As variações Goldberg resultaram de uma extraordinária encomenda, para os padrões actuais, feita a Johann Sebastian Bach pelo Conde Kaiserling, um aristocrata melómano. As circunstâncias do conhecimento entre Bach e o conde são bem conhecidas .H. C. Kaiserling foi nomeado embaixador da Rússia na Saxónia, e na capital deste principado alemão, Dresden, ouviu falar da família Bach (família que estava ligada à música há mais de um século) e conheceu o mais velho dos filhos de J. S. Bach, Wilhelm Friedemann, organista na igreja de Santa Sofia, nessa cidade e, mais tarde, o próprio Bach que por várias vezes se deslocou a Dresden para dar concertos, estreou o órgão da Frauenkirche, escreveu várias cantatas para Frederico Augusto II, príncipe da Saxónia que viria a ser coroado rei da Polónia, na oportunidade do seu aniversário e da sua coroação.
A admiração de Kaiserling por J. S. Bach foi enorme e é conhecido o relacionamento que estabeleceram, visitando-se várias vezes em Dresden e deslocando-se o conde a Leipzig, onde na altura J. S. Bach residia, ocupando o cargo de Kantor, tendo mesmo sido padrinho do seu último filho.
Sobre a génese das chamadas Variações Goldberg, existe uma boa informação recolhida em depoimentos dos seus filhos.
Sofria o conde Kaiserling de persistentes insónias, pelo que decidiu, para minorar e ocupar as suas noites, encomendar a J.S.Bach «umas peças para cravo a serem tocadas por Johann Goldberg», um jovem e talentoso cravista – tinha 14 anos quando as tocou pela primeira vez – que Kaiserling protegia e que tinha enviado para Leipzig para aí estudar com J. S. Bach, depois de ter confiado a sua formação musical, em Dresden, ao já referido filho de Bach.
Goldberg retorna a Dresden, para casa e ao serviço de Kaiserling, transportando consigo o que viria a ser uma composição para cravo formada por uma ária que introduzia 30 variações que finalizam com uma ária que é uma evocação da inicial.
Esta obra musical que, mais tarde, ficaria conhecida por Variações Goldberg, foi na altura o mais importante ciclo de variações até aí escritas e só comparável a outras duas obras do mesmo Bach, os Livros 1 e 2 do Cravo Bem Temperado. Só muitos anos mais tarde surgirá obra equivalente em dimensão e valor musical: as Variações Diabelli, de Beethoven.
Johann Sebastian Bach (1685-1750) - Variações Goldeberg, BWV 988
01 Goldberg Variations, BWV 988 - Aria
02 Variatio 1 A 1 Clav.
03 Variatio 2 A 1 Clav.
04 Variatio 3 Canone All'Unisono. A 1. Clav.
05 Variatio 4 A 1 Clav.
06 Variatio 5 A 1 Ovvero 2 Clav.
07 Variatio 6 Canone Alla Seconda. A 1 Clav.
08 Variatio 7 A 1 Ovvero 2 Clav. Al Tempo Di Giga
09 Variatio 8 A 2 Clav.
10 Variatio 9 Canone Alla Terza. A 1. Clav.
11 Variatio 10 Fughetta. A 1 Clav.
12 Variatio 11 A 2 Clav.
13 Variatio 12 Canone Alla Quarta. (A 1 Clav.)
14 Variatio 13 A 2 Clav.
15 Variatio 14 A 2 Clav.
16 Variatio 15 Canone Alla Quinta. A 1 Clav. Andante
17 Variatio 16 Ouverture. A 1 Clav.
18 Variatio 17 A 2 Clav.
19 Variatio 18 Canone All Sesta. A 1 Clav.
20 Variatio 19 A 1 Clav.
21 Variatio 20 A 2 Clav.
22 Variatio 21 Canone Alla Settima. A 1 Clav.
23 Variatio 22 Alla Breve A 1 Clav.
24 Variatio 23 A 2 Clav.
25 Variatio 24 Canone All'Ottava. A 1 Clav.
26 Variatio 25 A 2 Clav. Adagio
27 Variatio 26 A 2 Clav.
28 Variatio 27 Canone Alla Nona. A 2 Clav.
29 Variatio 28 A 2 Clav.
30 Variatio 29 A 1 Ovvero 2 Clav.
31 Variatio 30 Quodlibet. A 1 Clav.
32 Aria Da Capo
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Tatiana Nikolayeva, piano
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