domingo, 2 de novembro de 2025

Klaus Tennstedt - The Great EMI Recordings - Beethoven & Brahms (CDs 1, 2, 3 & 4 de 14)

Adoro essas caixas que fazem um apanhado da obra de certos artistas. No caso em questão, encontramos nesta postagem, 14 discos sob a regência do maestro alemão Klaus Tennstedt, nascido em 1926 e morto em 1998. O regente ficou conhecido pelo trabalho realizado à frente da Filarmônica de Londres; todavia, ele regeu outras orquestras importantes da Europa e dos Estados Unidos. Destaques: Orquestra Sinfônica de Chicago, Orquestra da Filadélfia, Metropolitan Opera House e Filarmônica de Nova York.

Tennstedt ficou conhecido ficou conhecido como o "O maestro da alta voltagem" pela intensidade com que regia. Ele esteve à frente da Filarmônica de Londres entre os anos de 1976 a 1987 e realizou ciclos extraordinários. Destacam-se, por exemplo, suas gravações de Mahler. Neste disco, temos um conjunto bem amplo de compositores. Sua especialidade além de Mahler - Bruckner, Wagner e Beethoven. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

DISCO 01

01 - Symphony No. 3 in E flat major (-Eroica-), Op. 55- I. Allegro con brio
02 - Symphony No. 3 in E flat major (-Eroica-), Op. 55- II. Marcia funebre- Adagio...
03 - Symphony No. 3 in E flat major (-Eroica-), Op. 55- III. Scherzo- Allegro vivace
04 - Symphony No. 3 in E flat major (-Eroica-), Op. 55- IV. Finale- Allegro molto
05 - Die Geschöpfe des Prometheus (The Creatures of Prometheus), ballet, Op. 43- O...
06 - Coriolan Overture, Op. 62
07 - Egmont, incidental music, Op. 84- Overture

DISCO 02

01 - Symphony No. 6 in F major ('Pastoral'), Op. 68 I. Allegro ma non troppo. Awa...
02 - Symphony No. 6 in F major ('Pastoral'), Op. 68 II. Andante molto mosso. Scen...
03 - Symphony No. 6 in F major ('Pastoral'), Op. 68 III. Allegro. Peasants' Merry...
04 - Symphony No. 6 in F major ('Pastoral'), Op. 68 IV. Allegro. The Storm
05 - Symphony No. 6 in F major ('Pastoral'), Op. 68 V. Allegretto. Shepherd's Hym...
06 - Symphony No. 8 in F major, Op. 93 I. Allegro vivace e con brio
07 - Symphony No. 8 in F major, Op. 93 II. Allegretto scherzando
08 - Symphony No. 8 in F major, Op. 93 III. Tempo di menuetto
09 - Symphony No. 8 in F major, Op. 93 IV. Allegro vivace
10 - Fidelio, overture, Op. 72c

DISCO 03

01 - Symphony No.1 in C minor op.68 - I. Un poco sostenuto - Allegro - Meno allegro
02 - Symphony No.1 in C minor op.68 - II. Andante sostenuto
03 - Symphony No.1 in C minor op.68 - III. Un poco allegretto e grazioso
04 - Symphony No.1 in C minor op.68 - IV. Adagio - Più andante - Allegro non tropp...
05 - Ein deutsches Requiem op.45 - I. Selig sind, die da Leid tragen
06 - Ein deutsches Requiem op.45 - II. Denn alles Fleisch, es ist wie Gras

DISCO 04

01 - A German Requiem III. Herr, Lehr Doch Mich
02 - A German Requiem IV. Wie Lieblich Sind Deine Wohnungen
03 - A German Requiem V. Ihr Habt Nun Trauigkeit
04 - A German Requiem VI. Denn Wir Haben Hie Keine Bleibende Statt
05 - A German Requiem VII. Selig Sind Die Toten
06 - Schicksalslied, Op. 54

London Philharmonic Orchestra
London Philharmonic Choir
BBC Symphony Chorus

Klaus Tennestedt, regente 

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sábado, 1 de novembro de 2025

Ignaz Pleyel (1757-1831) - String Quartet in D major, Ben 337, String Quartet in F major, Ben 338 e String Quartet in G major, Ben 339 - vol. 3

Este é o terceiro disco com os refinados quartetos de cordas de Ignaz Pleyel.  Aparecem mais três. Vale resgatar que Pleyel foi um dos mais importantes e famosos compositores do seu tempo. Os três quartetos que aqui surgem foram escritos em um período de maturidade criativa, por isso é possível notar o equilíbrio, a clareza e o senso de proporção dessas composições.

Discípulo de Haydn, o compositor conseguiu assimilar as qualidades naturais do mestre, todavia conseguiu desenvolver uma linguagem própria - nota-se uma linguagem mais galante e acessível e um diálogo transparente de cada instrumento nessas obras. 

O Quarteto em Ré maior (Ben 337), por exemplo, é uma verdadeira joia de elegância. Ele abre com uma atmosfera luminosa e repleta de vitalidade. Já Quarteto em Fá maior (Ben 338) possui um tom mais intimista. O compositor privilegia intenções mais líricas, explorando contrastes sutis e um humor elegante. E, finalmente, o Quarteto em Sol maior (Ben 339) possui uma escrita mais ousada; o compositor imprime mudanças inesperadas e algumas passagens de grande vivacidade.

Ou seja, é um disco em que a elegância, a beleza da música vienense podem ser percebidas. Pleyel nasceu um ano depois de Mozart e treze anos antes de Beethoven. Mas viveu mais que os dois. Por exemplo, viveu quarenta anos a mais que Mozart e quatro anos a mais que Beethoven. Pôde perceber mudanças que Mozart não testemunhou e, assim, absorver transformações. Não deixe de ouvir esses discos. Uma boa apreciação!    

Ignaz Pleyel (1757-1831) - 

01 - 1Streichquartett D-Dur Ben 337 - 1. Allegro
02 - 2Streichquartett D-Dur Ben 337 - 2. Amoroso
03 - 3Streichquartett D-Dur Ben 337 - 3. Rondo Presto
04 - 4Streichquartett F-Dur Ben 338 - 1. Allegro moderato
05 - 5Streichquartett F-Dur Ben 338 - 2. Variazione moderato
06 - 6Streichquartett g-Moll Ben 339 - 1. Allegro
07 - 7Streichquartett g-Moll Ben 339 - 2. Adagio non troppo
08 - 8Streichquartett g-Moll Ben 339 - 3. Allegro moderato - Meenuetto cantabile - Allegro

Pleyel Quartett Köln 

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Maurice Ravel (1875-1937) - Piano Trio, M. 67 e Dmitri Shostakovich (1906-1975) - Piano Trio No. 2 in E Minor, Op. 67

Extraído do encarte do disco:

O trio para piano de Maurice Ravel nasceu sob a sombra de uma guerra que se insinuava em sua criação. Ainda assim, seus primeiros movimentos foram concebidos em um cenário o mais distante possível do conflito. No início do verão de 1914, Ravel vivia um de seus períodos mais felizes, passando férias com o amigo Alexandre Benois na cidade basca de Saint-Jean-de-Luz, no Atlântico, a poucos metros de Ciboure, onde nascera.

