sábado, 31 de maio de 2025

Sergei Rachmmaninov (1873-1943) - Symphony No. 1 in D Minor, Op. 13 e Symphonic Dances, Op. 45

 
 
A Sinfonia No. 1 foi a primeira das três sinfonias do compositor que eu conheci. Fiquei impressionado com ela. Escrita em 1895, ela foi um projeto ambicioso do jovem compositor. As marcas da influências de Tchaikovsky e Rinsky-Korsakov estão gravadas nela. A obra é estruturada em quatro movimentos e apresenta uma linguagem ousada e dramática, com uma orquestração intensa e temas de forte carga emocional. E foi justamente isso que me chamou a atenção.

A estreia da obra provocou abalos na autoestima do compositor. Segundo relatos, a estreia, em 1897, sob a regência de Alexander Glazunov foi um desastre. Glazunov era um alcoolista e, no dia da estreia, subiu ao palco bêbado. Por sua vez, a crítica demolidora de César Cui ajudou a pôr abaixo os últimos fiapos de otimismo do compositor. A obra acabou sendo esquecida, vindo a ter o devido reconhecimento após a morte do compositor. 

Já as "Danças Sinfônicas" são uma das obras mais conhecidas do compositor. Sua composição é do ano de 1940. Foi escrita no período em que o compositor vivia no Estados Unidos. Ao contrário da Sinfonia No. 1, essa obra é produto da maturidade artística do compositor, refletindo sua habilidade refinada de orquestração, seu domínio do ritmo e sua fusão entre o lirismo romântico e a modernidade harmônica do século XX. É um dos últimos trabalhos do compositor; uma espécie de testamento. Rachmaninov a dedicou a Eugene Ormandy, que a regeu na estreia. 

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Sergei Rachmaninov (1873-1943) -

01. Symphony No. 1 in D Minor, Op. 13: I. Grave - Allegro ma non troppo
02. Symphony No. 1 in D Minor, Op. 13: II. Allegro animato
03. Symphony No. 1 in D Minor, Op. 13: III. Larghetto
04. Symphony No. 1 in D Minor, Op. 13: IV. Allegro con fuoco
05. Symphonic Dances, Op. 45: I. Non allegro
06. Symphonic Dances, Op. 45: II. Andante con moto. Tempo di valse
07. Symphonic Dances, Op. 45: III. Lento assai - Allegro vivace

Sinfonia of London
John Wilson, regente

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sexta-feira, 30 de maio de 2025

Max Reger (1873-1916) - Clarinet Quintet, Op. 146 e String Sextet, Op. 188


Max Reger foi um compositor alemão que se situa entre o final do romantismo e início do modernismo experimentado no século XX. Sua música possui um rigor acadêmico e uma profunda seriedade estética. No compositor, observam-se influências variadas, que passam por Bach, Beethoven, Wagner e Brahms. Ao longo de sua curta existência, ele escreveu uma quantidade significativa de obras. Neste disco, encontramos duas delas.
 
A primeira delas é o Quinteto para clarinete, Op. 146. Foi escrita entre os anos de 1915 e 1916. Foi concluída poucos meses antes de sua morte. É, portanto, uma obra tardia e do período de maturidade do compositor. A peça reflete uma surpreendente serenidade e clareza - mesmo tendo sido escrita em plena efervescência da Primeira Guerra Mundial -, contrastando com o estilo normalmente mais denso e complexo do compositor. Influenciado pelo Quinteto para Clarinete, de Brahms, o opus 146 é estruturado em quatro movimentos e apresenta uma linguagem lírica, introspectiva e nostálgica. 

Já o Op. 118 é o do ano de 1904. A obra é bastante ambiciosa do ponto de vista formal. Foi escrita para dois violinos, duas violas e dois violoncelos. Nota-se uma preponderante influência brahnsiana. Reger vai além do romantismo, demonstrando tinturas fortemente expressionistas. O primeiro movimento é marcado por uma energia rítmica vigorosa, o segundo por um lirismo sombrio, o terceiro por um scherzo tenso e o último por uma conclusão grandiosa, refletindo a exuberância intelectual e emocional do compositor.
 
Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Max Reger (1873-1916) -

01 - Clarinet Quintet, Op. 146- I. Moderato ed amabile
02 - Clarinet Quintet, Op. 146- II. Vivace
03 - Clarinet Quintet, Op. 146- III. Largo
04 - Clarinet Quintet, Op. 146- IV. Poco allegretto
05 - String Sextet, Op. 188- I. Allegro energico
06 - String Sextet, Op. 188- II. Vivace
07 - String Sextet, Op. 188- III. Largo con gran espres
08 - String Sextet, Op. 188- IV. Allegro commodo

Ensemble Villa Musica

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Giovanni Battista Sammartini (1700-1775) - Trio I, III, IV, V & Sonata III

Sammartini foi um dos mais influentes compositores italianos do período pré-clássico. Nascido e ativo em Milão, Sammartini é frequentemente considerado um dos pioneiros da sinfonia clássica, exercendo grande influência sobre compositores como Johann Christian Bach e o jovem Wolfgang Amadeus Mozart. Sua produção inclui sinfonias, sonatas, música sacra e obras de câmara, nas quais se pode observar a transição entre o estilo barroco tardio e as novas tendências do classicismo emergente. 

Neste disco, encontramos algumas de suas obras. O Trio I, III, IV, V & Sonata III são a demonstração, uma ponte entre os estilos barroco e clássico. Essas obras camerísticas mostram uma linguagem elegante e estruturada, com atenção ao diálogo entre os instrumentos e o desenvolvimento temático. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Giovanni Battista Sammartini (1700-1775) -

01. Roberto Noferini - I. Allegro
02. Roberto Noferini - II. Affettuoso
03. Roberto Noferini - I. Allegro
04. Roberto Noferini - II. Tempo di minuetto
05. Andrea Noferini - I. Allegro non troppo
06. Andrea Noferini - II. Grave con espressione
07. Andrea Noferini - III. Vivace
08. Roberto Noferini - I. Andante molto
09. Roberto Noferini - II. Tempo di minuetto
10. Roberto Noferini - I. Affettuoso
11. Roberto Noferini - II. Minuetto

Roberto Noferini, violino I
Gianfranco Iannetta, violino II
Andrea Noferini, violoncelo
Bruno Canino, cravo

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quinta-feira, 29 de maio de 2025

Richard Wagner (1813-1883) - Tannhäuser, opera, WWV 70- Ouvertüre, Siegfried Idyll, for small orchestra in E major, WWV 103 e Tristan und Isolde, opera, WWV 90

Para Wagner, aplica-se a seguinte frase - "há homens que são um destino". A frase sugere que ao longo da história, há pessoas que, devido à sua influência, impacto ou capacidade de transformar as coisas, são vistas como um ponto de inflexão ou uma força que guia eventos importantes, quase como se fossem predestinados a causar um efeito significativo. 

Quer queira ou não; quer goste, quer não goste, Wagner metaforiza o significado dessa frase. Sua influência foi fundamental para construção de uma estética e de uma intencionalidade densamente romântica e filosófica a partir de suas produções. Sua concepção de música - principalmente, a ópera como uma obra de arte total, unindo música, poesia, teatro e artes visuais - influenciou inúmeros compositores no século XIX e ao longo do século XX. Para citar alguns - Bruckner, Mahler, Richard Strauss e até mesmo Debussy. 

Neste disco, encontramos excertos de algumas de suas poderosas e icônicas óperas. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Richard Wagner (1813-1883) -

01 Tannhäuser, opera, WWV 70- Ouvertüre
02 Siegfried Idyll, for small orchestra in E major, WWV 103
03 Tristan und Isolde, opera, WWV 90- Vorspiel zum I. Aufzug
04 Tristan und Isolde, opera, WWV 90- Isoldes Liebestod

Wiener Philharmoniker

Herbert von Karajan, regente
Jessye Norman, soprano

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quarta-feira, 28 de maio de 2025

Antonio Rosetti (1750-1792) - Jesus in Gethsemane (Postagem de número 8 mil)


O compositor Antonio Rosetti foi nomeado inicialmente como Franz Anton Rösler. Nascido na Boêmia, mais tarde latinizou o seu nome. De início, quando se depara com o nome Antonio Rosetti, pensa-se de imediato que se trata de um compositor italiano como aconteceu comigo. Não. Sua atuação se deu na Alemanha. Ele não se tornou tão famoso como Mozart ou Haydn, mas foi um dos compositores mais famosos de sua geração. Destacou-se, sobretudo, na música sinfônica e religiosa. É o que vemos neste disco com a cantata “Jesus no Getsêmani”.

