terça-feira, 30 de novembro de 2010

João Domingos Bomtempo (1771-1842) - Sinfonia No. 1, Op. 11 e Sinfonia No. 2

O compositor português João Domingos Bomtempo foi uma importante figura musical em seu país. O seu primeiro professor foi o próprio pai, um oboísta italiano. Residiu em Paris dos anos de 1801 a 1810. Viajou em seguida para Londes onde se tornou um célebre pianista. Regressou a Portugal em 1814 e não cessou as visitas a Londres e a Paris. Atuou de forma incansável. Fundou uma sociedade filarmônica com o intuito de divulgar a música claássica em seu país. Mas por causa de um golpe de Estado foi obrigado a fechar o trabalho e viver refugiado no consulado da Rússia. Em 1833, foi nomeado professor de música da rainha Maria II. Foi ainda nomeado diretor do Conservatório Nacional em 1835, cargo que ocupou até a sua morte. Bomtempo ocupa um lugar de destaque entre os compositores portugueses. Em sua música destaca-se a presença do classicismo vieneense - Haydn, Mozart e Beethoven. Um exemplo claro disse é a Sinfonia No. 1 encontrada neste post. Possui ecos fortíssimos da música de Haydn e Mozart. O classicismo genuíno da Escola de Viena. Já na Sinfonia No. 2 notamos a forte presença de Beethoven. É um trabalho mais extenso que o primeiro. Possui aproximadamente 42 minutos. Bomtempo inseriu uma maior profusão de vozes no trabalho. Notamos uma forte influência da Eróica e da Pastoral de Beethoven. Não podemos dizer que o compositor português seja original naquilo que produziu. Mas a sua música é deliciosa. É límpida. Como os regatos de Alberto Caeiro ("Sejamos simples e calmos como os regatos e as árvores, e Deus amar-nos-á fazendo de nós belos como as árvores e os regatos, e dar-nos-á verdor na sua primavera e um rio aonde ir ter quando acabemos..."). Uma boa apreciação!

João Domingos Bomtempo (1771-1842) - Sinfonia No. 1, Op. 11 e Sinfonia No. 2

Sinfonia No. 1, Op. 11
01. I. Largo - Allegro vivace
02. II. Minuetto
03. III. Andantino sustenuto
04. IV. Presto

Sinfonia No. 2
05. I. Sustenuto - Allegro moderato
06. II. Allegretto
07. III. Minuetto, Allegro
08. IV. Allegro

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Algarve Orchestra
Álvaro Cassuto, regente

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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Benjamin Britten (1913-1976) - Violin concerto, op. 15 (revised version) e William Walton (1902-1983) - Viola concerto (1961 version)

Estava desejoso de postar este CD há algum tempo. Traz dois importantes compositores ingleses- Benjamin Britten e William Walton. O primeiro, Britten, se insere naquela categoria de um dos grandes compositores do século XX. Pretendo, se me organizar para tal, postar algumas peças importantes de Britten - Peter Grimes, Morte em Veneza, Billy Budd (óperas), os quartetos de cordas, concertos para piano e violino e o Réquiem da Guerra (War Requiem). Seria uma espécie de presente de Natal. Ah! ia esquecendo: e no Natal, surgiria a Cantata de Natal ou Cantata da Natividade. Walton, também, foi um importante compositor. Autodidata, trabalhava de forma lenta, paulatina a fim de conseguir a perfeição naquilo que fazia. Rostropovich, diria que um dos maiores violoncelistas do século XX, conduz as duas obras que surgem no post. Boa apreciação!

Benjamin Britten (1913-1976) - Violin concerto, op. 15 (revised version)
01. I. Moderato Con Moto-
02. II. Vivace-Cadenza-
03. III. Passacaglia Andante Lento (Un Poco Meno Mosso)

William Walton (1902-1983) - Viola concerto (1961 version)
04. I. Andante Comodo
05. II. Vivo Con Moto Preciso
06. III. Allegro Moderato
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London Symphony Orchestra
Mstislav Rostropovich, regente
Maxim Vengerov, violino & viola

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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Felix Mendelssohn (1809-1847) - Concerto para Violino, Op. 64, Sinfonia No. 4, Athalie, incidental music, Op. 74 e The Hebrides, overture, Op. 26

Um CD para o qual os adjetivos são insuficientes. Quem já teve a oportunidade de ler as palavras bambas e pobres que já redigi em outros posts de Mendelssohn, pôde perceber a minha profunda admiração pela música do alemão. Mendelssohn foi um indivíduo especial, dotado de uma gama de qualidades únicas. Todas as vezes que penso nele me vem à mente a ideia de um sujeito bem-afortunado. Foi alguém de uma alma profundamente cândida, delicada. Angélica. Acredito que não teve aperreios, mesmo nos últimos anos de vida, período em que a enfermidade lhe foi furtando as forças. Acredito que quem nunca ouviu o compositor e escutasse este CD que ora posto, ficaria com a melhor das impressões. Faria o julgamento de que Mendelssohn foi um sujeito singular. E, de fato, acertaria no julgamento. O CD traz aquelas peças que se tornaram imortais para a história da música. O concerto para violino e orquestra é de uma pureza e uma leveza arrebatadores. Este concerto se estabelece como um dos meus preferidos entre todos os que já foram compostos. A Sinfonia No. 4 é a minha preferida entre as cinco que ele compôs. É uma representação do seu estilo - alegria, festa, celebração e a admiração pela natureza. O tema inicial de As Hébridas possui um encanto arrebatador. Acredito que poucas peças tenham uma abertura de forma tão poderosa. Em suma: Mendelssohn e sua música são motivos para que pensemos em coisas grandes, enormes. Boa apreciação!


Felix Mendelssohn (1809-1847) - Concerto para Violino, Op. 64, Sinfonia No. 4, Athalie, incidental music, Op. 74 e The Hebrides, overture ('Fingal's Cave,' 4 versions), Op. 26

Concerto para violino e orquestra em Mi menor, Op. 64
01. Allegro molto appassionato
02. Andante
03. Allegretto non troppo

Sinfonia No. 4 em A menor, Op. 90 - "Italiana"
04. Allegro vivace
05. Andante con moto
06. Con moto moderato
07. Saltarello

Athalie, incidental music, Op. 74- Kriegsmarsch der Priester
08. Athalie, incidental music, Op. 74- Kriegsmarsch der Priester

The Hebrides, overture ('Fingal's Cave,' 4 versions), Op. 26
09. The Hebrides, overture ('Fingal's Cave,' 4 versions), Op. 26

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New York Philharmonic
Leonard Bernstein, regente
Pinchas Zukerman, violino

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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Robert Schumann (1810-1856) - Symphonies 1-4; Manfred Overture (200 anos !!!)

Em homenagem aos 200 anos do nascimento do compositor Robert Schumann, apresento mais uma extraordinária interpretação das sinfonias do alemão. Dessa vez figura George Szell à batuta. Um bom deleite!

Robert Schumann (1810-1856) - Symphonies 1-4; Manfred Overture

DISCO 01

Symphony No. 1 in B-flat major, Op. 38 'Spring'
01. I. Andante un poco maestoso-Allegro molto vivace
02. II. Larghetto
03. III. Scherzo: Molto vivace-Trio I: Molto piu vivace-Trio II
04. IV. Allegro animato e grazioso

Symphony No. 2 in C major, Op. 61
05. I. Sostenuto assai-Allegro ma non troppo
06. II. Scherzo: Allegro vivace-Trio I-Trio II
07. III. Adagio expressivo
08. IV. Allegro molto vivace

DISCO 02

Symphony No. 3 in E-flat major, Op. 97 'Rhenish'
01. I. Lebhaft
02. II. Scherzo: Sehr massig
03. III. Nicht schnell
04. IV. Feierlich
05. V. Lebhaft

Symphony No. 4 in D minor, Op. 120
06. I. Ziemlich langsam-Lebhaft
07. II. Romanze: Ziemlich langsam
08. III. Scherzo: Lebhaft-Trio
09. IV. Langsam-Lebhaft

"Manfred" Overture, Op 115
10. "Manfred" Overture, Op 115

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Cleveland Orchestra
George Szell, regente

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Edvard Grieg (1843-1907) - Melodies for String Orchestra

Grieg nunca me decepcionou. Confesso isso, pois tudo o que já pude ouvir dele se mostrou de boa qualidade. Seu Concerto para piano é um dos mais românticos e líricos que conheço. A música incidental para Peer Gynt é bela e triste. Outra peça que vale a pena determos a nossa atenção é a Suíte Holberg, de encantável doçura. Há alguns dias fui criticado. Afirmaram que não sei escrever e só uso de hipérboles e poesias baratas. Mas, o que dizer se o belo nos encanta?! O que dizer quando ouvimos uma peça como o Op. 40 de Grieg? A suíte Holberg, também conhecida como Nos tempos de Holberg, é um conjunto de cinco movimentos baeados em danças norueguesas. Foi escrito em 1884. Grieg o fez para que se comemorasse o ducentésimo aniversário do nascimento do dramaturgo Ludvig Holberg. O compositor compôs a obra para piano, mas a forma mais conhecida é para quartetos de cordas. Aparecem ainda no CD outras peças do compositor com sua marca típica. Melodias doces e suaves. Boa apreciação!

