quinta-feira, 10 de abril de 2025

Christoph Bernhard (1628-1692) - Herr, nun lässest du deinen Diener, etc, Johann Michael Nicolai (1629-1685) - Sonata a 6 in A minor, Heinrich Ignaz Franz von Biber (1644-1704) - Requiem in F minor, C 8 e Johann Joseph Fux (1660-1741) - Sonata a 4 in G minor, K.347 etc

 
Este é um disco bastante agradável e revelador. Traz alguns nomes do barroco do Sacro Império Romano-Germânico. Há nomes como os de Bernhard, discípulo de Heirinch Schütz. As produções do compositor incluem motetos, cantatas e missas, além de tratados musicais. Nicolai também foi outro compositor barroco alemão, cuja importância se deve à criação de obras litúrgicas de cunho luterano. Viveu em um período de transição da música da Renascença para o barroco pleno. 

Outro compositor foi Fux, austríaco de origem camponesa. Tornou-se um importante teórico musical. Sua influência chega a Beethoven e Haydn. E o último compositor do disco é Biber, cuja importância se deve ao virtuosismo ao violino. Mas também foi um relevante compositor. Neste disco, encontramos o seu Réquiem, uma das suas obras mais impactantes. Ele foi composto por volta de 1692. Possivelmente, tenha sido escrito para as exéquias do arcebispo Max Gandolf von Kuenburg. A obra alterna momentos de solenidade e lamento com passagens mais esperançosas e luminosas. É uma obra de grande riqueza expressiva, que revela as maravilhas do barroco alemão. 
 
Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Christoph Bernhard (1628-1692) - 

01. Herr, nun lässest du deinen Diener
02. Tribularer si nescirem

Johann Michael Nicolai (1629-1685) -

03. Sonata a 6 in A minor

Heinrich Ignaz Franz von Biber (1644-1704) -


Requiem in F minor, C 8
04. Introitus
05. Kyrie
06. Dies irae
07. Offertorium
08. Sanctus
09. Agnus Dei – Communio

Johann Joseph Fux (1660-1741) -
10. Sonata a 4 in G minor, K.347
11. Omnis terra adoret, K.183

Vox Luminis
Freiburger BarockConsort
Lionel Meunier, regente

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!


quarta-feira, 9 de abril de 2025

Anton Bruckner (1824-1896) - Symphony No. 9 in D Minor, WAB 109

A Sinfonia No. 9, de Bruckner, é uma das mais emblemáticas obras do século XIX. Ela é mítica e simbólica. Carrega aquele peso representativo da Nona de Beethoven ou da Nona de Mahler. É uma espécie de coroamento. A condensação de uma existência. Não poderia ser diferente em se tratando de Bruckner. Não é a minha preferida. Existem outras obras do compositor que estão à frente. Mas, ela exige atenção e o cumprimento de um ritual para que seja fruída.  

Escrita entre os anos de 1891 e 1896, ano da morte do compositor, a Sinfonia foi deixada inacabada, com apenas três movimento - Allegro, Scherzo e Adagio. Ele a dedicou - à sua maneira - "ao amado Deus", o que confere à obra uma dimensão espiritual e transcendente. 

Como é característico em outras sinfonias do compositor, a obra possui uma estrutura pesada, catedrática, a fim de transmitir o sentido de imponência. Os blocos sonoros se estruturam lentamente. O primeiro movimento é sombrio e solene. Há uma tensão constante entre a fé e dúvida, algo que talvez aponte para a própria vida do compositor. Dessa forma, a obra funciona como um testamento, como uma declaração do compositor a respeito de suas próprias lutas e impressões. O segundo movimento é feroz, duro, grotesco, repleto de imagens que funcionam como martelos incandescentes, algo que contrasta com as outras passagens da obra. Já o terceiro movimento é um dos mais bonitos e melancólicos ente as coisas escritas pelo compositor. 

