sexta-feira, 31 de julho de 2009

Gustav Mahler (1860-1911) - Sinfonia No.3 em Ré menor

Eis que aparece mais uma sinfonia de Gustav Mahler - a número 3. É a maior do repertório mahleriano. O primeiro movimento chega a ter mais de 30 minutos. Trata-se de uma overdose de possibilidades musicais. Assim era Mahler - denso, intenso, profundo, megalomaníaco (não em sentido wagneriano). Esta faraônica sinfonia foi composta entre 1893 e 1896. Acredito que em toda a história da música não haja outra sinfonia com as proporções dessa terceira sinfonia. Segundo a wikipédia: "Esta obra está composta em seis andamentos, divididos em duas partes: A primeira compreende o primeiro andamento, muito longo. A segunda agrupa os restantes andamentos. No quarto andamento a parte do contralto é um texto de "Assim falou Zaratustra" do Friedrich Nietzsche. No andamento seguinte, o coro das crianças canta um tema de "Das Knaben Wunderhorn" (A trompa mágica do rapaz). O andamento final é um hino ao amor, que conclui a sinfonia com um adagio que faz meditar". Segundo ainda a mesma wikipédia, a sinfonia número 3 tem a seguinte explicação em cada um dos seus movimentos:

1. "Chega o Verão"
2. "O que me dizem as flores do campo"
3. "O que me dizem os animais da floresta"
4. "O que me dizem os homens"
5. "O que me dizem os homens"
6. "O que me diz o amor"

Ou seja, poesia pura. A interpretação fica por conta de Rafael Kubelik, que já pareceu por aqui com a No. 1, "Titã". A gravação é do ano de 1967. Ouvir Mahler é sempre uma experiência mística e grandiloquente. Boa apreciação dessa obra que revela o gênio humano.

Gustav Mahler (1860-1911) - Sinfonia No.3 em Ré menor

CD 1

Parte I
01 - Kraftig. Entschieden [31:22]

Total: 31:22

CD 2

Parte II
01 - Tempo di Menuetto. Sehr mabig [9:38]
02 - Comodo. Scherzando. Ohne Hast [16:56]
03 - Sehr langsam. Misterioso. Durchaus ppp [9:48]
04 - Lustig im Tempo und keck im Ausdruck [4:02]
05 - Langsam. Ruhevoll. Empfunden [22:34]

Total: 63:14

Bavarian Radio Symphony Orchestra
Women's Chorus
Tölz Boy's Chorus
Rafael Kubelik, regente
Marjorie Thomas, contralto

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Por Carlos Antônio M. Albuquerque
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Ludwig van Beethoven (1770-1827) - Concertos para piano No. 1 e 2, Op. 15 e 19

Sei que já postei os concertos para piano e orquestra do meu compositor favorito: Beethoven. Fi-lo pela primeira vez com Georg Solti na regência e Vladimir Ashkhenazy ao piano. Ou seja, uma gravação de peso. Mais de peso ainda é a gravação que apresento agora com o Pollini e Abbado. Simplesmente imperdível. É a melhor gravação que já ouvi dos concertos para piano e orquestra de Ludwig. Pollini é um mago ao piano. Abbado rege com competência e sobriedade, o que torna o conjunto simplesmente imbatível. Temos ainda a Orquestra Filarmônica de Berlim. É um registro soberbo. Seguem os primeiros dois concertos - o opus 15 e o 19. Boa audição!

Ludwig van Beethoven (1770-1827) - Concertos para piano No. 1 e 2, Op. 15 e 19

Concerto para piano e orquestra No. 1 em C maior, Op. 15
1. Allegro con brio [17:16] 
2. Largo [11:13] 
3. Rondo. Allegro [scherzando] [8:59] 

Concerto para piano e orquestra No. 2 em B bemol maior, Op. 19 
4. Allegro con brio [13:33] 
5. Adagio [7:41] 
6. Rondo. Molto allegro [7:31] 

Berliner Philharmoniker 
Claudio Abbado, regente 
Maurizio Pollini, piano 


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quinta-feira, 30 de julho de 2009

Igor Stravinsky (1882 - 1971) - Le sacre du printemps e Petrouchka

Stravinsky é uma das figuras mais importantes da história da música no século XX - e por que não dizer de toda a história musical? O russo não era brincadeira. Para os não iniciados, ele se mostra um compositor difícil, de peças áridas. Abandonada esta impressão, Stravinsky se mostra um compositor necessário e tão importante quanto Bach ou Beethoven. As duas peças que temos aqui - Le sacre du printemps e Petrouchka - são das mais representativas do compositor. Carpeaux diz sobre a primeira peça: "No dia 29 de maio de 1913 estreou-se La sagre du printemps. Foi um escândalo quase sem-par na história da música. O público ficou furioso. A crítica falou em massacre du printemps. Foi o batismo de fogo da nova música; e logo depois um imenso sucesso [...] La sagre du printemps (1913) é até hoje a obra mais conhecida de Stravinsky. Continua entusiasmando todas as novas gerações que ouvem pela primeira vez. Continua obra difícil, perigosa, experimental até hoje. O furioso movimento polirrítmico das danças, as dissonâncias ásperas da escritura extremamente cromática e politonal parecem-lhes o retrato musical dos tempos novos, da nossa época das máquinas. Quase não se percebe que a peça foi composta como evocação dos tempos bárbaros da Rússia pré-cristã e pré-eslava, dos citas; que é uma obra do primitivismo produzida com os recursos do mais requintado intelectualismo". Já, por sua vez, o Petrouchka é a história de um fantoche feito de palha e serragem e tem um saco como sendo o seu corpo. Todavia, Petrouchka vem à vida e desenvolve emoções. A história se parece com a de Pinóquio. Entrementes, pelo drama, talvez se aproxima mais do Frankenstein de Mary Shelley. Não deixe de ouvir este desafiante registro de ótima qualidade. Stravinsky é um compositor fecundo e precisa de ouvidos sensíveis para ser apreciado. Boa viagem estética pelo mundo ríspido de La sagre du printemps e de Petrouchka.

P.S. O arquivo está num único bloco à semelhança de um tijolo.

Igor Stravinsky (1882 - 1971) - Le sacre du printemps e Petrouchka

Le sacre du Printemps

Part. I
1. Introduction
2. Dance os the adolescents
3. Mock abduction
4. Spring rounds
5. Games the rival tribes
6. Procession of the Sage
7. Adoration of the Earth [16:23]

Part. II
1. Introduction
2. Mystical circle of the adolescents
3. Glorification of the Chose One
4. Evocation of the ancestors
5. Ritual os the ancestors
6. Sacrifical dance [18:23]

Petrouchka

Scene 1
3. The Shrovetide fair [6:59]
4. Russian dance [2:45]

Scene 2
5. Petrouchka [4:17]

Scene 3
6. The Blackmoor
Dance of the Ballerina [3:16]
7. Valse (La Ballerina et le Maure) [3:10]

Scene 4
8. The Shrovetide (evening) [1:09]
9. Dance of the wet-nurses [2:43]
10. Dance of the peasant and the bear [1:24]
11. The merchant and the gipsies [1:08]
12. Dance of the coachmen and the grooms [2:07]
13. The masqueraders [1:30]
14. The scuffle [0;41]
15. Death the Petrouchka [0:44]
16. Police and the Charlatan [1:08]
17. Apparation of Petrouchka's ghost [0:47]

Concertgebouw Orchestra Amsterdam
Sir Colin Davis, regente

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quarta-feira, 29 de julho de 2009

Anton Bruckner (1824-1896) - Sinfonia No.1 em Dó menor

Anton Bruckner era uma figura estranha. Possuía uma personalidade perturbada e tímida. Foi educado em mosteiros alemães. Talvez nunca tenha se deitado com uma mulher. Coitado! Abraçou o wagnerismo e tentou construir sinfonias repletas do espiríto do compositor de Bayreuth. Ainda estou aprendendo a ouvi-lo. Suas sinfonias são enormes desafios. São saturantes. Provocam cansassos demasiados. Brahms disse certa vez que "eram serpentes gigantescas". De fato, elas nos sufocam. Esmagam-nos. Provocam asfixia. Essas são impressões causadas em mim cada vez que o escuto. Mas, hoje, ouvir esta sinfonia No.1 e fiquei impressionado. Possuía uma gravação dela em fita K-7 e já a tinha escutado. A impressão positiva, provocou-me para que eu a postasse. Ah! ia esqucendo! A regência é com Herbert von Karajan à frente da Filarmônica de Berlim. Boa apreciação!