Edvard Grieg (1843-1907) - Melodies for String Orchestra

Suíte Holberg, Op. 40
01. Praeludium (Allegro vivace)
02. Sarabande (Andante) Sarabande (Andante)
03. Gavotte (Allegretto) Gavotte (Allegretto)
04. Air (Andante religioso) Ar (Andante Religioso)
05. Rigaudon (Allegro con brio) Rigaudon (Allegro con brio)

Two Elegiac Melodies, Op. 34
06. No. 2. Våren (Last spring)

Two Melodies, Op.53
07. No. 1. Norsk (Norwegian)
08. No. 2. Det förste møde (The first meeting)

Two Lyric Pieces, Op.68
09. No. 2. Dådnlåt (At the cradle)

Two Elegiac Melodies, Op. 34
10. No.1. Hjertesår (The wounded heart)

Two Nordic Melodies, Op.63
11. No. 1. I Folketonestil (In folk style)
12. No. 2a. Kulokk (Cow call)
13. No. 2b. Stabbelåten (Peasant Dance)

Peer Gynt, Op.46
14. No. 1b Åses død (The death of Åse)

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Oslo Camerata
Stephan Barrantt-Due, diretor

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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Fréderic Chopin (1810-1849) - Noturnos

Este ano o mundo comemora o bicentenário do nascimento de Chopin. Várias foram as homenagens dirigidas à memória desse ilustre compositor. Chopin é apaixonante. Há alguns dias eu assistir ao filme O Pianista de Roman Polanski e fiquei com impressão profunda da música do polonês - mais uma vez! É uma experiência sempre grata poder ouvi-lo. Essa gravação de Os Noturnos com Nelson Freire é excepcional. Freire, do alto de sua sobriedade e intimidade comuns, consegue fazer uma excelente interpretação dessas peças. O pianista é um intérprete sensível. Acredito que esta seja uma qualidade necessária para todo aquele que se aventure a interpretar o compositor polonês. Chopin era um homem de imersões profundas, de introspecções poéticas. Ouvi-lo sempre nos impele ao silêncio e à reflexão. Os Noturnos sempre nos dão uma ideia de sonho, de atmosfera diáfana. Aqui e ali percebemos uma intensidade contrastante. O mineiro Nelson Freire consegue nos conduzir por essas trilhas silentes da música com a desenvoltura que somente ele possui. O pianista consegue exprimir de forma profunda e profusa o humor da alma chopiniana. Uma melancolia insolúvel nos abocanha do início ao fim. Mas, como nos sentimos necessitados dela. O disco prova de forma inconteste de que Nelson Freire é um dos maiores pianistas da atualidade. Boa apreciação desse maravilhoso CD!

Fréderic Chopin (1810-1849) - Noturnos

DISCO 01

01. No.1 in B flat minor - Larghetto, Op. 9
02. No.2 in E flat major - Andante, Op. 9
03. No.3 in B major - Allegretto, Op. 9
04. No.1 in F major - Andante cantabile, Op. 15
05. No.2 in F sharp major - Larghetto, Op. 15
06. No.3 in G minor - Lento, Op. 15
07. No.1 in C sharp minor - Larghetto, Op. 27
08. No.2 in D flat major - Lento sostenuto, Op. 27
09. No.1 in B major - Andante sostenuto, Op. 32
10. No.2 in A flat major - Lento, Op. 32

DISCO 02

01. No.1 in G minor - Andante sostenuto, Op. 37
02. No.2 in G major - Andantino, Op. 37
03. No.1 in C minor - Lento, Op. 48
04. No.2 in F sharp minor - Andantino, Op. 48
05. No.1 in F minor - Andante, Op. 55
06. No.2 in E flat major - Lento sostenuto, Op. 55
07. No.1 in B major - Andante, Op. 62
08. No.2 in E major - Lento, Op. 62
09. No.1 in E minor - Andante, Op. posth.72
10. No. 20 in C sharp minor KK IVa,16 - Lento con gran espressione

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Nelson Freire, pianista

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domingo, 21 de novembro de 2010

Johannes Brahms (1833-1897) - Sinfonia No. 1 em Dó menor, Op. 68, Abertura Trágica, Op. 81 e Abertura para um Festival Acadêmico, Op. 80

A Sinfonia No. 1 de Johannes Brahms é uma obra para se viver e morrer. É daqueles trabalhos que nos atingem não apenas no plano musical, mas inocula em nós uma acuracidade existencial impressionável. É somente ouvir o segundo movimento e nos sentimos grandes, enormes. Nietzche disse certa vez que "na arte, o ser humano frui a si mesmo enquanto perfeição". Com a Sinfonia No. 1 de Brahms, tornamo-nos mais "santos"; alcançamos a beatificação plena. O trabalho foi gestado num período de quatorze anos, o que nos revela talvez uma certa hesitação ou insegurança da parte de Brahms. Mas o fato é que a Primeira Sinfonia do compositor alemão é uma obra prima. É arte poética, eivada de tragicidade. Quando escuto a obra passo a ter certeza de que a música é um interlúdio, uma dimensão entre o meu ser e a eternidade. Música não é somente técnica e objetividade. Quando transformamos a música apenas em técnica, reduzimos o seu potencial. Dizemos com isso, na verdade, que somente poucos podem entendê-la por possuírem determinados conhecimentos. Transformamo-la em um artefato religioso. A religião em dados momentos priva o homem de serenidade. A música, pelo contrário, possui elementos atemporais, espirituais, que pode curar e salvar. Acredito que a linguagem invisível da música é capaz de provocar milagres inauditos e abrandar corações angustiados. Como costumava dizer Arthur da Távola: "Música é vida interior; e quem tem vida interior, jamais padecerá de solidão". Uma boa apreciação dessa maravilhosa gravação com Marin Alsop. Surgem ainda a Abertura Trágica e a Abertura para um Festival Acadêmico. Bom deleite!

Johannes Brahms (1833-1897) - Sinfonia No. 1 em Dó menor, Op. 68, Abertura Trágica, Op. 81 e Abertura para um Festival Acadêmico, Op. 80

Sinfonia No. 1 em Dó menor, Op. 68
01. Un poco sostenuto - Allegro
02. Andante sostenuto
03. Un poco allegretto e grazioso
04. Adagio - Allegro non troppo ma con brio

Abertura Trágica, Op. 81
05. Allegro non troppo

Abertura para um Festival Acadêmico, Op. 80
06. L'istesso tempo, un poco maestoso - Animato - Maestoso

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London Philharmonic Orchestra
Marin Alsop, regente

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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Antonin Dvorak (1841-1904) - Tone Poems (Poemas Sinfônicos)

Os 4 poemas sinfônicos deste Cd são fabulosos. Verdadeiramente apaixonantes. Falam de lendas da terra de Dvorak como, por exemplo, A pomba selvagem (The Wood Dove) ou A roca de ouro (The Golden Spinning-Wheel). Para mim são verdadeiros portentos. Talvez porque cresci ouvindo essas peças. Tinha-as em fitas K-7, juntamente com As canções bíblicas, que evocam uma tristeza, uma nostalgia purificadora. Gosto muito dos poemas sinfônicos de Dvorak. Possuem uma linguagem muito própria, típica das obras do compositor tcheco. Não deixe de ouvir. Boa apreciação!

