Nada tão necessário quanto ouvir Beethoven. Muitos críticos o acham "sentimentaloíde". Ao meu modo de ver esta crítica não procede. É um dos maiores gênios da humanidade. O processo de crescimento das habilidades para compor de Ludwig não se deram como em Mozart. Wolfgang compunha aos borbotões com uma regularidade de impressionar. Já Beethoven à medida que envelhecia e a surdez o acometia, mais o seu gênio e suas peças foram ganhando um brilho imortal. Sua vida foi uma escrita com tintas trágicas. Pechá-lo de "sentimentaloíde" é desconhecer o gigantismo humano e existencial que fervilhava em sua interioridade. Beethovem é uma espécie de poeta-musical que sabe exprimir por meio da música qualquer conteúdo emocional ou dramático. Os 5 concertos para piano que compôs revelam um pouco da personalidade do compositor. São psicografias. Estou ouvindo neste momento o Concerto No.3 e percebo uma carga densa de beleza e valores do silenciosos acumulados. Mas este concerto não é o que mais gosto. Reverencio o No. 4 pela beleza e o 5 pela grandeza utópica contidos em cada movimento. Pararei por aqui. Parafraseio Drummond no Poema de Sete Faces: essa música e essa solidão põe a gente sentimental como o diabo. Boa apreciação!
Ludwig van Beethoven (1770-1827) - Concertos para piano e Orquestra No. 3 em C menor, Op. 37 e Concerto para piano e Orquestra No. 4 em G maior, Op. 58
Concerto para piano e Orquestra No. 3 em C menor, Op. 37
1. Allegro con brio [16:07]
2. Largo [10:07]
3. Rondo.Allegro [9:28]
Concerto para piano e Orquestra No. 4 em G maior, Op. 58
4. Allegro moderato [17:18]
5. Andante con moto [5:17]
6. Rondo.Vivace [10:00]
Berliner Phillharmoniker
Claudio Abbado, regente
Maurizio Pollini, piano
Have Joy!
Um comentário:
Quem me dera a humanidade fosse mais repleta de sentimentaloides... Obrigado pela postagem, Carlinus!
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