domingo, 29 de agosto de 2010

Benjamin Britten (1913-1976) - Sinfonia da Requiem, Op. 20, Four Sea Interludes, Op. 33a, Passacaglia, Op. 33b e An American Overture

Acredito, sem rodeios, que Britten tenha sido o maior compositor inglês de todos os tempos. E olhem que gosto de Purcell, Elgar e Vaughan Williams. Mas Britten é imbatível. Sua música é arrebatadora. Consta que Britten ao nascer teria recebido tal nome, pois a sua mãe julgava que o compositor seria "o quarto B" da história da música. Os primeiros foram: Bach, Beethoven e Brahms. Suas intenções eram pretensiosas. Mas não devemos olvidar as habilidades incomuns de Britten para compor. Sua obra é grandiosa. Separei sua ópera mais importante - Peter Grimes - para postar. Acredito que isso se efetuará na próxima semana. Abaixo seguem os dados da wikipédia sobre Benjamin Britten:

Nascido no condado de Suffolk, à beira-mar, o seu carácter costeiro reflecte-se em muitas das suas obras. Britten iniciou-se na música desde cedo, talvez influenciado pelos seus pais, praticantes amadores. Aos 14 anos teria já composto dez sonatas em piano e seis quartetos de cordas, não excluindo um oratório e um poema orquestral intitulado Chaos and Cosmos (o Caos e o Cosmos). A sua educação passou, como era normal na época, por uma escola particular local, e mais tarde pela Escola Gresham, de boa reputação a nível nacional, em Holt, no condado vizinho de Norfolk. Aos 10 anos impressiona-se ao ouvir uma interpretação de The Sea («O Mar»), de Frank Bridge, com quem teria lições de composição três anos depois. A influência de Bridge na vida de Britten foi patente: durante toda a sua vida Britten se referia a ele com grande afecto e respeito. Depois da escola, o conservatório: o Colégio Real de Música, em Londres, de onde não guardou recordações felizes, conforme declarou em 1961. Ali, seus professores foram John Ireland, em composição, e Arthur Benjamin, em piano. Britten faz, entretanto, projectos para ir estudar com Alban Berg, em Viena, não chegando, no entanto, a concretizar-se, provavelmente pela desaprovação do Colégio. Seria aqui que Britten captava a atenção do público, ao interpretar uma das suas partituras estudantis, a Sinfonietta (Op. 1), por insistência de Adrian Boult. Apesar da viagem para Viena não se concretizar, Britten conseguiu trabalho em Londres com maior regularidade, especialmente quando se dedicou a compor para filmes. Aí se tornou amigo de W. H. Auden que, em 1935, com quem colaborou em Our Hunting Fathers («Os Nossos Antepassados Caçadores»), com posições radicais políticas e musicais, e de quem recebia o roteiro para a trilha sonora de Night Mail, que quase se tornou clássica. A produção começava a revelar-se impressionante, de modo que foi-lhe oferecido um contrato pela editora Boosey and Hawkes, que aceitou com entusiasmo. Em 1936 estreou uma suite de violino e piano com Antonio Briosa, num recital radiofónico da BBC. Ainda nesse ano, tendo Auden ingressado na Guerra Civil Espanhola, escreveu, em colaboração com Lennox Berkeley, a obra intitulada Mont Juic, baseada em danças catalãs, que se estrearia muitos anos depois em Barcelona, aquando do III Festival Internacional de Música, em 1965. Conhece, entretanto, o tenor Peter Pears de quem se tornaria amigo e companheiro para toda a vida. No Outono de 1937, Britten, cuja casa natal de Lowestoft fora vendida por morte dos pais, comprou The Old Mill na vila de Snape, no mesmo condado, um moinho antigo transformado em vivenda em 1933. Aí viveu, acompanhado frequentemente por Pears e outros amigos. Em 1939, influenciado pelo desenrolar da política europeia e pela crítica hostil inglesa, ambos seguiram Auden, já de regresso, para a América e aí Britten compôs Paul Bunyan, a sua primeira ópera, com texto de Auden, bem como várias músicas para Pears. Este período foi particularmente notável para o seu trabalho com orquestra, incluindo The Illuminations («As Iluminações»), destinadas a Sophie Wyss, em Londres, sobre originais franceses de Arthur Rimbaud, e os Seven Sonnets of Michelangelo («Sete Sonetos de Miguel Ângelo»), Variations on a Theme of Frank Bridge (para orquestra de cordas) e Sinfonia da Requiem (para orquestra completa), esta última para satisfazer uma enconmenda do governo japonês para festejar o 2500º aniversário da dinastia Mikado — curiosamente estes negaram-se a estreá-la. Porém, Kussevitzki interpretou-a em Boston e, antevendo as escusas de dificuldades económicas de Britten como desculpa para não escrever mais óperas, lhe encomendou imediatamente uma ópera: assim se iniciou Peter Grimes. Em 1942, já em plena guerra, a nostalgia de Britten da sua terra puxou-o de volta para Inglaterra, num barco neutral sueco, instalando-se no velho moinho de Snape. Em 1945 concluiu Peter Grimes. Terminada a guerra, as preocupações concentravam-se em organizar o mundo pós-guerra, e o director da Ópera de Sadler's Wells, empenhado em reabrir o local, escolhe Peter Grimes para servir de espoleta. A 7 de Junho desse ano, estreou-se a ópera com Pears no papel de Peter Grimes e Joan Cross no de Ellen, com uma orquestra alegadamente modesta (até então). O sucesso foi estrondoso e não tardou à peça em ser reproduzida pelas Europa e América fora. Não obstante, as oposições por parte de alguns sectores da música inglesa levaram-no a cultivar o género da ópera e a trabalhar em obras verdadeiramente inglesas. Assim, juntamente com Joan Cross, formam um novo projecto operístico, o English Opera Group, em 1947 — que dedicar-se-ia a realizar digressões, especializar-se em óperas de câmera. É nesta altura que surgiu uma série de obras para o conjunto em questão, como Billy Bud, baseada no romance homónimo de Herman Melville, The Turn of the Screw, uma cruel história de horror de Henry James e, entre outras, The Young Person's Guide to the Orchestra («Guia de Orquestra para Jovens»), um conjunto de variações e uma fuga sobre um tema de Purcell, inicialmente com uma orientação didáctica, mas que não impediu a sua popularidade. No ano seguinte foi viver para Aldeburgh, com Pears — inicialmente para perto do mar e mais tarde, quando os turistas se tornavam impertinentes, retiraram-se para uma zona menos concorrida da cidade — onde organizaria o Festival de Aldeburgh, que traria orquestras e coros à cidade. Aldeburgh prosperava, entretanto, e Britten recebeu a preciosa ajuda de Imogen Holst, que se mudou para a cidade para passar horas incontáveis ao lado de Britten, ajudando-o com os manuscritos. The Scallop, uma escultura em Aldeburgh em homenagem a Britten, com uma frase da célebre Peter Grimes: Consigo ouvir as vozes que não serão afogadas. Entretanto as viagens intensificaram-se: Britten viajou até ao Extremo Oriente (Bali) onde a típica orquestra javanesa — o gamelão — lhe incutiu as influências patentes em The Prince of the Pagodas («O Príncipe dos Pagodes»), onde induz a originalidade de alguns sons, sendo esta a única grande contribuição de Britten para o bailado. No Japão, o teatro Nô fascinou o músico compositor, que adoptou esse estilo em Curlew River («Rio Curlew»), a primeira de uma série de parábolas para serem representadas numa igreja. Em 1962, para a reconstrução da Catedral de Coventry — que, embora não sendo das mais famosas catedrais de Inglaterra, a sua destruição fora sentida como perda nacional — Britten foi encarregado de escrever a música para a consagração do novo templo, surgindo assim War Requiem («Réquiem da Guerra»), que seria interpretada por Peter Pears, o alemão Dietrich Fischer-Dieskau e a russa Galina Vichnevskaia — cuja participação seria negada pela União Soviética. Nesta época, Britten começou a visitar a URSS frequentemente, quer na qualidade de intérprete, quer na de regente. Nestes anos, como sempre adaptado às circunstâncias, escreveu muitas peças para violoncelo, onde se inclui a Sinfonia de Violoncelo e Orquestra. Talvez devido ao ruído dos aviões de Aldeburgh, que entretanto se intensificara, Britten e Spears mudaram-se de novo em 1970, desta vez para Horham, no mesmo condado. Foi neste ano que completou Owen Wingrave, já preparada para ser representada na televisão. Três anos depois compôs Death in Venice («Morte em Veneza»), baseada na novela de Thomas Mann, uma narração dos últimos dias de um romancista já de idade madura; este retorno à ópera foi aclamado pelo público como a sua obra-prima. Porém, Britten começava a sentir problemas no coração. Chegou mesmo a adiar a intervenção médica para poder terminar Death in Venice. Durante os — poucos — anos que lhe restavam, Britten empenhou-se no seu terceiro e último quarteto de cordas, já limitado em certas actividades. Não obstante, recebeu assim honras públicas que lhe serviriam de estímulo, como a nomeação de Lord Britten de Aldeburgh pela própria Rainha de Inglaterra, honra concedida pela primeira vez a um compositor britânico. Em 1976 conseguiu ainda passar umas férias em Bergen onde, mesmo assim, iniciava novas obras enquanto ali descansava. Todavia, em Novembro desse ano, pouco depois de completar 63 anos, morreu em Aldeburgh.

