quinta-feira, 30 de junho de 2011

Erik Satie (1866-1925) - Les Fils des Etoiles

Erik Satie foi um importante precursor dos movimentos musicais do século passado. Foi um vanguardista. Influenciou Ravel e Debussy com sua música de paisagens estáticas. A música para Satie era uma mobília, um móvel que se adequa ao ambiente. A vida continua em seu fluxo e a música fica lá, parada, sem que a percebamos. Os efeitos psicológicos são notáveis. Por exemplo, enquanto estou aqui em casa corrigindo provas e exames dos meus alunos, estou ouvindo a música deste CD. Mas é como eu não estivesse ouvindo nada. As pessoas passam no corredor, próximo ao meu apartamento, os carros buzinam, grades tilintam, chaves penduricalham; crianças gritam. Mas parece que não ouço nada. As miniaturas musicais de Satie são como rios marulhentos. Não percebemos a sua "viagem". Todavia, às vezes, o seu ronco suave se expressa e aí lhe damos atenção. Satie destinava essa intenção à sua música. Queria que os ouvintes encarassem dessa forma aquilo que escrevia. Enquanto as sinfonias e concertos constituem universos, "teses", "discursos eloquentes", as peças de Satie são pequenos quadros, crônicas doces, suaves, "vagabundas", miniaturas semi-mortiças. Mas, como é boa essa música.

Erik Satie (1866-1925) - Les Fils des Etoiles

01. Prélude du 1er Acte - La Vocation - Thème décoratif_ La nuit de Kaldée
02 - 1er Acte - La vocation
03 - Prélude du 2e Acte - L'Initiation - Thème decoratif_ La salle basse du Grand
04 - 2e Acte - L'Initiation
05 - Prélude du 3e Acte - L'Incantation - Thème decoratif_ La terasse du palais
06 - 3e Acte - L'Incantation

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Steffen Schleiermacher, piano

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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Ludwig van Beethoven (1770-1827) - Sinfonia No. 1 in C major, Op. 21 e Sinfonia No. 3 em Mi bemol maior, Op. 55 - "Heróica"

Mais Beethoven. Dessa vez, ao invés de trabalho para piano, temos o universo imenso, sem fim das sinfonias. Primeiramente, devo afirmar que há aqui motivos de sobra para que você baixe e saia ouvindo o CD imediatamente. (1) Temos a presença de Evgeny Mravinsky, um dos maiores e melhores regentes do século XX. Se a obra de Beethoven possui sisudez, seriedade, com Mravinsky essa características chega a paroxismos. (2) A Sinfonia no. 1 é o trabalho de um Beethoven ainda jovem, mas capaz de proezas. Vemos nela todo rigor e maturidade que seria revelada na Terceira, na Quinta, na Sétima e na Nona, sendo que esta última é a vida transfigurada, a subida ao paraíso. A Sinfonia No. 1 possui belos momentos de reflexão, de seriedade e alegria. (3) Já a Terceira Sinfonia é um tratado moral, um livro cuja metáfisica é o próprio mundo interior de Beethoven. A Marcha Fúnebre do segundo movimento sugere seriedade, meditação, crença no homem e toda sorte de idealismos possíveis. Tudo isso sendo construído com paisagens de silêncio. Música medíocre nos leva ao barulho, aos piores instintos; a boa música, por sua vez, nos remete ao silêncio. Convido você a baixar sua cabeça e meditar com Beethoven. Bom deleite!