Diz-se que foi ao observar vendedores de sorvete dançando um fandango na praça que Ravel encontrou o primeiro tema de seu Trio em Lá maior — um tema que ele acreditava, erroneamente, ser de origem basca. A reflexão do compositor russo Dmitri Shostakovich sobre o “espírito popular na arte” ajuda a compreender o que Ravel buscava: “Ser popular em espírito”, escreveu o russo, “não significa recorrer a melodias folclóricas, mas estar intrinsecamente ligado à herança clássica do povo, até suas maiores realizações na sinfonia e na ópera.”

Ravel dominava essa arte de entrelaçar o universo musical popular às tradições eruditas — como demonstrou de forma impressionante em Chansons Madécasses. No movimento Pantoum, Assez vif, ele funde uma complexa forma poética malaia à música, estrutura que exige duas ideias distintas capazes de coexistir em alternância e em combinação. A elas, o compositor acrescenta um terceiro tema lírico, ampliado, que une o centro do movimento.

A eclosão repentina da Primeira Guerra Mundial abalou profundamente o músico. Ao regressar a Paris, o frágil Ravel tentou, em vão, alistar-se, recorrendo a todos os contatos possíveis: “Sei que, ao compor, trabalho pela nação... mas isso não é consolo”, desabafou. Acelerou, então, o trabalho no trio, determinado a concluí-lo antes de servir o país. Embora não haja registros precisos da ordem de composição dos movimentos, é provável que o peso da guerra tenha influenciado a Passacaille, Très large — um vasto arco melódico que, sem repetir rigorosamente seu tema, revela o domínio estrutural de Ravel, como também se vê em Boléro e La Valse.

O Finale, Animé confirma o talento do compositor como orquestrador, ampliando os limites tímbricos do trio para piano — embora o próprio Ravel duvidasse de que os intérpretes conseguissem sempre captá-los plenamente. Se há uma dimensão política na segunda metade da obra, ela se manifesta como um tributo vibrante à “União Sagrada” do governo francês.

Décadas depois, em 1944, Shostakovich iniciava seu Segundo Trio para Piano, Op. 67, em um contexto igualmente marcado pela guerra — e pela perda pessoal. O trio se abre com três vozes em contraponto, entre elas as notas agudas e etéreas do violoncelo, lembrando o choro de uma criança. A melancolia tem origem concreta: o compositor trabalhava na peça logo após a morte repentina de seu grande amigo Ivan Sollertinsky.

O impetuoso Allegro con brio, no entanto, reflete a ligação que Shostakovich via entre vitória militar e força cultural. Depois de dois outubros enfrentando o cerco alemão em Moscou e Leningrado, ele escreveu: “Nada enche mais meu coração de orgulho que o estrondo dos canhões saudando nossa capital. Jamais o prestígio das forças armadas russas foi tão grande.” Ao mesmo tempo, exaltava o florescimento da música de câmara e o vigor da produção musical das repúblicas soviéticas não russas.

Os movimentos finais do trio mergulham em um clima de desolação. O Largo começa com oito acordes fúnebres ao piano, sobre os quais violino e violoncelo dialogam em lamento. Enquanto compunha, Shostakovich tinha plena consciência das atrocidades nazistas durante a retirada alemã. O Allegretto–Adagio final evoca uma dança judaica da morte, símbolo de redenção no hassidismo. A desesperança permeia o tecido da música: a dança se expande e, em mais de trezentos compassos, desce gradualmente em tonalidade, como se a vida se extinguisse.

Os temas dançantes retornariam depois no Quarteto nº 8, sobrepostos às iniciais do compositor — D–E♭–C–B (D–Es–C–H). Nesse trio, Shostakovich não apenas expressa empatia pela tragédia judaica: ele se identifica como um deles. Quando o som se apaga e a dança se desfaz, o que resta é a lembrança — os acordes fúnebres do Largo, agora ampliados pelo choro harmônico do início.

01. Ravel- Piano Trio, M. 67- I. Modéré
02. Ravel- Piano Trio, M. 67- II. Pantoum. Assez vif
03. Ravel- Piano Trio, M. 67- III. Passacaille. Très large
04. Ravel- Piano Trio, M. 67- IV. Final. Animé
05. Shostakovich- Piano Trio No. 2 in E Minor, Op. 67- I. Andante - Moderato
06. Shostakovich- Piano Trio No. 2 in E Minor, Op. 67- II. Allegro con brio
07. Shostakovich- Piano Trio No. 2 in E Minor, Op. 67- III. Largo
08. Shostakovich- Piano Trio No. 2 in E Minor, Op. 67- IV. Allegretto - Adagio

Ibuki Trio 

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sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Félix Mendelssohn (1809-1847) - Symphony No. 4 in A Major, Op. 90, MWV N 16 - "Italian" e Symphony No. 5 in D Minor, Op. 107, MWV N 15 - "Reformation"

Terceiro disco com as sinfonias de Mendelssohn. Para muitos, essas são as duas sinfonias mais expressivas do compositor. Minha preferida é a "Italiana", trabalho cuja inspiração nasceu após uma viagem à Itália das planícies ensolaradas. A "Italiana" foi composta em 1833. Ela reflete a admiração do compositor pela paisagem, pela arte, pela história e pelo espírito do povo italiano. Ao compô-la, escreveu para a sua irmã Fanny: "É a peça mais alegre que já escrevi"; e, de fato, ela é uma obra celebrativa. 

Logo no primeiro movimento, um Allegro vivace em ritmo contagiante, a música parece respirar o ar de Roma e Nápoles: uma torrente de luz e movimento, de pura celebração da vida. O Andante con moto traz um contraste meditativo, como uma procissão religiosa vista de longe, e o Menuetto evoca um baile elegante de corte. Mas é no Saltarello final, inspirado em danças folclóricas italianas, que Mendelssohn alcança o auge da energia rítmica — uma alegria que não termina, mas se dissolve no próprio gesto musical. 

Já a Sinfonia No. 5 possui um atmosfera completamente diferente. Enquanto a "Italiana" ocupa-se com a beleza externa do país soberbo que visitara, a sinfonia "A Reforma" se volta para a interioridade da fé. Ela foi composta em 1830 para celebrar os 300 anos da Confissão de Augusburgo, documento fundador do luteranismo. Observa-se o quanto o compositor era ligado à tradição da sua família e do seu país.

A sinfonia abre com um Andante – Allegro con fuoco dominado por uma tensão espiritual: o conflito entre fé e dúvida. O segundo movimento, um Allegro vivace, oferece leveza pastoral, enquanto o terceiro — um Andante de serenidade quase mozartiana — prepara o terreno para o grandioso final. É então que surge o coral “Ein feste Burg ist unser Gott” (“Castelo forte é nosso Deus”), hino símbolo da Reforma, tratado por Mendelssohn com nobreza e solenidade. A música se ergue como uma catedral sonora - uma profissão de fé transformada em arte. É belíssimo!

E a propósito, hoje, 31 de outubro, faz 508 anos que o monge agostiniano Martinho Luterano fincou as suas famosas 95 Teses, nas portas da Catedral da cidade de Wintenberg, na Alemanha, iniciando um movimento cuja consequência seria o surgimento do protestantismo. 

Não deixe de ouvir esse bonito disco. Uma boa apreciação! 