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Anton Bruckner (1824-1896) -

01. Symphony No. 9 in D Minor, WAB 109 (1894 Original Version, Ed. A. Orel): I. Feierlich, misterioso
02. Symphony No. 9 in D Minor, WAB 109 (1894 Original Version, Ed. A. Orel): II. Scherzo. Bewegt, lebhaft - Trio. Schnell
03. Symphony No. 9 in D Minor, WAB 109 (1894 Original Version, Ed. A. Orel): III. Adagio. Langsam feierlich

Norrköping Symphony Orchestra
Karl-Heinz Steffens

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

terça-feira, 8 de abril de 2025

Dmitri Shostakovich (1906-1975) - Symphony No. 8 in C minor Op. 65

A Oitava Sinfonia, de Shostakovich, foi composta em 1943, no auge da Segunda Guerra Mundial. Eram dias difíceis. Como diria o Drummond no seu poema "A noite dissolve os homens" - "A noite desceu. Que noite!" A guerra era a noite e ela dissolvia os homens. Por onde passava, assolava, consumia tudo. Shostakovich estava no meio de tudo isso. A Oitava é um documento poderoso do testemunho da guerra - e um protesto. É um dos trabalhos mais carregados de sombra do compositor russo, refletindo o clima de devastação, de dor e barbárie.  A obra possui pouco mais de uma hora e possui uma ampla atmosfera de variações - indo do lúgubre e trágico ao irônico e burlesco.

Enquanto a Sétima ("Leningrado") foi incensada por louvar a resistência épica da cidade que leva o nome da sinfonia, a Oitava teve uma recepção completamente diferente. Seu clima pesado, sem consagrar qualquer triunfalismo, fez com que as autoridades soviéticas banissem o trabalho. A obra foi acusada de "pessimismo formalista". Shosta apenas estava traduzindo a psicologia das sombras que é característica em uma guerra. Hoje, a obra é considerada um dos trabalhos mais importantes do século vinte por refletir o flagelo da guerra e o quanto isso é estúpido. Afinal, o século XX foi "a era dos extremos", a era da estupidez, a era das guerras.

A Oitava é um documento de resistência, não no sentido bélico, de combate, mas de preservação da integridade humana diante do infortúnio e da barbárie. Não deixe de ouvir essa boa versão com  Günther Herbig. Uma boa apreciação!

Dmitri Shostakovich (1906-1975) - 

01. I. Adagio - Allegro non troppo
02. II. Allegretto
03. III. Allegro non troppo
04. IV. Largo
05. V. Allegretto

Rundfunk-Sinfonieorchester Saarbrücken
Günther Herbig, regente

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Johann Melchior Molter (1696-1765) - Sinfonias & Cantatas


Johann Melchior Molter foi um compositor alemão do barroco tardio que, embora não muito conhecido, deixou um legado significativo e diversificado. A obra do compositor constitui-se de um híbrido que gravita em torno do barroco e das primeiras cintilações do classicismo. O resultado é uma escrita elegante e uma inventividade melódica de grande envergadura.

Uma das obras excelentes deste disco é a Sonata Grossa, que evidencia um exemplo de domínio da forma barroca do concerto grosso. A linguagem da obra equilibra a solidez estrutural com uma fluência melódica de significativa elegância.

O disco ainda traz algumas de suas cantatas. Vale mencionar que as cantatas eram fundamentais no repertório litúrgico da obra. Suas cantatas seguem a tradição luterana, com o os textos extraídos das Escrituras ou de hinos corais.

A grande questão é que o compositor soube se posicionar em um momento em que a música passava por um processo de mudança estética e de fundamento. A música do compositor reflete tanto o legado do barroco quanto o surgimento de novos ideais musicais mais claros e equilibrados, que seriam indispensáveis durante o classicismo.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Johann Melchior Molter (1696-1765) -

Sonata Grossa C-Dur Mwv Iv-6

01. 1. Larghetto - Allegro
02. 2. Fuge - Larghetto - Fuge
03. 3. Andante e sempre piano
04. 4. Alla breve
05. 5. Menuett - Trio - Menuett (Da capo)

Konzert für Querflöte und Orchester Mwv Vi-15
06. 1. Ohne Satzbezeichnung
07. 2. Adagio
08. 3. Ohne Satzbezeichnung
09. La Iodoletta Mwv Ii-33 (Arie für Sopran und Streicher)
10. Pensa, Ben Mio, Chi Sei Mwv Ii-34 (Arie für Sopran und Streicher)

L'augellin Tra Verdi Fronde Mwv Ii-23 (Kantate für Sopran und Streichorchester)
11. 1. Arie
12. 2. Rezitativ
13. 3. Arie: Allegro

Sinfonie D-Dur Mwv Vii-144
14. 1. Ohne Satzbezeichnung
15. 2. Ohne Satzbezeichnung
16. 3. Ohne Satzbezeichnung

Reussisches Kammerorchester

Werner Ehrhardt, regente
Andreas Knoop, flauta
Julia Sophie Wagner, soprano

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

Claude Debussy (1862-1918) - Études & Pour le piano

Eis que surge mais um disco com a música de Debussy. A música para piano de Debussy, sem sombras de dúvida, foi um marco fundamental na história da música ocidental. Ela foi responsável por romper com as convenções harmônicas e formais do romantismo do século XIX. E uma das páginas importantes de sua obra são os “Études”. Compostos em 1915, três anos antes da morte do compositor, eles representam o domínio técnico e expressivo do compositor sobre o instrumento.