Antonin Dvorak (1841-1904) - Tone Poems (Poemas Sinfônicos)

DISCO 01

Zlatý kolovrat -The Golden Spinning-Wheel, Op. 109, B. 197
01. Allegro, ma non troppo
02. Molto vivace
03. Lento
04. Allegro, ma non troppo

Holoubek - The Wood Dove, Op. 110, B. 198
05. Andante, marcia funebre
06. Allegro
07. Molto vivace
08. Andante

DISCO 02

Polednice - The Noonday Witch, Op. 108, B. 196
01. Allegretto
02. Andante sostenuto e molto tranquilo
03. Andante

Vodnik - The Water Goblin, Op. 107, B. 195
04. Allegro vivo
05. Andante mesto come prima
06. Un poco più mosso
07. Allegro vivace

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Berliner Philharmoniker
Simon Rattle, regente

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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Antonín Dvorak (1841-1904) - Symphony No. 1 in C minor - 'The Bells of Zlonice', Symphony No. 4 in D minor, Op. 13 e Symphony No. 2 (CDs 1 e 2 de 6)

Antonin Leopold Dvorak nasceu em Nelahozeves (Rep. Tcheca), a 8 de setembro de 1841. Filho de um humilde comerciante, aos oito anos de idade Dvorak teve despertada sua vocação musical. Mas só pôde realizar os primeiros estudos em 1853, já residindo na cidade de Zlonice. Quatro anos depois instalou-se em Praga, onde iniciou uma vida de sacrifícios, aliviados quando foi premiado pela composição de um hino patriótico (1873).

Depois de uma fase influenciada por Wagner e Liszt, tornou-se adepto do movimento nacionalista tcheco iniciada por Smetana. O impulso decisivo para a sua carreira ocorreu em 1877 quando, sob recomendação de Brahms, os Duetos morávios foram editados na Alemanha. Desde então, os programas de concerto no estrangeiro passaram a colocar em destaque o nome de Dvorak.

Na Inglaterra, houve uma acolhida sobremodo entusiástica (iniciada com a apresentação das Danças eslavas), a ponto de quase se tornar a segunda pátria do compositor. Várias vezes Dvorak esteve em Londres e outras cidades britânicas, regendo as próprias obras, entre estas a Sinfonia em ré maior e o oratório Santa Ludmilla. Em 1891, a universidade de Cambridge lhe conferiu o título de doutor honoris causa.

Por essa época, já era numerosa a produção de Dvorak. Tinha abordado todos os gêneros, revelando-se especialista em música de câmara. O Trio para piano Op. 90 - Dumky (1891), foi logo incorporado ao repertório de todos os conjuntos camerísticos. A posição estética do compositor também já estava definida, como a de seu conterrâneo Smetana, igualmente abeberado nas fontes folclóricas.

Popularidade, fama, honrarias, tornaram-se comuns na vida de Dvorak. Em Praga, recebeu também o título de doutor honoris causa da universidade. Foi nomeado professor e mais tarde diretor do conservatório. Chegou a ser nomeado membro da câmara dos pares do império austríaco.

Sua fama atravessou o Atlântico. Dvorak foi dirigir o conservatório de Nova Iorque. Nos Estados Unidos, foi atraído pela melodia dos índios e dos negros. Três anos na América resultaram para Dvorak na fase mais conhecida de sua atividade criadora. A ela pertencem obras como a célebre Sinfonia n.º 9 em mi menor - Do Novo Mundo (1893); o Quarteto em fá maior Op. 96, arbitrariamente apelidado de Americano (1893); o Concerto para violoncelo em si menor Op. 104 - obra-prima no gênero; e uma coletânea de peças para piano intitulada Humoresques, das quais a sétima chegou a ser a música quase mais tocada em todo o mundo.

Quando retornou a Praga, a fidelidade às origens continuou inalterada. Dvorak dedicou-se à composições de peças sinfônicas e óperas. E nestas últimas, principalmente, os elementos musicais e dramáticos são de pura inspiração folclórica tcheca. A glória em vida acompanhou-o até a morte. Dvorak morreu em Praga, a 1.º de maio de 1904 e foi sepultado como herói nacional.

Dvorak apareceu como um improvisador, bem menos atento às regras de estruturação formal. Embora Smetana, sempre obediente às normas tradicionais, fosse seguidor de Liszt e Wagner - ao passo que Dvorak é discípulo de Brahms, Schumann e, sobretudo, de Schubert - Dvorak é bem mais, rapsódico. Daí, por certo, a popularidade que alcançou no mundo inteiro.

Da fase americana de Dvorak também resultou um equívoco, hoje esclarecido: dizia respeito ao aproveitamento do folclore dos Estados unidos, em detrimento das fontes eslavas; mas pesquisas musicológicas, levadas a efeito em Harvard, concluíram por confirmar o original caráter eslavo da Sinfonia n.º 9 e do Quarteto Americano.

Extraído DAQUI

Antonín Dvorak (1841-1904) - Symphony No. 1 in C minor - 'The Bells of Zlonice', Symphony No. 4 in D minor, Op. 13 e Symphony No. 2 in B flat major, Op. 4

DISCO 1

Symphony No. 1 in C minor - 'The Bells of Zlonice'
01. 1. Allegro
02. 2. Adagio Molto
03. 3. Allegretto
04. 4. Finale_ Allegretto

Symphony No. 4 in D minor, Op. 13
05. 1. Allegro
06. 2. Andante sostenuto e molto cantabile

DISCO 2

Symphony No. 4 in D minor, Op. 13
01. 3. Scherzo. Allegro feroce
02. 4. Finale: Allegro con brio

Symphony No. 2 in B flat major, Op. 4
03. 1. Allegro con moto
04. 2. Poco Adagio
05. 3. Scherzo: Allegro con brio
06. 4. Finale: Allegro con brio

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Berliner Philharmoniker
Rafael Kubelik, regente

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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Maurice Ravel (1875-1937) - Daphnis Et Chloe (complete)

Um baita CD com a música labiríntica de Ravel. A seguir dados da Wikipédia:

Daphnis et Chloé é um balé, em um ato, com música de Maurice Ravel e baseado em um romance pastoral do século II. Em 1909 foi encomendado a Ravel por Sergei Diaguilev para os seus "Ballets Russes". Com coreografia de Mikhail Fokine, levou três anos para ser criado. É definida por Ravel como uma "Sinfonia Coreográfica". É uma obra da corrente musical impressionista.
Índice

A criação

Durante a primeira temporada dos Ballets Russes em Paris, no ano de 1909, o seu diretor, Sergei Diaguilev, tomou conhecimento de algumas músicas de Maurice Ravel. Impressionado com o seu talento, encomendou a partitura de um balé, "Daphnis et Chloé", baseado em um romance pastoral do poeta grego Longus, que viveu no século II. Recomendou a Ravel que trabalhasse junto a Mikhail Fokine que seria o responsável pela coreografia do bailado. Ravel com seu estilo de trabalho meticuloso e bem cuidado, levou três anos para concluir a obra. Durante este tempo, algumas desavenças entre ele e Fokine aconteceram, principalmente no que dizia respeito ao cenário. Porém, conseguiram entrar em um acordo e os ensaios iniciaram. Nos ensaios também aconteceram alguns problemas, já que a partitura foi considerada difícil de ser dançada pelo corpo de baile.

A estréia

A estréia se deu em Paris, no Théâtre du Châtelet, no dia 8 de junho de 1912, com Nijinsky e Karsavina nos papéis principais (Daphnis e Chloé, respectivamente). O Regente foi Pierre Monteux. O cenografia e os costumes ficaram a cargo de Léon Baskt. A corografia era de Mikhail Fokine.