A obra foi escrita nos últimos anos da vida do compositor – ano de 1790. A obra retrata o episódio evangélico da presença de Jesus, no lugar chamado Getsêmani, descrita nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas. Conforme a descrição, foi um momento dramático, decisivo, para efetivação da tarefa de se entregar voluntariamente às autoridades romanas com o intuito de ser crucificado e morto. Getsêmani era um jardim. Há uma similitude desse evento com o que é descrito no livro de Gênesis. Se de acordo com os mitos judaicos, a humanidade perdeu-se em um jardim, no cristianismo, a decisão pela salvação, em Jesus, acontece em um jardim.  Não se trata de uma coincidência, mas de um paralelo teológico.

Esse episódio ocorre na noite anterior à crucificação, quando Jesus, profundamente angustiado, ora a Deus pedindo que, se possível, o "cálice" (isto é, o sofrimento que viria) lhe seja poupado, mas, acima de tudo, aceita a vontade do Pai. O foco da obra está na agonia emocional e espiritual de Jesus. O texto enfatiza a tensão interna entre o medo humano da dor e a obediência à vontade divina. Essa representação da emoção sagrada é típica da música sacra do período clássico, que busca não só exaltar, mas também humanizar o sofrimento de Cristo, aproximando-o da experiência do ouvinte.  Musicalmente, Rosetti capta essa dualidade por meio de mudanças sutis de tonalidade, dinâmica e ritmo, reforçando o clima de suspense, oração e resignação.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Antonio Rosetti (1750-1792) -

01. Jesus in Gethsemane (Murray G2) I. Chor Nehmet wahr des Hohenpriesters
02. Jesus in Gethsemane (Murray G2) II. Arioso und Rezitativ (Tenore) Steht auf und lasset uns von hinnen gehn!
03. Jesus in Gethsemane (Murray G2) III. Cavatina (Basso) Siehe, ich komme!
04. Jesus in Gethsemane (Murray G2) IV. Choral Da gehst du hin! mein Schmerz erwacht!
06. Jesus in Gethsemane (Murray G2) VI. Aria (Soprano) Erhabenster Triumph der Liebe
07. Jesus in Gethsemane (Murray G2) VII. Rezitativ (Alto) Wen seh ich dort an jenem Berge liegen
08. Jesus in Gethsemane (Murray G2) VIII. Chor Sei ihm nicht schrecklich
09. Jesus in Gethsemane (Murray G2) IX. Rezitativ (Alto) Denn, ach, wer soll mit Qualen
10. Jesus in Gethsemane (Murray G2) X. Arietta (Alto) Schone! Weltenrichter, schone!
11. Jesus in Gethsemane (Murray G2) XI. Quartett Er ist um unserer Missetat willen verwundet
12. Jesus in Gethsemane (Murray G2) XII. Rezitativ (Tenore) Und ihr, von ihm gewahlt als Augenzeugen jener Not
13. Jesus in Gethsemane (Murray G2) XIII. Arietta (Tenore) Schlag an dein Herz, Christus Junger
14. Jesus in Gethsemane (Murray G2) XIV. Choral O Fleisch, wie bist du mir verhasst
15. Jesus in Gethsemane (Murray G2) XV. Rezitativ (Basso) Doch was verschlummert ihr, ihr Tragen!
16. Jesus in Gethsemane (Murray G2) XVI. Cavate (Soprano) Dein Wille! lass das hohe Wort
17. Jesus in Gethsemane (Murray G2) XVII. Rezitativ (Soprano) So standhaft nimmt  der Weltensundiger den Kelch
18. Jesus in Gethsemane (Murray G2) XVIII. Chor mit Soli Ihr seid kommen zu dem Mittler
19. Jesus in Gethsemane (Murray G2) XIX. Chor (Finale) Preis dir! Ihn, der von dir verlassen

Mecklenburgisches Baroorchester

Johannes Moesus, regente

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terça-feira, 27 de maio de 2025

Krzysztof Penderecki (1933-2020) - Utrenja

 "Utrenja" é o nome que se dá aos textos utilizados na liturgia da manhã de Páscoa. A obra foi escrita entre os anos de 1970 e 1971. Trata-se de uma das obras mais espiritualmente intensas de Penderecki. À medida que a escutava, ficou a impressão de algo denso, desafiador; de uma beleza áspera. A linguagem musical de "Utrenja" está profundamente enraizada nas técnicas vanguardistas que consagraram Penderecki nas décadas de 1960 e 1970. A obra é marcada por dissonâncias intensas, aglomerados sonoros (clusters), glissandi, texturas densas, e uma ênfase dramática no colorido tímbrico da orquestra e dos coros. Utiliza-se de coro misto, coro de meninos, orquestra e solistas, criando uma massa sonora monumental e espiritualmente impactante.

Apesar da linguagem moderna e por vezes atonal, Penderecki incorpora elementos da tradição litúrgica ortodoxa, como os cantos responsoriais, as inflexões melódicas bizantinas e o uso ritualístico do silêncio e da repetição. Há momentos de grande tensão e sofrimento, particularmente na primeira parte, seguidos por passagens de êxtase místico e redenção na segunda parte, refletindo o ciclo da morte e ressurreição de Cristo.

O que se pode dizer sobre "Utrenja" é de que é uma obra espetacular. Bonita. Repleta de uma sensibilidade que procura fundir modernidade, religião e vanguarda, emoção e reflexão. Vale mencionar ainda que a obra convida o ouvinte para uma experiência que transcende a própria realidade. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Krzysztof Penderecki (1933-2020) -

01 - I. Troparion
02 - II. Songs of Praise
03 - III. Irmos
04 - IV. Canon of the Holy Saturday, Song 9
05 - V. Irmologion (Stichira)
06 - I. The Gospel
07 - II. Stichira
08 - III. Psalm with Troparion
09 - IV. Passover Canon, Songs 1 and 3
10 - V. Passover Canon, Song 8
11 - VI. Kontakion
12 - VII. Ikos
13 - VIII. Passover Canon, fragments

Warsaw Philharmonic Choir and Orchestra
Warsaw Boys' Choir

Antoni Wit, regente 

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segunda-feira, 26 de maio de 2025

Nikolay Myaskovsky (1881-1950) - Sinfonia No. 5 em ré maior, op. 18 e Sinfonia No. 12 em sol menor, op. 35 - vol. 5


Voltamos às sinfonias de Nikolay Myaskovsky. Dessa vez, surgirão mais duas sinfonias - as de número 5 e 12. Entre elas existe um intervalo de 13 anos, o que sugere uma série transformações com a União Soviética e, inevitavelmente, com o próprio compositor. Vale mencionar que se reputa ao compositor o epíteto de "o pai da sinfonia soviética". Ele escreveu ao todo 27 sinfonias; doze a mais que Shostakovich, por exemplo. No entorno de cada uma, existe uma plêiade de eventos. 

A número 5, por exemplo, foi escrita em 1918, nos turbulentos anos pós-Revolução. É considerada como uma das mais líricas acessíveis do compositor. Funciona como uma espécie de fuga de uma série de questões políticas - consolidação da Revolução Russa, fim da Primeira Guerra e início da Guerra Civil Russa. Impressiona saber que o compositor faça algo tão delicado em um contexto de tantas transformações e incertezas. Faz lembrar aquele famoso verso de Fernando Pessoa: "O poeta é um fingidor". Estava fingindo? Era uma forma de abstrair do contexto caótico? Sua atmosfera pastoral e contemplativa é contraditória com o ambiente em que foi criada.