As obras foram dedicadas à memória de Chopin que revolucionou a técnica pianística no século anterior. Os “Estudos” são compostos por 12 peças. Em um primeiro momento, as obras não sugerem nada de especial. Todavia, essa impressão é meramente aparente, pois estão impregnadas pelo selo distintivo da linguagem debussyana e são pequenas obras-primas de experimentação sonora.

As composições são singelas, introspectivas, pequenas paisagens impressionistas. As obras dizem muito sem recorrer ao virtuosismo tão característico dos compositores românticos. Dessa forma, o francês rompe com a tradição romântica centrada em Beethoven, Brahms e Liszt. Debussy utiliza cores e texturas que influenciariam outros compositores que lhe sucederam. Vale mencionar Boulez e Messiaen, dois dos nomes mais importantes da música do século XX. A interpretação das obras do compositor – neste disco - fica a cargo do pianista escocês Steven Osborne. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

 Claude Debussy (1862-1918) -

01 - No. 1, Pour les cinq doigts (d'après M. Czerny)
02 - No. 2, Pour les tierces
03 - No. 3, Pour les quartes
04 - No. 4, Pour les sixtes
05 - No. 5, Pour les octaves
06 - No. 6, Pour les huit doigts
07 - No. 7, Pour les degrés chromatiques
08 - No. 8, Pour les agréments
09 - No. 9, Pour les notes répétées
10 - No. 10, Pour les sonorités opposées
11 - No. 11, Pour les arpèges composés
12 - No. 12, Pour les accords
13 - I. Prélude
14 - II. Sarabande
15 - III. Toccata
16 - La plus que lente
17 - Berceuse héroïque
18 - Étude retrouvée (Reconstr. Howat)

Steven Osborne, piano

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

domingo, 6 de abril de 2025

Richard Strauss (1864-1949) - Orchestral Works (CDs 5, 6, 7, 8 & 9 de 9 - final)

Esta é a postagem de número 7930. Um número bastante significativo para o período de existência deste espaço. Acontece que hoje, dia 6 de abril, o "blog" completa 16 anos de atividade. Um tempo amplo e jamais programado. Em 2009, quando planejei este espaço, não imaginava que teria uma existência tão longeva. O início se deu como um mero exercício para divulgar o que eu costumava ouvir - como faço até os dias de hoje. Tudo que posto por aqui passa por uma audição prévia. A música clássica é uma das minhas companhias diárias. Escuto rock, jazz, blues, MPB, mas é a música clássica que me segue para aonde quer que eu vá. 

Ao longo de 16 anos, muita coisa já aconteceu por aqui - já pensei em encerrar esse espaço algumas vezes. Já postei com texto e postei sem texto. Já cheguei a ficar seis meses sem postar, numa espécie de voluntarismo sabática. Faço um esforço imenso para conseguir escrever alguma coisa todos os dias. Tenho dois empregos, um filho pequeno e uma vida bastante agitada. Além de tudo isso, ainda preciso encontrar tempo para praticar as minhas corridas semanais e ler, duas das coisas que mais gosto de fazer. Todavia, seguimos, pois tento fazer das postagens um elemento indissociável de minha rotina.

Há um número enorme "links expirados". Tenho consciência disso. Muitos visitantes pedem, quase que diariamente, para que eu atualize os arquivos inexistentes. A maior parte das vezes, não consigo atender aos pedidos. Não é por falta de educação ou boa vontade. É por falta de tempo mesmo.

Outra questão - para finalizar - é: por que continuar com um espaço como este, se não ganho nada com isso e se há outros meios de as pessoas conseguirem ouvir as músicas postadas?  Faço-o por duas razões: (1) aprendo muito com essas postagens; e (2) em respeito às pessoas que ainda procuram este lugar após dezesseis anos. 

Não deixe de ouvir (como sempre) a boa música. Boa apreciação!