Anton Bruckner (1824-1896) - Sinfonia No.1 em Dó menor

1. Allegro
2. Adagio
3. Scherzo: Schnell
4. Bewegt, Feurig


Orquestra Filarmônica de Berlim
Herbert von Karajan


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Por Carlos AntônioM. Albuquerque

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terça-feira, 28 de julho de 2009

Georges Bizet (1838-1875) - Sinfonia em dó maior e Arlesiana No. 1 e 2

Ouvi este CD hoje à noite e me senti entusiasmado para postá-lo. Não se trata de uma extraordinária gravação, mas possui peças de um valor poético notável. Bizet é o homem das melodias perfeitas. Ouvi-lo é uma experiência profundamente agradável e contemplativa. Não foi caso fortuito a impressão que o compositor provocou em Nietzsche. Comprei este CD há algum tempo atrás e sempre que posso, escuto-o. Transcrevo as informações do encarte: "A Sinfonia em dó maior foi escrita pelo compositor francês Georges Bizet em 1855, quando contava apenas 17 anos de idade. O jovem músico, após ter escutado em abril daquele ano a Sinfonia No. 1 de Charles Gounod, decidiu escrever sua própria sinfonia, somente como um exercício musical e sem maiores ambições. Esta obra surpreendente foi redescoberta somente em 1932, quando o compositor Reinaldo Hahn doou ao Conservatório de Paris o manuscrito original de Bizet. O grande regente Felix Weigarther dirigiu a estréia da Sinfonia em dó maior em 1935 e a peça tornou-se rapidamente muito popular. Seus quatro movimentos revelam forte afinidade com o idioma de Mendelssohn e de Schubert e embora a obra não seja em nenhum aspecto inovadora, soa como se não tivessem existido centenas de outras compostas antes dela. A criatividade juvenil do compositor transmite uma alegria contagiante e revela uma inspiração espontânea e generosa, assim como uma leveza instrumental verdadeiramente notável. A Arlesiana é um "melodrama" que o escritor Alphonse Daudet tirou de suas Cartas do meu moinho. A primeira representação deu-se em outrubto de 1872 no Teatro de Vaudeville de Paris. A peça foi um grande fracasso, mas a música de cena composta por Bizet (27 números, entre os quais seis coros e 16 melodramas) é uma das melhores partituras escritas pelo compositor. Logo após, Bizet retrabalhou quatro trechos da música de cena, criando uma suíte para orquestra (hoje conhecida como Suíte no. 1), que foi estreada em dezembro de 1872, com estrodoso sucesso. Quatro anos após a morte de Bizet, seu amigo Ernest Guiraud elaborou uma segunda suíte de orquestra, utilizando para tanto três outros movimentos da música de cena da Arlesiana, assim como um trecho da ópera La jolie fille de Perth (Minueto)". Não deixe de ouvir este excelente registro com Georges Bizet. Boa apreciação!

Georges Bizet (1838-1875) - Sinfonia em dó maior e Arlesiana No. 1 e 2

Sinfonia em C major
1. Allegro vivace
2. Adagio
3. Allegro vivace (scherzo)
4. Allegro vivace

A Arlesiana - Suíte No. 1
5. Prelúdio (allegro deciso)
6. Minueto
7. Adagietto
8. Carilon - Carrilhão

A Arlesiana - Suíte No. 2
9. Pastoral
10. Intermezzo
11. Minueto
12. Farandole - Farândola

Slovak Philharmonic Orchestra [1, 2, 3, 4]
Zdenek Kosler, regente

Radio Bratislava Symphony Orchestra [5 - 12]
Pavel Despajl, regente

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Por Carlos Antônio M. Albuquerque
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segunda-feira, 27 de julho de 2009

Piotr Ilytch Tchaikovsky - Sinfonia Manfredo in B minor, Op. 58

Com este CD, concluo a série de postagens com as sinfonias de Tchaikovsky regidas por Bernard Haitink. Esta série de sinfonias é excelente. Imperdível. A última a surgir é a Sinfonia Manfredo. É uma obra programática, escrita possivelmente em 1885. A Sinfonia baseia-se no poema do escritor Lord Byron, um romântico inveterado. O poema de Byron é do ano de 1817. A Sinfonia Manfredo é um trabalho inacabado. Foi escrita entre as sinfonias 4 e 5. Talvez tenha sido por isso que não tenha recebido nenhuma numeração. Não deixe de ouvir este importante trabalho do mestre russo. Boa apreciação!

Piotr Ilytch Tchaikovsky (1840-1893) - Sinfonia Manfredo in B minor, Op. 58 
01. Lento lugubre - Moderato con moto 
02. Vivance con spirito 
03. Andante con moto 
04. Allegro con fuoco 

Royal Concertgebouw Orchestra 
Bernard Haitink, regente 


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Jean-Philippe Rameau - Anacréon e Daphnis et Eglé

Após alguns dias de ausência estamos de volta. Fiz uma pequena viagem ao interior de Goiás. Foram dias de descanso e bastante acepipes goianos. Algo notável e necessário. Dessa vez, ressurjo com Rameau, esse grande ícone da música barroca, mas, assim como Bach, importante para o surgimento da "música moderna". São duas obras extraordinárias - Anacréon e Daphnis et Eglé. Rameau era um compositor de formação e intelecto erudito. Conhecia com bastante propriedade as mitologias grego-romana. Por isso, esses temas são tão costumeiros. A Capela Savaria faz a interpretação das obras com batante primor. Boa apreciação!

Jean-Philippe Rameau (1682-1764) - Anacréon e Daphnis et Eglé

01 - Anacréon, I. Ritournelle
02 - Anacréon, II. Premier et deuxième air vif
03 - Anacréon, III. Air gai
04 - Anacréon, IV. Premier et deuxième tambourin
05 - Anacréon, V. Première et deuxième gavotte
06 - Anacréon, VI. Pantomime très gaye
07 - Anacréon, VII. Bacchanales
08 - Anacréon, VIII. Contredanse
09 - Daphnis et Egle, I. Ouverture
10 - Daphnis et Egle, II. Sarabande très tendre
11 - Daphnis et Egle, III. Première et deuxième gavotte en rondeau
12 - Daphnis et Egle, IV. Premier et deuxième passepied
13 - Daphnis et Egle, V. Entrée des jeux et des plaisirs
14 - Daphnis et Egle, VI. Gigue
15 - Daphnis et Egle, VII. Gavotte vive en rondeau
16 - Daphnis et Egle, VIII. Musette
17 - Daphnis et Egle, IX. Premier menuet en rondeau; deuxième menuet
18 - Daphnis et Egle, X. Premier et deuxième tambourin
19 - Daphnis et Egle, XI. Contredanse très vive

Capela Savaria
Mary Térey-Smith, regente

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Por Carlos Antônio M. Albuquerque
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segunda-feira, 20 de julho de 2009

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) - A Flauta Mágica (Die Zauberflöte)

Era agosto ou setembro de 2008. O período da estiagem estava atingindo o seu ponto mais crítico no Centro-Oeste. Nestes meses, Brasília se transforma num Saara brasileiro por conta do clima. A umidade do ar atinge níveis muito baixos. O calor é escaldante. Todavia, parece existir uma recompensa pos conta desses rigores. Os dias quentes proporcionam fins de tardes fenomenais. Os ocasos são verdadeiros partos piscodélicos. A tintura vermelha do sol derrama-se por todos os lados. As nuvens no céu são como gases ensaguentadas. A vegetação seca. Uma névoa leitosa , empoeirada e espessa envolve todas as coisas. Esse era o cenário aqui em Brasília. Chovera em maio. Ou seja, o Planalto estava há três meses sem sentir o alívio da chuva. Por este tempo fiquei sabendo que a ópera A Flauta Mágica de Mozart seria apresentada no gramado da Esplanada dos Ministérios. Fiquei profundamente entusiasmado com a notícia. A regência seria do memorável maestro Silvio Barbato, morto em maio no vôo da Air France, infelizmente. Tive a oportunidade de ver o Barbato em outros eventos à frente da Sinfônica do Teatro Nacional aqui em Brasília regendo Mozart, Mahler e Brahms. O maestro era um empreendedor nesse sentido. Em 2006, quando da ocasião da comemoração dos 250 anos do nascimento de Mozart, Barbato resolveu homenagear o compositor promovendo 12 horas seguidas de música do gênio de Viena. Em outras ocasiões, quando era o regente titular da Sinfônica do Teatro Nacional, promovia concertos itinerantes pela cidades-satélites - Gama, Sobradinho, Ceilândia, Taguatinga. Isso consituía um ato de excelência no sentido de democratizar a música clássica. Mas voltemos ao evento que teria A Flauta Mágica. Era um sábado à noite. Um palco foi montado e um extraordinário cenário foi erguido para representação da obra. O público eclético estava nas arquiancadas. Barbato que um ano antes apresentara Carmen de Bizet, fez a devida apresentação da obra mozartiana. A orquestra fazia o seu trabalho, Barbato regia, os cantores no palco misturam vozes com encenações teatrais; dois telões foram montados, mostrando o que acontecia no palco e ao mesmo tempo a tradução da obra que era cantada em alemão. Fantástico. Estava embasbacado. Uma estupefação tomava conta de mim, pois esta é uma das obras de Mozart que mais ouvi e gosto. Não costumo ouvir óperas, mas esta é diferente. Possui árias belíssimas. Uma temática mística que impressiona. O fato é que quando os cantores entoavam as árias mais suaves de A Flauta Mágica, eu me sentia preso àquela musicalidade. Mas o inusitado aconteceu: após três meses sem chuva, uma garoa fina começou a cair, levantando o cheiro de terra molhada. O maestro foi resistente aos primeiros pingos. Mas como a orquestra estava tocando ao ar livre, Barbato acabou explicando a necessidade de parar o concerto. Fiquei imensamente triste com aquilo. Tentei me refugiar em algum lugar. De repente, um milagre: a chuva parou. Todavia, a maioria do público abandonou o espetáculo. Barbato decidiu dar continuidade à obra. Novas sucessões de cantos extraordinárias. Até que a Rainha da Noite apareceu, cantou e a chuva tornou-se firme e aí Barbato com sua voz peculiar avisou: "Gente, infelizmente não dá para continuar. Temos aqui na orquestra instrumentos delicadíssimos e caros. Expô-los a água é perigoso, pois são imensamente sensíveis". Não havia terminado nem o primeiro ato. Aquilo me constenou. Como que fica sem chover por três meses e a chuva reaparece justamente naquela ocasião quando a beleza estava sendo desvelada? São as ironias da natureza. Os segredos inopinados das horas, dos dias, do tempo. Aquela foi a última ocasião em que vi Silvio Barbato regendo. Que pena! Mas fica aqui a certeza de uma extraordinária peça. Acredito que uma das maiores que já postei neste blogger. A Flauta Mágica é, se não estou enganado, a penúltima ópera de Mozart, posto que a última é A Clemência de Tito, de 1791. Ou seja, o ano da morte do compositor. A ópera acontece em dois atos. Abbado fica engarregado por conduzir esta gravação à frente da Mahler Chamber Orchestra. Foi realizada em 2006 em homenagem aos 250 anos do nascimento de Mozart. Comemoração mais que merecida. Não deixe de ouvir esta gravação e se deliciar com os elementos variados dessa, que é uma das maiores óperas de todos os tempos - alegria, amor, tristeza, ambição, poder, mistérios maçônicos, mitologia. Tudo isso pode ser encontrado nesta obra. Boa apreciação!

