uma perda enorme para a história do universo não termos as sinfonias de Bruckner. A sua Nona Sinfonia é um grande enigma. Durou quase uma década para ser escrita (de 1887 a 1896) - e mesmo assim, não chegou a ser concluída. O finale ficou inconcluso. Demoraram simplesmente sete anos para escrever os três primeiros movimentos. Bruckner não era uma figura fácil. Foi um compositor complexo. A visão de um sujeito bonachão talvez tenha sido mal empregada. O compositor parece querer sintetizar toda uma vida. O primeiro movimento é grandioso. O segundo movimento parece estar "desajustado" em relação aos demais. É uma música raivosa que chama o século XX. E o adagio é um dos movimentos mais bonitos escritos por Bruckner. Essa versão com o Baremboin é deveras agradável. Pude ouvi-la por dois momentos no dia de hoje. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!
Anton Bruckner (1824-1896) -
Symphony No. 9 in D minor
01. Feierlich, misterioso
02. Scherzo. Bewegt, lebhaft - Trio. Schnell
03. Adagio. Langsam, feierlich
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Um comentário:
Barenboim, com 2 gravações do ciclo sinfônico de Bruckner, nos mostra que é um dos poucos regentes ainda vivos que têm um profundo conhecimento da obra do compositor austríaco. Esse ciclo de Berlim, é para mim juntamente com Karajan e Jochum um dos melhores ciclos já gravado!
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