Félix Mendelssohn (1809-1847) - 

01 - Symphony No. 4 in A Major, Op. 90, MWV N 16 _Italian__ I. Allegro vivace
02 - Symphony No. 4 in A Major, Op. 90, MWV N 16 _Italian__ II. Andante con moto
03 - Symphony No. 4 in A Major, Op. 90, MWV N 16 _Italian__ III. Con moto moderato
04 - Symphony No. 4 in A Major, Op. 90, MWV N 16 _Italian__ IV. Saltarello. Presto
05 - Symphony No. 5 in D Minor, Op. 107, MWV N 15 _Reformation__ I. Andante - Allegro con fuoco
06 - Symphony No. 5 in D Minor, Op. 107, MWV N 15 _Reformation__ II. Allegro vivace
07 - Symphony No. 5 in D Minor, Op. 107, MWV N 15 _Reformation__ IIIa. Andante
08 - Symphony No. 5 in D Minor, Op. 107, MWV N 15 _Reformation__ IIIb. Recitativo
09 - Symphony No. 5 in D Minor, Op. 107, MWV N 15 _Reformation__ IV. Andante con moto - Allegro viva

NDR Radiophilharmonie

Andrew Manze, regente 

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quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Charles Koechlin (1867-1950) - Symphony No. 1, Op. 57bis, Au loin, Op. 20 No. 2 & 3 Mélodies, Op. 17

Texto abaixo extraído daqui.

Charles Koechlin, filho de pais alsacianos, nasceu em Paris a 27 de novembro de 1867. Ingressando na Escola Politecnica de Paris em 1887, abandonava os estudos dois anos depois para consagrar-se inteiramente à musica. 

De 1890 a 1898 foi aluno do Conservatorio de Paris, onde estudou harmonia com Taudou, contraponto, fuga e composição com Massenet e Gédalge. Posteriormente, foi aluno de Gabriel Fauré, ao mesmo tempo que Ravel, Roger-Ducasse, Ladmirault e outros.

As primeiras composições de Koechlin datam de 1900. Nesse ano apareceu um volume, publicado pela editora Baudoux, contendo dez melodias de dez diferentes autores, todos eles desconhecidos ainda do grande publico francês: Pierre de Bréville, Chausson, Vincent d'Indy, Alexandre Georges, Georges Guiraud, Georges Hue, Ernest Le Grand, Guy Ropartz, Duprac e Charles Koechlin.

Koechlin ali aparecia com uma melodia, "Le Thé", com versos de Banville. O compositor já demonstrava nessa obra uma personalidade marcante.

Seguem-se depois muitas outras obras, Koechlin mostrava-se um compositor seguro, prolífico. Escreveu varias melodias, coros, ensaios sinfônicos, obras dramáticas e estudos de toda espécie.
Sendo pobre, não dispondo de recursos próprios para dar maior expansão à sua vontade criadora, Koechlin resolve, depois de 1914, dedicar-se ao ensino para ganhar a vida. Esse tempo de professorado, segundo revela o próprio musicista, foi-lhe muito útil. Teve tempo para aperfeiçoar consideravelmente sua arte. Para aprender melhor, nada como ensinar os outros. Escreveu nesse período numerosas peças de musica de câmara e outras para orquestra, fugas, corais e a lista de suas diversas composições é interminável.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Charles Koechlin (1867-1950) - 

01. Koechlin: Au loin, Op. 20 No. 2 (8:27)
02. Koechlin: Symphony No. 1, Op. 57bis: I. Adagio (14:14)
03. Koechlin: Symphony No. 1, Op. 57bis: II. Scherzo (9:04)
04. Koechlin: Symphony No. 1, Op. 57bis: III. Andante (5:19)
05. Koechlin: Symphony No. 1, Op. 57bis: IV. Finale (15:15)
06. Koechlin: 3 Mélodies, Op. 17 (Arr. for Voice & Orchestra by Robert Orledge): No. 1, Le colibri (3:34)
07. Koechlin: 3 Mélodies, Op. 17 (Arr. for Voice & Orchestra by Robert Orledge): No. 2, La prière du mort (3:38)
08. Koechlin: 3 Mélodies, Op. 17 (Arr. for Voice & Orchestra by Robert Orledge): No. 3, Epiphanie (5:02)

Württembergische Philharmonie Reutlingen
Patricia Petibon, soprano
Ariane Matiakh, regente 

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Félix Mendelssohn (1809-1847) - Symphony No. 2 in B-Flat Major, Op. 52, MWV A 18 - "Lobgesang"

 

A Sinfonia No. 2, de Mendelssohn, entre as cinco que o compositor escreveu, talvez, seja a que menos escutei. Não é por que eu não goste dela. Na verdade, sempre dou prioridade às três últimas escritas pelo alemão. A Número 2 é um trabalho com mais de uma hora de duração. Não possui a forma tradicional de uma sinfonia. Há os três primeiros movimentos orquestrais e, a partir do quarto, surge um poderoso coral. 

Terminada em 1840, a obra foi composta para celebrar o quadrigentésimo aniversário da invenção da prensa de Gutenberg, uma das criações mais revolucionárias da história. Pode-se dizer que a modernidade está ligada aos tipos móveis criados por Gutenberg. Mendelssohn assumiu essa tarefa, mas sentia inseguro quanto ao fluxo de criação.

Desse modo, escreveu a Sinfonia No. 2, conhecido em alemão como “Lobgesang” (“Cântico de louvor”). Trata-se de um dos trabalhos mais executados enquanto o compositor estava vivo. Ela é a declaração de fé no gênio humano. É uma obra essencialmente romântica. O compositor assume no trabalho dotes beethonveanos. Mendelssohn procurou conciliar poesia e música e o resultado foi uma ‘sinfonia coral’.

Fincado na tradição luterana, Mendelssohn utilizou citações bíblicas e trechos de um hino protestante famoso em sua época e, a partir disso, criou três temas: o louvor a Deus, a fidelidade de Deus para com aqueles que esperam em Seu nome e a ascensão do povo de Deus da escuridão para a luz. O resultado é a força, o louvor, a gratidão, manifestando a fé humana na providência poderosa do Criador. O resultado é belíssimo.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Félix Mendelssohn (1809-1847) - 

01 - Symphony No. 2 in B-Flat Major, Op. 52, MWV A 18 _Lobgesang__ Ia. Sinfonia - Maestoso con moto
02 - Symphony No. 2 in B-Flat Major, Op. 52, MWV A 18 _Lobgesang__ Ib. Sinfonia - Allegretto un poco
03 - Symphony No. 2 in B-Flat Major, Op. 52, MWV A 18 _Lobgesang__ Ic. Sinfonia - Adagio religioso
04 - Symphony No. 2 in B-Flat Major, Op. 52, MWV A 18 _Lobgesang__ IIa. Alles was Odem hat, lobe den
05 - Symphony No. 2 in B-Flat Major, Op. 52, MWV A 18 _Lobgesang__ IIb. Lobe den Herrn, meine Seele
06 - Symphony No. 2 in B-Flat Major, Op. 52, MWV A 18 _Lobgesang__ III. Saget es, die ihr erlöst sei
07 - Symphony No. 2 in B-Flat Major, Op. 52, MWV A 18 _Lobgesang__ IV. Sagt es, die ihr erlöst seid
08 - Symphony No. 2 in B-Flat Major, Op. 52, MWV A 18 _Lobgesang__ V. Ich harrete des Herrn
09 - Symphony No. 2 in B-Flat Major, Op. 52, MWV A 18 _Lobgesang__ VI. Stricke des Todes hatten uns
10 - Symphony No. 2 in B-Flat Major, Op. 52, MWV A 18 _Lobgesang__ VII. Die Nacht ist vergangen
11 - Symphony No. 2 in B-Flat Major, Op. 52, MWV A 18 _Lobgesang__ VIII. Nun danket alle Gott
12 - Symphony No. 2 in B-Flat Major, Op. 52, MWV A 18 _Lobgesang__ IX. Drum sing ich mit meinem Lied
13 - Symphony No. 2 in B-Flat Major, Op. 52, MWV A 18 _Lobgesang__ X. Ihr Völker! bringet her dem He

NDR Radiophilharmonie
NDR Chor
WDR Rundfunkchor
Andrew Manze, regente  

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quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Félix Mendelssohn (1809-1847) - Symphonie No. 1 in C minor, Op. 11 e Symphony No. 3 in A minor, Op. 56 - "Scottish"

Mendelssohn foi um indivíduo bastante privilegiado. Filho de uma família rica e influente, desde muito cedo, teve contato com um ambiente de reflexões profundas e o que havia de mais sofisticado do ponto de vista intelectual. Começou a compor ainda muito jovem. Suas primeiras obras datam de um período em que ele havia saído da infância.