Para saber mais sobre a obra AQUI:

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) - A Flauta Mágica (Die Zauberflöte)

CD 1

01. Ouverture
02. Nr. 1 Introduktion »Zu Hilfe! Zu Hilfe!« (Tamino, Die drei Damen)
03. Nr. 2 Arie »Der Vogelfanger bin ich ja« (Papageno)
04. »Papageno!« - »Ah! Das geht mich an!« (Die drei Damen, Papageno, Tamino)
05. Nr. 3 Arie »Dies Bildnis ist bezaubernd schon« (Tamino)
06. »Freue dich und fasse Mut, schoner Jungling!« (Die drei Damen, Tamino)
07. Nr. 4 Rezitativ und Arie »O zittre nicht, mein lieber Sohn!« (Königin der Nacht)
08. Nr. 5 Quintett »Hm, hm, hm« (Papageno, Tamino, Die drei Damen)
09. »Ha, ha, ha!« - »Pst, pst!« (Die drei Slaven)
10. Nr. 6 Terzett »Du feines Taubchen, nur herein!« (Monostatos, Pamina, Papageno)
11. »Bin ich nicht ein Narr« (Papageno, Pamina)
12. Nr. 7 Duett »Bei Mannern, welche Liebe fuhlen« (Pamina, Papageno)
13. Nr. 8 Finale »Zum Ziele fuhrt dich diese Bahn« (Die drei Knaben, Tamino, Priester, Sprecher, Chor)
14. »Wie stark ist nicht dein Zauberton« (Tamino)
15. »Schnelle Fube, rascher Mut« (Pamina, Papageno, Monostatos, Sklaven, Chor)
16. »Es lebe Sarastro! Sarastro soll leben!« (Chor, Pamina, Sarastro, Monostatos, Tamino)
17. Nr. 9 Marsch der Priester
18. »Ihr, in dem Weisheitstempel« (Sarastro, Zweiter Priester, Sprecher, Dritter Priester)
19. Nr. 10 Arie mit Chor »O Isis und Osiris« (Sarastro, Chor)
20. »Eine schreckliche Nacht!« (Tamino, Papageno, Sprecher, Zweiter Priester)
21. Nr. 11 Duett »Bewahret euch vor Weibertucken!« (Erster Priester, Zweiter Priester)

CD 2

01. Nr. 12 Quintett »Wie Wie Wie Ihr an diesem Schreckensort« (Die drei Damen, Papageno, Tamino, Priester
02. »Heil dir, Jüngling! Dein standhaft männliches Betragen« (Sprecher, Zweiter Priester, Papageno)
03. Nr. 13 Arie »Alles fühlt der Liebe Freuden« (Monostatos)
04. Nr. 14 Arie »Der Hölle Rache kocht in meinem Herzen« (Königin der Nacht)
05. »Morden soll ich« (Pamina, Monostatos, Sarastro)
06. Nr. 15 Arie »In diesen heil'gen Hallen« (Sarastro)
07. »Hier seid ihr euch beide alleine überlassen« (Sprecher, Zweiter Priester, Papageno)
08. Nr. 16 Terzett »Seid uns zum zweitenmal willkommen« (Die drei Knaben)
09. »Tamino, wollen wir nicht speisen« (Papageno) - »Tamino! Du hier« (Pamina)
10. Nr. 17 Arie »Ach, ich fühl, es ist verschwunden« (Pamina)
11. »Nicht wahr, Tamino, ich kann auch schweigen« (Papageno)
12. Nr. 18 Chor der Priester »O Isis und Osiris (Chor)
13. »Prinz, dein Betragen war bis hieher männlich und gelassen« (Sarastro, Pamina)
14. Nr. 19 Terzett »Soll ich dich, Teurer, nicht mehr seh'n« (Pamina, Sarastro, Tamino)
15. »Tamino! Tamino! Willst du mich denn gänzlich verlassen« (Papageno, eine Stimme, Die drei Priester)
16. Nr. 20 Arie »Ein Mädchen oder Weibchen wünscht Papageno sich!« (Papageno)
17. »Da bin ich schon, mein Engel!« (Das alte Weib, Papageno)
18. Nr. 21 Finale »Bald prangt, den Morgen zu verkünden« (Die drei Knaben, Pamina)
19. »Der, welcher wandert diese Straße voll Beschwerden« (Die Geharnischten, Tamino, Pamina)
20. »Papagena! Papagena! Papagena! Weibchen! Täubchen!« (Papageno, Die drei Knaben, Papagena)
21. »Nur stille, stille, stille, stille!« (Monostatos, Königin der Nacht, Die drei Damen)

Mahler Chamber Orchestra
Claudio Abbado, regente
Arnold Schoenberg Chor
Sarastro---------------René Pape
Rainha da Noite--------Erika Miklósa
Pamina----------------Dorothea Röschmann
Tamino----------------Christoph Strehl
Papageno--------------Hanno Müller-Brachmann
Papagena--------------Julia Kleiter
Sprecher--------------Georg Zeppenfeld
Monostatos------------Kurt Azesberger
3 Damen--------------Caroline Stein, Heidi Zehder, Anne-Carolyn Schlüter
3 Knaben-------------Alexander Lischke, Frederic Jost, Niklas Mallmann

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Por Carlos Antônio M. Albuquerque
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Dmitri Shostakovich (1906-1975) - Sinfonia No.12 in D Minor, Op.112, “1917” (The Year of 1917 - in memory of Lenin)

Darei continuidade à postagem das sinfonias de Shosta. Agora surge a número 12. Uma sinfonia desprezada, tida por muitos como um dos trabalhos mais inexpressivos de Shosta. Renego esta opinião. A reputo como uma boa obra, um convincente trabalho do grande Shosta, um dos meus compositores favoritos. Claro, não possui o brilhantismo da Quinta ou da Décima Primeira. A Sinfonia No. 12 é denominada "O Ano de 1917" e foi feita em homenagem Vladimir Lênin, nome imprescidível à História russa. É música que realça que traz à memória a Revolução Russa, quando a classe trabalhadora derrubou as mordomias do czar e sua trupe aristocrática. Shostakovich compôs esta sinfonia no ano de 1961. Fica a certeza de mais uma importante obra de Shosta com o inaudito Rostropovich. Boa apreciação!