Ludwig van Beethoven (1770-1827) - Sinfonia No. 1 in C major, Op. 21 e Sinfonia No. 3 em Mi bemol maior, Op. 55 - "Heróica"

Sinfonia No. 1 in C major, Op. 21
01. Adagio molto: Allegro con brio
02. Andante cantabile con moto
03. Menuetto: Allegro molto e vivace
04. Adagio; Allegro molto e vivace

Sinfonia No. 3 em Mi bemol maior, Op. 55 - "Heróica"

05. Allegro con brio
06. Marcia funebre: Adagio assai
07. Scherzo: Allegro vivace
08. Finale: Allegro molto

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Leningrad Philharmonic Orchestra
Evgeny Mravinsky, regente

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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Ludwig van Beethoven (1770-1827) - Piano Sonatas Op. 27, no.2, 53, 81a & 110

Para interpretar as sonatas de Beethoven é necessário ter mais que técnica. É fundamental, acima de tudo, que o intérprete seja cheio de virtuosismo e sensibilidade. E isso o nosso Nelson Freire esbanja com desassombro; tem de sombra. Esse é um CD especial. Revela a profusão de sentimentos e dores beethoveanas de forma doce, densamente suaves. Não há fúria. Apenas um convite a bons momentos de alegria e encanto. Agradáveis momentos de melancolia na solidão fria da noite. Apenas o silêncio. Um grito aqui, outro lá. Sentado, enquanto corrijo provas, ouço a delicadeza e isso me enche de presságios ininteligíveis. Estou vazio de vontades. Parafraseando Machado de Assis: "todo eu estou budista, caro leitor!" Um bom deleite!

Ludwig van Beethoven (1770-1827) - Piano Sonatas Op. 27, no.2, 53, 81a & 110

Piano Sonata No. 21 In C Major, Op. 53 _Waldstein
01. I. Allegro con brio
02. II. Introduzione. Adagio molto - attacca
03. III. Rondo. Allegretto moderato

Piano Sonata No.26 op.81a _Das Lebewohl
04. I. Adagio-Allegro
05. II. Abwesenheit-Andante espressivo
06. III. Das Wiedersehen-Vivacissimamente

Piano Sonata in A flat, No.31 Op.110
07. I. Moderato cantabile molto espressivo
08. II. Allegro molto
09. III. Adagio ma non troppo-Arioso dolente
10. IV. Fuga-allegro ma non troppo-L'istesso tempo di Arioso

Piano Sonata No.14 in C sharp minor Op. 27 No. 2 _Moonlight
11. I. Adagio sostenuto
12. II. Allegretto
13. III. Presto agitato

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Nelson Freire, piano

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Johannes Brahms (1833-1897) - Piano Concerto No.1 in D minor Op.15

O concerto no. 1 de Brahms para piano e orquestra é uma das coisas mais avassaladoras que eu conheço em matéria de música. As notas iniciais são um torrente de drama, desespero e tensão. Mas, aos poucos a paisagem vai serenando, ganhando contornos suaves, mansamente idílica. O que segue até o final não pode ser retratado com as palavras. Este concerto é uma bela metáfora do que é a vida - tensa, dramática, mas cheia de encantos selvagens e, quiçá, paraísos. Toda metáfora é um salto sobre o abismo. É ver o mundo iluminado pela chama de uma vela. Os contornos são tenebrosos, poucos divisáveis, mas enquanto caminhamos vamos construindo intuições. Ouvi este concerto já por três vezes desde ontem à noite e fiquei com a sensação de algo grande. Restou-me apenas o desejo de compartilhá-lo. Afinal, Brahms merece nossas mais veneradas impressões. Um bom deleite!

Johannes Brahms (1833-1897) - Piano Concerto No.1 in D minor Op.15

Piano Concerto No.1 in D minor Op.15
01. 1. Maestoso
02. 2. Adagio
03. 3. Rondo. Allegro non troppo

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Berliner Philharmoniker
Simon Rattle, regente
Krystian Zimerman, piano

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domingo, 26 de junho de 2011

Heitor Villa-Lobos (1887-1959) - The Complete Choros And Bachianas Brasileiras (CDs 5, 6 e 7 de 7 - final)