Já a número 12 foi escrita entre os anos de 1931 e 1932. Foi composta em um período em que o regime começava a demandar um controle mais rígido às produções dos artistas. Por exemplo, é desse período o escandaloso caso do banimento da ópera "Lady Macbeth do Distrito de Mtzensk", obra de Shostakovich baseada na novela homônima de Nikolai Leskov. O controle se fazia, pois o realismo impunha uma pedagogia. As obras deveriam evocar os feitos grandiosos do povo soviético. Deveriam ser sóbrias; transmitir a ideia de clareza, acessibilidade e otimismo revolucionário. Desse modo, a obra foi composta para comemorar o 15º aniversário da Revolução de Outubro.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Nikolay Myaskovsky (1881-1950) -

(01) Symphony No. 5(1918) in D-dur op.18- Allegretto amabile
(02) Symphony No. 5(1918) in D-dur op.18- Lento (Quasi andante)
(03) Symphony No. 5(1918) in D-dur op.18- Allegro burlando
(04) Symphony No. 5(1918) in D-dur op.18- Allegro risoluto e con brio
(05) Symphony No. 12(1931) in g-moll op.35- Andante
(06) Symphony No. 12(1931) in g-moll op.35- Presto agitato
(07) Symphony No. 12(1931) in g-moll op.35- Allegro festivo e maestoso

The Russian State Symphony Orchestra
Yevgeny Svetlanov, regente  

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Richard Strauss (1864-1949) - Tod und Verklärung Op. 24, Metamorphosen, TrV 290 e Four Last Songs

Richard Strauss foi um dos maiores compositores alemães do século XX.  Suas obras são referências no que tange à profundidade da orquestração, dos estados emocionais humanos e outras temáticas essenciais. Strauss foi um sujeito sensível, uma espécie de psicólogo. Em suas obras - como as três encontradas aqui - há uma preocupação profunda diante da morte, da memória e da transcendência, que são temas caros ao idealismo. 

A primeira obra é a extraordinária "Tod und Verklärung" ("Morte e transfiguração"), que foi escrita entre os anos de 1888 e 1889. Nesse momento histórico, o compositor estava na casa dos vinte anos. A influência wagneriana é evidente. A obra é um poema sinfônico. A intenção do trabalho é representar musicalmente a vida de um artista e sua transfiguração após a morte. O enredo da obra é dividido em quatro partes: a doença, a luta contra a morte, as reminiscências da vida e a transfiguração.

A segunda obra é  "Metamorphosen", cuja escrita se deu já em um período maduro da vida do compositor, a saber, os anos de 1944 e 1945. A obra foi escrita para 23 instrumentos de cordas solistas. Possui uma atmosfera de lamento, de desolação, de uma melancolia asfixiante e provocadora de luto. Strauss lamenta nesta obra a destruição do seu país pela guerra; a ruína das instituições que abrigaram o que havia de mais extraordinário em seu país, como a Ópera de Munique. 

A terceira obra do disco é As Four Last Songs ("As quatro últimas cançõe"s), compostas em 1948, no último ano de vida de Strauss, e são consideradas seu testamento musical. Escritas originalmente para soprano e orquestra, as canções utilizam textos de Hermann Hesse e Joseph von Eichendorff e tratam do tema da aceitação serena da morte. 

As três obras evidenciam a grandiosidade dos ideais trabalhados pelo compositor em suas composições. Condução primorosa de Karajan. Não deixe de ouvir, Uma boa apreciação!

Richard Strauss (1864-1949) -

01 - Tod und Verklärung Op. 24
02 - Metamorphosen, TrV 290 (Recorded 1969)
03 - No. 1, Frühling
04 - No. 2, September
05 - No. 3, Beim Schlafengehen
06 - No. 4, Im Abendrot

Berliner Philharmoniker
Herbert von Karajan, regente
Gundula Janowitz, soprano 

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domingo, 25 de maio de 2025

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) - Complete Piano Concertos - 5, 9, 8, 28, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 6 & 17 (CDs 1, 2, 3, 4 e 5 de 10)

Isso parece um lugar-comum, uma construção realizada à base de uma substância já gasta, mas os concertos para piano são um registro da capacidade humana para construir o belo. São uma demonstração da capacidade humana para transcender o próprio mundo. Eles tornam o mundo um lugar especial. Dão ao homem uma condição especial. Além de marcos substanciais para a evolução da ideia de música orquestral, são também um ponto fundante de beleza estética e sensibilidade. Vale mencionar que, antes de Mozart, os concertos para piano davam ao instrumento uma função meramente decorativa. 

O compositor passou a estabelecer uma relação de intimidade entre o piano e a orquestra. Mozart inova ao estabelecer um diálogo real entre o piano e os instrumentos orquestrais, explorando a expressividade, a virtuosidade e a comunicação temática entre solista e conjunto. Isso influenciou diretamente gerações posteriores, como Beethoven e Brahms.

Nesta postagem, ao invés do piano moderno, há um pianoforte, inventado por volta de 1700. Certamente, Mozart executou os seus concertos com esse instrumento. Apreciar os concertos para piano do compositor ao som de um pianoforte, transmite-nos a noção de como a música deveria soar à época do compositor. O som do piano forte é mais leve e brilhante do que o piano moderno. Não deixe de ouvir esta postagem imperdível. Uma boa apreciação!

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) -

DISCO 01


01. Concert 5 D-Dur KV 175 1. Allegro
02. Concert 5 D-Dur KV 175 2. Andante ma un poco Adagio
03. Concert 5 D-Dur KV 175 3. Allegro
04. Concert 9 Es-Dur KV 271 1. Allegro
05. Concert 9 Es-Dur KV 271 2. Andantino
06. Concert 9 Es-Dur KV 271 3. Rondeau Presto - Menuetto - Tempo primo

DISCO 02

01. Concert 8 C-Dur KV 246 1. Allegro aperto
02. Concert 8 C-Dur KV 246 2. Andante
03. Concert 8 C-Dur KV 246 3. Rondeau. Tempo di Menuetto
04. Concert 28 [Rondo] D-Dur KV 382 Allegretto grazioso - Adagio - Allegro
05. Concert 12 A-Dur KV 414 1. Allegro
06. Concert 12 A-Dur KV 414 2. Andante
07. Concert 12 A-Dur KV 414 3. Allegretto

DISCO 03

01. Concert 11 F-Dur KV 413 1. Allegro
02. Concert 11 F-Dur KV 413 2. Larghetto
03. Concert 11 F-Dur KV 413 3. Tempo di Menuetto
04. Concert 13 C-Dur KV 415 1. Allegro poco maestoso
05. Concert 13 C-Dur KV 415 2. Andante
06. Concert 13 C-Dur KV 415 3. Allegro scherzando
07. Concert 14 Es-Dur KV 449 1. Allegro vivace
08. Concert 14 Es-Dur KV 449 2. Andantino
09. Concert 14 Es-Dur KV 449 3. Allegro ma non troppo

DISCO 04

01. Concert 15 B-Dur KV 450 1. Allegro
02. Concert 15 B-Dur KV 450 2. Andante
03. Concert 15 B-Dur KV 450 3. Allegro
04. Concert 16 D-Dur KV 451 1. Allegro assai
05. Concert 16 D-Dur KV 451 2. Andante
06. Concert 16 D-Dur KV 451 3. Rondo. Allegro di molto

DISCO 05

01. Concert 6 B-Dur KV 238 1. Allegro aperto
02. Concert 6 B-Dur KV 238 2. Andante un poco Adagio
03. Concert 6 B-Dur KV 238 3. Rondo. Allegro
04. Concert 17 G-Dur KV 453 1. Allegro
05. Concert 17 G-Dur KV 453 2. Andante
06. Concert 17 G-Dur KV 453 3. Allegretto

Anima Eterna
Jos van Immerseel, fortepiano

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sábado, 24 de maio de 2025

Jazz - Eric Kloss (1949 - ) - One, Two, Free (1973)

O disco "One, Two, Free" foi lançado 1973. Sua gravação se deu ao vivo, no ano anterior, no icônico Montreux Jazz Festival. O disco capta um momento de efervescência criativa do compositor. Com apenas três faixas, o álbum entrega uma experiência intensa e imersiva que transita entre o post-bop, o jazz modal e o fusion psicodélico, refletindo as influências da década e a busca por novos caminhos estéticos.

Musicalmente, "One, Two, Free" é dominado por longos temas improvisados e diálogos abertos entre os instrumentos. A faixa-título, por exemplo, tem mais de 18 minutos e é um laboratório de ideias: começa com uma introdução rítmica livre, evolui para um groove vigoroso e se desdobra em solos expansivos, com destaque para o fraseado enérgico e exploratório de Kloss no saxofone alto.