Dmitri Shostakovich (1906-1975) - Sinfonia No.12 in D Minor, Op.112, “1917” (The Year of 1917 - in memory of Lenin)

01. Revolutionary “Petrograd”: Moderato, Allegro
02. Allegro
03. Aurora: Allegro
04. Down of Humanity: Allegro, Allegretto

London Symphony Orchestra
Mstilav Rostropovich, regente

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Por Carlos Antônio M. Albuquerque
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sábado, 18 de julho de 2009

César Guerra-Peixe (1914-1993) - Tributo a Portinari e Sinfonia No.2 - Brasília

Esta é a segunda postagem que faço com os dois CDs que ganhei do compositor Joaquim Galvão. E eis que apresento-vos um grande artista necessariamente brasileiro. Esta é a primeira postagem que faço de um compositor da "terra brasis". E é em grande estilo! Nada mais nada menos do que Guerra-Peixe, um dos maiores da história brasileira. Guerra foi um extraordinário músico. Filho de pais portugueses, o compositor foi um notável instrumentador e escreveu uma obra numerosa e de alta qualidade técnica. Aos 9 anos já tocava piano, violão, bandolim e violino. Essa versatilidade foi marcada pela inúmeras viagens realizadas pelo interior de Minas e do Rio de Janeiro. Estas viagens foram marcadas pelo contato do jovem Guerra com grupos folclóricos do interior do país. Estudante notável, Guerra iniciou o trabalho "nômade" de músico. Tocava onde houvesse convite. Após ler Ensaio sobre a Música Brasileira de Mário de Andrade, Guerra mudou sua sensibilidade e sua consciência para compor. Sempre curiosa pelo seu aprofundamento em matéria de composição, entrou em contato com o dodecafonismo de Schoemberg por intermédio de seu professor Koellreutter. Participou ativamente do grupo Música Viva que tinha nomes de peso como Cláudio Santoro, Edino Krieger e Eunice Catunda. Era objetivo desse grupo "trazer a modernidade para a produção musical brasileira. libertando-a das amarras nacionalistas teorizadas pouco mais de uma década por Mário de Andrade". O ano de 1941 foi marcante para o compositor, posto que foi nesse ano que iniciou o seu estabelecimento na capital pernambucana, Recife. Lá, Guerra pode aprofundar-se no estudo das manifestações folclóricas daquela terra - coco, maracatu, xangô, frevo. Uma importante descoberta foi no que tange ao frevo. Os paços fréneticos do frevo foram trazidos por eslavos e espanhóis e não por negros africanos como se cria. No que tange às obras do CD que ora posto, posso afirmar que é música de uma qualidade invulgar. É música densa e com fortes elementos tipicamente nacionais. Segundo as informações do encarte do CD: "O Tributo a Portinari (1993) traz para o primeiro plano a interdisciplinariedade que fascina a arte brasileira, embora seja raro um compositor brasileiro homenagear um pintor brasileiro. Mais que frequente é a homenagem a poetas e a parceria com eles - por exemplo, Villa-Lobos, Ronald de Carvalho, Camargo Guarnieri e Carlos Drummond de Andrade, Bruno Kiefer e Carlos Nejar, Armando Albuquerque e Augusto Meyer". Já "A Sinfonia no.2 - Brasília, na sua preocupação programática inaugurou uma linhagem dentro da obra sinfônica de Guerra-Peixe que resultaria, uma década mais tarde no painel orquestral Museu da Inconfidência (1972), resultado de uma visita ao Museu da Incofidência de Ouro Preto, a cidade histórica mineira. A esta mesma linhagem sinfônica programática pertence A Retirada de Laguna e, finalmente, o Tributo a Portinari, a derradeira obra do compositor". As obras foram gravadas pela Orquestra Sinfônica de Porto Alegre em 1994. É um CD que exige respeito e louvor, pois pouco vemos no Brasil, a tentativa ou o esforço para que se torne conhecido o melhor da música brasileira. As gravações estão em dois blocos - (1) O Tributo a Portinari; e o (2) A Sinfonia No. 2 "Brasília". Não deixe de ouvir esta importante gravação com o melhor do produto musical e artístico brasileiro. Boa apreciação!

César Guerra-Peixe (1914-1993) - Tributo a Portinari e Sinfonia No.2 - Brasília

Tributo a Portinari
1. I. Família de Emigrantes
2. II. Espantalho
3. III. Enterro na Rede
4. IV. Bumba-meu-boi

Sinfonia No.2 - Brasília

I. Allegro ma non troppo
5. O candango em sua terra
6. A Caminho do Planalto
7. Recordações que o acompanham
8. Chegada alegre

II. Presto
9. Trabalho

III. Andante
10. Elegia para o ausente

IV. Allegretto con moto
11. Manhã de domingo

V. Allegretto
12. Tarde infantil

VI. Andante
13. Desce a noite

VII. Presto
14. Volta ao trabalho

VIII. Moderato
15. Inauguração da cidade

IX. Allegro ma non troppo
16. Apoteose

Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA)
Ernani Aguiar, regente
Coral Sinfônico da OSPA

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Piotr Ilytch Tchaikovsky - Sinfonia No. 6 in B minor, Op. 74 - "Patética"

Surge agora o penúltimo CD com as sinfonias de Tchaikovsky. A Sinfonia No. 6, "Patética", surge com os seus efeitos fabulosos. É uma peça sombria, com fúrias explosivas e momentos de um lirismo profundo. Foi a última obra composta por Tchaikovsky. As demais peças que vieram foram publicadas postumamente. O compositor regeu a estreia da peça, no dia 28 de outubro de 1893 (ano da sua morte), em São Petersburgo. Tchaikovsky dedicou a obra ao seu sobrinho Vladimir Davydov. Segundo a wikipédia: "Sabe-se que o próprio compositor a nomeou de “Pathétique” (apesar de ter sido aparentemente sobre proposta do irmão Modest). A palavra portuguesa “Patética” no seu uso atual não traduz a intenção do compositor que nos queria dar com esta indicação a noção de que esta era uma obra para ser ouvida “com o coração”, uma obra que pretendia desencadear emoções fortes. A segunda pista que temos quanto ao “programa” de Tchaikovsky relativo esta peça pode ser encontrada numa carta que enviou ao seu sobrinho: “Sabes que destruí uma sinfonia que compunha neste Outono. Durante minha viagem tive uma idéia para uma outra sinfonia, desta vez com um programa, mas uma programa que vai ser enigma pra todos – Deixem-os adivinhar; a sinfonia terá o nome ‘Sinfonia com Programa’... O Programa em si mesmo estará cheio de subjetividade e chorei bastantes vezes na minha viagem enquanto a compunha mentalmente. [...]” Como podem ver por esta carta Tchaikovsky chegou a pensar num outro nome para a sinfonia, mas resolveu aceitar a sugestão do irmão, dado que este outro nome apenas iria chamar a atenção para o programa subjacente que não pretendia revelar, pelo menos não no imediato. Embora em quatro movimentos, esta sinfonia tem como distintivo o ultimo movimento lento. O primeiro movimento (Adagio–Allegro non troppo) em Si Menor é uma verdadeira montanha russa de emoções, cheia de tensão de passagens sombrias lentas, outras igualmente sombrias mas rápidas que formam um conjunto notável com duas belíssimas melodias, sobretudo o segundo tema do desenvolvimento. É um movimento relativamente alegre no tom, mas que nunca deixa a sensação do destino que se pode abater a qualquer instante. Acalma mas não o suficiente para nos traquilizar completamente. O segundo movimento é uma extraordinária melodia que contrasta com o primeiro movimento e serve como contraponto à tensão exercida no primeiro movimento. O terceiro movimento (Allegro molto vivace) em Sol Maior é uma espécie de marcha, sem no entanto ser verdadeiramente triunfante, tal como o segundo andamento poderia ser uma alegre valsa sem nunca realmente o ser, nem pelo tempo que não é exatamente o de uma valsa nem pelo espírito. Numa interpretação pessoal, diria que Tchaikovsky, nestes dois movimentos, procura transmitir-nos metaforicamente a instabilidade, o frágil equilíbrio em que repousa a nossa felicidade e o todo poderoso e tenebroso destino ao qual sempre nos abandonamos. Alias, este andamento acaba de tal forma que muitas vezes as pessoas acreditam que a sinfonia acabou. O quarto movimento (Finale. Adagio lamentoso) em Si Menor retoma assim, novamente, o tom lúgubre do primeiro andamento. A vitória do tenebroso destino, quando se pesava a vitória. As partituras para a Orquestra são bastante originais, dado que a melodia é partilhada pelos primeiros e segundos violinos (efeitos aliás reproduzido noutros naipes)". Fica aqui a certeza de uma obra com fortes elementos trágicos e líricos. Aparece ainda neste CD a Abertura de Romeo e Julieta. Boa audição sábatica!

Piotr Ilytch Tchaikovsky (1840-1893) - 

Sinfonia No. 6 in B minor, Op. 74 - "Patética" 
01. Adagio – Allegro non troppo 
02. Allegro con grazia 
03. Allegro molto vivace 
04. Finale — Adagio lamentoso 

Royal Concertgebouw Orchestra 
Bernard Haitink, regente 


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sexta-feira, 17 de julho de 2009

Antonio e Francesco Salieri - Concerto para pianoforte e Orquestra in B flat major, Concerto para flauta, oboé e orquestra em C maior e Sinfonia "Temp

Salieri foi um importante músico à sua música. Cabe ainda ao compositor a honra de ter sido professor de Liszt, de Schubert e Beethoven. Reinou absoluto em seus dias. Suas peças tomaram os salões da Europa. Foram reverenciadas, apreciadas. Era o compositor oficial da Corte do príncipe José II da Austria. Hoje, não se dá o mesmo crédito a Salieri como se dá a Mozart ou a Haydn, por exemplo. Em torno do compositor gravitam as mais questionáveis fábulas. Após o filme Amadeus (1984) que ganhou 7 oscares, há a retratação de um Salieri invejoso do génio de Mozart e medíocre musicalmente. Tal imagem é resultante da liberdade ficcional dos realizadores do filme, não correspondendo à figura histórica do compositor. Potocas à parte, o fato é que ainda não conhecia as obras deste delicioso CD. Aparece ainda o desconhecido Francesco Salieri. Boa apreciação!

