Das quatro sinfonias compostas por Brahms, a que mais me identifico é a de no.1. Dizem que ela é a décima de Beethoven. Já postei certa vez a no.1 com Barbirolli - uma ótima versão. Dessa vez resolvi postar a no.4 com Haitink. Brahms sabia como ninguém fazer uma boa música. Nietzsche diz que "é mais fácil fazer música ruim do que fazer música boa". Essa afirmação não se enquadra com Brahms. O compositor escreveu pouco, mas aquilo que compôs é imortal, poderosamente atordoador. Há uma curiosidade com relação a esta sinfonia. O escritor mineiro Fernando Sabino era metido a cineasta. Ele chegou a filmar, com aspectos caseiros, alguns filmes interessantes de alguns nomes da literatura brasileira do século XX. Por isso, filmou outro mineiro, Carlos Drummond; Manuel Bandeira, Vinicius de Morais, João Cabral de Melo Neto, Érico Veríssimo e outros. Recentemente estes filmes curtos foram compelidos num belo registro para DVD. Outro dia estava vendo ao filme sobre Érico Veríssimo, escritor gaúcho a que muito aprecio. No início do filme a uma cena esplendorosa. Veríssimo caminha por entre uma plantação amarelecida, já caduca. Não sei se era um arrozal ou um trigal, mas o fato é que dava um tom semelhante à Vista da Planície de Crau ou Campo de Trigo com Corvos de Van Gogh. A trilha sonora que infunde mais poderes a essa cena é a sinfonia No.4 de Brahms. Érico inclusive era apaixonado por Brahms. Ele afirma isso na sua autobiografia - Solo de Clarineta. De qualquer forma, fica aqui mais um excelente registro. Boa apreciação!
Johannes Brahms (1833-1897) - Sinfonia No. 4 in E minor, Op. 98
01 Allegro Non Troppo 13:22
02 Andante Moderato 11:28
03 Allegro Giocoso, Poco Meno Presto, Tempo 6:16
04 Allegro Energico E Passionato, Più Allegro 10:15
London Symphony Orchestra
Bernard Haitink, regente
Have Joy!
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