A década de 1920 viu surgir uma quantidade significativa de intelectuais que começou a pensar o que é a brasilidade. O Brasil, como um país miscigenado, detentor de uma cultura plural, queria se entender. E como Roberto daMata escreveria mais tarde: queria saber "O que faz o Brasil, Brasil?". Era preciso construir uma identidade nacional, negada pelos anos de colonização; pelos assaltos àquilo que é mais precioso na constituição de um povo. Éramos uma pátria jovem e sem marcas distintivas. Surgem a partir daí importantes nomes como Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Júnior, Mário Andrade, Gilberto Freyre, Oswald de Andrade e outros que começaram a traçar perspectivas que tratavam do problema brasileiro. É nesse período, também, que surge a música de Villa-Lobos, alguém absurdamente apaixonado pelo Brasil. Villa foi tecelão do hino da utopia nacional. O violoncelista e violonista conseguiu revelar, como um alquimista, o substrato mais puro da alma brasileira, dos elementos mais genuínos dos traços identitários da cultura da nossa terra. Villa não é somente um compositor. Ele é um alquimista dos sons. Sempre a procurar a pedra filosofal que escancaria o Brasil e revelaria suas dores, alegrias, rusticidades, singularidades e belezas mais profundas. Não deixe de ouvir os três últimos CDs dessa caixa sensacional. Bom deleite!

Heitor Villa-Lobos (1887-1959) - The Complete Choros And Bachianas Brasileiras

DISCO 05
Bachianas Brasileiras No. 2, for orchestra, A. 247
01. 1. Prelúdio (O canto do capadócio)
02. 2. Ária (O canto da nossa terra)
03. 3. Dança (Lembrança do sertão)
04. 4. Toccata (O trenzinho do caipira)

Bachianas Brasileiras No. 3, for piano & orchestra, A. 388
05. 1. Prelúdio (Ponteio)
06. 2. Fantasia (Devaneio)
07. 3. Ária (Modinha)
08. 4. Toccata (Picapau)

Jean Louis Steuerman, piano

Bachianas Brasileiras No. 4, for piano & orchestra, A. 424
09. 1. Prelúdio (Introdução)
10. 2. Coral (Canto do sertão)
11. 3. Ária (Cantiga)
12. 4. Dança (Miudinho)

DISCO 06

Bachianas Brasileiras No. 7, for orchestra, A. 432
01. 1. Prelúdio (Ponteio)
02. 2. Giga (Quadrilha caipira)
03. 3. Toccata (Desafio)
04. 4. Fuga (Conversa)

Bachianas Brasileiras No. 9, for chorus (or string orchestra), A. 449
05. 1. Prelúdio
06. 2. Fuga
07. 1. Prelúdio
08. 2. Fuga

Choir of the São Paulo Symphony Orchestra
Naomi Munakata, regente

Bachianas Brasileiras No. 8, for orchestra, A. 444
09. 1. Prelúdio
10. 2. Ária (Modinha)
11. 3. Toccata (Catira batida)
12. 4. Fuga

Quinteto em forme de choros, for flute, oboe, clarinet, English horn (or French horn) & bassoon, A. 231
13. Quinteto em forme de choros, for flute, oboe, clarinet, English horn (or French horn) & bassoon, A. 231

DISCO 07

Prelúdios (5), for guitar, A. 419
01. 1. Andantino expressivo. Melodia lírica: Homenagem ao sertanejo brasileiro
02. 2. Andantino. Melodia capadócia – Melodia capoeira: Homenagem ao malandro carioca
03. 3. Andante. Homenagem a Bach (Homage to Bach)
04. 4. Lento. Homenagem ao índio brasileiro (Homage to the Brazilian Indian)
05. 5. Poco animato. Homenagem à vida social

Suite populaire brésilienne (5), for guitar (Brazilian Folk Suite), A. 020
06. Mazurka-choro
07. Schottish-choro
08. Valsa-choro
09. Gavota-choro
10. Chorinho