"One, Two, Free" representa um ponto alto na discografia de Eric Kloss, que, apesar de não ser um nome amplamente conhecido do grande público, é respeitado por sua consistência artística e inventividade. Cego de nascença e prodígio do saxofone, Kloss começou a gravar na adolescência e rapidamente se destacou pela sua técnica e sensibilidade musical.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

01. One, Two, Free (Suite in Three Parts)
One, Two, Free
Elegy
The Wizard
02. It's Too Late
03. Licea

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Alessandro Scarlatti (1660-1725) - Cantatas & Chamber Music


Alessandro Scarlatti foi um dos mais importantes compositores do período barroco italiano, especialmente reconhecido por suas contribuições à ópera e à música sacra. Pai do também renomado compositor Domenico Scarlatti, Alessandro desempenhou papel central na transição estilística que caracterizou a virada do século XVII para o XVIII, estabelecendo modelos que influenciaram significativamente a música europeia. 

Scarlatti é considerado como um dos maiores desenvolvedores da ópera italiana, conforme já mencionado. Além das óperas, o compositor também compôs inúmeras cantatas de câmara - pequenas obras vocais com acompanhamento instrumental - nas quais demonstrou seu domínio do contraponto, do lirismo melódico e da ornamentação característica do barroco tardio. Sua música sacra, como oratórios e missas, revela profunda sensibilidade religiosa e refinamento estilístico, com uso frequente de coros e orquestrações elaboradas. É o que se pode observar neste disco de música bastante expressiva e bonita. 

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Alessandro Scarlatti (1660-1725) -

01. Bella dama di nome Santa - I. Introduzzione
02. Bella dama di nome Santa - II. Recitativo. ‘Tu sei quella, che al nome sembre...
03. Bella dama di nome Santa - III. Aria. ‘Dal nome tuo credei’
04. Bella dama di nome Santa - IV. Recitativo. ‘Fedeltade ne pur ottien ricetto’
05. Bella dama di nome Santa - V. Aria. ‘Il nome non vanta di santa colei’
06. Bella, s’io t’amo - I. Recitativo. ‘Bella, s’io t’amo il sai’
07. Bella, s’io t’amo - II. Aria. ‘Ardo e ver per te d’amore’
08. Bella, s’io t’amo - III. Recitativo. ‘T’amo si, t’amo o cara’
09. Bella, s’io t’amo - IV. Aria. ‘Quel vento che d’intorno’
10. Concerto IX in A minor - I. Allegro
11. Concerto IX in A minor - II. Largo
12. Concerto IX in A minor - III. Fuga
13. Concerto IX in A minor - IV. Largo
14. Concerto IX in A minor - V. Allegro
15. Quella pace gradita - I. [Sinfonia]
16. Quella pace gradita - II. Recitativo. ‘Quella pace gradita’
17. Quella pace gradita - III. Aria. ‘Crudel tiranno Amore’
18. Quella pace gradita - IV. Recitativo. ‘O voi selve beate’
19. Quella pace gradita - V. Aria. ‘Care selve soggiorni di quiete’
20. Quella pace gradita - VI. Recitativo. ‘Lungi, lungi da me tiranno Amore’
21. Quella pace gradita - VII. Aria. ‘Teco o mesta Tortorella’
22. Cantata pastorale - I. Recitativo accompagnato. ‘Non so qual piu m’ingombra’
23. Cantata pastorale - II. Aria. ‘Che sara! chi a me lo dice!’
24. Cantata pastorale - III. Recitativo. ‘E nato, alfin mi dice’
25. Cantata pastorale - IV. Aria Pastorale. ‘Nacque col Gran Messia’

Philadelphia Barque Orchestra
Tempesta di Mare

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sexta-feira, 23 de maio de 2025

Nikolay Myaskovsky (1881-1950) - Sétima Sinfonia em si menor, Op. 24 e Oitava Sinfonia em Lá maior, Op. 26 - vol. 4

Dando continuidade às sinfonias do compositor Nikolay Myaskovsky. Dessa vez, surgem as sinfonias de número 7 e 8. A Sinfonia no. 7, escrita em 1921, é uma das obras mais introspectivas e sombrias de Myaskovsky até então. Composta no pós-guerra civil russa, a sinfonia carrega uma atmosfera melancólica e meditativa, refletindo o estado emocional do compositor diante das enormes perdas humanas e culturais daquele período. A Sétima é uma obra voltada mais para o mundo interior do que para gestos heroicos ou grandiosos, marcando uma fase de retraimento e reflexão na trajetória de Myaskovsky.

A Sinfonia nº 8, concluída em 1925, apresenta um contraste marcante com sua predecessora. Se a Sétima é voltada para o trágico e o introspectivo, a Oitava é mais lírica, leve e até otimista em certos momentos. Essa mudança de tom reflete um Myaskovsky em busca de equilíbrio e estabilidade emocional e artística após os anos difíceis do pós-guerra.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Nikolay Myaskovsky (1881-1950) -

(01) [Svetlanov - Russia SSO] Septieme Symphony(1922) in h-moll op.24- Andante sostenuto, calmo
(02) [Svetlanov - Russia SSO] Septieme Symphony(1922) in h-moll op.24- Andante
(03) [Svetlanov - Russia SSO] Huitieme Symphony(1925) in A-dur op.26- Andante
(04) [Svetlanov - Russia SSO] Huitieme Symphony(1925) in A-dur op.26- Allegro risoluto e con spirito
(05) [Svetlanov - Russia SSO] Huitieme Symphony(1925) in A-dur op.26- Adagio
(06) [Svetlanov - Russia SSO] Huitieme Symphony(1925) in A-dur op.26- Allegro da siso

The Russian State Symphony Orchestra

Yevgeny Svetlanov, regente 

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Anton Bruckner (1824-1896) - Symphony No. 7 in E Major, WAB 107

Das 9 Sinfonias de Bruckner, esta é a mais lírica, de atmosfera mais lúdica, sonhadora. É também a que mais aponta para o futuro, com toques que sugerem um "Art-Noveau musical", principalmente no movimento final (colorido este que posteriormente seria plenamente alcançado por Mahler, um admirador confesso do compositor).

Ela foi o primeiro sucesso genuíno de Bruckner, e ele se viu muito grato à plateia da estreia em Leipzig, que ficou até o fim da apresentação e o aplaudiu por 15 minutos. Antes, Bruckner estava acostumado a ver as pessoas deixando a sala de concertos aos punhados, a cada intervalo entre movimentos. A Sétima é o ápice da forma, nela ele está seguro como compositor — tanto que o problema de inúmeras versões, cheias de modificações, não existe aqui, a não ser pelo toque dos pratos no segundo movimento, do qual tratarei adiante. Aqui Bruckner conseguiu um equilíbrio estrutural que o aproxima de Haydn e da Sinfonia Clássica. Também soube expor cada tema com clareza e conquistando o ouvinte pela poesia melódica, sendo assim menos hermético que nas Sinfonias anteriores.  

Não deixe de ouvir. Daqui.

Anton Bruckner (1824-1896) -

01 - Symphony No. 7 in E Major, WAB 107 (1885 Version, Ed. L. Nowak)_ I. Allegro moderato (Live)
02 - Symphony No. 7 in E Major, WAB 107 (1885 Version, Ed. L. Nowak)_ II. Adagio. Sehr feierlich und sehr langsam (Live)
03 - Symphony No. 7 in E Major, WAB 107 (1885 Version, Ed. L. Nowak)_ III. Scherzo. Sehr schnell (Live)
04 - Symphony No. 7 in E Major, WAB 107 (1885 Version, Ed. L. Nowak)_ IV. Finale. Bewegt, doch nich schnell (Live)

Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks

Bernard Haitink, regente

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quinta-feira, 22 de maio de 2025

Edward Elgar (1857-1934) - Symphony No. 1 in A-Flat Major, Op. 55

A Sinfonia No. 1, de Edward Elgar, é, certamente, uma das obras mais importantes do compositor. Ela é um marco dentro da história da música inglesa. Sua importância pode ser compreendida pelo fato de que, ao longo da história, os compositores ingleses sempre ficaram - aparentemente - "à margem" da música que era feita na Alemanha, na Áustria ou na França. Escrita em 1907, a obra estreou em 1908. Sua primeira apresentação sob a batuta de Hans Richter, aconteceu na cidade de Manchester. Rapidamente, ela conseguiu reconhecimento internacional. Hoje, é considerada um dos grandes trabalhos sinfônicos do século XX. 

O primeiro movimento inicia de maneira, nobre, suave, solene. Elgar denomina "Andante. Nobilmente e semplice - Allegro". O tema inicial funciona como um ideal filosófico que perpassa toda a obra. O segundo movimento é intenso, vivo e carregado de energia. O terceiro movimento possui uma melodia singular, de delicada beleza. O quarto movimento retoma o tema inicial, mas de maneira triunfante e resolutiva. 