Antonio Salieri (1750-1825) - Concerto para pianoforte e Orquestra in B flat major, Concerto para flauta, oboé e orquestra em C maior

Concerto for Fortepiano and Orchestram, B-flat major
1. Allegro moderato
2. Adagio
3. Tempo di Minuetto

Concerto for Flute, Oboe, and Orchestra, C major
4. Allegro spirituoso
5. Largo
6. Allegretto

Francesco Salieri (????) - Sinfonia "Tempesta di Mare" em B flat maior

Sinfonia "La Tempesta di Mare", B-flat major

7. Allegro
8. Andante
9. Allegro assai

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I Solisti Veneti & Claudio Scimone, Director
Paul Badura-Skoda, pianoforte
Clementine Hoogendoorn, flute
Pietro Borgonovo, oboe

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Por Carlos Antônio M. Albuquerque
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quinta-feira, 16 de julho de 2009

Jean-Philippe Rameau (1682-1764) - La naissance d'Osiris (Suite for Orchestra) e Abaris ou les Boréades (Suite and Dances)

Segundo Carpeaux "Rameau é, com Alessandro Scarlatti e Johann Sebastian Bach, um dos três fundadores da música 'moderna'. (...) Já não pertence ao Barroco. (...) A construção das [suas] peças é, porém, mais 'arquitetônica', mais firmemente delineada: às vezes, Rameau parece antecipar a sonata-forma. A terceira faceta da sua obra é o racionalismo voltairiano que, na música, aperece como classicismo e, no teatro, como reforma "razoável" da ópera, a qual só tarde na vida começou a dedicar esforços. Por volta de 1740, chegou a dominar o palco lírico francês. (...) Rameau foi grande compositor. A substância musical das suas obras é, talvez, mais rica que a das obras do próprio Gluck. No entanto, não há bastante vitalidade ou sentimento humano nesse racionalista seco". Segundo ainda Carpeaux, "Rameau é uma espécie de padroeiro da música francesa". O Cd que resolvi postar desse contemporâneo de Bach é agradável. Jean-Philippe vive à época dos grandes monarcas. Inclusive tornou-se compositor da corte. São por essas e outras que sua m'suica cheira à realeza. Não, talvez, como a música de Lully. Mas temos um música com fortes elementos reais. Boa apreciação desse CD cheio de pompa e cincunstância!

Jean-Philippe Rameau (1682-1764) - La naissance d'Osiris (Suite for Orchestra) e Abaris ou les Boréades (Suite and Dances)

La naissance d'Osiris (Suite for Orchestra)
01 - I. Overture
02 - II. Musette
03 - III. Première et deuxième gavot
04 - IV. Rondeau gracieux
05 - V. Air de musette
06 - VI. Premier et deuxième tambourin Air gracieux
07 - VII. Air gracieux
08 - VIII. Musette tendre
09 - IX. Marche gaye
10 - X. Première et deuxième gavot
11 - XI. Air majesteux et gracieux
12 - XII. Air vif
13 - XIII. Contredanse

Abaris ou les Boréades (Suite and Dances)
14 - I. Overture
15 - II. Menuet
16 - III. Allegro
17 - IV. Entrée
18 - V. Rondeau vif
19 - VI. Contredanse en rondau
20 - VII. Premier et deuxième rigaudon
21 - VIII. Gavotte pour les Fleures et les Zéphirs
22 - IX. Première et deuxième contredanse

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Capella Savaria
Mary Terey-Smith, regente

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Por Carlos Antônio M. Albuquerque
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quarta-feira, 15 de julho de 2009

Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893) - The Nutcracker, Op. 71

Este é um dos grandes balés de Tchaikovsky, juntamente com "O Lago dos Cisnes" e de "A Bela Adormecida". O compositor russo tem aparecido com uma frequência contumaz aqui no blogger. Tchaikovsky é um campeão das melodias fantásticas. Ninguém como ele conseguiu ser tão prolífico neste quesito. Nestes três balés, o compositor demonstra toda a sua mestria. O "The Nutcracker"(" O Quebra-Nozes") é extraordinário pela sua leveza, pelos aspectos fantasiosos, que é como se estivessemos lidando com um certo "faz de conta". Previn apesar de não ser russo como Gergiev e fazer uma gravação "soberba" à semelhança do da Kirov Orchestra, consegue ser convincente. Qualquer dia desses eu postarei a versão com Gergiev para que possamos fazer a devida comparação. Por enquanto ficamos com Previn e com esta ótima gravação. Boa apreciação dessa música leve, cheia de realeza fantasiosa de Tchaikovsky.

Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893) - The Nutcracker, Op. 71

01- Tchaikovsky, Nutcracker, Act1 - 00 Miniature Overture
02- Tchaikovsky, Nutcracker, Act1 - 01 Decoration of Xmas Tree
03- Tchaikovsky, Nutcracker, Act1 - 02 March
04- Tchaikovsky, Nutcracker, Act1 - 03 Children's Galop
05- Tchaikovsky, Nutcracker, Act1 - 04 Arrival of Dosselmeyer
06- Tchaikovsky, Nutcracker, Act1 - 05 Grandfather Dance
07- Tchaikovsky, Nutcracker, Act1 - 06 Scena(Clara & Nutcracker)
08- Tchaikovsky, Nutcracker, Act1 - 07 Scena (Battle)
09- Tchaikovsky, Nutcracker, Act1 - 08 Scena (In Pine Forest)
10- Tchaikovsky, Nutcracker, Act1 - 09 Waltz of the Snowflakes
11- Tchaikovsky, Nutcracker, Act2 - 10 Scena (Kingdom of Sweets)
12- Tchaikovsky, Nutcracker, Act2 - 11 Scena (Clara & Prince)
13- Tchaikovsky, Nutcracker, Act2 - 12a Chocolate(Spanish Dance)
14- Tchaikovsky, Nutcracker, Act2 - 12b Coffee (Arab Dance)
15- Tchaikovsky, Nutcracker, Act2 - 12c Tea (Chinese Dance)
16- Tchaikovsky, Nutcracker, Act2 - 12d Trepak (Russian Dance)
17- Tchaikovsky, Nutcracker, Act2 - 12e Flutes(Reed Pipes Dance)
18- Tchaikovsky, Nutcracker, Act2 - 12f Mother Gigogne
19- Tchaikovsky, Nutcracker, Act2 - 13 Waltz of the Flowers
20- Tchaikovsky, Nutcracker, Act2 - 14 Pas De Deux
21- Tchaikovsky, Nutcracker, Act2 - 14a Var1- Tarantella
22- Tchaikovsky, Nutcracker, Act2 - 14b Var2- Sugar-Plum Fairy
23- Tchaikovsky, Nutcracker, Act2 - 15 Final Waltz & Apotheosis

London Symphony Orchestra
André Previn, regente

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Por Carlos Antônio M. Albuquerque
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terça-feira, 14 de julho de 2009

Gustav Mahler (1860-1911) - Sinfonia No.1 em Ré maior, "Titã"