Estudios (12), etudes for guitar, A. 235
11. 1. Allegro non troppo
12. 2. Allegro
13. 3. Allegro moderato
14. 4. Andante
15. 5. Andantino
16. 6. Poco allegro
17. 7. Très animé
18. 8. Modéré
19. 9. Très peu animé
20. 10. Très animé
21. 11. Lent
22. 12. Animé

Chôros No. 1, for guitar, ‘Tipico brasileiro’, A. 161
23. Chôros No. 1, for guitar, ‘Tipico brasileiro’, A. 161

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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Giuseppe Verdi (1813 - 1901) - Messa da Requiem

O Réquiem de Verdi, também conhecido como Réquiem de Manzoni, começou a ser escrito em 1873, mas teve a sua estréia em 1874. Verdi já havia passado por uma experiência frustrante com o Réquiem per Rossini, escrito em homenagem à morte do grande mestre do gênero operístico. Mas foi com a morte de Alexandro Manzoni, poeta a qual Verdi venerava, que o projeto do Réquiem foi fecundado. Ao contrário do trabalho feito em homenagem a Rossini, o Réquiem de Manzoni teve uma aceitação imediata. E desde a época da criação, não deixou de ser admirado. A obra é repleta de ritmos intensos, vigorosos, de passagens quase operísticas, gênero para o qual Verdi era imbatível; o compositor consegue imprimir fortes emoções a fim de ser o mais fiel ao texto do Requiem aeternam dona eis, Domine ("concedei-lhes descanso eterno, ó Senhor"). Não conheço muitas versões desse Réquiem, todavia, esta versão com o Claudio Abbado possui um senso estético de reverência que arrebata. O resultado é uma interpretação que nos eleva e nos dá um profunda devoção, uma centelha dos mistérios da sacralidade. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Giuseppe Verdi (1813 - 1901) - Messa da Requiem

DISCO 01

01. Requiem
02. Dies Irae (Coro)
03. Tuba Mirum
04. Liber Scriptus
05. Quid Sum Miser
06. Rex Tremendae
07. Recordare
08. Ingemisco
09. Confutatis
10. Lacrymosa

DISCO 2

11- Offertorio
12. Sanctus
13. Agnus Dei
14. Lux Aeterna
15. Libera Me

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Coro e Orchestra del Teatro alla Scala
Claudio Abbado, regente
Katia Ricciarelli, soprano
Shirley Verrett, mezzosoprano
Placido Domingo, tenor
Nicolai Ghiaurov, baixo

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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Glinka, Roslavets e Shostakovich - Sonatas para viola e piano - RE-UPLOAD

CD RE-UPADO. Agora com divisão de faixas!

Postado inicialmente em 10/08/2009

Este CD é formidável. Reúne três importantes compositores da música russa - Glinka, Roslavets e Shostakovich. Glinka é considerado como o pai da música russa. Suas composições influenciaram O Grupo dos Cinco, formado por Balakirev, Borodin, Cui, Mussorgsky e Rimsk-Korsakov. Tal grupo procurava uma produção essencialmente russa. Já Roslavets tem em sua produção musical, uma importante marca - suas obras revelam um mundo sonoro denso e misterioso, que sugere influências de Debussy e Scriabin, e, até certo ponto, Schoenberg. O último dos três compositores é o inominável Shostakovich, que tem aparecido com uma frequencia necessária aqui no blogger. A Sonata para viola e piano, Op. 147 é singular e melancólica. Não deixe de ouvir este registro que revela o âmago da produção russa. Sou apaixonado pela música russa. E eis aqui uma possibilidade de conferir este extraordinário CD com três sonatas fantásticas. Boa apreciação!