Richard Strauss (1864-1949) -

DISCO 05

01. Also Sprach Zarathustra, Op. 30
02. Der Rosenkavalier
03. Tod und Verklarung

DISCO 06

01. Salome
02. Le Bourgeois gentilhomme - Suite. Overture
03. Le Bourgeois gentilhomme - Suite. Joudain-Minuet
04. Le Bourgeois gentilhomme - Suite. The fencing master
05. Le Bourgeois gentilhomme - Suite. Entrance and dance of the tailors
06. Le Bourgeois gentilhomme - Suite. Minuet of Lully
07. Le Bourgeois gentilhomme - Suite. Courante
08. Le Bourgeois gentilhomme - Suite. Entry of Cleonte
09. Le Bourgeois gentilhomme - Suite. Intermezzo
10. Le Bourgeois gentilhomme - Suite. The dinner
11. Schlagobers
12. Josephslegende

DISCO 07

01. Metamorphosen Study For 23 Solo Strings
02. Eine Alpensinfonie, Op.64 Nigh
03. Eine Alpensinfonie, Op.64 Sunrise
04. Eine Alpensinfonie, Op.64 The Ascent
05. Eine Alpensinfonie, Op.64 Entering The Forrest
06. Eine Alpensinfonie, Op.64 Strolling By The Stream
07. Eine Alpensinfonie, Op.64 By The Waterfall
08. Eine Alpensinfonie, Op.64 Apparition
09. Eine Alpensinfonie, Op.64 In Flowery Meadows
10. Eine Alpensinfonie, Op.64 In A Mountain Pasture
11. Eine Alpensinfonie, Op.64 Lost In The Thickets and Undergrow
12. Eine Alpensinfonie, Op.64 On The Glacier
13. Eine Alpensinfonie, Op.64 Dangerous Moments
14. Eine Alpensinfonie, Op.64 On The Summit
15. Eine Alpensinfonie, Op.64 Vision
16. Eine Alpensinfonie, Op.64 Mists Rise Up
17. Eine Alpensinfonie, Op.64 The Sun Grows Dark
18. Eine Alpensinfonie, Op.64 Elegy
19. Eine Alpensinfonie, Op.64 Quiet Before The Storm
20. Eine Alpensinfonie, Op.64 A Thunderstorm
21. Eine Alpensinfonie, Op.64 Sunset
22. Eine Alpensinfonie, Op.64 Conclusion
23. Eine Alpensinfonie, Op.64 Nigh

DISCO 08

01. Aus Italien. Andante -In the Campagna
02. Aus Italien. Allegro molto con brio - The ruins of Rome
03. Aus Italien. Andantino - On the beach at Sorrento
04. Aus Italien. Finale - Neapolitan folk life
05. Macbeth

DISCO 09

01. Introduction (Mäßiges Zeitmaß) (Don Quixote Sinks Into Madness)
02. Mäßig (Don Quixote)
03. Maggiore (Sancho Panza)
04. Variation I (The Adventure With The Windmills)
05. Variation II (The Battle With The Sheep)
06. Variation III (Discourse Between Knight And Squire)
07. Variation IV (The Adventure With The Pilgrims)
08. Variation V (The Knight’s Vigil)
09. Variation VI (The Meeting With Dulcinea)
10. Variation VII (The Voyage In The Enchanted Boat)
11. Variation VIII (The Voyage in The Enchanted Boat)
12. Variation IX (The Combat With The Two Magicians)
13. Variation X (The Defeat Of Don Quixote)
14. Finale (Sehr Ruhig)
15. Dance Suite From Harpsichord Pieces By François Couperin - I: Entrée And Stately Round
16. II: Courante
17. III: Carillon
18. IV: Sarabande
19. V: Gavotte
20. VI: Tourbillon
21. VII: Allemande
22. VIII: March

Staatskapelle Dresden
Rudolf Kempe, regente

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

sábado, 5 de abril de 2025

Joseph Martin Kraus (1756-1792) - Musica Sacra

Esta é segunda postagem com a obra de Joseph Martin Kraus neste espaço. Curiosamente, ele nasceu no mesmo ano em que Mozart nasceu e morreu um ano após a morte do compositor austríaco. Sua música é imensamente agradável. São por essas e outras que ele ficou conhecido como o "Mozart sueco". As afinidades estilísticas entre os dois compositores são salientes. Kraus nasceu na Alemanha, mas viveu boa parte de sua vida na Suécia.  Suas obras são detentoras de uma emoção intensa. Em 1778, foi eleito "kapellmeister" da corte sueca e, a partir disso, escreveu uma série de obras relevantes. Entre essas destacam-se sinfonias, óperas, música sacra e música de câmera.