É o que acontece, por exemplo, com as duas obras que se encontram neste disco. A Sinfonia No. 1 foi escrita quando o compositor tinha apenas 15 anos de idade. É um trabalho cujo tributo aos mestres – Haydn, Mozart e Beethoven – é perceptível. O primeiro movimento irrompe com energia e tensão; o segundo, de ternura quase mozartiana, contrasta com o scherzo vivo e espirituoso; e o finale deixa transparecer a ousadia de um adolescente que dialoga com gigantes sem medo. É música que vibra, cheia de brilho e de uma urgência juvenil que Mendelssohn, mais tarde, deixaria para trás.

Já a Sinfonia No. 3, também conhecida como “Escocesa”, foi escrita entre os anos de 1829 e 1842. É um trabalho em que se pode perceber o amadurecimento do compositor. A inspiração de Mendelssohn surgiu após uma épica viagem que realizou à Escócia. As paisagens, o clima, a história, os monumentos, mexeram com a imaginação do compositor alemão. Ele voltou de lá com a certeza de que algo grandioso havia acontecido em sua interioridade. Apesar do tempo que levou para ser escrita, as imagens e evocações do país permaneceram na memória do compositor. Tanto é assim, que Mendelssohn faz da orquestra um instrumento de narração para criar imagens belíssimas.

A introdução sombria evoca ruínas e névoas; o allegro seguinte, vigoroso e dramático, parece conter ecos de gaitas e tambores distantes. O movimento lento, de uma melancolia transparente, e o final triunfante compõem uma jornada quase cinematográfica antes do cinema existir. É o romantismo em sua forma mais elegante — sentimental, mas nunca excessivo. Ou seja, a “Escocesa” é a presença do romantismo profundo na produção do compositor.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Félix Mendelssohn (1809-1847) - 

01 - I. Allegro molto
02 - II. Andante
03 - III. Menuetto. Allegro molto - Trio
04 - IV. Allegro con fuoco
05 - I. Andante con molto - Allegro un poco agitato
06 - II. Vivace non troppo
07 - III. Adagio
08 - IV. Allegro vivacissimo

NDR Radiophilharmonie
Andrew Manze, regente 

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terça-feira, 28 de outubro de 2025

Modest Musorgsky (1839-1881) - Pictures From an Exhibition e Maurice Ravel (1875-1937) - Tableaux D`une Exposition

Reconhecido atualmente como o grande gênio do nacionalismo musical russo, Mussorgsky teve uma vida profissional difícil. Trabalhou como pianista acompanhador de músicos medíocres e foi funcionário de repartições que o impediam de dedicar-se com regularidade à composição. Muito sensível e afetivo, viveu atormentado por problemas nervosos que se agravaram quando buscou refúgio emocional na bebida. A valorização de sua obra só aconteceu postumamente, principalmente pela influência de dois grandes admiradores franceses. Debussy, mediante entusiástico artigo de 1901, chamou a atenção para a originalidade de Mussorgsky. Quanto a Ravel, o êxito de sua versão para os Quadros de uma exposição (feita em 1922) consagrou o feliz encontro da genialidade criativa do compositor russo com o talento do mais admirável orquestrador moderno.

Mussorgsky escreveu a partitura para piano sob o impacto da visita à exposição póstuma do pintor e arquiteto Viktor Hartmann. Sobre esboços e aquarelas do amigo falecido construiu uma suite de contrastantes sugestões expressivas – poéticas, realistas, humorísticas ou melancólicas.

Uma breve melodia – Promenade – serve de introdução e intermezzi para os quadros. Com sua estrutura pentatônica e arcaica alternância rítmica, constitui um autorretrato sonoro do compositor, como se ele próprio abrisse a exposição e conduzisse o ouvinte de uma aquarela para outra. Na orquestração de Ravel, um trompete solista anuncia solenemente esse tema inicial que reaparece no coro de metais, nas madeiras, nas cordas e, finalmente, em toda a orquestra.

O primeiro quadro, Gnomo, representa um velho anão corcunda e desajeitado, marchando sobre pernas deformadas. Mussorgsky ilustrou-o por meio de saltos intervalares abruptos e rápidas mudanças de acento e dinâmica. Ravel realça as cordas graves, os trombones e a percussão. A repetição da seção intermediária apresenta insólita combinação instrumental – celesta, clarinete-baixo e tímidas violas em glissando.

No segundo quadro, O velho castelo, sobre um ritmo monótono e persistente, ouve-se uma melodia de caráter eslavo, antiga balada entoada por algum trovador medieval. Ravel confia a melodia principal ao saxofone, que paira sobre a delicadeza das cordas em surdina.

Crianças brincam no parque parisiense das Tuileries. Mussorgsky explora as regiões agudas do teclado. Ravel dá às madeiras – principalmente flautas e clarinetes – a oportunidade de soarem leves e, ao mesmo tempo, incisivas.

Bydlo (Gado) apresenta uma velha carroça puxada por bois, usada nas fazendas polonesas. Suas rodas enormes rangem em marcação rítmica constante e pesada. Mussorgsky faz o veículo se arrastar até o ouvinte para depois desaparecer a distância, explorando os graves do piano. Ravel usa a percussão de maneira exuberante.

A próxima ilustração de Hartmann apresenta um figurino para o Bailado dos pintinhos em suas cascas de ovos, do coreógrafo Marius Petipa. O inusitado assunto sugeriu aos compositores recursos paródicos – Mussorgsky elabora um pequeno estudo de trilos e escalas cromáticas ascendentes, enquanto Ravel explora os sopros de maneira bem-humorada, até um “gorjeio” final.

Pouco antes de sua morte, Hartmann presenteara o amigo compositor com esboços a lápis retratando dois judeus poloneses, um rico, outro pobre. Mussorgsky os emprestou para o organizador da exposição, que deu nomes fictícios aos personagens – Samuel Goldberg e Schmuyle. Mussorgsky montou esta seção trabalhando sonoramente a oposição das duas figuras arquetípicas. Dois elementos básicos – contrastantes e divergentes – são apresentados sucessivamente e, depois, colocados em justaposição. A orquestração de Ravel também explora o dualismo – o discurso imperioso do homem rico é retratado no uníssono das cordas, enquanto os lamentos do pobre Schmuyle concretizam-se no uso do trompete com surdina. Melismas evocam os tradicionais cantos judaicos.