Mikhail Glinka (1804-1857) - Sonata para Viola e Piano in D menor (18:21)
1. Allegro moderato [9:59]
2. Larghetto ma non troppo [8:14]

Nikolai Roslavets (1881-1944) - Sonata para viola e piano (12:23)
3. Sonata para viola e piano [12:23]

Dmitri Shostakovich (1906-1975) - Sonata para viola e piano, Op. 147 (36:11)
4. Moderato [11:24]
5. Allegretto [6:52]
6. Adagio [17:53]

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Yuri Bashmet, viola
Mikhail Muntian, piano

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Johann Nepomuk Hummel (1778-1837) - Quintet opus 74 in D minor e George Onslow (1784-1853) -Quintet opus 70 in B minor

Nepomuk Hummel foi um ilustre músico e pianista no final do século XVIII e início do século XIX. Austríaco de nascimento, Hummel teve o privilégio de ser discípulo de Mozart e amigo de Beethoven. Ele foi um importante e imponente concertista e contribuiu fundamentealmente para o desenvolvimento da técnica pianística. Outro compositor que aparece nesse post é o compositor francês George Onslow. Ainda não o conhecia. O ponto importante a favor de Onslow é que Beethoven e Schubert admiravam a obra do francês. Com sinceridade, eu achei a estética deste post diversa daquela a que estou acostumado. Talvez, eu ainda precise ouvir mais uma vez para admití-la. Uma boa audição!

Johann Nepomuk Hummel (1778-1837) - Quintet opus 74 in D minor

01. I. Allegro con spirito
02. II. Menuetto o scherzo (allegro)
03. III. Andante con variaizoni
04. IV. Finale (vivace)

George Onslow (1784-1853) -Quintet opus 70 in B minor

05. I. Allegro grandioso e non troppo presto
06. II. Andantino cantabile e semplice
07. III. Allegretto molto mdoerato

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Nepomuk Fortepiano Quintet
Riko Fukuda, fortepiano
Franc Polman, violino
Elisabeth Smalt, viola
Jan Insinger, violoncello
Pieter Smithuijsen, double bass

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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Gustav Mahler (1860-1911) - Sinfonia No. 4 em Sol e Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) - Exsultate, Jubilate, K. 165

Costumo afirmar que a Quarta Sinfonia é uma "porta dimensional" para o mundo de Gustav Mahler. Ela é, didaticamente, uma janela que se abre para que enxerguemos as planícies infinitas da música do compositor astríaco e nos assustemos com isso. A música de Mahler é grande, imensa. Ouvi-la é ser convidado para experimentar o conflito, a libertação e o êxtase. Escutar Mahler é abrir uma janela, prafraseando Mario Quintana. O poeta gáucho costumava dizer que quem "escreve um poema, abre uma janela". Ou seja, a música de Mahler provoca em nós aquela sensação de liberdade, alívio e esperança que experimentados quando abrimos uma janela e recebemos um borrifo de vento. Didaticamente, poderia sugerir que para o ouvinte pouco afeito à textura provocante e filósofica e que busque ingressar pelos portões do mistério e caminhar nas trilhas largas da música do compositor, deve começar pela Quarta Sinfonia e depois a Primeira, a Quinta, a Sexta, a Terceira, a Segunda, A Oitava, a Sétima e a Nona. Essa seria um trilha. Quando quero perceber uma certa gradação, uma escadaria poética, geralmente disponho as sifonias do austríaco dessa forma. Esse CD que posto é uma joia. Já ouvir umas cinco vezes essa semana. Ainda temos Mozart com a sua deliciosa Exsultate, Jubilate. Verdadeiramente uma baita CD! Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Gustav Mahler (1860-1911) - Sinfonia No. 4 em Sol

01. I. Bedächtig. Nicht eilen
02. II. In gemächlicher Bewegung. Ohne Hast
03. III. Ruhevoll
04. IV. Das himmlische Leben. Sehr behaglich

Rafael Druian, violino solo
Judith Raskin, soprano

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) - Exsultate, Jubilate, K. 165
I. Allegro
II. Andante
III. Allegro

Judith Raskin, soprano

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Cleveland Orchestra
George Szell, regente

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domingo, 19 de junho de 2011