A sinopse do balé

A primeira cena é passada em um bosque sagrado, dedicado ao deus Pan. Vê-se a figura de Pan e as suas ninfas alojadas em suas cavernas. Daphinis e Chloé, juntos com donzelas e pastores, entram em cena para fazer a oferta das oferendas às ninfas. Uma dança geral é iniciada e os rapazes e as moças ficam separados. Daphnis é cercado pelas moças, enquanto Chloé é cercada pelos rapazes. Um deles, o jovem Dorcon, tenta beijar Chloé. Irado, Daphnis tenta expulsá-lo, mas é contido. Uma disputa então é proposta: quem dentre os dois melhor dançar fará jus a um beijo de Chloé. O primeiro a dançar é Dorcon. Sua dança é grotesca e primitiva. Em seguida, é a vez de Daphnis. Com movimentos e gestos graciosos, ele é o preferido da multidão. Ele é declarado vencedor e recebe o seu prêmio: um beijo da sua amada. Chloé sai de cena, deixando Daphnis em êxtase. Uma jovem de nome Lyceion então se aproveita para atrair Daphnis com sua dança. De repente, sons de combate são ouvidos. Um bando de piratas entra em cena, perseguindo as donzelas. Chloé é raptada e Daphnis sem poder fazer alguma coisa cai, sem sentidos. As ninfas de Pan surgem e tentam reanimá-lo, sem sucesso. Então, recorrem ao deus Pan. Surge outro cenário, retratando o esconderijo dos piratas. Chloé é levada a presença do chefe dos piratas, Bryaxis. Ela é forçada a dançar para ele. Sem ter como fugir, ela se prepara para iniciar a dança, quando o cenário se enche de luzes misteriosas. Sátiros surgem de todas as partes e cercam os piratas. Surge, então, a figura assustadora do deus Pan, fazendo com que os piratas fujam de pavor. Retorna-se ao primeiro cenário. Daphnis e Chloé estão juntos novamente. Em comemoração ao momento vivido, eles encenam uma mímica em que são evocados Pan e Syrinx. Em seguida, todos juntos executam uma grande dança em comemoração às núpcias, encerrando a peça.

A obra

A peça possui um só ato, dividido em três partes. Cada parte é relativa a um cenário. O tempo de duração da encenação é de uma hora. Uma grande orquestra é requerida, com um coro, que canta sem texto. Para a execução sem bailado, Ravel criou uma suíte orquestral dividida em duas partes, sendo a segunda a mais popular e sempre executada nas salas de concertos ao redor do mundo.

Extraído DAQUI

Maurice Ravel (1875-1937) - Daphnis Et Chloe (complete)

01 - Invocation To The Nymphs
02 - Entrance Of Daphnis And Chloe
03 - Dance Of The Young Girls Around Daphnis
04 - Dorcon's Advance To Chloe
05 - Daphnis Reasserts His Love For Chloe
06 - Dorcon's Grotesque Dance
07 - The Gracious Dance Of Daphnis
08 - The Triumph Of Daphnis And The Ecstatic Union With Chloe
09 - Entrance Of The Tempress Lyceion And Dance Of Veils
10 - The Invasion Of The Pirates
11 - Invocation To Pan By The Nymphs And The Prayer Of Daphnis
12 - Interlude
13 - The Orgiastic Dance Of The Pirates
14 - Bryaxis Orders Chloe To Be Brought Forward And To Dance
15 - Chloe's Dance Of Supplication
16 - Creatures Of Pan Appear And Frighten The Pirates
17 - Sunrise, Daphins Prostrate At The Grotto Of The Nymphs
18 - Daphnis And Chloe Are Reunited
19 - Lammon Tells How Pan Saved Chloe
20 - Pan (Daphnis) Fashions A Flute From Some Reeds
21 - Abandoning Their Roles
22 - Girls Dressed As Bacchantes Enter With Tambourines
23 - Young Men Invade The Scene

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Boston Symphony Orchestra
Charles Munch, regente

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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Gustav Mahler (1860-1911) - "A Canção da Terra" - Das Lied von der Erde


Como estou sem saco para escrever, encetei o texto da Wikipédia explicando a extraordinária obra de Mahler.

Das Lied von der Erde
(ou "A Canção da Terra") é uma obra de Gustav Mahler. É considerada, por alguns críticos, como a obra mais importante deste autor. Nesta obra, tornam-se visíveis as qualidades mais singulares do compositor: a angústia existencial e a sublime grandiosidade.

A obra consiste num ciclo de seis canções baseadas em antigos poemas chineses, adaptados para o alemão por Hans Bethge. Mahler trabalhou nesta sua obra durante os últimos verões da sua vida. Conseguiu concluí-la em 1911, pouco antes de morrer, com uma malformação cardíaca avançada. Porém, não chegou a ouvir a sua estréia perante o grande público, apesar de a ter interpretado inúmeras vezes ao piano, auxiliado pelo seu amigo e aluno Bruno Walter - que viria a estreá-la em Munique, em Novembro de 1912, um ano e meio após a morte do compositor.

A obra

Os poemas que integram o ciclo consubstanciam a filosofia da existência humana. O primeiro, Das Trinklied vom Jammer der Erde ("A Canção-brinde à Miséria da Terra") é uma canção que confronta a eternidade da Terra e o carácter efêmero do homem neste planeta. O segundo, Der Einsame im Herbst ("O Solitário no Outono"), descreve a Terra envolta numa névoa outonal, como alegoria de desencanto amoroso. O terceiro poema, Von der Jugend ("Da Juventude"), recria imagens da juventude: o ruído de "jovens belamente vestidos" dentro de "um pavilhão de verde e branca porcelana". O quarto, Von der Schönheit ("Da Beleza"), retrata uma paisagem campestre, onde a beleza, especialmente a humana, é ressaltada pela luz da natureza e, ao final, um par de jovens trocam calorosos olhares. O quinto, Der Trunkene im Frühling ("O Bêbado na Primavera") relaciona a vida a um mero sonho e assim o personagem entrega-se ao simples prazer de beber. O sexto, Der Abschied ("A Despedida"), reúne um dos tons mais sombrios e melancólicos desta obra, combinando dois poemas que aludem à nostalgia da amizade e à decisão de partir, num estado de serenidade própria das filosofias budistas e zen.

Influências

É conveniente recordar que, naquela época, o mundo germânico foi bastante influenciado pela obra filosófica de Friedrich Nietzsche, especialmente por Assim Falou Zaratustra; o trabalho de Carl Gustav Jung, discípulo de Sigmund Freud; os textos literários de Herman Hesse; a versão alemã do I Ching, assinada por Richard Wilhelm; o budismo e o taoísmo. Mahler não foi alheio a esta corrente "orientalista" - mesmo Das Lied von der Erde ("A Canção da Terra") recorreu à antiga poesia chinesa.

Mahler sempre apreciou a utilização da voz humana, como fazia nos seus "lieder" como Ruckert Lieder, Drei Lieder, Lieder eines fahrenden Gesellen, Kindertotenlieder ou Des Knaben Wunderhorn. Daí que os seus lieder traduzam uma intensidade excepcional de sentimentos. Porém, a escrita sinfónica constitui o seu veículo de expressão mais pleno, que o conduziu, naturalmente, a uma forma musical que combina a voz com o acompanhamento orquestral. O compositor incluiu a voz humana em sinfonias e o máximo expoente desta tendência encontra-se na "Sinfonia Nº8", denominada "Sinfonia dos Mil" (embora o autor não aprovasse o nome), devido ao elevado número de instrumentos empregados e, em particular, de coralistas. A integração mahleriana da voz na massa instrumental atinge o seu apogeu em Das Lied von der Erde.

É indubitável que neste mundo vocal e instrumental palpita a herança beethoveniana da "9ª Sinfonia" - "Coral" - também disputada por Richard Wagner. No entanto, por razões óbvias, a voz humana em Wagner associa-se a cenas dramáticas integradas num argumento, enquanto a "Ode à Alegria", da sinfonia "Coral" não possui qualquer intenção narrativa (este o motivo de não se chamar Poema Sinfónico, mas sim Sinfonia).

Neste sentido, Gustav Mahler encontra-se mais próximo de Beethoven do que Wagner. Consta que Das Lied von der Erde não foi catalogada como sinfonia devido a uma superstição que pesava sobre os músicos alemães: ninguém ousava ultrapassar o número nove afixado por Beethoven na sua última obra deste género. Mas Das Lied von der Erde «A Canção da Terra» é nitidamente uma sinfonia vocal, que culmina a linha composicional mahleriana - lamentosa, melancólica e pessimista - iniciada na Primeira Sinfonia.