O compositor francês elimina aqui o retorno do tema Promenade, conduzindo o ouvinte diretamente para O mercado de Limoges, aquarela em que vendedoras aparecem discutindo furiosamente com os fregueses. A agitação é captada por Mussorgsky através de brilhantes agregados sonoros e pela vertiginosa sucessão de várias tonalidades.

O catálogo original da exposição assim descreve o próximo quadro: “no interior das Catacumbas, à luz de uma lanterna, aparecem retratados o próprio Hartmann, um amigo e um guia”. Acordes estáticos e repletos de dissonâncias expressivas mantêm tenso o clima de mistério. Outra seção, Com os mortos numa língua morta, introduzida quase sem pausa, apresenta a melodia da Promenade transfigurada em triste lamento sobre trêmulos de oitavas.

No desenho A cabana de Baba-Yaga sobre pés de galinha, Hartmann evoca a magia do folclore russo. Baba-Yaga é a feiticeira que habita um excêntrico relógio em forma de cabana, construído segundo antigos modelos orientais e pousado sobre pés de galinha. Apesar da graciosa aparência de sua casa, a temível bruxa tem o hábito de triturar suas vítimas com um pilão. A música de Mussorgsky começa furiosamente. Curtos ornamentos levam ao diabólico tema da feiticeira, melodicamente imprevisível e acompanhado de harmonias ameaçadoras.

Dentro do imponente estilo renascentista russo, Hartmann idealizara A grande porta de Kiev, comemorativa da libertação do czar Alexandre II das mãos de seus assassinos. Mussorgsky aproveitou-se da grandiosidade do projeto para transformar a melodia da Promenade em majestoso hino, construído com magnificência arquitetônica. Na abertura, um tema litúrgico apoia-se em maravilhoso efeito de sinos no registro grave do piano. O clamor da multidão avoluma-se pouco a pouco, até que a porta se fecha majestosamente, cortando o tumulto e isolando os inimigos. Do ponto de vista orquestral, Ravel usa praticamente todos os instrumentos reunidos, mas organiza-os em planos tímbricos diferenciados, construindo camadas de sonoridades esplendorosas.

Extraído daqui.  

01 - Promenade
02 - I - Gnomus
03 - Promenade
04 - Il - Vecchio Castello
05 - Promenade
06 - III - Tuileries
07 - IV - Bydlo
08 - Promenade
09 - V - Ballet of the Chickens in their Shells
10 - VI - Two Polish Jews, one rich, one poor
11 - VII - Limoges - The Market Place
12 - VIII - Catacombae - Sepulchrum Romanum
13 - Cum Mortuis in Lingua Mortua
14 - The Hut on Fowl's Legs
15 - The Great Gate of Kiev
16 - Claude Debussy - Ravel  Danse - Tarantelle Styrienne
17 - Claude Debussy - Ravel  Sarabande - pour le piano 
18 - Maurice Ravel  Aderaide - I. Modere
19 - Maurice Ravel  Aderaide - II. Assez lent
20 - Maurice Ravel  Aderaide - III. Modere
21 - Maurice Ravel  Aderaide - IV. Anime
22 - Maurice Ravel  Aderaide - V. Presque lent
23 - Maurice Ravel  Aderaide - VI. Assez vif
24 - Maurice Ravel  Aderaide - VII. Moins vif
25 - Maurice Ravel  Aderaide - VIII. Epilogue; Lent

Orchestre National de France

Eliahu Inbal, regente 

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segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Jazz - Wes Montgomery (1923-1968) - So Much Guitar! (1961)

O disco "So Much Guitar" foi lançado pela Riverside, em 1961. Gravado com um quinteto de primeira linha — Hank Jones (piano), Ron Carter (baixo), Lex Humphries (bateria) e Ray Barretto (congas) — o disco é uma aula de equilíbrio entre virtuosismo e lirismo. Wes alterna passagens de uma fluidez quase vocal com frases ritmicamente ousadas, construindo solos que parecem conversar com a própria melodia. 

A abertura com “Twisted Blues”, composição autoral, já revela o domínio de Montgomery sobre o swing e o blues, enquanto temas como “While We’re Young” e “I Wish I Knew” mostram seu lado mais introspectivo e elegante. Há espaço também para o repertório bebop, em interpretações cheias de energia e sofisticação harmônica. 

O uso característico dos acordes em bloco e a técnica de tocar com o polegar — que dá ao som uma suavidade única — fazem de So Much Guitar! um retrato fiel do estilo que o tornaria uma lenda. O álbum é, ao mesmo tempo, acessível e profundo: cada faixa convida à escuta atenta, mas também flui com naturalidade mesmo para quem se aproxima do jazz pela primeira vez. 

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Wes Montgomery (1923-1968) - 

01 - Twisted Blues
02 - Cotton Tail
03 - I Wish I Knew
04 - I'm Just A Lucky So And So
05 - Repetition
06 - Somethin' Like Bags
07 - While We're Young
08 - One For My Baby

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Sergei Prokofiev (1891-1953) - Complete Works for Cello and Piano

Texto extraído do encarte do disco:

"Gravado no Pequeno Salão do Conservatório de Moscou — espaço onde grande parte da obra de Prokofiev foi ouvida pela primeira vez —, este álbum surpreende pela amplitude de estilos representados, do romantismo juvenil da Balada às dissonâncias angulosas de Chout, culminando na elegia inacabada da Sonata para Violoncelo Solo. Com o apoio da pianista Tatyana Lazareva, de toque marcante e personalidade própria, Alexander Ivashkin oferece um recital que supera em intensidade e coesão o programa similar lançado anteriormente pelo selo Ode, onde o acompanhamento ao piano era mais contido. Embora aquele disco anterior incluísse o movimento do Concertino na versão para quinteto de violoncelos de Rostropovich, a ausência da transfiguração de Chout faz com que a coletânea da Chandos se destaque como proposta mais completa.

O programa se inicia com a conhecida Sonata para Violoncelo e Piano, interpretada de forma refinada e profundamente sentida, com Lazareva conferindo à parte pianística um peso genuinamente russo. A Balada, por sua vez, surge aqui em uma leitura que talvez seja a melhor já registrada dessa obra cada vez mais popular. Ainda que a leitura expansiva de Raphael Wallfisch seja notável, Ivashkin a supera ao contrapor com maestria o lirismo de inspiração oitocentista da introdução à segunda ideia, fantasmagórica e sussurrada até um verdadeiro pianíssimo. No lugar da “Marcha” de O Amor das Três Laranjas, temos uma seleção de Chout arranjada pelo violoncelista russo Roman Sapozhnikov — novamente executada com impecável precisão técnica. A Sonata para Violoncelo Solo encerra o recital, com uma abertura nostálgica interpretada de forma exemplar e uma seção central em ritmo de gavota que revela o senso de humor do intérprete.

Um intérprete de rara musicalidade

Ivashkin, que já assinou gravações notáveis de compositores como Schnittke, Tcherepnin, Gubaidulina e Roslavets, é um músico de lirismo natural. Seu som aveludado e intenso — fruto de um violoncelo Guarneri de 1710 — parece feito sob medida para as melodias pungentes de Prokofiev. Este álbum representa sua segunda incursão pela obra para violoncelo do compositor, após o recital lançado pelo selo Ondine, ao lado do pianista Tamas Vesmas.