Heitor Villa-Lobos (1887-1959) - The Complete Choros And Bachianas Brasileiras (CDs 3 e 4 de 7)

Tenho encontrado certa dificuldade para fazer novos posts no blog. A agenda anda bastante cheia. Mas, sem negar o compromisso com a meia dúzia de visitantes, tentei arranjar um pequeno espaço para fazer esta postagem. Os dois primeiros CDs dessa magistral caixa foram bem aceitos. Em uma semana, foram feitos quase 300 downloads de cada um dos CDs. Mais uma prova de Villa-Lobos precisa ser mais difundido em nosso país e existe um sede de conhecimento de sua obra. Villa é o maior compositor brasileiro de todos os tempos. Dá orgulho ouvir a sua música. É de emocionar ouvir a Ária ou a Dansa da Bachiana no. 5; o Prelúdio ou a Ária da Bachiana no. 4. Li outro dia um caso bastante interessante, apenas para elucidar o fato: um certo professor da Universidade de Brasília fez uma viagem a um vilarejo afastado da China. Lugar diferente da ebulição capitalista por que passa aquele país. O professor ao chegar ao vilarejo tentou estabelecer contato com os moradores e mostrar as graças da brasilidade. E foi falando que era do Brasil, terra de Pelé e Ronaldinho. Quando foi mencionado o nome Brasil alguém disse: "Terra de Paulo Freire". Diz o professor que aquilo o encheu de orgulho. Ou seja, num lugar afastado, onde não existe a possibilidade remota de uma frase como esta, lá estava um nome de um brasileiro que fez muito pela humanidade. A história é apenas para ilustrar o quanto os grandes nomes da cultura brasileira são mais conhecidos fora do Brasil do que propriamente no Brasil. Villa é um caso desse. Mas que essa caixa com essa música que evoca os "instintos", os "matizes" mais finos da alma brasileira possam contribuir para o alargamento do cohecimento sobre Villa-Lobos, um poeta com alma de menino, reverente pelo seu país, amante de sua terra.

Heitor Villa-Lobos (1887-1959) - The Complete Choros And Bachianas Brasileiras

DISCO 03

Chôros No. 11, for piano & orchestra, A. 228
01. Allegro preciso ma non troppo (attacca)
02. Adagio (attacca)
03. Allegro moderato

Cristina Ortiz, piano

Chôros No. 5, for piano, ‘Alma brasiliera’, A. 207
04. Chôros No. 5, for piano, ‘Alma brasiliera’, A. 207

Cristina Ortiz, piano

Chôros No. 7, for flute, oboe, clarinet, sax, bassoon, violin, cello & off-stage gong, ‘Setemino’, A. 199
05. Chôros No. 7, for flute, oboe, clarinet, sax, bassoon, violin, cello & off-stage gong, ‘Setemino’, A. 199

DISCO 04

Bachianas Brasileiras No. 5, for voice & 8 cellos, A. 389
01. 1. Ária (Cantilena)
02. 2. Dança (Martelo)

The cellistas oh the São Paulo Symphony Orchestra
Roberto Minczuk, regente

Bachianas Brasileiras No. 4, for piano, A. 264
03. 1. Prelúdio (Introdução)
04. 2. Coral (Canto do sertão)
05. 3. Ária (Cantiga)
06. 4. Dança (Miudinho)

Jean Louis Steuerman, piano

Bachianas Brasileiras No. 6, for flute & bassoon, A. 392
07. 1. Ária (Choro)
08. 2. Fantasia (Allegro)

Bachianas Brasileiras No. 1, for 8 cellos, A. 246
09. 1. Introdução (Embolada)
10. 2. Prelúdio (Modinha)
11. 3. Fuga (Conversa)

The cellistas oh the São Paulo Symphony Orchestra
Roberto Minczuk, regente

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sábado, 18 de junho de 2011

Antonio Lucio Vivaldi (1678-1741) - As Quatro Estações - RE-UPLOAD

Arquivo re-enviado. Agora, com divisão de faixas!