Elgar usa camadas de romantismo para estruturar a linguagem do trabalho; todavia, é possível notar elementos do século XX. É perceptível a influência de Brahms e Wagner, mundos completamente antagônicos, mas que se encontram com sotaque tipicamente britânico do compositor. 

Eu, particularmente, sou um grande admirador dessa Sinfonia. O tema que a inicia sempre me remete ao grandioso, ao elevado, ao majestático. Mas não se trata de nada fáustico, mas brando, singelo. O próprio compositor afirmava que não queria buscar retratar eventos externos ou descrever narrativas. Seu objetivo era, simplesmente, expressar "um ideal de espírito nobre e elevado". Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

01. Symphony No. 1 in A-Flat Major, Op. 55: I. Andante - Nobilmente e semplice - Allegro (Live, Neubrandenburg, 2022)
02. Symphony No. 1 in A-Flat Major, Op. 55: II. Allegro molto (Live, Neubrandenburg, 2022)
03. Symphony No. 1 in A-Flat Major, Op. 55: III. Adagio (Live, Neubrandenburg, 2022)
04. Symphony No. 1 in A-Flat Major, Op. 55: IV. Lento - Allegro (Live, Neubrandenburg, 2022)

NDR Radiophilharmonie
Andrew Manze, regente

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quarta-feira, 21 de maio de 2025

Gustav Mahler (1860-1911) - Das Lied von der Erde

Das Lied von der Erde (A canção da terra) é um misto de sinfonia e oratório para contralto, tenor e orquestra dividido em seis movimentos. Uma das últimas composições de Mahler, foi terminada em 1908, três anos antes de sua morte.

A obra se baseia em A Flauta Chinesa, uma coleção de poemas chineses dos séculos VIII e IX traduzidos por Hans Bethge. Mahler alterou alguns dos poemas para refletirem a mensagem de que a vida é curta e a morte, poderosa e inevitável.

Segue uma transcrição do primeiro movimento, Brinde à Tristeza da Terra, uma celebração com vinho que busca dissipar dúvidas e medos – pelo menos temporariamente:

Brinde à Tristeza da Terra

O vinho já está brilhando na taça de ouro,
Mas não beba ainda, primeiro eu vou cantar
Uma canção para você!
A Canção das Dores
Deve soar rindo em sua alma.
Quando a tristeza se aproxima
Os jardins da alma jazem desolados,
A alegria e o canto fenecem e morrem.
Escura é a vida, é a morte
.

Com adaptações Daqui

Gustav Mahler (1860-1911) -

01. 1. Das Trinklied von Jammer der Erde (Allegro Pesante)
02. 2. Der Einsame im Herbst (Etwas schleichend. Ermüdet)
03. 3. Von der Jugend (Behaglich heiter)
04. 4. Von der Schönheit (Comodo. Dolcissimo)
05. 5. Der Trunkene im Frühling (Allegro)
06. 6. Der Abschied (Schwer)

Ensemble Musique Oblique
Philippe Herreweghe, regente
Birgit Remmert, alto
Hans Peter Blochwitz, tenor

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terça-feira, 20 de maio de 2025

Edvard Grieg (1843-1907) - Peer Gynt & Lyric Suite


A música de Peer Gynt foi composta originalmente como trilha incidental para a peça homônima escrita por Henrik Ibsen. A obra estreou em 1876. Grieg selecionou 26 peças para acompanhar o texto teatral, mas mais tarde extraiu duas suítes orquestrais (as Peer Gynt Suites n.º 1, Op. 46, de 1888, e n.º 2, Op. 55, de 1891) que se tornaram muito mais populares do que a música completa. São belíssimas. Alguns desses movimentos se tornaram bastante populares. Por exemplo, quem não conhece Morning Mood (Manhã), evocando o nascimento do sol em um cenário natural idílico?

Já A Lyric Suite é uma adaptação orquestral de quatro peças originalmente escritas por Grieg para piano, parte de seus Lyric Pieces – uma série de dez cadernos com miniaturas para piano solo, compostos ao longo de sua vida.  A versão orquestral foi realizada em colaboração com o compositor francês Anton Seidl, com base em peças do Livro V dos Lyric Pieces, Op. 54. A suíte orquestral, intitulada Lyric Suite, Op. 54 (não confundir com as versões para piano).  

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Edvard Grieg (1843-1907) -

01 Peer Gynt Suite No. 1, Op. 46 I. Morning Mood
02 Peer Gynt Suite No. 1, Op. 46 II. Death of Åse
03 Peer Gynt Suite No. 1, Op. 46 III. Anitra's Dance
04 Peer Gynt Suite No. 1, Op. 46 IV. In the Hall of the Mountain King
05 Peer Gynt Suite No. 2, Op. 55 I. The Abduction of the Bride and Ingrid's Lament
06 Peer Gynt Suite No. 2, Op. 55 II. Arabian Dance
07 Peer Gynt Suite No. 2, Op. 55 III. Peer Gynt's Homecoming
08 Peer Gynt Suite No. 2, Op. 55 IV. Solveig's Song
09 Lyric Suite, Op. 54 I. Shepherd Boy
10 Lyric Suite, Op. 54 II. Norwegian March
11 Lyric Suite, Op. 54 III. Notturno
12 Lyric Suite, Op. 54 IV. March of the Dwarfs

Grand Symphony Orchestra of All-Union National Radio Service and Central Television Networks
Gennady Rozhdestvensky, regente

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segunda-feira, 19 de maio de 2025

Joseph Martin Kraus (1756-1792) - Complete Chamber Music with Keyboard

Joseph Martin Kraus foi um compositor alemão. Todavia, fez o seu nome na Suécia. Foi chamado de “o Mozart sueco”. Sua obra combina influências alemãs, italianas e vienenses. Contemporâneo de Mozart e igualmente nascido em 1756 – morto em 1792, um ano após o compositor austríaco -, Kraus teve uma carreira notável na Suécia, onde atuou como Kapellmeister na corte do rei Gustavo III. Apesar de sua morte precoce, com apenas 36 anos, Kraus deixou um catálogo de obras refinadas, incluindo peças de câmara de grande originalidade. 

As obras de câmara de Kraus destacam-se pela inventividade harmônica, uso expressivo do cromatismo e senso dramático, características que revelam uma sensibilidade pré-romântica incomum entre seus contemporâneos. Ele também se mostrava atento à exploração tímbrica dos instrumentos, com texturas sofisticadas e dinâmicas contrastantes como se pode verificar neste excelente disco pelo selo Naxos. As obras evidenciam um aroma haydeniano e mozartiano, explicitando o quanto esses compositores influenciaram Kraus. A corte sueca ao contratá-lo, sabia dessas qualidades do compositor.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Joseph Martin Kraus (1756-1792) -

DISCO 01


(01) [Kraus] Allegro in D-Dur, VB 163
(02) [Kraus] Sonate in d-moll, VB157 - I- Allegro
(03) [Kraus] Sonate in d-moll, VB157 - II- Andante-Allegro
(04) [Kraus] Sonate in C-Dur, VB160 - I- Moderato
(05) [Kraus] Sonate in C-Dur, VB160 - II- Adagio
(06) [Kraus] Sonate in C-Dur, VB160 - III- Scherzo- Un poco Allegro
(07) [Kraus] Sonate in Es-Dur, VB161 - I- Allegro moderato
(08) [Kraus] Sonate in Es-Dur, VB161 - II- Andantino con variazioni
(09) [Kraus] Sonate in Es-Dur, VB161 - III- Allegro ma non troppo presto

DISCO 02

(01) [Kraus] Sonate in C-Dur, VB162 - I- Largo-Allegro con spirito
(02) [Kraus] Sonate in C-Dur, VB162 - II- Adagio
(03) [Kraus] Sonate in C-Dur, VB162 - III- Allegretto
(04) [Kraus] Sonate in D-Dur, VB159 - I- Allegro
(05) [Kraus] Sonate in D-Dur, VB159 - II- Adagio
(06) [Kraus] Sonate in D-Dur, VB159 - III- Allegro
(07) [Kraus] Trio in D-Dur, VB171 - I- Allegro moderato
(08) [Kraus] Trio in D-Dur, VB171 - II- Largo ma poco con moto
(09) [Kraus] Trio in D-Dur, VB171 - III- Ghiribizzo- Allegro

Walter Schwede, violino
Jacques Després, piano e cravo
John Friesen, violoncelo

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domingo, 18 de maio de 2025

Johannes Brahms (1833-1897) - Complete Symphonies

As quatro sinfonias de Brahms foram escritas em um período de nove anos - entre 1876 e 1885. Ou seja, o compositor demorou, em média, dois anos para lançar cada uma delas. São verdadeiros patrimônios da potência humana. Expressam um dos momentos mais profundos do movimento romântico. Brahms era um sujeito pouco dado a expansões. Segue a tradição clássica e realiza um tributo à grandiosidade de Beethoven.