O disco abre com a extensa Sonata para Violoncelo e Piano, de 1949, talvez a mais célebre peça do conjunto. Embora o nome de Rostropovich figure inevitavelmente entre as referências, Ivashkin imprime aqui uma personalidade distinta. O início solo, de sonoridade ampla e nobre, anuncia a força expressiva que permeia toda a interpretação. Seu traço mais marcante é o lirismo inato, especialmente evidente nos trechos do segundo movimento (Moderato), que parecem literalmente cantar. As dificuldades técnicas, de extrema exigência, são absorvidas com naturalidade dentro da fluidez geral da execução. A jovem pianista Tatyana Lazareva (nascida em 1977) revela-se parceira à altura — sensível e evocativa quando necessário, vigorosa e afirmativa quando a música exige.

A Balada, em dó menor, impõe-se desde o início com acordes densos e sombrios, condensando toda a angústia e fúria dessa tonalidade. Entre elementos rítmicos vibrantes e um lirismo quase arrebatador, Ivashkin constrói uma narrativa musical em que é fácil perder-se em pura contemplação.

A derradeira obra do programa, a Sonata para Violoncelo Solo, foi a última composição iniciada por Prokofiev em 1952 e deixada incompleta. O musicólogo Vladimir Blok concluiu o primeiro movimento, e a peça foi estreada em 1972 por Natalia Gutman. É uma obra de rara beleza, impregnada de melancolia e introspecção — aspectos que Ivashkin domina com naturalidade, sem deixar de capturar o espírito caprichoso dos trechos mais ágeis. São doze minutos intensos e memoráveis, que encerram o disco de forma comovente.

Antes da Sonata Solo, o álbum ainda oferece três pequenas joias: o Adagio de Cinderela, de lirismo sublime; o Andante do Concertino para violoncelo, quase operístico; e cinco excertos de Chout, que exibem todo o humor ácido e as harmonias espinhosas características de Prokofiev.

Em suma, trata-se de um registro exemplar, tanto pela qualidade artística quanto pela excelência técnica da gravação — um feito notável de todos os envolvidos, e uma das mais inspiradas leituras recentes da obra camerística de Prokofiev".

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Sergei Prokofiev (1891-1953) - 

Sonata for Cello and Piano in C major, Op.119
01. I. Andante grave (11:25)
02. II. Moderato (04:37)
03. III. Allegro ma non troppo (07:59)

04. Ballade in C minor, Op.15 (13:15)

05. Adagio in C major from ballet Cinderella, Op.97 bis (04:36)

06. Andante in G minor (Second movement from the unfinished Cello Concertino, Op.132 (05:58)

Fragments from the ballet 'Chout', Op.21
07. Chout and Choutikha (The Buffoon and Buffooness) (01:40)
08. The Merchant is dreaming (01:44)
09. Choutikha (00:50)
10. The Mechant in despair (02:04)
11. Dance of the Buffoon's daughters (01:06)

12. Sonata for Solo Cello in C sharp minor, Op.134 (Unfinished) (12:25)

Alexander Ivashkin, violoncelo
Tatyana Lazareva, piano 

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domingo, 26 de outubro de 2025

Johannes Brahms (1833-1897) - The 4 Symphonies, Overtures, Violin Concerto & Variations on a Theme by Haydn

Postagem, simplesmente, imperdível. Abaixo, uma excelente artigo da Revista Concerto para conhecer o compositor:

"Johannes Brahms nasceu em 7 de maio de 1833 na cidade portuária de Hamburgo, ao norte da Alemanha, como o segundo dos três filhos do casal Johann Jakob Brahms e Johanna Henrika Christiane Nissen. Foi o pai, um contrabaixista, que lhe passou os primeiros ensinamentos musicais. A partir dos 7 anos, Johannes passou a estudar piano com Otto Cossel, que mais tarde o apresentou a Eduard Marxsen, compositor e regente da Filarmônica de Hamburgo, músico de grande reputação no norte da Alemanha. Foi Marxsen quem iniciou o jovem Brahms na arte e no culto a grandes mestres como Bach, Mozart e Beethoven.

Ao enfatizar o estudo da composição na apreensão de obras de compositores do passado (algo raro até então), Marxsen foi responsável por uma das principais características da obra de Brahms, que é a forte relação com o passado e com a tradição clássica. Por um lado, isso se reflete na abundante produção de sonatas, músicas de câmara, concertos, sinfonias e outros gêneros próprios do Classicismo. Por outro, Brahms notabilizou-se pela oposição a correntes vanguardistas – em especial a música de Franz Liszt e Richard Wagner –, apesar de, no plano pessoal, ter mantido cordial relacionamento com esses compositores.

Antes de deslanchar sua carreira como compositor, Brahms atuou de forma intensa como “músico prático”. Na juventude, batia cartão como acompanhador de cantores numa companhia de marionetes, além de garantir a música e a dança de festividades diversas em um cotidiano atarefado e extenuante. Como compositor, o rigor e a religiosidade com que encarava a criação musical fizeram que destruísse muitas composições e que se escondesse em pseudônimos, tal como o G. W. Marks de uma coleção de peças para piano a quatro mãos.

O ano de 1853 marca um ponto decisivo na vida de Brahms. Ao empreender uma turnê junto com o violinista Eduard Reményi, Brahms amplia sua reputação, além de travar contato com proeminentes personalidades do mundo musical, tais como o violinista Joseph Joachim (para quem posteriormente dedicaria seu Concerto para violino), Liszt e a família Schumann. Robert, o compositor, foi generoso em receber e apadrinhar o jovem artista. Por sua vez, Clara, esposa de Robert e uma das mais aclamadas pianistas profissionais da época, divulgou a criação de Brahms ao inserir as obras dele em seus recitais e suas apresentações, dando início um vínculo que foi muito além das cordialidades musicais".

Texto completo aqui 

Johannes Brahms (1833-1897) - 

01. Symphony No. 1 in C Minor, Op. 68: I. Un poco sostenuto - Allegro (13:58)
02. Symphony No. 1 in C Minor, Op. 68: II. Andante sostenuto (9:19)
03. Symphony No. 1 in C Minor, Op. 68: III. Un poco allegretto e grazioso (4:31)
04. Symphony No. 1 in C Minor, Op. 68: IV. Finale. Adagio (16:41)
05. Symphony No. 3 in F Major, Op. 90: I. Allegro con brio (13:03)
06. Symphony No. 3 in F Major, Op. 90: II. Andante (8:46)
07. Symphony No. 3 in F Major, Op. 90: III. Poco allegretto (6:18)
08. Symphony No. 3 in F Major, Op. 90: IV. Allegro (8:34)
09. Symphony No. 2 in D Major, Op. 73: I. Allegro non troppo (20:02)
10. Symphony No. 2 in D Major, Op. 73: II. Adagio non troppo (9:04)
11. Symphony No. 2 in D Major, Op. 73: III. Allegretto grazioso. Quasi andantino (5:01)
12. Symphony No. 2 in D Major, Op. 73: IV. Allegro con spirito (8:49)
13. Symphony No. 4 in E Minor, Op. 98: I. Allegro non troppo (13:02)
14. Symphony No. 4 in E Minor, Op. 98: II. Andante moderato (12:23)
15. Symphony No. 4 in E Minor, Op. 98: III. Allegro giocoso (6:19)
16. Symphony No. 4 in E Minor, Op. 98: IV. Allegro energico e passionato (10:11)
17. Academic Festival Overture, Op. 80 (9:32)
18. Tragic Overture, Op. 81 (13:32)
19. Violin Concerto in D Major, Op. 77: I. Allegro non troppo (21:00)
20. Violin Concerto in D Major, Op. 77: II. Adagio (8:50)
21. Violin Concerto in D Major, Op. 77: III. Allegro giocoso, ma non troppo vivace (7:47)
22. Variations on a Theme by Haydn, Op. 56a "St. Antoni Chorale" (18:06)