Nos derradeiros anos de vida, acossado pela fatalidade - a morte da sua filha Putzi em 1907 - e pelo desenraizamento, o seu niilismo visceral acentuou-se. "Para os austríacos sou alemão, para os alemães sou judeu, e como judeu não sou ninguém", disse Gustav Mahler neste contexto. Das Lied von der Erde pode ser considerada um verdadeiro testamento musical, testamento com que Mahler disse o seu adeus. Foi com esta obra que Gustav Mahler se despediu da Terra. Cansado, fustigado pela sua vida, Das Lied von der Erde é o adeus do compositor, tal como o nome do íltimo andamento da obra. Mahler escreveu Das Lied von der Erde na pior altura da vida: havia sido despedido da Ópera Imperial, a sua filha Putzi morrera em 1907 com difteria, Alma o traíra e a sua doença agravara-se muito. Mahler viu-se então obrigado a prescindir de algumas das suas actividades mais predilectas, e assim foi criado o clima de Das Lied von der Erde, um confronto do compositor com a mortalidade, que se sente em toda a obra, com uma atmosfera intimista, típica da música de câmara, triste, trágica, feliz, resignada, música de uma beleza infindável, que comove desde a primeira à última nota. É assim Das Lied von der Erde, "A Canção da Terra".

Extraído DAQUI

Gustav Mahler (1860-1911) - "A Canção da Terra" - Das Lied von der Erde
01 - Das Trinklied vom Jammer der erde
Canção dos Bebedores Sobre a dor da Terra
02 - Der Einsame im Herbst
O Solitário no Outono
03 - Von der Jugend
A Juventude
04 - Von der Schonheit
A Beleza
05 - Der trunkene im Fruhling
O Bêbado na Primavera
06 - Der Abschied
O Adeus

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Philharmonia Orchestra
New Philharmonia Orchestra

Otto Klemperer, regente
Christa Ludwig, contralto
Fritz Wunderlich, tenor

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Ludwig van Beethoven (1770-1827) - Pianos Concertos 1 - 5

Após dois dias de pleno silêncio eu estou de volta. Dessa vez apresento um extraordinário box com os concertos para piano e orquestra de Beethoven - mais uma vez! - com Fischer e Richard Goode, um dos grandes pianistas da atualidade. É sempre bom comparar. E quando se trata de Beethoven não há exageros. Além das possíveis nuanças de cada interpretação há a maravilha intraduzível da estética beethoviana, vestida de virtuosismo, rigor e senso do humano que extrapola convenções e entendimentos. Beethoven se insinua sempre necessário. Com ele descobrimos o inefável. Os concertos para piano, assim como as sonatas ou os quartetos de cordas, são monumentos imperecíveis. Os pianos concertos para pianos, compostos num período de 29 anos (1790-1809), são vozes que verbalizam de modo infinito e jamais cessam de enunciar verdades ocultas e pacificadoras. A interpretação com Goode e Fischer é das melhores. Vale a pena se ouvir, apreciar, aquietar os ouvidos, permitir que sua voz poética confesse que é preciso ser mais do que se é. Bom deleite!

Ludwig van Beethoven (1770-1827) - Pianos Concertos 1 - 5

DISCO 1

Concerto para piano e orquestra No. 1 em Dó maior, Op. 15
01. Allegro con brio
02. Largo
03. Rondo, Allegro

Concerto para piano e orquestra No. 2 em Si bemol maior, Op. 19
04. Allgro con brio
05. Adagio
06. Rondo, Molto allegro

DISCO 2

Concerto para piano e orquestra No. 3 em Dó menor, Op. 37
01. Allegro con brio
02. Largo
03. Rondo. Allegro

Concerto para piano e orquestra No. 4 em Sol maior, Op. 58
04. Allegro moderato
05. Andante con moto
06. Rondo, Vivace

DISCO 3

Concerto para pian e orquestra No. 5 em Mi bemol maior, Op. 73 - "Imperador"
01. Allegro
02. Adagio un poco mosso
03. Rondo, Allegro ma non troppo

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Budapest Festival Orchestra
Iván Fischer, regente
Richard Goode, piano

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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Anton Bruckner (1824-1896) - Missa No. 3 em Fá menor para solistas, coro e orquestra (CD 12 de 12 - final)

Chegamos ao final de mais uma integral. Consegui realizar um intento que há muito alimentava: postar as sinfonias de Anton Bruckner. Saio desse lavor com a sensação de que desci do monte da transfiguração. Lá divisei anjos e querubins. Estive no Paraíso como Dante em A Divina Comédia. Ou como naquela história contada pela Bíblia, de quando Moisés desceu do Monte Sinai, onde estivera com Deus, tinha o rosto reluzente. Um brilho, um lume radiante, untava-lhe a face. Assim, estive com a música de Bruckner e ela me fez mais casto. Sua obra é densa, funda; obra para monges; para asceses catárticas. Como no simbolismo místico de Cruz e Sousa a qual afirma na poesia Música Misteriosa:

Tenda de Estrelas níveas, refulgentes,
Que abris a doce luz de alampadários,

As harmonias dos Estradivarius

Erram da Lua nos clarões dormentes...


Pelos raios fluídicos, diluentes

Dos Astros, pelos trêmulos velários,

Cantam Sonhos de místicos templários,

De ermitões e de ascetas reverentes...

Cânticos vagos, infinitos, aéreos

Fluir parecem dos Azuis etéreos,

Dentre os nevoeiros do luar fluindo...


E vai, de Estrela a Estrela, a luz da Lua,

Na láctea claridade que flutua,

A surdina das lágrimas subindo...


Ouçamos Bruckner e diluamos as imoralidades, os sacrilégios, as inverdades. Que o mundo escute Bruckner e seja curado dos seus desmazelos, de suas chagas purulentas; de sua lúxuria, de sua glutonaria pelas vaidades e seus repastos insossos. Sim! O último disco traz a maravilhosa Missa em Fá. É para ouvir e sentir-se beatificado. Subamos a montanha da música bruknereana e lá tenhamos um encontro com a prece e com a exaltação. Perdoem-me o afetamento. Mas a solidão e essa música imaculada "botam a gente comovido como o diabo" - Drummond. Boa apreciação!


Anton Bruckner (1824-1896) - Missa No. 3 em Fá menor para solistas, coro e orquestra
01. I - Kyrie. Moderato
02. II - Gloria. Allegro - Andante, mehr Adagio (sehr langsam)
03. III - Allegro - Moderato misterioso - Langsam - Largo -
04. IV - Sanctus. Moderato - Allegro
05. V - Benedictus. Allegro moderato - Allegro
06. VI - Agnus Dei. Andante - Moderato

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Philharmonischer Chor München
Sergiu Celibidache, regente
Margaret Price, soprano
Doris Soffel, alto
Peter Straka, tenor
Matthias Hölle, baixo

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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Edward Elgar (1857-1934) - Symphony No.1 in A flat major, Op. 55, Pomp and Circumstance March No.5, for orchestra in C major, Op. 39/5 e Symphony No.2

Gosto de um modo muito particular das obras de Elgar. De sua produção, destacam-se As Variações Enigma, Pompa e Circunstância e seu excelente Concerto para Violoncelo. Mas o seu trabalho sinfônico também vale um entusiástico adendo. Antes da Primeira Grande Guerra, Elgar conheceu não pequena fama. Suas obras eram executadas nas salas de concerto da Europa e dos Estados Unidos. Sendo inglês à semelhança de Vaughan Williams, os trabalhos de Elgar dialogam de forma profunda com a natureza. Quiça seja reflexo de sua infância. Talvez ainda sejam as charnecas tão características da Bretanha como narra Ëmile Brontë em O Morro dos Ventos Uivantes ou O Retrato do artista quando jovem de Joyce. Neste registro que oro posto, surgem duas das três sinfonias que o compositor escreveu - As sinfonias de número 1 e 2. São trabalhos realmente significativos. A primeira, a Sinfonia No. 1, é do ano de 1908. O tema de introdução da sinfonia é de uma beleza invulgar. O mesmo tema se repete no final do quarto movimento. O trabalho é regularmente apresentado em programas de concertos na América do Norte e Europa. Já a Sinfonia No. 2 é do ano de 1911. Não deixe de ouvir esses dois tocantes trabalhos do compositor inglês. Boa apreciação!