Postagem inicialmente feita em 04/03/2010.

A outra postagem em homenagem aos 332 anos do nascimento de Vivaldi é com a minha musa, Anne-Sophie Mutter. Escolhi a imortal As Quatro Estações, um conjunto programático de 4 concertos. Cada um dos concertos retrata uma das estações. Assim, se sucedem primavera, verão, outono e inverno. Penso que estas peças sejam uma das mais conhecidas peças de todos os tempos. Quem nunca ouviu o primeiro movimento de "A primavera"? Já foi até tema de propaganda de televisão. Esta é uma daquelas peças que você escuta duas, três vezes seguidas e não enjoa. Confesso que não é a melhor gravação que já ouvir de As Quatro Estações. Escolhi-a pelo fato de que já fazia um certo tempo que eu queria postar este concerto com a senhora Mutter. É uma gravação ainda da década de 1980, quando Mutter era pupila de Hebert von Karajan. Boa apreciação!

Antonio Lucio Vivaldi (1678-1741) - As Quatro Estações

Concerto No. 1 In E, Rv 269 'Primavera'
01. I. Allegro
02. II. Largo e pianissimo sempre
03. III. Danza Pastorale - Allegro

Concerto No. 2 In G Minor, Rv 315 'Verão'
04. I. Allegro Non Molto
05. II. Adagio - Presto
06. Presto

Concerto No. 3 In F, Rv 293 'Outono'
07. I. Allegro
08. II. Adagio molto
09. III. Allegro

Concerto No. 4 In F Minor, Rv 297 'Inverno'
10. I. Allegro Non Molto
11. II. Largo
12. III. Allegro

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Wiener Philharmoniker
Herbert von Karajan, regente
Anne-Sophie Mutter, violino

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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Dmitri Shostakovich (1906-1975 ) - Sinfonia No. 11 em G manor, Op. 103 - "O Ano de 1905"

A Sinfonia no. 11 de Shostakovich é uma das minhas composições favoritas entre todas aquelas que foram escritas pelo compositor russo. Ela é uma obra que revela o quanto o conflito e a epicidade podem ser retratados numa obra de arte. É um desenho programático de um evento histórico. É uma descrição palpável de um episódio acontecido no ano de 1905 na Rússia. Contam os historiadores que dezenas de trabalhadores foram aniquilados pelas forças do ksar. Os vitimados eram homens comuns que buscavam ter os seus direitos atendidos no mês de janeiro daquele ano. Mas foram alvejados impiedosamente pela força pretoriana do soberano da Rússia. Tal fato se constituiu num evento marcante. O povo jamais esqueceria aquilo, principalmente Shostakovich que amava tanto o seu país. A Sinfonia no. 11 é repleta de insuações; de coloridos orquestrais; de tensão; de motivos de combate; marchas marciais; do som de corpos que tombam ao chão, num episódio terrível. É um trabalho denso, como denso era o mundo de Shostakovich. Esta gravação com Ashkenazy possui motivos para reverência. Não deixe de ouvir.

Dmitri Shostakovich (1906-1975 ) - Sinfonia No. 11 em G manor, Op. 103 - "O Ano de 1905"

01 The Palace Square
02 The Ninth of January
03 In Memoriam
04 The Tocsin
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St Petersburg Philharmonic Orchestra
Vladimir Ashkenazy, regente

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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Tomaso Albinoni (1671-1751) - Oboe Concerti, Op. 9, Nos. 2, 3, 5, 8, 9 & 11

A música que surgirá a seguir é uma música, mansa, suave, como aqueles perfumes doces, que de tão doces, chegam a ser enjoativos. Confesso que gosto desse espiríto imaculado, quase étereo. Esse CD é maravilhoso. Enquanto executo algumas tarefas aqui em casa, escuto-o. Coisa finíssima. Albinoni era um compositor de uma musicalidade pura. Suas obras são cheias de uma linguagem cândida. Estes concertos para oboé inserem a gente num contexto de ternura. Um diálogo delicado e uma profunda expectativa de silêncio se abatem sobre mim nesse momento.