The Cleveland Orchestra
Christoph von Dohnányi, regente
Thomas Zehetmair, violino 

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sábado, 25 de outubro de 2025

Dmitri Shostakovich (1906-1975) - Symphony No. 11 in G minor, Op. 103 - 'The year 1905'

A Sinfonia No. 11 de Dmitri Shostakovich é um dos trabalhos sinfônicos que marcaram a minha existência. Talvez, tenha sido uma das obras que eu mais escutei em minha vida ao lado da  Sinfonia "Inacabada", de Schubert; e "O Messias", de Handel. Do ponto de vista da história, a obra é repleta de significados. Ela aponta para acontecimentos políticos que marcaram o turbulento século XX, o qual Hobsbawn chamou de a 'era dos extremos'. 

Escrita em 1957, a Sinfonia No. 11 é um trabalho programático por seguir um "programa", uma ideia, cuja finalidade é ser revelada em cada movimento, seja um acontecimento da história, um poema, uma paisagem ou um conceito não musical. "As quatro estações" Vivaldi ou bonita "Sinfonia Pastoral", de Vaugham Williams são considerados trabalhos programáticos, por exemplo. Essa peça do compositor russo é também conhecida como "O ano de 1905", pois aponta para os eventos ocorridos em São Petersburgo nesse mesmo ano. Na ocasião, pessoas do povo fizeram uma manifestação, reivindicando dignidade e  melhores condições de vida em frente ao Palácio de inverno do czar.  De maneira inclemente - a mando do soberano -, os soldados que faziam segurança do Palácio abriram fogo contra os populares. O episódio ficou conhecido como "Domingo Sangrento". 

Esse episódio trágico, promovido pela truculência do soberano russo ficou registrado como um evento político que sugeria que aquele estado autoritário precisava ser repensado. É possível dizer que o povo não esqueceu esse gesto impiedoso. Doze anos mais tarde, ocorreria a Revolução Russa. Era uma revanche popular. Shostakovich procura retratar esses eventos dramáticos nesse trabalho sublime. 

Pode-se verificar a Sinfonia No. 11 uma força quase cinematográfica. Shostakovich reconstrói quase que visualmente o enfrentamento; o conflito, a resistência e o massacre covarde das forças imperiais. A orquestração é marcial, firme, impulsiva; às vezes, marcada por lances indecisos e por silêncios inquietantes. A cada nova audição que realizo, mais cresce a minha admiração pelo trabalho. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Dmitri Shostakovich (1906-1975) - 

Symphony No. 11 in G minor, Op. 103 'The year 1905'

01. I. Adagio (The Palace Square)
02. II. Allegro (The 9th of January)
03. III. Adagio (Eternal Memory)
04. IV. Allegro non troppo (Tocsin)

BBC Philharmonic
John Storgårds, regente 

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sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) - Symphonies Nos. 35 & 36, Violin Concerto No. 3

Do encarte do disco:

"Para o terceiro volume de sua série completa dedicada a Mozart, Maxim Emelyanychev e o conjunto Il Pomo d’Oro reúnem as Sinfonias Haffner e Linz, compostas em 1782 e 1783. Nesse período, Mozart já havia se consolidado como um mestre da ópera e do drama musical, e concebeu essas sinfonias com o espírito de um homem de palco — ousado e visionário.

Carismático maestro e pianista, Emelyanychev imprime às obras o ímpeto dramático e a vitalidade característicos de sua interpretação, conduzindo os músicos do Il Pomo d’Oro em uma leitura intensa, autêntica e precisa.

Neste novo volume, junta-se a eles o violinista Aylen Pritchin, colaborador de longa data do maestro e da orquestra, que oferece uma performance eletrizante do Terceiro Concerto para Violino — completando um álbum claramente audacioso".

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) - 

01. Mozart- Symphony No. 35 in D Major, K. 385- I. Allegro con spirito
02. Mozart- Symphony No. 35 in D Major, K. 385- II. Andante
03. Mozart- Symphony No. 35 in D Major, K. 385- III. Menuetto
04. Mozart- Symphony No. 35 in D Major, K. 385- IV. Finale. Presto
05. Mozart- Violin Concerto No. 3 in G Major, K. 216- I. Allegro
06. Mozart- Violin Concerto No. 3 in G Major, K. 216- II. Adagio
07. Mozart- Violin Concerto No. 3 in G Major, K. 216- III. Rondeau. Allegro
08. Mozart- Symphony No. 36 in C Major, K. 425- I. Adagio – Allegro spiritoso
09. Mozart- Symphony No. 36 in C Major, K. 425- II. Andante
10. Mozart- Symphony No. 36 in C Major, K. 425- III. Menuetto. Trio
11. Mozart- Symphony No. 36 in C Major, K. 425- IV. Presto

Il Pomo d'Oro 
Maxim Emelyanychev, regente
Aylen Pritchin, violino 

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quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Béla Bartók (1881-1945) - Duke Bluebeard's Castle, Sz. 48

Do encarte do disco:

A Orquestra Filarmônica de Rádio dos Países Baixos e sua regente titular, Karina Canellakis, seguem sua jornada dedicada a Bartók com a gravação da única ópera do compositor, O Castelo de Barba-Azul, estrelada pela mezzo-soprano Rinat Shaham (Judith) e pelo baixo-barítono Gábor Bretz (Barba-Azul). Com apenas um homem, uma mulher e um castelo sombrio de sete portas misteriosas, a obra transforma-se em um thriller psicológico repleto de suspense e emoção intensa.

Canellakis e a Filarmônica de Rádio dos Países Baixos já haviam conquistado uma indicação ao Grammy pela gravação do Concerto para Orquestra e das Quatro Peças Orquestrais de Bartók — um trabalho que a BBC Music Magazine descreveu como “sedutor e brilhantemente concebido”, enquanto a Gramophone destacou a forma como “orquestra e regente pintam paisagens sonoras com delicadeza e fogo”. Para Canellakis, a ópera de Bartók registrada neste novo álbum é “uma homenagem à própria vida — à sua brevidade e beleza efêmera, à condição humana, ao amor e à morte”.

Reconhecida internacionalmente por suas interpretações emocionais, domínio técnico e profundidade expressiva, Karina Canellakis consolidou-se como uma das regentes mais requisitadas de sua geração. Ela retorna ao selo PENTATONE à frente da Filarmônica de Rádio dos Países Baixos, dando sequência ao ciclo Bartók iniciado em 2023 com o Concerto para Orquestra. Rinat Shaham e Gábor Bretz, artistas de destaque nos principais teatros de ópera do mundo, trazem ao projeto sua ampla experiência com O Castelo de Barba-Azul, obra que ambos já interpretaram com diversas orquestras e maestros internacionais. 