Edward Elgar (1857-1934) - Symphony No.1 in A flat major, Op. 55, Pomp and Circumstance March No.5, for orchestra in C major, Op. 39/5 e Symphony No.2 in E flat major, Op. 63

DISCO 01

Symphony No.1 in A flat major, Op. 55
01. 1. Andante, nobilimente e semplice - Allegro
02. 2. Allegro molto
03. 3. Adagio
04. 4. Lento - Allegro

Pomp and Circumstance March No.5, for orchestra in C major, Op. 39/5
05. Pomp and Circumstance March No. 5, op. 39

DISCO 02

Symphony No.2 in E flat major, Op. 63
01. 1. Allegro vivace e nobilmente
02. 2. Larghetto
03. 3. Rondo (Presto)
04. 4. Moderato

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Philharmonia Orchestra
Bernard Haitink, regente

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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Peter Tchaikovsky (1840-1893) - String Quartet No. 1 in D major, Op. 11, String Quartet in B flat major, Souvenir de Florence etc

Não conhecia com exatidão a existência da obra de câmara de Tchaikovsky. Após ouvir, fiquei sensibilizado, com impressão de profundo deleite. Algo fantástico. O russo é mais conhecido pelas sinfonias, pelos balés e pelos formidáveis concertos para piano e o concerto para violino, sendo que o concerto para violino é uma verdadeira jóia. A linguagem dos quartetos é cândida, desprovida daquela impetuosidade das sinfonias. Estou ouvindo o quarteto no. 1 neste momento e ele soa imensamente agradável. Não deixe de ouvir. Boa apreciação!

Peter Tchaikovsky (1840-1893) - String Quartet No. 1 in D major, Op. 11, String Quartet in B flat major, Souvenir de Florence (String Sextet in D minor, Op. 70), String Quartet No. 2 In F Major, Op. 22 e String Quartet No. 3 In E-Flat Minor, Op. 30

DISCO 1

String Quartet No. 1 in D major, Op. 11
01. 1 Moderato e semplice
02. 2 Andante cantabile
03. 3 Scherzo Allegro non tanto e con fuoco
04. 4 Finale Allegro giusto

String Quartet in B flat major
05. Adagio misterioso - Allegro con moto

Souvenir de Florence (String Sextet in D minor, Op. 70)
06. 1 Allegro con spir
07. 2 Adagio cantabile
08. 3 Allegretto moder
09. 4 Allegro vivace

DISCO 2

String Quartet No. 2 In F Major, Op. 22
01. 1. Adagio - Moderato assai
02. 2. Scherzo: Allegro giusto
03. 3. Andante ma non tanto
04. 4. Allegro con moto

String Quartet No. 3 In E-Flat Minor, Op. 30
05. 1. Andante sostenuto
06. 2. Allegretto vivo e scherzando
07. 3. Andante funebre e doloroso, ma con moto
08. 4. Finale: Allegro non troppo e risoluto

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Borodin Quartet

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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Giovanni Pierluigi da Palestrina (1525-1594) - Canticun Canticorum Salomonis

Palestrina é, do renascimento, um dos mais importantes compositores de música religiosa. Nasceu no ano de 1525, em Palestrina, no norte de Roma, e desde cedo estudou música. Em 1537 era menino de coro da igreja de Santa Maria Maggiore, em Roma, e nessa cidade estuou até 1540. Depois, voltou à sua cidade natal para aí ser mestre do coro da cidade. Mas entretanto, em 1550 Júlio II é eleito papa, e Palestrina é chamado a Roma para ser mestre da Capella Giulia. Um ano depois, publica o seu primeiro livro de Missas, mas em 1555 Júlio II morre e Palestrina é demitido por ser casado. Então, Palestrina sucede a Roland de Lassus como mestre de capela de São João de Latrão., e em 1561 torna a Santa Maria Maggiore. Em 1567 entra ao serviço do cardeal Ipolito d'Este, e torna-se director da Capela Sistina em 1571. Após a morte da sua mulher, casou com a filha de um rico comerciante de peles, e enriquece ao entrar no ramo, o que lhe permitiu publicar a sua obra até ao fim da sua vida. Palestrina também compôs diversos madrigais profanos, com o a canção "L´homme armé" (que curiosamente fez parte de uma missa), mas é na música religiosa que Palestrina ocupa maior destaca. Não tendo a inventividade de um Byrd, ou muitos outros compositores da época, Palestrina é porem considerado o exemplo mais polido e perfeito da polifonia renascentista, e o rigor formal das suas obras e a beleza da sua polifonia dão às sua obras um encanto divino, sem no entanto estas intricadas estruturas retirarem a inteligibilidade do texto posto em música, geralmente o ordinário da missa em latim, algo extremamente importante para a eficiência de uma missa cantada, aliás uma das regras definidas pelo Concilio de Trento como regra para a música sacra.

Extraído DAQUI

Giovanni Pierluigi da Palestrina (1525-1594) - Canticun Canticorum Salomonis

01. Osculetur me, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
02. Trahe me post te, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
03. Nigra sum, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
04. Vineam meam, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
05. Si ignoras te, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
06. Pulchrae sunt genea, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
07. Fasciculus myrrhae, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
08. Ecce tu pulcher es, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
09. Tota pulchra es, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
10. Vulnerasti cor meum, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
11. Sicut lilium inter spinas, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
12. Introduxit me rex, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
13. Laeva eius, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
14. Vox dilecti mei, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
15. Surge, amica mea, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
16. Surge, amica mea, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
17. Dilectus meus mihi, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
18. Surgam et circuibo, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
19. Adiuro vos filiae, motet for 4 voices (from Motets Book IV from Canticus Canticorum)
20. Caput eius aurum, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
21. Dilectus meus descendit, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
22. Pulchra es amica mea, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
23. Quae est ista quae progreditur, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
24. Descendi in hortum, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
25. Quam pulchri sunt gressus tui, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
26. Duo ubera tua, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
27. Quam pulchra es, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
28. Guttur tuum, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)
29. Veni, veni dilecte mi, motet for 5 voices (from Motets Book IV from Canticis canticorum)

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Pro Cantione Antiqua
Bruno Turner, diretor

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domingo, 7 de novembro de 2010

Benjamin Britten (1913-1976) - Sinfonia Primavera, Op. 44, Cantata Acadêmica, Op. 62 e Hino à Santa Cecília, Op. 27 - (text oy W. H. Auden)

Ao meu modo de ver, Britten foi o maior compositor inglês de todos os tempos. O sujeito não era brincadeira. Era imensamente habilidoso. Não descarto a importância de Purcell, Elgar, Vaughan Williams e outros - gosto deles -, mas Britten se sobressai de modo sempre brilhante. Sua importância não se circunscreve apenas à geografia inglesa. Britten foi um dos maiores compositores do século XX. Um exemplo disso pode se constatar nesse brilhante trabalho que segue - A Sinfonia Primavera. O trabalho teve a sua estreia em 1949 quando o compositor desfrutava apenas de 35 anos de idade. É um dos trabalhadores mais brilhantes de Britten. Trata-se de uma sinfonia coral, escrita para soprano, contralto e tenores solistas. Surgem ainda no post a Cantata Acadêmica e o Hino a Santa Cecília. Trabalhos belíssimo.s Ouçamos. Apreciemos. Bom deleite!

Benjamin Britten (1913-1976) - Sinfonia Primavera, Op. 44, Cantata Acadêmica, Op. 62 e Hino à Santa Cecília, Op. 27 - (text oy W. H. Auden)

Sinfonia Primavera, Op. 44

Parte I

01. I. Introduction_ 'Shine Out' (Anon.)
02. II. The merry cuckoo (Spenser)
03. III. Spring, the sweet spring (Nashe)
04. IV. When as the rye (The Driving Boy) (Peele Clare)
05. V. Now the bright morning star (Milton)

Parte II

06. VI. Welcome Maids of honour (Herrick)
07. VII. Waters above (Vaughan)
08. VIII. Out on the lawn I lie in bed (Auden)

Parte III

09. IX. When will my May come (Barnefield)
10. X. Fair and fair (Peele)
11. XI. Sound the flute (Blake)

Parte IV

12. XII. Finale_ London, to thee I do present (Beaumont, Fletcher)

Orchestra and Chorus of the Royal Opera House, Convent Garden Boys from Emanuel School, Wandsworth
Benjamin Britten, regente
Jennifer Vivyan, soprano
Norma Procter, contralto
Peter Pears, tenor