Neste disco, encontramos uma das suas bonitas obras religiosas - "A morte de Jesus" (Der Tod Jesu). Ela foi composta entre os anos de 1785 e 1786. É uma das obras mais expressivas do compositor. Foi encomendada para ser apresentada na Semana Santa, seguindo a tradição luterana de meditar musicalmente sobre a Paixão de Cristo. Kraus procura evitar o sentimentalismo profundo na obra, criando uma atmosfera mais direta e nobre. Todavia, deixa espaços para momentos de grande consolo e beleza, além de esperança na redenção e na vida eterna. Vale a pena conhecer a sua música.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Joseph Martin Kraus (1756-1792) -

01. 01 - Der Tod Jesu, VB 17 Intro Und Rezitativ 'Kommt Geliebte
02. 02 - Der Tod Jesu, VB 17 Arie 'Er Starb, Um Uns Von Ewigem Tod Zu Retten'
03. 03 - Der Tod Jesu, VB 17 Rezitativ 'O Weinet Mit Mir'
04. 04 - Der Tod Jesu, VB 17 Duett 'Weine, Sunder, Weine'
05. 05 - Der Tod Jesu, VB 17 Choral 'Jesus Ruft Dir, O Sunder Mein'
06. 06 - Der Tod Jesu, VB 17 Rezitativ Ja, Man Schleppte Ihn'
07. 07 - Der Tod Jesu, VB 17 Intermezzo
08. 08 - Der Tod Jesu, VB 17 Chor 'Der Racher Kommt'
09. 09 - Der Tod Jesu, VB 17 Rezitativ 'An Jenem Tage'Arie 'Sei Ewig Mir Gesegnet'
10. 10 - Der Tod Jesu, VB 17 Rezitativ 'Komm, Gottsellger Pilgrim'
11. 11 - Der Tod Jesu, VB 17 Choral 'O Traurigkeit, O Herzeleid'
12. 12 - Der Tod Jesu, VB 17 Rezitativ 'Sind Wir Frei Von Seinem Tode'
13. 13 - Der Tod Jesu, VB 17 Arie 'Wenn Einst Die Ungewitter'
14. 14 - Der Tod Jesu, VB 17 Schlusschor 'Erbarme Dich Unser'
15. 15 - Kom! Din Herdestaf Att Bara, VB 15 Arie 'Kom Din Herdestaf'
16. 16 - Kom! Din Herdestaf Att Bara, VB 15 Duett 'Tala Till Ditt Eget Hjerta'
17. 17 - Zwei Satze Zu Einem Te Deum Miserere Nostri, VB 13
18. 18 - Zwei Satze Zu Einem Te Deum In Te Domine Speravi, VB 11

Philharmonia Chor Stuttgart
Stuttgarter Kammerorchester

Helmut Wolf, diretor

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

Robert Schumann (1810-1856) - Symphony No. 1 in B flat major, Op. 38 - "Spring" e Symphony No. 3 in E flat major, Op. 97 "Rhenish"

Tenho uma grande admiração pelas quatro sinfonias escritas por Robert Schumann. O compositor se consolidou primeiramente como um extraordinário autor de música para piano e de canções. Foi somente a partir de 1840 que ele começou a se dedicar à música orquestral. Não chegou a escrever muita coisa nessa seara, mas, aquilo que escreveu, conserva um grande valor. 

A Sinfonia No. 1 é do ano de 1841. Ela foi escrita em um surto criativo. Nesse ano, o compositor casou com a pianista Clara Wieck, o grande amor de sua vida. Schumann completou o rascunho da obra em apenas quatro dias. A orquestração da obra foi concebida nas semanas seguintes. Mendelssohn a estreou no mesmo ano em Leipzig. A obra recebeu o nome de "Primavera", pois foi inspirada no poema de Adolf Böttger que evocava o renascimento da natureza. A obra, de fato, possui uma caráter repleto de energia, de bom astral, refletindo a ideia de alegria e esperança.