O SER DA MÚSICA está na ativa há pouco mais de 3 meses. Neste breve espaço de tempo, vários já foram os sentimentos que me habitaram. Já trabalhei a ideia, inclusive, de "excluir" este espaço. Desejei criar desde o início um lugar para um diálogo sobre música. "A música", que como diz Schubert no seu lieder An Die Musik ("À Música), que em "tantas horas cinzentas nos levou para um mundo melhor". Até agora isso não aconteceu. Já informei em outras postagens que não sou um especialista na matéria. Não sou um conhecedor de harmonia ou de estrutura musical. Meu interesse é puramente estético. Maupassant diz em um dos seus contos que "a música é vaga como um sonho, mas exata como uma equação matemática". Está aí o verdadeiro interesse, a condução, o itinenário na qual este espaço se dirige. Mas por que afirmo isso? Simplesmente, para dizer que demorei mais de 3 meses para postar Gustav Mahler! Meu Deus, que apostasia! Como pude deixar de postar um dos meus compositores prediletos assim por tanto tempo?! Busco a minha a minha remissão - e espero que aceitem - logo com a Sinfonia No.1 - "Titã". Esta Sinfonia é o póprio Mahler. É grande. Cheia de alegria, de entusiasmo. De agonia. De presságios de morte. No primeiro movimento, Dionísio nos fala. Segreda-nos expectativas. Diz-nos que a vida é alegria, dulcilidade, esperança e, sobretudo, ventura, sonho. Não conheço outra peça que tenha um início tão cheio de vida. No segundo movimento, temos a adaptalidade, o crescimento, a confiança na vida humana. O mundo é vasto e eu posso caminhar por ele. O terceiro movimento é emblemático. Traz uma extraordinária marcha fúnebre. Brutais contrastes entre trágico e irônico, entre o sério e o grotesco, produzem emoções que impelem ao silêncio. É música que para um cortejo, um préstito, de negras visagens num vale de estepes amarelicidas. Esses efeitos permanecem mesmo quando a peça acaba. O bailado de nuances oscila como uma luz bruxuleante. Se às vezes tem um fundo, doce, melancólico, outras vezes torna-se trágico, para de repente irromper no grosseiro, quase gritado, imitando um carnaval de espectros. O quarto movimento é um estouro, uma explosão. Quando o frêmito dos golpes do bombo e dos trompete se calam, aparece um tema leve, suave, convidando-nos para uma dolorosa e melancólica reflexão, que ascende numa inquietação, até chegar a um grau máximo de dramaticidade. Voltam temas de andamentos anteriores, e com eles estala de novo a tempestade, dessa vez sem conseguir acalmar-se por muito que tente, com osurgimento de novos episódios torturantes: as melodias estendem-se, inacabáveis, sem encontrar forma de se resolver. É inútil que os metais repitam fanfarronices e marchas, no final voltará sempre a calma que acompanha a verdadeira dor. Outro intervalo interrompe esse grito estridente para refletir temas de chamamentos doces, cantos de pássaros. É como se a natureza nos devolvesse a paz e a tranquilidade. A gravidade assoma-se mais uma vez. Sobre ela se levanta uma pequena marcha, que, à medida que chega ao seu final, traz novas tempestades. No final, depois desse estalo de vitória gloriosa, a única coisa que parece ficar é o ânimo - até que ponto indomável? - de não se deixar vencer. Mas não nos enganemos: no final, um só golpe terrível, explosão sem medida do medo - não só da morte, mas de desconsolo pelos outros, os que ficam - diz-nos que toda a revolta é inútil e acaba sempre da mesma maneira: na morte. Escolhi esta interpretação com Kubelik pois é muito boa. Não deixe ouvir este monumento mahleriano. "Titã", a grandiosidade, o poder, o mito, o símbolo. Isso é Mahler! Boa apreciação!

Gustav Mahler (1860-1911) - Sinfonia No.1 em Ré maior, "Titã"

01. Langsam, schleppend
02. Kraftig bewegt, doch nicht zu schnell
03. Feierlich und gemessen, ohne zu schleppen
04. 04 - Sturmisch bewegt

Bavarian Radio Symphony Orchestra
Rafael Kubelik, regente

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Pyotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893) - Sinfonia No. 5 in E minor, Op. 64 e The Storm, Op. 76

Segue mais uma postagem com a sequência das sinfonias de Tchaikovsky. Agora a monumental no. 5, composta entre maio e agosto de 1888. Na estréia desta sinfonia, o próprio Tchaikovsky foi o regente na cidade de São Petersburgo. Haitink consegue conduzir com bastante sobriedade esta obra, como este importante documento requer. Das sinfonias de Tchaikovsky, esta é a que mais ouvi. Nutro um profundo carinho por ela. Boa apreciação!

Pyotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893) - Sinfonia No. 5 in E minor, Op. 64 e The Storm, Op. 76

Sinfonia No. 5 in E menor, Op. 64 
1. Andante - Allegro con anima 
2. Andante cantabile, con alcuna licenza - Moderato con anima 
3. Valse- Allegro moderato 
4. Andante maestoso - Allegro vivace 

The Storm, Op.76 
5. The Storm, Op.76 

Royal Concertgebouwn Orchestra 
Bernard Haitink, regente 


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segunda-feira, 13 de julho de 2009

Ludwig van Beethoven - Quartetos de Cordas Op. 59, No. 2, ‘Rasumovsky’ e Op. 74, ‘Harp’

Tenho uma lista com mais de 50 Cds para postar. Tento seguir um cronograma à base de muita disciplina. Somente assim posso ter êxito nas programações que antecipo. Mas, hoje, acabei "violando" a minha rotina kantiana. Deu uma vontade medonha de ouvir estes dois quartetos de cordas de Beethoven - meu compositor favorito. Estou ouvindo pela segunda vez no dia de hoje. Os quartetos de cordas de Beethoven constituem um dos maiores conjuntos artísticos já produzidos pelo gênio humano. Neles encontramos a grandiosidade de Ludwig. Para o ouvinte pouco afeito com esse gênero musical, talvez haja um estranhamento inicial. Trata-se de uma composição arrojada. Em alguns momentos há rispidez, tonalidades argentinas, ásperas, e, quiça, nisso resida a principal dificuldade do ouvinte que se principia no gênero. Recordo-me que quando iniciei a minha caminhada no mundo dos clássicos, não simpatizava com os quartetos de cordas. Isso é normal. Ouvia os quartetos de Brahms, de Mozart, de Beethoven ou de Haydn e ficava impaciente. Hoje, é um dos meus gêneros que mais aprecio. Para aprender ouvir um quarteto é preciso ouvi-lo muitas vezes. O assentimento se dá com o tempo. Estes dois quartetos, Rasumovsky e o Harp são deliciosos. Por isso, fica aqui o convite para o mundo magnânimo dos quartetos geniais de Beethoven. Boa apreciação!

Ludwig van Beethoven (1770-1827) - Quartetos de Cordas Op. 59, No. 2, ‘Rasumovsky’ e Op. 74, ‘Harp’

String Quartet No. 8 in E minor, Op. 59, No. 2, "Rasumovsky"
1. Allegro
2. Molto adagio
3. Allegretto
4. Finale: Presto

String Quartet No. 10 in E flat major, Op. 74, "Harp"
5. Poco adagio - Allegro
6. Adagio ma non troppo
7. Presto
8. Allegretto con variazioni

Kodaly Quartet

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Por Carlos Antônio M. Albuquerque
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Johann Sebastian Bach - Concerto in A minor, BWV 1044, Concerto in C minor, BWV 1060, Concerto in A Major, BWV 1055

Como hoje estou sem a menor paciência para juntar frases e reunir pensamentos, o texto sobre este maravilhoso CD sairá sem maiores comentários. Estou ouvindo este maravilhoso registro de Bach neste instante. Bach é uma das minhas paixões. Penso que tenha que postá-lo com uma maior regularidade aqui no blogger. Boa apreciação deste bom CD com Trevor Pinnock.

Johann Sebastian Bach (1685-1750) - Concerto in A minor, BWV 1044, Concerto in C minor, BWV 1060, Concerto in A Major, BWV 1055

Concerto in A minor, BWV 1044 Triple Concerto 01. Allegro
02. Adagio, ma non tanto, e dolce
03. Allabreve

Concerto in C minor, BWV 1060
04. Allegro
05. Adagio
06. Allegro

Concerto in A Major, BWV 1055
07. (without tempo indication)
08. Larghetto
09. Allegro ma non tanto

The English Concert
Trevor Pinnock, diretor
Simon Standage, violino
David Reichenberg, Oboé & Oboé d'amore
Liza Beznosiuk, flauta

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Por Carlos Antônio M. Albuquerque
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sexta-feira, 10 de julho de 2009

Duo Galvão - Música Portuguesa para Flauta e Violão

Recentemente recebi um e-mail com a promessa de uma cortesia. Inicialmente não cheguei a fundar a minha fé, certa seriedade, nas palavras depositadas em minha caixa e-mail por um visitante aqui do blogger. O texto apenas informava que após um visita e uma certa identificação, eu seria premiado com um CD do compositor brasileiro Guerra-Peixe e com outro CD com música para flauta. Custei a acreditar, mas remeti algumas informações, ao passo que após alguns dias me chegaram às mãos dois extraordinários CDs, conforme já mencionei. Desde então resolvi postar os dois CDs aqui no blogger. O primeiro eu apresento agora. É da própria pessoa que me enviou. Ou seja, tratava-se de um compositor refinado que me enviou a mensagem. Já ouvi diversas vezes o CD. E devo afirmar: é um registro excelente. É uma música doce, que tem fragrância de campos floridos e solidão outonal, feita para flauta e violão (guitarra, já que foi gravado em Portugal). Pensei diversas vezes em Pã, entidade da mitologia grega. Segundo os gregos, Pã era a divindade dos bosques, dos campos, dos rebanhos, dos pastores. Vivia pelas grutas e vagava pelos vales e montanhas, caçando e dançando com as ninfas. Pã era um amante inveterado da música, por isso sempre trazia consigo uma flauta. Ou seja, o CD revela esses elementos pastorais. Um exemplo claro disso é a primeira faixa que se chama "Écloga" com suavidade e dulcilidade de forte tom campestre. Écloga é uma poesia pastoril geralmente dialogada, que possui elementos bucólicos. É como se estivessemos diante de uma daquelas telas de Antoine Watteau. Um Watteau, claro, sem os elementos burgueses que lhe eram peculiares nos seus quadros. A obra nos remete a um estado de pureza, de reflexão, de nudez natural. A flauta verbaliza e o violão obedece à cadência da música com múrmurios impressionáveis. Destacam-se na obra: "Écloga", "Aquarium", "Suite para Flauta", "Lego" para guitarra", "Deuxs airs para Flauta Solo". No encarte do CD tem-se as seguintes informações sobre a obra: "Desde o seu primeiro Recital em 1987 [o Duo Galvão] tem realizado espetáculos por todo o país. O seu repertório é muito variado e diversificado, estendendo-se desde o século XVI até aos nossos dias. Os seus programas temáticos abordam os seguintes gêneros: Renascimento - Século XV e XVI, Barroco - Século XVII e XVIII. Romantismo - Século XIX. O interesse pela música Renascentista e Barroca, levou o Duo Galvão a optar pela interpretação deste repertório em instrumentos da época". Fica aqui a promesa de um excelente registro, com música, que nos remete às paisagens campestres, revestidas de flores risonhas. Boa apreciação!