A Sinfonia No. 1 é do ano de 1876. Brahms sentia uma enorme insegurança em publicá-la, pois, depois do que Beethoven escrevera, seria difícil trazer uma sinfonia ao mundo. Após ouvi-la, o maestro Hans von Bülow, amigo do compositor, chamo-a de "a Décima de Beethoven", dada sua grandiosidade e estrutura monumental. Foi um sucesso imediato. Nesse mesmo período, Bruckner, outro genial sinfonista, estava procurando um lugar ao sol. Só começou a ter o reconhecimento que merecia a partir da Sétima. Brahms, por sua vez, só precisou de uma obter sucesso.

A Sinfonia No. 2 é do ano de 1877.  Ela é descrita como a mais lírica e com fortes ecos pastorais entre as quatro. Brahms escreveu enquanto se encontrava Pörtschach, na Áustria, local que inspirou o compositor com sua rara beleza natural. Ela diverge da Primeira por ser mais suave e ensolarada; evoca uma clima quase bucólico. O segundo movimento é um dos momentos mais bonitos da música ocidental.

A Sinfonia No.3 é do ano de 1883; ou seja, foi escrita seis anos após a Segunda. É a mais compacta das quatro. É relativamente curta e possui uma estrutura bastante coesa. O tema que a atravessa é nobre, mas repleta de tensões internas constantes, como é próprio da linguagem sinfônica do compositor. O terceiro movimento é de uma beleza única, habitado por uma melancolia grave, mas ao mesmo tempo serena. Quando a escreveu, o compositor já se encontrava com cinquenta anos e plenamente seguro e maduro.

A Sinfonia No. 4 é do ano de 1885. É considerada por muitos como a obra-prima sinfônica do compositor. Escrita em um tom austero e destilando grande nobreza, a Quarta possui um tom introspectivo e trágico. Entre as Quatro, é de que mais gosto. Enquanto a Segunda possui uma evocações luminosas, a Quarta é sombria, reflexiva, mas sem ser niilista. Tudo é conduzido com uma enorme solenidade. Seu quarto movimento é a exaltação da perfeição. Brahms demonstra pleno controle de sua arte; deixa explícito o quanto é gigante.

Não deixe de ouvir essa bela integral com John Eliot Gardiner, algo digno da música de Brahms. Uma boa apreciação!

Johannes Brahms (1833-1897) -

01 I. Un poco sostenuto – Allegro
02 II. Andante sostenuto
03 III. Un poco allegretto e grazioso
04 IV. Adagio – Più andante – Allegro non troppo, ma con brio – Più allegro
05 I. Allegro non troppo
06 II. Adagio non troppo
07 III. Allegretto grazioso (quasi andantino)
08 IV. Allegro con spirito
09 I. Allegro con brio
10 II. Andante
11 III. Poco allegretto
12 IV. Allegro
13 I. Allegro non troppo
14 II. Andante moderato
15 III. Allegro giocoso
16 IV. Allegro energico e passionato

Royal Concertgebouw Orchestra
John Eliot Gardiner, regente

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sábado, 17 de maio de 2025

Marin Marais (1656-1728) - Pièces inédites pour flûte

Do encarte do disco:

"Embora Marin Marais seja mais conhecido por suas obras para viola da gamba, ele também compôs para flauta; a redescoberta recente, por Michael Lynn, de manuscritos contendo peças para flauta e baixo contínuo, bem como duetos, chamou a atenção de François Lazarevitch e do conjunto Les Musiciens de Saint-Julien, que agora apresentam as primeiras gravações dessas obras. “Esse território virgem não se revelou para mim de imediato, e só o fez após uma exploração contínua que me tomou mais de um ano... O fascinante é que essas peças de Marais não se assemelham a nada conhecido no repertório da flauta; a flauta, nessa época, por volta de 1700, ainda era um instrumento muito recente.” Para acompanhar a flauta, François Lazarevitch contou com seus parceiros de longa data Éric Bellocq (alaúde) e Lucile Boulanger (viola da gamba), que também interpreta Les Voix humaines, uma das grandes obras-primas escritas para seu instrumento, dialogando com a versão já ouvida de Les Voix humaines composta para a flauta!"

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Marin Marais (1656-1728) - 

01. Pièce de viole, Livre 2, Suite No. 2 in D Minor: No. 40, La Polonoise
02. Suite in E Minor: I. Symphonie
03. Suite in E Minor: II. Courante
04. Suite in E Minor: III. Passepied
05. Suite in E Minor: IV. La gratieuse Sarabande
06. Suite in E Minor: V. Menuets
07. Suite in E Minor: VI. Rondeau
08. Suite in E Minor: VII. Gigue
09. Plainte in D Minor
10. Suite in G Major: I. Prélude
11. Suite in G Major: II. Allemande
12. Suite in G Major: III. Gavotte en rondeau
13. Suite in G Major: IV. Voix humaines
14. Suite in G Major: V. Musette de Monsieur Marais
15. Suite in G Major: VI. Sarabande
16. Suite in G Major: VII. Rondeau
17. Suite in G Major: VIII. Gigue
18. Pièce de viole, Livre 2, Suite No. 3 in D Major: No. 63, Les Voix humaines
19. LSuite in C Major: I. Prélude No. 81 (from Livre de viole No. 2)
20. Suite in C Major: II. Gavottes
21. Suite in C Major: III. Sarabande
22. Suite in C Major: IV. La Sautillante
23. Pièce de viole, Livre 3, Suite No. 7 in G Major: No. 107, La guitare
24. Pièce de viole, Livre 4, Suite d'un goût étranger: No. 73, Caprice ou sonate
25. Suite in G Minor: I. Sarabande
26. Suite in G Minor: II. Gavotte
27. Suite in G Minor: III. Menuets
28. Suite in G Minor: IV. Musette
29. Suite in G Minor: V. Gigue

Les Musiciens de Saint-Julien

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Gustav Mahler (1860-1911) - Symphony No. 2 in C Minor - "Ressurrection"

Certamente, a Sinfonia No. 2, de Mahler, denominada "Ressurreição", é um dos trabalhos sinfônicos mais importantes da história. Ela é um marco do repertório sinfônico tanto pelas questões estruturais quanto pela profunda e instigante abordagem religiosa e filosófica, algo bem característico dos trabalhos do compositor austríaco.  

Mahler começou a compor a sinfonia logo após concluir sua Primeira Sinfonia. Inicialmente, o primeiro movimento foi concebido como um poema sinfônico independente intitulado Totenfeier ("Cerimônia Fúnebre"), composto em 1888. No entanto, ele só voltou ao projeto completo da sinfonia em 1893, concluindo os movimentos subsequentes nos anos seguintes, e finalmente orquestrando toda a obra em 1894. A estreia completa da sinfonia ocorreu em 13 de dezembro de 1895, em Berlim, sob a regência do próprio Mahler.

A Sinfonia No. 2 lida com questões as quais são centrais na vida humana: a morte, o sentido da vida, a redenção e a esperança na vida após a morte, ou seja, temas que são caros à doutrina cristã. Mahler usa uma linguagem permeada de drama e beleza para abordar questões filosóficas de grande profundidade. A existência humana é atravessada por essas indagações. Todavia, Mahler aborda essas questões e não permite que os questionamentos filosóficos conduzam ao mero niilismo. No último movimento, observa-se o triunfo, "a ressurreição", como último motor de esperança que dilacera todos os grilhões de incerteza e acaba por fundar um sólido fundamento de luminoso. Não há algo mais cristão do que isso.

O texto principal do hino no final da sinfonia é baseado no poema "Die Auferstehung" (A Ressurreição), escrito por Friedrich Gottlieb Klopstock, um poeta luterano do século XVIII. Mahler conheceu esse poema durante o funeral do maestro e amigo Hans von Bülow, em 1894, e ficou profundamente comovido com sua mensagem de esperança e transcendência. Inspirado por esse momento, ele decidiu usar o poema como base para o desfecho da sinfonia, que até então estava sem uma conclusão clara. Entretanto, Mahler não utilizou o texto de Klopstock integralmente. Ele acrescentou versos próprios para adaptar o conteúdo à sua visão pessoal da vida, da morte e da redenção. Assim, o hino final mistura elementos cristãos com uma espiritualidade mais universal e existencial.