Cantata Acadêmica, Op. 62

Parte I

13. I. Bonorum summum omnium
II. quae bene beateque vivendi
14. III. At huius caelestis
IV. Maiorum imprimum virtus
V. tum vero Aeneas Sylvius
15. VI. Et gubernacula mundi qui tenet
VII. ut ad longaeva tempora

Parte II

16. VIII. Docendi ac discendi aequitati
17. IX. Rhenana erga omnes urbs
X. Fair and fair
XI. Sound the flute!
18. XII. Nos autem cuncti hoc festo die

London Symphony Ochestra
George Malcolm, regente
Jennifer Vyvyan, soprano
Helen Watts, contralto
Peter Pears, tenor
Owen Brannigan, baixo
Harold Lester, piano

Hino à Santa Cecília, Op. 27 - (text oy W. H. Auden)

19. I. In a garden shady
20. II. I cannot grow
21. III. O ear whose creatures cannot wish to fall

London Symphony Orchestra
George Malcolm, regente

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Sergei Prokofiev (1891-1953) - Sinfonia No. 3 em Dó menor, Op. 44 e Sinfonia No. 1 em Ré maior, Op. 25 - "Clássica"

Ouvi este CD e gostei tanto dele que resolvi postar. Traz duas das sinfonias de Prokofiev. A de número três foi composta no ano de 1928. É maravilhosa. Um verdadeiro monumento sinfônico. Já a Sinfonia No. 1 é do ano de 1916. Acredito que seja a mais famosa e conhecida da sinfonias do russo Prokofiev. É celebrada ainda como Sinfonia Clássica. A interpretação de Ricardo Muti é primorosa. Vale a pena ser conferida. Boa apreciação!

Sergei Prokofiev (1891-1953) - Sinfonia No. 3 em Dó menor, Op. 44 e Sinfonia No. 1 em Ré maior, Op. 25 - "Clássica"

Sinfonia No. 3 em Dó menor, Op. 44
01. I. Moderato
02. II. Andante
03. III. Allegro agitato
04. IV. Andante mosso - Allegro moderato

Sinfonia No. 1 em Ré maior, Op. 25 - "Clássica"
05. I. Allegro
06. II. Larghetto
07. III. Gavotta. Non troppo allegro
08. IV. Finale. Molto vivace

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Philadelphia Orchestra
Ricardo Muti, regente


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sábado, 6 de novembro de 2010

Richard Wagner (1813-1883) - Lohengrin (ópera em três atos)

A próxima será Parsifal com Kubelik. Aguardem!

Lohengrin é uma ópera romântica em três atos de Richard Wagner, que também foi responsável pelo libreto. Sua estréia aconteceu em Weimar, Alemanha em 28 de agostode 1850 sob direção de Franz Liszt, amigo próximo de Wagner. A história do protagonista foi retirada de uma novela germânica medieval, a história de Perceval e seu filho Lohengrin. A trama é ambientada durante a primeira metade do século X no Ducado de Brabante (na atual região de Antuérpia, Bélgica, no rio Escalda). Concepção artística da chegada do cavaleiro desconhecido à Brabante.

Ato I

O ato começa com a chegada do rei Henrique I da Germânia à região após anúncio de seu arauto para convocar as tribos alemãs para expulsar os húngaros de suas terras. O conde Friederich de Telramund age como regente do duque Gottfried de Brabante, herdeiro do trono de Brabante mas que ainda era menor de idade, e cuja irmã era Elsa de Brabante, a virgem. Gottfried havia desaparecido misteriosamente e, coagido por sua esposa Ortrud, Telramund acusa Elsa de assassinato ao irmão e exige o título do ducado para si.

Rodeada de suas damas de honra surge Elsa, que, sabendo ser inocente, declara estar disposta a se submeter ao julgamento de Deus através do combate. Ela então invoca o protetor com o qual sonhou uma noite, e eis que surge no julgamento um cavaleiro num barco puxado por um cisne. A chegada havia acontecido somente após a segunda requisição do arauto. Ele aceita lutar por ela desde que ela nunca pergunte seu nome ou sua origem, proposta essa prontamente aceita. Telramund também aceita o desafio do julgamento pelo combate para provar a palavra de sua acusação.

O cavaleiro derrota Telramund num duelo, provando assim sua proteção divina e a inocência da princesa. Entretanto, poupa a vida do perdedor, declara Elsa inocente e a pede em casamento.

Ato II

O ato inicia na parte externa da catedral durante a noite. Juntos, Telramund e Ortrud lamentam sua atual situação, banidos moralmente da comunidade. Ortrud é pagã e lida com a magia, e esquema um plano de vingança para que Elsa pergunte ao cavaleiro as perguntas proibidas, fazendo com que ele vá embora. Com as primeiras luzes da manhã, Elsa aparece na sacada, vê Ortrud no pátio, lamenta sua situação e a convida para participar da cerimônia de casamento. Sem ter sido observado, Telramund retira-se do local. Ortrud começa a conspiração, argumentando que deve haver algo na vida do cavaleiro que o envergonha, algo que o faça querer negar seu passado.

Em outra cena, a população se amontoa e o arauto anuncia que o rei ofereceu ao cavaleiro o ducado de Brabante. Ele entretanto recusa a oferta, desejando ser conhecido somente como "Protetor de Brabante". Enquanto o rei, o cavaleiro desconhecido, Elsa e suas damas de honra estavam prestes a entrar na igreja, Ortrud aparece e acusa o cavaleiro de ser um mágico, razão pela qual ele venceu a disputa, e cujo nome Elsa não sabe. Telramund também aparece e alega ter sido vítima de uma fraude pois nem o nome de seu oponente sabe. O cavaleiro se recusa a revelar a identidade, dizendo que somente Elsa possui o direito de conhecer a resposta, nem mesmo o rei é digno. Elsa, apesar de abalada pelas alegações de Ortrud e Telramund, assegura ao cavaleiro sua lealdade e eles entram na igreja.

Ato III

A cerimônia de casamento ocorre, e os dois expressam seu amor com o outro. Mas Elsa, persuadida por Ortrud, rompe o pacto com o cavaleiro e agora seu marido, fazendo-lhe as perguntas proibidas. Na mesma cena, Telramund aparece para atacar o cavaleiro, mas é morto por ele, que então se volta para Elsa e pede que ela o acompanhe para a presença do rei, para a revelação do mistério.

Muda-se a cena, e volta-se ao local do primeiro ato. As tropas chegam para a guerra. O corpo de Telramund e trazido, e o cavaleiro explica-se perante o rei o assassinato. O cavaleiro então anuncia diante de todos sua verdadeira identidade: Lohengrin, um cavaleiro do Santo Graal, filho do rei Parsifal. Revela também que foi enviado pelo cálice, mas que era hora de retornar, tendo aparecido somente para provar a inocência de Elsa.

Para tristeza de Elsa, o cisne reaparece, indicando a ida de Lohengrin. Ele ora pela volta do irmão de Elsa, desaparecido. O cisne desaparece nas águas e reaparece na forma do jovem Gottfried, que havia sido transformado em animal pelo feitiço de Ortrud. Um pombo então aparece do céu, e assumindo o lugar do cisne guia Lohengrin de volta para o castelo do Santo Graal.

Extraído DAQUI
Mais informações sobre o personagem da ópera AQUI

Richard Wagner (1813-1883) - Lohengrin (ópera em três atos)

DISCO 1

01. Act 1: Vorspiel
02. Act I, Scene 1: Hört! Grafen, Edle, Freie von Brabant!
03. Act I, Scene 1: Dank, König, dir, daß du zu richten kamst!
04. Act I, Scene 1: Welch fürchterliche Klage sprichst du aus!
05. Act I, Scene 2: Seht hin! Sie naht, die hart Beklagte!
06. Act I, Scene 2: Einsam in trüben Tagen
07. Act I, Scene 2: Bewahre uns des Himmels Huld
08. Act I, Scene 2: Des Ritters will ich wahren
09. Act I, Scene 2: Wer hier im Gotteskampf zu streiten kam
10. Act I, Scene 2: Du trugest zu ihm meine Klage
11. Act I, Scene 3: Nun sei bedankt, mein lieber Schwan!
12. Act I, Scene 3: Heil König Heinrich!
13. Act I, Scene 3: Wenn ich im Kampfe für dich siege
14. Act I, Scene 3: Welch holde Wunder muß ich sehn?
15. Act 1, Scene 3: Nun hört! Euch Volk und Edlen
16. Act I, Scene 3: Nun höret mich, und achtet wohl
17. Act I, Scene 3: Mein Herr und Gott, nun ruf' ich Dich
18. Act I, Scene 3: Durch Gottes Sieg ist jetzt dein Leben mein
19. Act II: Vorspiel
20. Act II, Scene 1: Erhebe dich, Genossin meiner Schmach!