Duo Galvão - Música Portuguesa para Flauta e Guitarra

Joaquim Galvão
01. "Écloga" para Flauta e Guitarra

Paulo Galvão
02. "Greensleeves" para Flauta e Guitarra

Joaquim Galvão
Três improvisos para Flauta e Guitarra
o3. Andantino
04. Lento
05. Scherzo

Joaquim Galvão
Suite para Flauta
06. Tranquilo e expressivo
07. Adagio melancólico
08. Vivo

Joaquim Galvão
09. "Aquarium" para Guitarra

Joaquim Galvão
Sonatina no. 2 "Primavera" para Flauta e Guitarra
10. Allegro moderato
11. Adagio cantabile
12. Allegro

Tiago Cutileiro
13. "Lego" para Guitarra
Gravado ao vivo no C.C Lagos - Recorded live at the C. C. Lagos

Lopes-Graça
Deuxs airs para Flauta solo
14. Air tendre
15. Air de bavoure

Paulo Galvão
"A juventude de Vlad" para Flauta e Guitarra
16. Cabtabile piú mosso-Vivace
17. Molto adagio
18. Valsa

Joaquim Galvão, flauta
Paulo Galvão, guitarra (violão)

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Por Carlos Antônio M. Albuquerque
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Peter Ilyich Tchaikovsky - Sinfonia No. 4 in F menor, Op. 36, Capricho Italiano, Op. 45 e Abertura Solene, Op. 49

Dando sequência à série com as sinfonias do compositor russo Tchaikovsky, desta vez apresento a sinfonia No. 4 em F menor. O compositor a escreveu entre março e dezembro de 1877. Tchaikovsky dedicou esta obra à sua mecenas, aquela que o patrocinou durante vários anos e permitiu um certo conforto material a fim de que o compositor continuasse a trabalhar, produzindo suas principais obras - Nadezhda von Meck. O compositor russo fez a seguinte dedicatória com relação à peça "à minha melhor amiga". Que ilustre! Que honra para Nadezhda! Aparece ainda no registro com Haitink, o renomado e já aplaudido Capricho Italiano, Op. 45 e a Abertura Solene 1812, Op. 49 que dispensa maiores comentários. Segue mais um fabuloso CD para deleite neste próximo final de semana! Boa apreciação!

Peter Ilyich Tchaikovsky (1840-1893) - Sinfonia No. 4 in F menor, Op. 36, Capricho Italiano, Op. 45 e Abertura Solene, Op. 49 

Sinfonia No. 4 in F menor, Op. 36 
01. Andante sostenuto - Moderato con anima 
02. Andantino in modo di canzona 
03. Scherzo- Pizzicato ostinato - Allegro 
04. Finale- Allegro con fuoco 

Capricho Italiano, Op. 45 
05. Capricho Italiano, Op. 45 

Abertura Solene 1812, Op. 49 
06. Abertura Solene 1812, Op. 49 

Royal Concertgebouw Orchestra 
Bernard Haitink, regente 


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quinta-feira, 9 de julho de 2009

Dmitri Shostakovich (1906-1975 ) - Sinfonia No. 11 em G manor, Op. 103 - "O Ano de 1905"

Surge mais uma das sinfonias de Shostakovich com o inominável Mstilav Rostropovich. E agora: a toda poderosa Sinfonia número 11. Ao meu modo de ver, este monumento, este empreedimento épico e trágico, é a grande obra de Shostakovich. Nela encontramos os elementos de uma obra poderosa, típica dos grandes gênios. É uma das obras programáticas mais fabulosas que já foram escritas. Ela possui fúria, densidade, tons marciais, embate trágico, violência e promessa de redenção. Shostakovich compôs esta sinfonia em 1957 quando já era uma celebridade internacional. A peça foi escrita em homenagem às vítimas do Domingo Sangrento. Esse episódio se deu no dia 22 janeiro (9 de janeiro no calendário russo) de 1905, em São Petersburgo, Rússia. Naquela ocasião, manifestantes pacíficos marcharam para apresentar uma petição ao czar Nicolau II no Palácio de Inverno e foram alvejados pela Guarda Imperial de forma covarde. O padre George Gapon era o líder da marcha. Gapon fora o responsável pela redação que seria apresentada ao czar. "A petição, escrita por Gapon deixava claros os problemas e opiniões dos trabalhadores, e pedia por melhores condições de trabalho, salários justos, redução da jornada de trabalho para oito horas e condenava as horas extras que os donos das fábricas forçavam os trabalhadores a cumprir. Outras demandas incluíam o fim da Guerra Russo-japonesa e a introdução do sufrágio universal. Tropas foram dispostas ao redor do Palácio de Inverno e em outros lugares. O czar deixou a cidade no dia 8 de janeiro e foi para Czarkoe Selo. No domingo, 22 de janeiro de 1905, Gapon iniciou a sua marcha sob um vento gelado e rajadas de neve. Nos bairros operários formaram-se cortejos que convergiram para o centro da cidade. Deixando as armas fechadas em casa, os manifestantes caminharam pacificamente através das ruas. Alguns transportavam cruzes, ícones e estandartes religiosos, outros bandeiras nacionais e retratos do czar. Enquanto caminhavam cantavam hinos religiosos e o Hino Imperial Deus Salve o Czar. Os diversos cortejos deviam chegar ao Palácio de Inverno às duas da tarde. Não havia qualquer confrontação com as tropas. Através da cidade, nas pontes e avenidas estratégicas, os manifestantes encontraram o caminho bloqueado em linhas de infantaria, reforçada por cossacos e hussardos; e os soldados abriram fogo contra a multidão. O número oficial de vítimas foi 92 mortos e várias centenas de feridos. Gapon desapareceu e outros chefes da marcha foram apanhados. Apesar do czar não estar presente no Palácio de Inverno neste dia, ele levou a culpa pelas mortes, o que fez surgir ressentimentos em sua direção e na de seu governo autocrata". Este evento ficou marcado para sempre na memória do povo russo. Shostakovich fez a sua homenagem à classe trabalhadora e às vítimas inocentes que tombaram ao chão naquele dia, fustigados pelas armas dos soldados do czar. Eu já havia postado esta sinfonia sob a versão de Pletnev. Não deixe de ouvir e sentir os poderes atordoadores desta fabulosa, extraordinária, necessária sinfonia de Shostakovich. Boa audição!

Dmitri Shostakovich (1906-1975 ) - Sinfonia No. 11 em G manor, Op. 103 - "O Ano de 1905"

01 The Palace Square
02 The Ninth of January
03 In Memoriam
04 The Tocsin

National Symphony Orchestra
Mstilav Rostropovich, regente

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Por Carlos Antônio M. Albuquerque
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Johannes Brahms - Sinfonia No. 4 in E minor, Op. 98

Das quatro sinfonias compostas por Brahms, a que mais me identifico é a de no.1. Dizem que ela é a décima de Beethoven. Já postei certa vez a no.1 com Barbirolli - uma ótima versão. Dessa vez resolvi postar a no.4 com Haitink. Brahms sabia como ninguém fazer uma boa música. Nietzsche diz que "é mais fácil fazer música ruim do que fazer música boa". Essa afirmação não se enquadra com Brahms. O compositor escreveu pouco, mas aquilo que compôs é imortal, poderosamente atordoador. Há uma curiosidade com relação a esta sinfonia. O escritor mineiro Fernando Sabino era metido a cineasta. Ele chegou a filmar, com aspectos caseiros, alguns filmes interessantes de alguns nomes da literatura brasileira do século XX. Por isso, filmou outro mineiro, Carlos Drummond; Manuel Bandeira, Vinicius de Morais, João Cabral de Melo Neto, Érico Veríssimo e outros. Recentemente estes filmes curtos foram compelidos num belo registro para DVD. Outro dia estava vendo ao filme sobre Érico Veríssimo, escritor gaúcho a que muito aprecio. No início do filme a uma cena esplendorosa. Veríssimo caminha por entre uma plantação amarelecida, já caduca. Não sei se era um arrozal ou um trigal, mas o fato é que dava um tom semelhante à Vista da Planície de Crau ou Campo de Trigo com Corvos de Van Gogh. A trilha sonora que infunde mais poderes a essa cena é a sinfonia No.4 de Brahms. Érico inclusive era apaixonado por Brahms. Ele afirma isso na sua autobiografia - Solo de Clarineta. De qualquer forma, fica aqui mais um excelente registro. Boa apreciação!

