Vamos mais uma vez a Rachmaninov. Desta vez, surge a sinfonia no. 2, que já foi apresentada aqui no blogger. Rach compôs este trabalho entre os anos de 1906 e 1907. O compositor possuía dentro de si a impressão de que não era um grande sinfonista, por conta da sinfonia no. 1. Quando esta sinfonia foi estreada em 1897 por Alexandre Glazunov, não foi bem recepcionada. Isso rendeu a Rach uma carga de sentimentos negativos e contraditórios. Mesmo reticente no que tange à escrita desta sinfonia, Rach conduziu a estréia da mesma. O resultado foi um esplendoroso sucesso - ao contrário do que acontecera com a sua sinfonia número 1. Aparece ainda o poema sinfônico A Ilha dos Mortos, op. 29. Rach se inspirou na pintura de Arnold Böcklin para escrever esta peça. O compositor viu a pintura em Paris no ano de 1907 e teria concluído a composição em 1908, quando esteve em Dresden. Considero este como sendo um dos trabalhos mais sérios do compositor, pela evoção reflexiva que ele sugere. Rachmaninov consegue produzir uma atmosfera de gravidade. Parece não haver esperança. A morte é austera. Uma certa solenidade triste também pode ser percebida. A abertura da peça sugere uma tensão fúnebre. Rach conseguiu captar os aspectos essenciais da pintura. A imagem de Böcklin é misteriosa. Uma pessoa de pé, vestida de branco. Um sujeito incógnito que impele o barco pelas águas plácidas e esverdeadas. Um céu cinzento, com nuvens ralas. A Ilha é apenas um pedregulho. A única vida existente são os ciprestes, lugar onde, quiça, fique o cemitério. A vida, assim, se mescla com a morte. A Ilha dos Mortos é um nome apropriado. O pintor (Böcklin) elaborou cinco versões para o quadro. Não se sabe ao certo qual das versões Rach teria visto. Não deixe de ouvir este registro significativo. Uma boa apreciação!
Sergei Rachmaninov (1873-1943) - Sinfonia No. 2 in E minor, Op. 27 e A Ilha dos Mortos, Op. 29
Sinfonia No. 2 in E minor, Op. 27
01. Largo - Allegro moderato
02. Allegro molto
03. Adagio
04. Allegro vivace
The Isle of the Dead, Op. 29
05. The Isle of the Dead
Concertgebouw Orchestra
Vladimir Ashkenazy, regente
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