Já a Sinfonia No. 3 é do ano de 1850, ano em que o compositor assumiu um cargo como diretor musical. Inspirado pela viagem que realizou com Clara, seguindo ao longo do Reno, embasbacado pela natureza, a obra expressa uma conexão profunda com a paisagem, a cultura e a história da região renana. A obra possui uma orquestração rica, de grande vitalidade, entremeada pelo lirismo típico do compositor. É uma obra de grande beleza. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Robert Schumann (1810-1856) -

01 - I. Andante un poco maestro - Allegro molto vivace
02 - II. Larghetto
03 - III. Scherzo_ Molto vivace
04 - IV. Allegro animato  e grazioso
05 - I. Lebhaft
06 - II. Scherzo_ Sehr massig
07 - III. Nicht schnell
08 - IV. Feierlich
09 - V. Lebhaft

Polish National Radio Symphony Orchestra (Katowice)
Antoni Wit, regente

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

 

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Jazz - Wayne Shorter (1933-2023) - Juju

Que disco maravilhoso! Este é o quinto disco do saxofonista Wayne Shorter. Foi lançado em 1965 pelo lendário selo Blue Note. O disco traz nomes de peso do jazz - Wayne Shorter no saxofone tenor, McCoy Tyner no piano, Reggie Workman no baixo e Elvin Jones na bateria; três membros do clássico quarteto de John Coltrane, o que naturalmente aproximou o álbum do universo sonoro coltraniano, mas com uma assinatura única de Shorter.

O disco se destaca pela sofisticação de suas composições. O título remete à espiritualidade africana. As composições são todas de Wayne Shorter.  O compositor foi um dos mais influentes músicos e saxofonistas da história do movimento. Ao longo de sua carreira, o compositor se destacou pela sua mente criativa e exploratória. 

Não deixe de ouvir este disco sensacional. Uma boa apreciação!

Wayne Shorter (1933-2023) -

01. Juju (Shorter) - 8:33
02. Deluge (Shorter) - 6:53
03. House of Jade (Shorter) - 6:54
04. Mahjong (Shorter) - 7:44
05. Yes or No (Shorter) - 6:38
06. Twelve More Bars to Go (Shorter) - 5:29

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

 

Franz Schubert (1797-1828) - Piano Quintet In A / A-Dur, Op. Posth. 114 - D 667 e Variations On Trockne Blumen For Flute And Piano, Op. Posth. 160 - D 802

 

Schubert era um compositor demasiadamente sensível. Ele escreveu obras de destacada beleza. Sua obra camerística pode ser colocada nesse patamar. Eu, particularmente, tenho "A truta" como uma das minhas obras favoritas da vida. Ela é belíssima. Possui alguns das características que imortalizaram o compositor. A obra foi escrita em 1817, mas foi estreada somente em 1829, ou seja, um ano após a morte do austríaco.

A obra foi inspirada no lieder "Die Forelle", também composto em 1817. Inclusive, a melodia do lieder aparece em diversas passagens da obra - tanto nos momentos mais delicados quanto nos mais intensos. O quinteto é marcado pelo equilíbrio entre os instrumentos e pela fluidez melódica. A obra é ensolarada, possui um caráter brilhante e otimista, destoando de muitas composições do compositor de caráter mais melancólica como, por exemplo, a bela e genial "A morte e a donzela". 

O disco ainda traz a "Introdução e Variação sobre "Trockne Blumen", composto em 1824. A obra se baseia no lider "Trockne Blumen", pertencente ao ciclo "Die schöne Müllerin", de 1823. A obra nos fornece, inicialmente, um clima nostálgico e reflexivo, que vai ganhando nuances delicados à medida que a obra avança. A flauta apresenta um papel de destaque. É algo de grande elegância e que acaba por criar uma atmosfera bastante agradável. Ou seja, trata-se de um disco maravilhoso. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Franz Schubert (1797-1828) -

Piano Quintet In A / A-Dur, Op. Posth. 114 - D 667
01. Allegro Vivace 13:21
02. Andante 6:51
03. Scherzo - Presto 4:07
04. Theme (Andantino) - Variations 1-5 - Allegretto 7:28
05. Allegro Giusto 6:30

Variations On Trockne Blumen For Flute And Piano, Op. Posth. 160 - D 802
06. Introduction (Andante) 2:50
07. Theme (Andantino) 2:05
08. Variation 1 1:52
09. Variation 2 1:41
10. Variation 3 2:04
11. Variation 4 1:46
12. Variation 5 2:15
13. Variation 6 2:43
14. Variation 7 3:12
15. Piano Trio (Notturno) In E Flat / Es-Dur, Op. Posth. 148 - D 897: Adagio 9:45

