Texto do visitante Al Reiffer: "Os dois sextetos para cordas que Brahms escreveu, o Op. 18 e o Op.36, são os melhores sextetos da história da música. Tudo bem, está certo que sempre sou suspeito quando falo de Brahms, mas não conheço nenhum outro sexteto que se compare aos do gênio de Hamburgo. Não entre os compositores mais conhecidos (que não fizeram muitos sextetos, diga-se de passagem) e alguns menos conhecidos. E duvido que exista algum compositor entre os que não conheço que tenha feito algo melhor que essas maravilhas de Brahms. Os sextetos não estão entre as obras mais conhecidas do compositor, o que é uma grande injustiça. São composições com o típico lirismo carregado de Brahms. Por um lado, trazem suas características melancolia e densidade, com alguns toques trágicos entre a renúncia e o pessimismo. Por outro, são de grande força vital, ternura, colorido e sensualidade, atingindo a rústica alegria campestre em alguns pontos. Escritos para dois violinos, duas violas e dois violoncelos, exigem muita técnica dos executantes. Difícil decidir qual gosto mais. O Sexteto n°2 talvez seja mais consistente e mais bem acabado, porém o n°1 traz melodias de intensa inspiração, sem falar que o seu andante é uma das páginas mais marcantes da obra de câmara de Brahms. Há também uma versão para piano do andante. Composto entre 1864 e 1865, o Sexteto n°2 foi escrito após o rompimento de Brahms com Agathe von Siebold, com quem manteve uma relação apaixonada. Entende-se a paixão de Brahms por Agathe, pois conta-se que era uma mulher de grande inteligência, espírito e sensibilidade. Bem, talvez não fosse tão bela quanto a Clara Schumann (a foto acima é de Agathe). Mas nem tudo é beleza. E nem todas são a Clara. Aliás, também se conta que Clara Schumann viu Brahms e Agathe em uma cena de beijinhos e ficou puta de ciúmes. Brahms quase se casou com Agathe. Mas ele tinha dúvidas quanto ao casamento. Expressou-se assim: "Te amo! Necessito ver-te novamente, porém não posso me colocar ataduras. Escreva-me para dizer se posso voltar e estreitar-te em meus braços, beijar-te e dizer que te quero". Bem, dizer a uma mulher sensível que "não posso me colocar ataduras"? É óbvio, que magoada e ferida, Agathe rompeu com o Johannes e nunca mais voltaram a encontrar-se. O que restou foi que no primeiro movimento do Sexteto n°2, os violinos executam as notas A-G-A-D-H-E, que correspondem a lá-sol-lá-re-mi-si. Brahms teria dito sobre o seu segundo sexteto: "Nesta obra, libertei-me de meu último amor". E Agathe von Siebold foi eternizada em um dos maiores sextetos de todos os tempos". Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!
Johannes Brahms (1833-1897) -
01. String Sextet No. 1 in B-Flat Major, Op. 18: I. Allegro ma non troppo
02. String Sextet No. 1 in B-Flat Major, Op. 18: II. Andante ma moderato
03. String Sextet No. 1 in B-Flat Major, Op. 18: III. Scherzo
04. String Sextet No. 1 in B-Flat Major, Op. 18: IV. Rondo. Poco allegretto e grazioso
05. String Sextet No. 2 in G Major, Op. 36: I. Allegro non troppo
06. String Sextet No. 2 in G Major, Op. 36: II. Scherzo
07. String Sextet No. 2 in G Major, Op. 36: III. Poco adagio
08. String Sextet No. 2 in G Major, Op. 36: IV. Poco allegro
Trio Jean Paul
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3 comentários:
Agradeço a postagem de meu texto, e parabenizo pela postagem das obnas. Ainda não conheço a interpretação do Trio Jean Paul, o que farei em breve.
Restou comentar o arranjo para trio com piano.Conheço o arranjo de Kirchner que o próprio Brahms aprovou.
Restou comentar o arranjo para trio com piano.Conheço o arranjo de Kirchner que o próprio Brahms aprovou.
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