sábado, 24 de agosto de 2019

Edward Elgar (1857-1934) - Enigma Variations; Cockaigne and Froissart Overtures

"Edward Elgar viveu apenas dois anos em Londres, tentando formar-se como compositor. A falta de oportunidades para um músico do interior o obrigou a retornar ao condado de Worcester, onde nascera, e onde faria quase toda a carreira, tocando piano e violino e regendo pequenas bandas locais. Apesar das dificuldades, Elgar foi considerado, em vida, o principal compositor inglês do início do século XX. Sua obra recolocaria a Inglaterra no cenário musical internacional e abriria caminho para a geração seguinte, de Vaughan Williams e Gustav Holst. Elgar compôs sua primeira grande obra aos quarenta e dois anos de idade: as Variações Enigma. Uma noite, ao dedilhar o piano descompromissadamente, sua esposa o interrompeu, pedindo que repetisse a música que acabara de tocar. Elgar logo percebeu que havia criado uma bela melodia, e começou a brincar ao piano, alterando o tema da maneira como seus amigos o teriam feito, se fossem músicos. Nasciam ali as Variações para Orquestra, obra que consiste de um tema e quatorze variações, cada uma representando as características íntimas de um amigo do compositor. A obra inicia-se com o tema, bela melodia confiada principalmente às cordas. A primeira variação, dedicada à sua esposa, é um prolongamento delicado e romântico do tema. A segunda, com rápidos movimentos das cordas, revela as características brincalhonas do amigo Steuart-Powell. Na terceira, o oboé e o pizzicato das cordas ajudam a representar a buzina da bicicleta de Baxter Townshend. A quarta variação, dedicada a um proprietário de terras local, é forte e pomposa. Na quinta, a alternância entre triste e alegre representa as oscilações de humor do amigo Penrose Arnold, filho do poeta Matthew Arnold. Na sexta, a viola sola representa um papel especial, uma vez que é dedicada a Isabel Fitton, estudante de viola. A sétima, dedicada ao arquiteto Troyte Griffith, é extremamente enérgica. A leveza da oitava variação remete aos momentos prazerosos que Elgar passou na bela casa de Winifred Norbury. A nona, “Nemrod”, a mais profunda de todas, é dedicada ao amigo August Jäger, apoio de Elgar nos momentos difíceis (Nemrod – fabuloso rei bíblico, é descrito como poderoso caçador; Jäger significa “caçador” em alemão). A décima variação, extremamente delicada, homenageia a amiga e biógrafa Dora Penny. A décima primeira, uma das mais animadas, é dedicada ao amigo, organista Robertson Sinclair. Na décima segunda, dedicada ao violoncelista Basil Nevinson, os violoncelos dominam a cena. A décima terceira, dedicada à amiga Lady Mary Lygon, guarda lembranças da primeira variação, principalmente na doçura do caráter. A décima quarta variação, dedicada ao próprio compositor, fecha o ciclo majestosamente". Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Edward Elgar (1857-1934) - 

01. Cockaigne (In London Town) Op.40 (15:07)
Variations on an Original Theme (Enigma) Op.36
02. Enigma (1:34)
03. I (C.A.E) (1:47)
04. II (H.D.S-P.) (0:45)
05. III (R.B.T.) (1:24)
06. IV (W.M.B.) (0:30)
07. V (R.P.A.) (2:13)
08. VI (Yosbel) (1:18)
09. VII (Troyte) (1:03)
10. VIII (W.N.) (1:53)
11. IX (Nimrod) (4:16)
12. X (Dorabella) (2:25)
13. XI (G.R.S.) (0:59)
14. XII (B.G.N.) (2:21)
15. XIII (***) Rommanza (2:55)
16. XIV (E.D.U.) Finale (5:33)
17. Froissart, Op 19 (14:23)

English Symphony Orchestra
William Boughton, regente

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2 comentários:

Robert Peach disse...

Thank you for posting this selection.

Roberto Costa disse...

Grato pela excelente postagem. Elgar, assim como Tolkien, sofreu muita restrição em suas atividades por motivos religiosos.