Martin Helmchen - piano
Christian Tetzlaff - violin
Antoine Tamesti - viola
Marie-Elisabeth Hecker - cello
Alois Posch - double bass
Aldo Baerten - flute

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

quinta-feira, 3 de abril de 2025

Antonio Vivaldi (1678-1741) - Concertos & Sinfonias

Vivaldi foi um compositor de grande produtividade e de grande genialidade. Seus críticos costumavam dizer que ele se repetia. Crítico é a coisa mais chata que existe. Não produzem nada e falam mal daqueles que produzem. O fato é que Vivaldi é um dos nomes mais significativos da música. Escreveu para uma gama incontável de instrumentos. 

Neste disco, o violoncelista italiano, um especialista no "padre vermelho", apresenta concertos e sinfonias tanto populares quanto as menos conhecidas do compositor. Sua abordagem é boa, equilibrada, e o Musica Antiqua Latina é excelente.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Antonio Vivaldi (1678-1741) - 

01. Cello Concerto in D Minor, RV 405 : I. Allegro (3:03)
02. Cello Concerto in D Minor, RV 405 : II. Adagio (3:28)
03. Cello Concerto in D Minor, RV 405 : III. Allegro (2:25)
04. Sinfonia for Strings in D Major, RV 125 : I. Allegro (1:30)
05. Sinfonia for Strings in D Major, RV 125 : II. Adagio (3:32)
06. Sinfonia for Strings in D Major, RV 125 : III. Allegro (1:35)
07. Cello Concerto in G Major, RV 413 : I. Allegro (3:30)
08. Cello Concerto in G Major, RV 413 : II. Largo (3:22)
09. Cello Concerto in G Major, RV 413 : III. Allegro (2:50)
10. Mandolin Concerto in C Major, RV 425 : I. Allegro (2:54)
11. Mandolin Concerto in C Major, RV 425 : II. Largo (3:42)
12. Mandolin Concerto in C Major, RV 425 : III. Allegro (2:08)
13. Concerto for Two Cellos in G Minor, RV 531 : I. Allegro (4:00)
14. Concerto for Two Cellos in G Minor, RV 531 : II. Largo (3:22)
15. Concerto for Two Cellos in G Minor, RV 531 : III. Allegro (2:55)
16. Chamber Concerto in D Minor, RV 96 : I. Allegro (2:34)
17. Chamber Concerto in D Minor, RV 96 : II. Largo (2:50)
18. Chamber Concerto in D Minor, RV 96 : III. Allegro (2:26)
19. Concerto for Two Violins in G Minor, RV 517 : I. Allegro (3:49)
20. Concerto for Two Violins in G Minor, RV 517 : II. Andante (2:51)
21. Concerto for Two Violins in G Minor, RV 517 : III. Allegro (3:15)
22. Sinfonia for Strings in B Minor, RV 168 : I. Allegro (2:16)
23. Sinfonia for Strings in B Minor, RV 168 : II. Andante (2:36)
24. Sinfonia for Strings in B Minor, RV 168 : III. Allegro (3:51)

Musica Antiqua Latina
Giordano Antonelli, diretor

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Orlande de Lassus (1532-1594) - Penitential Psalms

Orlando de Lassus foi um importante compositor da Renascença. De tradição católica, Lassus foi um dos nomes mais importante desse período, ao lado de Victoria e Palestrina. Foi um dos mestres da polifonia. O período em que o compositor viveu foi protagonizado por grandes disputas políticas e religiosas. O Concílio de Trento (1545-1563) consolidou importantes mudanças na música sacra a fim de fazer frente ao movimento Protestante. Lassus lidou com muita desenvoltura com essas mudanças. O compositor assimilou as transformações sem perder a referência à sofisticação polifônica.

Um dos exemplos são os chamados Penitential Psalms (Salmos Pentenciais), que refletem sua sensibilidade religiosa e estética. Os chamados “salmos penitenciais” são obras voltadas para introspecção e para o arrependimento, ligados à tradição da Igreja Católica que enxerga na penitência, do ponto de vista teológico, uma forma de purificação espiritual.

