sexta-feira, 9 de março de 2012

Gustavo Mahler (1860-1911) - Symphony No. 10 in F sharp minor (incomplete) e Symphony No. 5 in C sharp minor

Desde hoje cedo, encontrava-me com um desejo enorme de ouvir a Quinta Sinfonia de Mahler. Uma disposição quase que espiritual, fez-me desejar ouvir aquele turbilhão trágico. Aquela carga espiritual e nietzscheniana. Aquele engolfamento de desespero. De profunda cartase filósofica. As minhas sinapses desejaram como nunca a Quinta de Mahler. Enquanto estava no metrô, pensava nela. Ao caminhar para o trabalho nas ruas de Brasília, assobiava o primeiro movimento, as cenas iniciais, que surgem como borrascas avassaladoras. Solfejava aquele som de onda tempestuosa. A poderosa marcha fúnebre que fala mais do homem do que qualquer tese de filosofia. Mahler é assim. Pega-nos por completo. Leva-nos ao chão, com aquela sensação de que já somos mais os mesmos. Hoje, almocei com um colega professor. Conversamos sobre religião, ateísmo, filosofia, Dawkins, a natureza e o sentido da vida. Parece muita pretensão, mas esses são temas que sempre me pertubam. E, neste instante, chego à conclusão de que o anseio por Mahler é que hoje eu estou aberto às grandes reflexões. Li ainda pouco um texto do Milton Ribeiro (belíssimo texto!). Aquelas palavras repletas de um senso de segurança. De uma estabilidade que impressiona, deixou-me ainda mais com o senso da agudização do quanto Mahler é importante para eu me entender num mundo no qual as relações, as tragédias, os achaques variados, em suma, a vida acontece aqui embaixo sob o regime das leis naturais. Ah! Mahler, como você me faz existencializar a realidade e imaginar coisas grandes e absurdas, quando eu sou pequeno e multifacetado. Mas em ti, a vida é transcendida. Aquela afirmação de Nietzsche de que 'eu devo tranformar a minha vida numa canção que o mundo precisa escutar', dá-me forças para continuar. Não ligue para os desvarios e escute esta baita gravação de duas das sinfonias de Mahler com Rodolfo Barshai. Gravação primorosa. Uma boa apreciação!

Gustavo Mahler (1860-1911) - Symphony No. 10 in F sharp minor (incomplete) e Symphony No. 5 in C sharp minor

DISCO 01

Symphony No. 10 in F sharp minor (incomplete)
01.Adagio
02. Scherzo
03. Purgatorio
04. Allegro pesante
05. Finale

DISCO 02

Symphony No. 5 in C sharp minor
01.Trauermarsch, in gemessenem Schritt, streng wie ein Kondukt Listen
02. Stürmisch bewegt, mit grösster Vehemenz Listen
03. Scherzo, kräftig, nicht zu schnell Listen
04. Adagietto, sehr langsam Listen
05. Rondo-Finale, allegro giocoso

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Junge Deutsche Philharmonie
Rudolf Barshai, regente

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7 comentários:

Milton Ribeiro disse...

Minha nossa, como engano bem! Segurança? Internamente não há nenhuma...

Carlinus disse...

Eu sei disso, Milton! Em situações como estas não é fácil manter a estabilidade emocional. Força aí, meu amigo!

FredMeyer disse...

Gosto D+ dos seus post. Parabéns.
Fred.

JULIUS disse...

THANKS A LOT!

Manu disse...

Could you reupload this one please?
thnx !

Mike disse...

Please re upload these links.Thanks

Tulio disse...

Incrível teu texto!
Me identifiquei em demasia. Mahler é meu compositor preferido, e a Quinta, ah a Quinta! Indescritivelmente transcendental! E sim, às vezes sinto uma necessidade absurda dela, como naquele aforismo de Nietzsche que, ele diz que sente uma necessidade de isolamento. Apreciar a Quinta de Mahler é ao mesmo tempo, sentir como se tudo fizesse sentido, o eu, a vida, o universo, e como se nada fizesse sentido, como se nós mergulhássemos em um abissal abismo sombrio e misterioso, mas que em ambos os casos, encontrássemos uma lucidez legítima e uma pura felicidade oriunda dela.