DISCO 2

1. Act II, Scene 1: Was macht dich in so wilder Klage doch vergehn?
2. Act II, Scene 1: Du wilde Seherin!
3. Act II, Scene 1: Der Rache Werk sei nun beschworen
4. Act II, Scene 2: Euch Lüften, die meine Klagen
5. Act II, Scene 2: Elsa!...Wer ruft?
6. Act II, Scene 2: Entweihte Götter!
7. Act II, Scene 2: Ortrud, wo bist du?
8. Act II, Scene 2: Du Ärmste kannst wohl nie ermessen
9. Act II, Scene 2: So zieht das Unheil in dies Haus!
10. Act II, Scene 3: In Frühn versammelt uns der Ruf
11. Act II, Scene 3: Des Königs Wort und Wlll' tu ich euch kund
12. Act II, Scene 3: Nun hört, dem Lande will er uns entführen!
13. Act II, Scene 4: Gesegnet soll sie schrieten
14. Act II, Scene 4: Zurüch, Elsa!
15. Act II, Scene 4: Du Lästerin! Ruchlose Frau!
16. Act II, Scene 5: Heil! Heil dem König!
17. Act II, Scene 5: O König! Trugbertörte Fürsten!
18. Act II, Scene 5: Den dort im Glanz ich vor mir sehe
19. Act II, Scene 5: Welch ein Geheimnis muß der Held bewahren?

DISCO 3

1. Act II, Scene 5: Mein Held! Entgegne kühn dem Ungetreuen!
2. Act II, Scene 5: In deiner Hand, in deiner Treu'
3. Act III: Vorspiel
4. Act III, Scene 1: Treulich gefürht ziehet dahin
5. Act III, Scene 2: Das süße Lied verhallt
6. Act III, Scene 2: Wie hehr erkenn' ich unsrer Liebe Wesen!
7. Act III, Scene 2: Atmest du nicht mit mir die süßen Düfte?
8. Act III, Scene 2: Höchstes Vertraun hast du mir schon zu danken
9. Act III, Scene 2: Hilf Gott, was muß ich hören!
10. Act III, Scene 2: Ach nein!
11. Act III, Scene 2: Weh! Nun ist all unser Glück dahin!
12. Act III, Scene 3: Heil König Heinrich!
13. Act III, Scene 3: Was bringen die?
14. Act III, Scene 3: Mein Herr und König, laß dir melden
15. Act III, Act 3: In fernem Land
16. Act III, Scene 3: Mir schwank der Boden!
17. Act III, Scene 3: O bleib, und zieh uns nicht von dannen!
18. Act III, Scene 3, Mein lieber Schwan!
19. Act III, Scene 3: Weh! Du edler, holder Mann!

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Berliner Philharmoniker
Herbert von Karajan, regente
Anna Tomowa-Sintow,
Dunja Vejzovic,
Josef Becker,
Karl Ridderbusch,
Martin Vantin

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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Gerhard Taschner plays Sibelius, Bruch, Schubert e Paganini

Gerhard Taschner foi um impressionante virtuose do violino. Teve uma importante atuação à frente da Filarmônica de Berlim nos tempos de Furtwängler, tornando-se num dos mais celebrados violinistas do período da Segunda Grande Guerra. Posteriormente, Taschner dedicou-se ao ensino. Oportunidade inominável temos de ouvir este maravilhoso disco, desse excelente instrumentista relagado pelo tempo. Destaques no presente post para os Concertos de Sibelius e Bruch; e a Sonatina de Schubert. Não deixe de ouvir. Boa apreciação!

Jean Sibelius (1865-1957) - Concerto para violino e Orquestra em Ré menor, Op. 47
01. Allegro moderato
02. Adagio di molto
03. Allegro ma non tanto

Kölner Rundfunk-Sinfonieorchester
Herbert Sandberg, regente
Gerhard Taschner, violino

Recording: Köln, 1956

Max Bruch (1838-1920) - Concerto No. 1 para violino e Orquestra em Sol menor, Op. 26
04. Allegro moderato
05. Adagio
06. Finale. Allegro energico

Berliner Philharmoniker
Hermann Abendroth, regente
Gerhard Taschner, violino

Recording: Berlin, 16.12.1944

Franz Schubert (1797-1828) - Sonatina em Ré maior, D. 384
07. Allegro molto
08. Andante
09. Allegro vivace

Niccolò Paganini (1782-1840) - Capricho Op. 1, No. 24
10. Capricho Op. 1, No. 24

Hans Altmann, piano
Gerhard Taschner, violino

Recordings: München, 1954

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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Anton Bruckner (1824-1896) - Sinfonia No. 9 em Ré menor (CDs 10 e 11 de 12)

Vamos a mais dois CDs desta caixa fabulosa com Sergiu Celibidache. A Sinfonia No. 9 é o coroamento do trabalho sinfônico de Bruckner. O compositor deixou a obra inacabada. Quando da sua morte, ele ainda trabalhava na composição da obra. É um trabalho cheio de louvor, de reverência a Deus. É mavioso. Trabalho para monges. Ouçamos e nos deleitemos. Boa pareciação!

Anton Bruckner (1824-1896) - Sinfonia No. 9 em Ré menor

DISCO 10

Sinfonia No. 9 em Ré menor


01. Applause
02. I. Feierlich, Misterioso
03. II. Scherzo. Bewegt, lebhalt - Trio. Schnell

DISCO 11

01. III. Adagio. Langsam, feierlich
02. IV. Applause
03. Excerpts from the rehearsals
04. Excerpts from the rehearsals
05. Excerpts from the rehearsals
06. Excerpts from the rehearsals
07. Excerpts from the rehearsals
08. Excerpts from the rehearsals
09. Excerpts from the rehearsals
10. Excerpts from the rehearsals
11. Excerpts from the rehearsals

Edition: Leopold Nowak

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Münchner Philharmoniker
Sergiu Celibidache, regente

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Sofia Gubaidulina (1931-) - A Paixão Segundo João

Ainda não conhecia esta gravação da promissora compositora russa Sofia Gubaidulina. Assustei-me com os badalos iniciais de sinos revoltos. Toda a trascendentalidade do Evangelho segundo São João torna-se num áspero e místico grito pela revelação da alma humana. Existe uma espiritualidade latente nas composições de Gubaidulina, o que torna suas obras em confissões abstratas de fé. A compositora é praticante do cristianismo ortodoxo dos russos. Dos livros evangélicos, João é aquele que revela um Cristo místico, semelhante ao Pai em conteúdo, infinitude e substância. Faço duas menções a este fato: (1) Aquela em que o evangelista diz que "No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus; e o Verbo era Deus"; e (2) aquela passagem na qual Cristo debate com os fariseus, religiosos ortodoxos do antigo Judaísmo, e afirma: "Antes que Abraão existisse EU SOU". Tal afirmação abriga implicações filósoficas e teológicas. Gubaidulina consegue, por meio de sua religiosidade, transpor com uma linguagem muito própria, os aspectos mais profundos do evangelho segundo João. Sendo muito mística, a compositora busca construir uma restauração entre si e o Absoluto. A sua música é o símbolo, a ponte, que viabiliza a ligação. Não deixe de ouvir esta impressionante gravação. Boa apreciação!

Sofia Gubaidulina (1931-) - A Paixão Segundo São João

DISCO 1

01 - The Word
02 - The Washing of Feet
03 - The Commandment of Faith
04 - The Commandment of Love
05 - Hope
06 - Liturgy in Heaven
07 - Betrayal, Denial, Flagellation, Condemnation

DISCO 2

01 - The Way to Golgotha
02 - A Woman Clothed with the Sun
03 - Entombment
04 - The Seven Bowls of Wrath

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Orchestra de Mariinky-Theatre St. Petersburg
Valery Gergiev, regente
Natalia Korneva, soprano
Viktor Lutsiuk, tenor
Fedor Mozhalev, barítono
Genady Bezzubenkov, baixo

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