No total são sete salmos penitenciais. Os Salmos escolhidos para a coleção são os de número 6, 32, 38, 51, 102, 130 e 143. Apesar de utilizar o modelo da música sacra tradicional, Lassus faz uso de certos recursos expansivos que, de certa forma, antecipam a música barroca. Assim, essas composições demonstram uma importância grandiosa, pois além da beleza, do aspecto sublime, constituem um ponto inflexivo na história da música.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!   

Orlande de Lassus (1532-1594) -

DISCO 01


01. Penitential Psalm No.1 (14:10)
02. Penitential Psalm No.2 (19:02)
03. Penitential Psalm No.3 (27:24)
04. Laudate Psalms (11:13)

DISCO 02


01. Penitential Psalm No.4 (20:55)
02. Penitential Psalm No.5 (25:38)
03. Penitential Psalm No.6 (8:56)
04. Penitential Psalm No.7 (15:12)

Henry's Eight
Jonathan Brown, diretor

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

terça-feira, 1 de abril de 2025

Claude Debussy (1862-1918) - Prélude à l'après-midi d'un faune, L. 86, Nocturnes, L. 98 e Images, L. 122

Já tive dificuldades em ouvir Debussy. Não gostava do sabor da sua música. Hoje, tenho uma admiração desmedida por suas composições. Ainda bem. Amadurecemos. Evoluímos. O universo é muito generoso com a gente. Se não fosse assim, perderíamos a oportunidade de perceber, de crescer, de atentar para fatos e fenômenos. Aprendi a gostar das paisagens, das imagens sinestésicas do compositor. Foi justamente por causa dessa característica, que o compositor revolucionou a linguagem harmônica do século XX.

Neste disco, encontramos três de suas obras orquestrais mais representativas. Faltou só “La Mer” para ficar completo. A primeira delas é “Prélude à l'après-midi d'un faune”, composta em 1894. A obra foi inspirada em poema homônimo de Stéphane Mallarmé. O que chama atenção é a atmosfera sensual e onírica que a obra procura retratar. A melodia conduzida pela flauta que abre a obra cria um cenário de languidez e mistério, enquanto a orquestração rica em cores vai criando as imagens sensuais do poema. Sua linguagem inovadora.

A segunda obra do disco é “Nocturnes”, escrita para orquestra e coro feminino. Cada movimento explora uma atmosfera diferente. É uma obra de grande beleza, de emblemática leveza; há uma riqueza nas texturas. O próprio compositor escreveu a respeito: “O título Noturnos deve ser entendido aqui em um sentido geral e, sobretudo, decorativo. Não se trata, portanto, da forma usual de um noturno, mas das várias impressões e efeitos especiais da luz que a palavra sugere. Nuages (“nuvens”) evoca o aspecto imutável do céu com o movimento lento e melancólico das nuvens, que se dissolvem em tons de cinza com leves toques de branco.  Fêtes (“festas”) trazem o ritmo vibrante, dançante da atmosfera, com lampejos súbitos de luz. Há também o episódio da procissão (uma visão deslumbrante, quimérica), que passa pela cena festiva e se mistura com ela. Mas o pano de fundo permanece sempre o mesmo: o festival com sua mistura de música e poeira luminosa participando do ritmo geral. Sirènes (“sereias”) nos mostra o mar com seus incontáveis ritmos e então, dentre as ondas prateadas pela luz da lua, ouve-se o canto misterioso das Sereias que riem e vão embora”. Os “Noturnos” são do ano de 1899.

A terceira obra do disco é “Images”, escrita entre os anos de 1905 e 1912. É uma obra cuja estrutura é bem audaciosa. Debussy procura explorar um universo sonoro com melodias escocesas (“Gigues”), com a exuberância das cores da música espanhola (“Iberia”) e a leveza primaveril (“Rondes de printemps”).

As três obras são demonstrações da genialidade do compositor. Elas foram responsáveis promover uma revolução na música do século XX. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Claude Debussy (1862-1918) -

01 - Debussy_ Prélude à l'après-midi d'un faune, L. 86
02 - Debussy_ Nocturnes, L. 98_ I. Nuages
03 - Debussy_ Nocturnes, L. 98_ II. Fêtes
04 - Debussy_ Nocturnes, L. 98_ III. Sirènes
05 - Debussy_ Images, L. 122_ I. Gigues
06 - Debussy_ Images, L. 122_ II. Ibéria
07 - Debussy_ Images, L. 122_ III. Rondes de printemps

Royal Concertgebouw Orchestra
Bernard Haitink, regente
Mariss Jansons, regente

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!