Johannes Brahms (1833-1897) - Sinfonia No. 4 in E minor, Op. 98 

01 Allegro Non Troppo 13:22 
02 Andante Moderato 11:28 
03 Allegro Giocoso, Poco Meno Presto, Tempo 6:16 
04 Allegro Energico E Passionato, Più Allegro 10:15 

London Symphony Orchestra 
Bernard Haitink, regente 


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terça-feira, 7 de julho de 2009

Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893) - Sinfonia No. 3 in D major, Op. 29 - "Polonesa", Marcha Eslava e Francesca da Rimini

Dando continuidade à postagem das sinfonias de Tchaikovsky, eis que agora surge a sinfonia No.3. Não é tão famosa quanto a Quinta ou a Sexta. Todavia, é cheia de vigor, energia, com passagens melódicas apaixonantes - algo muito característico no compositor. Esta sinfonia é conhecida como "Polonesa" e foi composta entre junho e agosto de 1875. Nesta sinfonia, Tchaikovsky "transgride" as normas atinentes à composição sinfônica clássica. Geralmente, as sinfonias possuíam 4 movimentos. O compositor russo insere cinco movimentos nesta sinfonia e o último possui ritmos polononeses, o que motivou a denominação dessa magnífica obra de "Polonesa". Aparece ainda a "Marcha Eslava" com poderes magníficos. Apenas o nome sugere "um tema" eslavo, pois o que comanda a peça é "a alma russa". Inclusive aparecem temas do folclore russo, também colocados na "Abertura Solene 1812". O início da "Marcha Eslava" é poderoso. E, por último, temos "Francesca da Rimini", que me faz pensar em tons nebulosos, truculentos, à semelhança de um trem terrível, sem controle, descarrilado numa noite escura e fria. Segundo a wikipédia esta peça foi criada em 1876 numa visita feita pelo compositor a Bayreuth, o teatro para encenação das peças de Richard Wagner. "Nesta fantasia, Tchaikovsky inspirou-se na trágica história de Francesca da Rimini, uma bela jovem imortalizada na A Divina Comédia, de Dante. No canto quinto do Inferno, o narrador (o próprio Dante) encontra a sombra de Francesca, uma donzela nobre que se apaixonou pelo irmão do seu disforme marido. Ao descobri-los juntos, o marido vinga-se, matando-os. Os amantes são condenados ao Inferno pelas suas paixões adúlteras, onde ficam separados por uma tempestade violenta, impedidos para sempre de se tocarem. A sua eterna tormenta é a memória impossível de erradicar das alegrias e prazeres nos abraços que antes puderam dar e que, agora, nunca mais poderão voltar a desfrutar. Na sua composição Francesca da Rimini, Tchaikovsky exprime a sua dolorosa identificação com a heroína e a sua trágica sorte, um sentimento que é também evocado no ballet O Lago dos Cisnes e em Abertura-Fantasia Romeu e Julieta. Este poema sinfónico, talvez mais que qualquer outra obra de Tchaikovsky, revela a influência de Liszt, tanto musicalmente como no próprio tema. Liszt escolheu frequentemente temas de natureza gótica, diabólica: a Sinfonia Dante (1857), Totentanz (1849) e a Sonata Dante (1856), por exemplo. O uso de cromatismos revolventes na ilustração das chamas do Inferno mostram também muito de Liszt". Fica aqui a certeza de um extraordinário CD dessa série com as sinfonias de Tchaikovsky. Não deixe de ouvir e apreciar.

Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893) - Sinfonia No. 3 in D major, Op. 29 - "Polonesa", Marcha Eslava e Francesca da Rimini 

Sinfonia No. 3 in D major, Op. 29 - "Polonesa" 
1. Introduzione e Allegro — Moderato assai (Tempo di marcia funebre) – Allegro brillante 
2. Alla tedesca — Allegro moderato e semplice 
3. Andante — Andante elegiaco 
4. Scherzo — Allegro vivo 
5. Finale — Allegro con fuoco (Tempo di polacca) 

Marcha Eslava, Op. 31 
6. Marcha Eslava, Op. 31 

Francesca da Rimini, Op. 32 
7. Francesca da Rimini, Op. 32 

Royal Concertgebouw Orchestra 
Bernard Haitink, regente 


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segunda-feira, 6 de julho de 2009

Johannes Brahms - Concertos para piano No.2 e Piano Sonata No.1

Há pouco mais de uma semana postei os dois concertos para piano e orquestra de Brahms. Naquela ocasião, eu os apresentei com Abbado, Pollini e Böhm. Agora surge o concerto No.2 e a sonata No.1. Temos dessa vez Sviatoslav Richter (piano) e Erich Leinsdorf (regência). Ou seja, outra gravação fundamental. Por isso, é necessária a audição deste CD. Ouvi Brahms é sempre uma experiência agradável e necessária. Boa audição!

Johannes Brahms (1833-1897) - Concertos para piano No.2 e Piano Sonata No.1 

Piano concerto No. 2 in B flat major, op. 83 
1. Allegro non troppo 
2. Allegro appassionato 
3. Andante 
4. Allegretto grazioso 

Piano sonata No. 1 in C major, op. 1 
5. Allegro 
6. Andante 
7. Scherzo - Allegro molto e con fuoco 
8. Finale - Allegro con fuoco 

Chicago Symphony Orchestra 
Erich Leinsdorf, regente 
Sviatoslav Richter, piano 


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Joseph Haydn - Concertos para Cello Nos. 1 e 2

Já havia postado o Concerto No.1 de Haydn para celo com o antológico Mstilav Rostropovich. E mais uma vez este extraordinário concerto surge aqui. Desta vez ele vem acompanhado do concerto No.2 - que ouço neste instante. Não chega a ter a mesma alegria, o mesmo nível de reflexão (como no adagio do No.1), mas é bastante agradável. Além do que, este concerto No.2 não é tão conhecido como o primeiro. Haydn é, necessariamente, um gênio. Enquadrá-lo como um compositor "menor" ou "antiquado" é desmerecer completamente a obra desse gênio que contribuiu de forma significativa com "a feitura" da música ocidental. Atualmente estou lendo o livro de Otto Maria Carpeaux Uma Nova História da Música. Trata-se de uma viagem panorâmica feita desde o canto gregoriano, que segundo o autor, é a gênese da música erudita ocidental, propriamente dita. Hoje, lia sobre Haydn. Carpeaux na obra citada menciona algo necessário sobre Haydn: "O chamado classicismo vienense: isto é a tríade Haydn - Mozart-Beethoven. É uma rotina historográfica que falsifica completamente a perspectiva histórica: como se Haydn tivesse sido o fundador e o menos perfeito dos três, Mozart já melhor e 'Beethovem' o melhor dos três. Um progressismo tão simplista merece ser radicalmente eliminado. Haydn não é 'menor' nem 'imperfeito'". A prova mais cabal das palavras de Carpeaux pode ser verificada em muitas das obras que entraram para a história - A Criação, As 12 Palavras de Cristo na Cruz, As Estações e etc. Aqui temos um Haydn vigoroso e jovial nestes dois concertos para cello com um grande interpréte - Rostropovich. É um registro formidável. Boa apreciação!

Joseph Haydn (1732-1809) - Concertos para Cello Nos. 1 e 2

Concerto para Cello No. 1 in C , Hob.VIIb/1
1. Moderato 9:54
2. Adagio 8:29
3. Allegro molto 6:23

Concerto para Cello No.2 in D, Hob.VIIb/2
4. Allegro moderato 14:29
5. Adagio 5:10
6. Rondo (Allegro) 4:57

Total: 49:34

Academy of St Martin in the Fields
Mtslav Rostropovich, cello & regência

BAIXAR AQUI


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sábado, 4 de julho de 2009

Franz Schubert - Sinfonia No. 9 in C-dur, D 944

Eis que, hoje, apresento-vos a Sinfonia No. 9 de Schubert com o magnífico Leonard Bernstein. Essa sinfonia é a última escrita e completada por Franz Schubert. É denominada de A Grande, para se contrapor à de 6, conhecida com a A Pequena. Cogita-se que esta sinfonia tenha sido composta no verão de 1825. A sinfonia de número 9 do grande compositor é considerada como uma dos mais inovadores trabalhos do compositor. A temática do desenvolvimento segue a linha desenvolvida por Beethoven, mas o compositor volta-se com grande ênfase na melodia. Entre as sinfonias de Schubert, tenho uma paixão toda especial pela de número 8, conhecida como Inacabada, que qualquer dia desses postarei aqui no blogger. Mas esta de número 9 é bastante instigante. A interpretação com Bernstein é feita com um primor característico. O que posso desejar é uma boa audição, uma boa apreciação de final de semana.

Franz Schubert (1797-1828) - 

Sinfonia No. 9 in C-dur, D 944 
1. Andante - Allegro ma non tropo 13:25 
2. Andante con moto 14:37 
3. Scherzo. Allegro vivace - Trio 10:39 
4. Finale. Allegro vivace 11:29 

Concertgebouworkest Amsterdam 
Leonard Bernstein, regente 


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