Tomaso Albinoni (1671-1751) - Oboe Concerti, Op. 9, Nos. 2, 3, 5, 8, 9 & 11

Concerto in C major, Op.9 no.5
01. Allegro
02. Adagio (non troppo)
03. Allegro

Concerto in F major, Op.9 no.3
04. Allegro
05. Adagio (non troppo)
06. Allegro

Concerto in D minor, Op.9 no.2
07. Allegro e non presto
08. Adagio
09. Allegro

Concerto in B flat major, Op.9 no.11
10. Allegro
11. Adagio
12. Allegro

Concerto in G minor, Op.9 no.8
13. Allegro
14. Adagio
15. Allegro

Concerto in C major, Op.9 no.9
16. Allegro
17. Adagio (non troppo)
18. Allegro

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The London Virtuosi
John Georgiadis, regente
Anthony Camden, Oboé

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domingo, 12 de junho de 2011

Heitor Villa-Lobos (1887-1959) - The Complete Choros And Bachianas Brasileiras (CDs 1 e 2 de 7)

Após alguns dias de um descanso mais que necessário na Serra Gaúcha, estou de volta - e mais agressivo do que nunca. O blog permaneceu silencioso por mais de uma semana. Passava por aqui apenas para ler alguns esparsos comentários - quando existentes. Ainda pensei em postar, mas o momento que experimentava me impediu de realizar meus impulsos blogueiros. Para compensar a ausência, eu resolvi trazer à tona uma excepcional postagem - Os Chôros Completos e as Bachianas Brasileiras do Villa, regido por Neschiling e Minczuk, respectivamente, e a bem conceituada OSESP. Impossível ouvir o Villa e não sentir o aroma do Brasil - do café, dos centros urbanos, das florestas, dos sertões (e no dizer de Guimarães Rosa, "o sertão está em toda parte", transformando-se numa zona para divagações e poéticas), de rios enormes, caudalosos. Villa mais do que qualquer astista cantou a alma do Brasil. Suas composições possuem cintilações, fragrâncias e toda uma musicalidade que me remete a enxergar o Brasil em essência. Vamos à primeira postagem! Bom deleite!

Heitor Villa-Lobos (1887-1959) - The Complete Choros And Bachianas Brasileiras

DISCO 01


Introduction to the Choros, for guitar and orchestra 01. Introduction to the Choros, for guitar and orchestra

2 Choros bis - for violin and cello (1928)
02. I. Modere
03. II. Lent - Moins - Lent

Choros No. 2, for flute and clarinet (1924)
04 - Choros No. 2, for flute and clarinet

Choros No. 3 'Pica-Pau', for male choir and wind instruments (1925)
05. Choros No. 3 'Pica-Pau', for male choir and wind instruments

Choros No.10 'Rasga o Coracao', for orchestra and mixed choir
06 - Choros No.10 'Rasga o Coracao', for orchestra and mixed choir

Choros No.12, for orchestra (1929)
07 - Choros No.12, for orchestra

DISCO 02

Choros No.6 (for orchestra) (1926)
01. Choros No.6 (for orchestra)

Choros No.1 (for guitar) (1920) 02. Choros No.1 (for guitar)

Choros No.8 (for large orchestra and 2 pianos) (1925) 03. Choros No.8 (for large orchestra and 2 pianos)

Choros No.4 (for 3 horns and trombone) (1926)
04. Choros No.4 (for 3 horns and trombone)

Choros No.9 (for orchestra) (1929)
05. Choros No.9 (for orchestra)

Você pode comprar este CD na Amazon

São Paulo Symphony Orchestra (OSESP)
John Neschling, regente

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