Confesso que ainda estou descobrindo Anton Bruckner. Nada mais proveitoso do que principiar pela Sinfonia No.4, a mais popular que ele compôs. Ela constitui-se por assim dizer na "porta dimensional" para o seu mundo. A música de Bruckner é na minha opinião de diletante tão densa, tão intensa, que chega a cansar. É mais ou menos aquilo que Nietzsche falava de Wagner. Para o grande filósofo, o compositor alemão vencia pelo cansaço. Os leitmotivs wagnerianos eram tão robustos que cansavam. Nitzsche explica isso no Caso Wagner. Lá ele critica duramente aquele que o inspirara na mocidade. Sempre fui remetido a essa espécie de extenuação quando ouço Wagner e Brukner. Deve ser mencionado ainda que Anton era um grande wagneriano. Mas não devo ficar prostrado em minha inimizade contra o austríaco. Tenho todas as suas sinfonias com vários compositores - Haitink, Celibidache, Rattle, Abbado, Karajan. Preciso mergulhar nesse mundo vasto, amplo, desnudar a obra de Anton. Aqui temos a Sinfonia No. 4, conhecida também como "Sinfonia Romântica". Para muitos a sua primeira grande obra. Ouvia-a hoje mais cedo e achei-a muito boa. Tem momentos grandiosos - típica peça romântica. Abbado, como sempre, consegue conduzir com toda habilidade e mestria que lhe são peculiares. Nada melhor do que esta grande obra para se iniciar em Bruckner. Boa apreciação!!
Anton Bruckner (1824-1896) - Sinfonia No.4 in E Flat major, WAB 104 - "Romântica".
I. Bewegt, nicht zu schnell
II. Andante quasi Allegretto
III. Scherzo. Bewegt - Trio. Nicht zu schnell. Keinesfalls schleppend - Scherzo
IV. Finale. Bewegt, doch nicht zu schnell
Lucerne Festival Orchestra
Claudio Abbado, regente
Have Joy!
4 comentários:
Oi Carlão!
Deixo aqui marcada minha visita ao seu blog!
Depois lerei com calma pra dar minha apreciação técnica...rsss
Tenho ouvido o cd! Só senti falta do piano...mas me identifiquei bem com as melodias melancólicas.
Bjo
Annabel Lee
Que honra tê-la em visita neste espaço! Aguardarei a sua "apreciação técnica". Rrsss...
Que insensibilidade...
Contudo, de fato, para poder realmente apreciar Bruckner, precisa de o máximo de concentração... e ser do tipo, que tal não cansa. Não é uma música para ouvir no final do dia, antes de dormir.
Pois é, Eduardo, você detectou a minha "insensibilidade". Na verdade, eu tinha essas concepções sobre Bruckner. Atualmente, eu mudei em relação ao compositor. Tornei-me mais amistoso. O post é de maio de 2009. Descobri como você mesmo diz, que Bruckner "não é uma música para ouvir no final do dia, antes de dormir".
Abraços musicais!
Obrigado pelo comentário e pela participação!
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