O texto cantado no final fala da ressurreição dos mortos, do julgamento final e da vida eterna — temas centrais da escatologia cristã. Mas Mahler transforma essas ideias em algo mais introspectivo, mais humano do que dogmático.

Os versos (em tradução livre) dizem:

"Você ressuscitará, sim, você ressuscitará, minha alma, após um breve descanso!"
"Aquele que te chamou te dará vida eterna."

E depois, nos versos de Mahler:

"O que você sofreu não foi em vão."
"Você nasceu para não morrer!"

Esse trecho final é grandioso, não só pelo impacto orquestral e coral, mas pelo sentido emocional e espiritual. Ele representa a vitória da alma sobre a morte - não apenas num sentido religioso tradicional, mas como uma metáfora da esperança humana frente à aniquilação.  

Não deixe de ouvir essa boa interpretação do selo Naxos. Uma boa apreciação!

Gustav Mahler (1860-1911) -

DISCO 01

01 - I. Allegro maestoso. Mit durchaus ernstem und feierlichem Ausdruck
02 - II. Andante moderato. Sehr gemächlich

DISCO 02

01 - III. In ruhig fließender Bewegung
02 - IV. Urlicht. Sehr feierlich, aber schlicht
03 - V. Im Tempo des Scherzos. Wild herausfahrend

Polish National Radio Symphony Orchestra (Katowice)
Cracow Radio & TV Choir

Antoni Wit, regente
Hanna Lisowska, soprano
Jadwiga Rappé, alto

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sexta-feira, 16 de maio de 2025

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) - Concerto para Piano nº 15 em Si bemol maior, K. 450, Concerto para Piano nº 16 em Ré maior, K. 451 e Concerto para Piano nº 17 em Sol maior, K. 453

 

Mozart é daqueles compositores que nos capturam pela beleza e pela simplicidade. Tudo o que fez soa com um imenso bom gosto. É algo para ouvir e ficar admirado a cada nova audição. Recordo que tinha um colega que, para ele, a única música de verdade era a de Bach. Ele tinha formação em música pela Universidade de Brasília. Na sua concepção, o único músico que atingiu a perfeição foi Bach. Ficávamos por longos minutos discutindo. Ele condenava tudo aquilo que não era Bach. Dizia que a música de Mozart e a música de Beethoven eram pobres; que estruturalmente não possuíam a complexidade da música de Bach. 

Não recordo o que dizia para ele, mas tentava mostrar o quanto ele estava equivocado. Não que eu questionasse a tese dele sobre a música de Bach. Concordava com todos os termos. Só não concordava com a posição de jogar fora radicalmente os outros compositores. Atualmente, não tenho contato com ele. Sigo admirando os três compositores; sendo sabedor que cada um contribuiu à sua maneira, criando aquilo que de mais bonito a humanidade foi capaz de conceber. 

Neste disco, seguem três bonitos concertos - os de número 15, 16 e 17. Os três foram compostos no ano de 1784, no período vienense do compositor. São obras que revelam um equilíbrio notável entre o virtuosismo pianístico, lirismo melódico e engenhosidade orquestral. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) -

01 - I. Allegro
02 - II. Andante
03 - III. Rondo. Allegro di molto
04 - I. Allegro
05 - II. Andante
06 - III. Allegro
07 - I. Allegro
08 - II. Andante
09 - III. Allegretto. Presto

Mozarteumorchester Salzburg
Howard Griffiths, regente
Claire Huangci, piano

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quinta-feira, 15 de maio de 2025

Jean Sibelius (1865-1957) - Sinfonia nº 3 em Dó maior, op. 52 e Sinfonia nº 5 em Mi bemol maior, op. 82

Jean Sibelius foi o mais célebre compositor do seu país, a Finlândia. Sibelius escreveu obras que permanecem constantemente sendo visitadas. Entre esses trabalhos belos e extraordinários estão a Terceira e Quinta sinfonias. 

A 3ª Sinfonia, por exemplo, foi composta no ano de 1907. Sua escrita se deu logo após a tempestuosa e épica Segunda Sinfonia (1902) - sendo esta a de que mais gosto entre as sete que escreveu -, a 3ª representa uma guinada estética do compositor. Ao invés de seguir fielmente as influências do romantismo expansivo, bastante comum entre os compositores do seu tempo, Sibelius muda determinadas convenções. Um exemplo é o fato de a Terceira apresentar somente três movimentos. Do ponto de vista estrutural, ele é mais leve, mais suave; de orquestração bem enxuta e elegante. É justamente essa característica que a torna um trabalho singular.

A Quinta foi composta durante a Primeira Guerra Mundial. A Finlândia enfrentava uma turbilhão de eventos. Ela começou a ser escrita em 1915, mas passou por uma revisão em 1917, até ganhar a forma definitiva em 1919. Novamente, o compositor estrutura outra de suas sinfonias em três movimentos. Sibleius viveu em Ainola, sua casa de campo ficava próxima a um lago cercado por florestas, onde a natureza era parte fundamental de sua vida e música. Em seu diário, anotou em 1915:

“Hoje, às dez, vi dezesseis cisnes. Um dos maiores momentos da minha vida! Oh Deus, que beleza! Eles desapareceram em direção ao sol como uma flecha de prata... Isso deixou uma marca profunda em mim. [...] O canto dos cisnes é a ideia da Quinta Sinfonia.”

Essa visão transformou-se no célebre tema dos trompas no terceiro movimento — o tema dos cisnes — que evoca não só majestade e serenidade, mas também um sentimento de destino e eternidade. Trata-se de uma obra cujo senso de evocação da natureza é intenso e profundo. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Jean Sibelius (1865-1957) -

01 - I. Allegro moderato
02 - II. Andantino con moto, quasi allegretto
03 - III. Moderato - Allegro ma non tanto
04 - I. Tempo molto moderato
05 - II. Andante mosso, quasi allegretto
06 - III. Allegro molto
07 - Pohjola's Daughter, Op. 49

Gothenburg Symphony Orchestra
Santtu-Marias Rouvali, regente

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quarta-feira, 14 de maio de 2025

Robert Schumann (1810-1856) - Symphony No. 4 in D Minor, Op. 120 e Jean Sibelius (1865-1957) - Symphony No. 1 in E Minor, Op. 39


Um baita disco; daqueles que geram contentamento pela substância que carrega. No caso, são duas sinfonias espetaculares - a Quarta, de Schumann; e a Primeira, de Sibelius. A primeira, do século XIX; a segunda, ainda do século XIX (1899/1900), mas já às portas do século XX. Sou um grande admirador dos trabalhos sinfônicos dos dois compositores. 

A Sinfonia No. 4 de Robert Schumann foi, originalmente, composta em 1841, durante um período de intensa criatividade sinfônica do compositor, logo após seu casamento com Clara Wieck. No entanto, a obra foi amplamente revisada e reapresentada em 1851, e é essa versão revisada que geralmente é executada atualmente - inclusive, a versão executada neste disco. Essa sinfonia apresenta uma inovação importante para a época: a integração dos quatro movimentos em um único arco contínuo, sem interrupções, o que a distingue no repertório romântico. 

Já a Sinfonia No. 1, de Sibelius, é um trabalho cuja beleza sempre gera admiração. Ela marca sua entrada no repertório sinfônico com uma obra já dotada de voz própria, ainda que sob a sombra de influências como Tchaikovsky e Borodin. Composta entre 1898 e 1899, e revisada em 1900, a obra foi escrita num momento decisivo para a Finlândia, que vivia sob domínio russo, e em que surgia um forte movimento nacionalista. Sibelius, profundamente envolvido com essa causa, construiu nessa obra uma identidade musical que, embora ainda em formação, já delineia o idioma sinfônico nórdico que ele consolidaria nas sinfonias seguintes.