Benjamin Britten (1913-1976) - Sinfonia da Requiem, Op. 20, Four Sea Interludes, Op. 33a, Passacaglia, Op. 33b e An American Overture

Sinfonia da Requiem, Op. 20
01. I. Lacrymosa
02. II. Dies Irae
03. III. Requiem Aeternam

Four Sea Interludes, Op. 33a
04. I. Dawn
05. II. Sunday Morning
06. III. Moonlight
07. IV. Storm

Passacaglia, Op. 33b
08. Passacaglia, Op. 33b

An American Overture
09. An American Overture

Você pode comprar na Amazon

New Zealand Symphony Orchestra
Myer Fredman, regente

BAIXAR AQUI


*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante!

3 comentários:

Martini disse...

Sugeriria a ópera Morte em Veneza, que ainda não conheço mas tenho curiosidade de ouvir, porque adoro Thomas Mann. Pelo que li foi a última ópera composta por Britten e uma de suas últimas obras, o que é muito representativo vistos os temas da novela de Mann (beleza, arte, morte)

Anônimo disse...

lol!

Carlinus disse...

Martini, você está correto. Morte em Veneza de Britten é uma das maiores óperas do século XX. Terei que verificar se disponho dessa ópera. O que está certo mesmo é que postarei Peter Grimes.

Obrigado pelo seu comentário.

Abraços!