Trata-se de um disco excelente. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

01 - Symphony No. 4 in D Minor, Op. 120 (1851 Version)_ I. Ziemlich langsam - Lebhaft (Live)
02 - Symphony No. 4 in D Minor, Op. 120 (1851 Version)_ II. Romanze. Ziemlich langsam (Live)
03 - Symphony No. 4 in D Minor, Op. 120 (1851 Version)_ III. Scherzo. Lebhaft (Live)
04 - Symphony No. 4 in D Minor, Op. 120 (1851 Version)_ IV. Langsam - Lebhaft (Live)
05 - Symphony No. 1 in E Minor, Op. 39_ I. Andante, ma non troppo - Allegro energico (Live)
06 - Symphony No. 1 in E Minor, Op. 39_ II. Andante ma non troppo lento (Live)
07 - Symphony No. 1 in E Minor, Op. 39_ III. Scherzo. Allegro (Live)
08 - Symphony No. 1 in E Minor, Op. 39_ IV. Finale. Andante (Live)

Sinfonieorchester des Südwestfunks
RadioSinfonieorchester Stuttgart des SWR

Eliahu Inbal, regente

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terça-feira, 13 de maio de 2025

Franz Xavier Mozart (1791-1844) - Piano Sonata in G Major, Op. 10, Fantasy on the Russian Song Tchem tebya ya ogortshila and a Krakowiak in A Major, FXWM VII:30, Variations on a Minuet from the First Finale of W.A. Mozart's Don Giovanni in F Major, Op. 2 etc


Franz Xaver Wolfgang Mozart foi o filho mais novo de Wolfgang Amadeus Mozart e Constanze Weber. Nascido em Viena poucos meses antes da morte de seu pai, Franz Xaver cresceu sob a sombra do legado monumental de W.A. Mozart. Desde cedo, sua mãe dedicou-se a preservar a memória do marido e incentivou o filho a seguir a carreira musical. Ele estudou com mestres renomados, como Johann Nepomuk Hummel, Antonio Salieri e Sigismund von Neukomm, desenvolvendo-se como pianista virtuoso, compositor e professor.
 
Apesar do talento, Franz Xaver passou grande parte de sua vida com um profundo senso de insegurança, provocado pelas inevitáveis comparações com o pai. O grande dilema de Franz Xaver é que não se nasce um mesmo Wolfgang Amadeus (pai) no mesmo planeta. Sua música possui uma mescla entre classicismo tardio e um romantismo. Percebe-se um aspecto refinado da influência do pai em seus trabalhos, mas há toques pessoais e uma delicada sensibilidade. Um exemplo é a bonita e elegante sonata para piano, escrita no ano de 1819. As outras obras do disco são variações, que notabilizaram o compositor. Destaque para o Op. 2, escrito quando o Franz Xaver possuía apenas 16 anos de idade. É perceptível o talento do compositor ao produzir uma obra a partir da famosa ópera do seu pai. Outra bonita variação é o Op. 20, do ano de 1824, de caráter bastante melancólico e contemplativo. Não deixe de ouvir esse bonito e agradável disco. Uma boa apreciação!

Franz Xavier Mozart (1791-1844) -

01. Mozart: Piano Sonata in G Major, Op. 10: I. Allegro moderato
02. Mozart: Piano Sonata in G Major, Op. 10: II. Largo
03. Mozart: Piano Sonata in G Major, Op. 10: III. Minuetto - Trio
04. Mozart: Piano Sonata in G Major, Op. 10: IV. Rondo. Allegretto
05. Mozart: Fantasy on the Russian Song Tchem tebya ya ogortshila and a Krakowiak in A Major, FXWM VII:30
06. Mozart: Variations on a Minuet from the First Finale of W.A. Mozart's Don Giovanni in F Major, Op. 2
07. Mozart: Variations on a Russian Theme in G Minor, Op. 20

Robert Markham, piano 

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segunda-feira, 12 de maio de 2025

Nikolay Myaskovsky (1881-1950) - Sinfonia nº 9 em mi menor, Op. 28 e Sinfonia nº 14 em dó maior, Op. 37 - vol. 3


Continuando a nossa saga myaskovskyana, vamos a mais uma postagem. Dessa vez, aparecem as sinfonias 9 e 14. A Nona Sinfonia foi escrita entre os anos de 1926 e 1927 e representa uma inflexão na sua jornada como compositor. Após o lirismo sombrio dos primeiras trabalhos sinfônicos, a Nona segue uma estrutura mais formal e equilibrada. Dividida em quatro movimentos, a obra mostra um claro retorno a estruturas tradicionais, com uma linguagem harmônica ainda complexa, mas menos dissonante do que em suas obras anteriores.

Já a Sinfonia de número 14 é do ano de 1933. Ele indica o ponto em que o Regime Soviético começava a pressionar os compositores por uma música mais "compreensível" e voltada ao público geral. Diferente das obras densas e melancólicas da década anterior, a 14ª Sinfonia é mais luminosa, pastoral e otimista. É um trabalho acessível, mas com profundidade emocional e estrutural. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Nikolay Myaskovsky (1881-1950) -

(01) Symphony No. 9(1927) in e-moll op.28- Andante sostenuto
(02) Symphony No. 9(1927) in e-moll op.28- Presto
(03) Symphony No. 9(1927) in e-moll op.28- Lento molto
(04) Symphony No. 9(1927) in e-moll op.28- Allegro con grazia
(05) Symphony No. 14(1933) in C-dur op.37- Allegro giocoso
(06) Symphony No. 14(1933) in C-dur op.37- Andantino, quasi allegretto
(07) Symphony No. 14(1933) in C-dur op.37- Quasi presto
(08) Symphony No. 14(1933) in C-dur op.37- Andante sonstenuto
(09) Symphony No. 14(1933) in C-dur op.37- Allegro con fuoco

The Russian State Symphony Orchestra

Yevgeny Svetlanov, regente

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Franz Schubert (1797-1828) - Trio No. 2 en Mi Bémol Majeur, Op. 100, D. 929 e Quintette en la Majeur, Op. 114, D. 667 - "La Truite"


Já explicitei por aqui mais de uma vez o quanto a obra camerística de Schubert é preciosa para mim. Ele escreveu ao longo de sua curta vida, verdadeiras obras-primas do gênero. São obras que evidenciam a maturidade e o domínio da forma. Além disso, o compositor conseguia disseminar um virtuosismo, conciliando uma força emotiva e uma beleza incomum. Neste disco, encontramos duas dessas obras imortais. São duas das obras as quais mais admiro. Não gostei tanto da interpretação do Trio Chausson. Mas é importante conhecê-la. 

Postei há menos de um mês uma outra versão dessa obra. Escrita em 1827, apenas uma ano antes da morte prematura do compositor, é uma das mais importantes e monumentais obras de câmara do século XIX. Ela foi concebida em um período de grande maturidade criativa do compositor, sendo contemporânea do ciclo de canções Winterreise.   Há notícias de que Schumann e Brahms eram grandes admiradores dela.

Já a segunda obra do disco é o monumental Quinteto em Lá menor, Op. 100, popularmente conhecido como "A truta" (Die Forelle). É uma das obras mais encantadoras e originais de Franz Schubert. Composto em 1819, quando Schubert tinha apenas 22 anos, o quinteto recebeu esse apelido porque seu quarto movimento consiste em variações sobre o famoso lied de Schubert "Die Forelle", escrito dois anos antes. É uma obra cuja beleza revela inventividade do compositor, já que a formação para a obra é bastante incomum; ou seja, com piano, violino, viola, violoncelo e contrabaixo, uma formação bastante incomum. 

Não deixe ouvir. Uma boa apreciação!

Franz Schubert (1797-1828) - 

01 - Trio No. 2 en Mi Bémol Majeur, Op. 100, D. 929 _ I. Allegro Vivace
02 - Trio No. 2 en Mi Bémol Majeur, Op. 100, D. 929 _ II. Andante con Moto
03 - Trio No. 2 en Mi Bémol Majeur, Op. 100, D. 929 _ Scherzo_ III. Allegro Moderato
04 - Trio No. 2 en Mi Bémol Majeur, Op. 100, D. 929 _ IV. Allegro Moderato
05 - Quintette en la Majeur, Op. 114 _La Truite_, D. 667 _ I. Allegro Vivace
06 - Quintette en la Majeur, Op. 114 _La Truite_, D. 667 _ II. Andante
07 - Quintette en la Majeur, Op. 114 _La Truite_, D. 667 _ III. Scherzo
08 - Quintette en la Majeur, Op. 114 _La Truite_, D. 667 _ IV. Andantino
09 - Quintette en la Majeur, Op. 114 _La Truite_, D. 667 _ V. Allegro Giusto

Trio Chausson

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