01. Duke Bluebeard's Castle, Sz. 48: Prologue - Introduction, entering the castle (16:21)
02. Duke Bluebeard's Castle, Sz. 48: First Door, the Torture Chamber (4:37)
03. Duke Bluebeard's Castle, Sz. 48: Second Door, the Armoury (4:21)
04. Duke Bluebeard's Castle, Sz. 48: Third Door, the Treasury (2:26)
05. Duke Bluebeard's Castle, Sz. 48: Fourth Door, the Garden (5:01)
06. Duke Bluebeard's Castle, Sz. 48: Fifth Door, Bluebeard's Kingdom (6:41)
07. Duke Bluebeard's Castle, Sz. 48: Sixth Door, the Lake of Tears (13:28)
08. Duke Bluebeard's Castle, Sz. 48: Seventh Door, Bluebeard's Former Wives (8:57)

Netherlands Radio Philharmonic Orchestra

Karina Canellakis, regente

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quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Vincenzo Bellini (1801-1835) - 8 Symphonies for Orchestra

Vicenzo Bellini foi um dos grandes compositores italianos da primeira metade do século XIX. Ficou conhecido pelas óperas que escreveu. Ao lado de Rossini e Donizetti, Bellini escreveu obras que fizeram um enorme sucesso. A principal característica da música de Bellini é a beleza melódica — suas linhas vocais são longas, expressivas e de grande elegância, exigindo dos cantores técnica refinada e grande sensibilidade interpretativa. Suas óperas apresentam uma escrita vocal fluida e natural, que valoriza a emoção e a clareza do texto. Bellini também se destacou pela delicadeza harmônica e pela maneira como unia a melodia à expressividade dramática, contribuindo para o desenvolvimento do melodrama romântico italiano. 

Entre seus trabalhos de maior destaque estão La Sonnambula (1831), Norma (1831) e I Puritani (1835), que são consideradas obras-primas do repertório operístico. Nessas obras, o compositor explorou o lirismo profundo e a tragédia; criou personagens femininas de grande profundidade emocional. 

Todavia, apesar da sua fama incontestável na música operística, o compositor, quando jovem, excursionou pelo território da sinfonia. Neste disco, podemos conferir alguns desses trabalhos fincados na tradição do classicismo. Essas peças não são sinfonias no sentido clássico (como as de Beethoven ou Mozart), mas aberturas operísticas destinadas a serem tocadas antes de suas óperas ou como exercícios acadêmicos. São obras curtas, de caráter leve e influenciadas pelo estilo italiano da época, em especial por Rossini.  São agradáveis, embora não possuam o magnetismo de suas óperas.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Vincenzo Bellini (1801-1835) - 

01. Bellini - Symphony in D Major - I
02. Bellini - Symphony in D Major - II
03. Bellini - Capriccio or Study Symphony in C minor - I
04. Bellini - Capriccio or Study Symphony in C minor - II
05. Bellini - Symphony in B-Flat Major - I
06. Bellini - Symphony in B-Flat Major - II
07. Bellini - Symphony in D minor - I
08. Bellini - Symphony in D minor - II
09. Bellini - Symphony in E-Flat Major - I
10. Bellini - Symphony in E-Flat Major - II
11. Bellini - Symphony in E-Flat Major - I
12. Bellini - Symphony in E-Flat Major - II
13. Bellini - Symphony in D minor - I
14. Bellini - Symphony in D minor - II
15. Bellini - Symphony in D Major - I
16. Bellini - Symphony in D Major - II

Orchestra del Teatro Massimo di Palermo
Diego Dini Ciacci, regente 

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Piotr I. Tchaikovsky (1840-1893) - Souvenir de Florence & Symphony No. 6 ‘Pathetique’

 

Do encarte do disco:

Itália, Florença — “Nada até agora me dá o menor prazer”, confessou Tchaikovsky ao irmão. “Não consigo viver fora da Rússia.” Profundamente abatido pela depressão, o compositor, ainda assim, concluiu sua décima ópera, A Dama de Espadas, e iniciou um sexteto de cordas que se tornaria Souvenir de Florence, finalizado após seu retorno à Rússia, em junho de 1890. Apesar do tom sombrio de suas cartas, ecos de afeto por Florença emergem na música. No Adagio, melodias melancólicas do folclore russo entrelaçam-se a um tema inspirado pela cidade italiana — talvez uma prova de que ele a apreciava mais do que admitia.

Em 1892, as dificuldades criativas persistiam. Uma sinfonia em mi bemol foi abandonada — seus fragmentos seriam reaproveitados mais tarde no Terceiro Concerto para Piano e no Andante e Finale. Pouco depois, Tchaikovsky iniciou uma nova sinfonia em si menor. Se Souvenir de Florence traz a melancolia à flor da pele, nada se compara à profundidade emocional da Sexta Sinfonia. “Tenho muito orgulho desta sinfonia”, escreveu. “Acho que é a melhor das minhas composições.”

Sob a regência de Domingo Hindoyan, a Royal Liverpool Philharmonic Orchestra revela essas nuances com impressionante clareza — a volatilidade, a vulnerabilidade e os breves lampejos de luz. Em suas mãos, o conflito interior de Tchaikovsky torna-se quase palpável, a música se expandindo com todo o peso de uma despedida. Nove dias após reger a estreia da obra, o compositor estava morto — vítima da epidemia de cólera que assolava o Império Russo.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Piotr I. Tchaikovsky (1840-1893) - 

01. Souvenir de Florence, Op. 70: I. Allegro con spirito (11:37)
02. Souvenir de Florence, Op. 70: II. Adagio cantabile e con moto (11:13)
03. Souvenir de Florence, Op. 70: III. Allegro moderato (6:35)
04. Souvenir de Florence, Op. 70: IV. Allegro vivace (7:10)
05. Symphony No. 6 in B Minor, Op. 74, 'Pathetique': I. Adagio - Allegro ma non troppo (18:53)
06. Symphony No. 6 in B Minor, Op. 74, 'Pathetique': II. Allegro con grazia (7:22)
07. Symphony No. 6 in B Minor, Op. 74, 'Pathetique': III. Allegro molto vivace (8:35)
08. Symphony No. 6 in B Minor, Op. 74, 'Pathetique': IV. Adagio lamentoso (10:28)

Royal Liverpool Philharmopnic Orchestra
Domingo Hindoyan, regente 

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terça-feira, 21 de outubro de 2025

Antonio Vivaldi (1678-1741) - Gloria RV 589, Magnificat, RV 611 e Concerti, RV 128 & 563

Vivaldi foi um compositor singular, absurdamente genial. Neste disco, encontramos algumas de suas obras religiosas - o maravilhoso RV 589 e RV 611. A primeira obra é do ano de, aproximadamente, de 1715,  para o Ospedale della Pietà, o orfanato feminino veneziano onde Vivaldi atuava como mestre de música.  É uma das suas obras sacras mais conhecidas. O célebre início — Gloria in excelsis Deo — é uma explosão jubilosa, sustentada por trompetes e cordas em ritmo marcial, seguida por seções mais suaves, como o delicado Domine Deus, para soprano solo. É uma obra que combina devoção e espetáculo, representando o barroco veneziano em sua plenitude sonora.

Já o RV 611 é uma obra menos conhecida e possui uma caráter mais contido e meditativo. Escrito também para o Ospedale della Pietà, o texto — retirado do Evangelho de Lucas — exalta a humildade e a graça divina. Há uma sensação de recolhimento e reverência que diferencia o Magnificat do brilho festivo do Gloria.

O disco ainda traz dois concertos. O destaque fica com o RV 563, que revela o talento do compositor para explorar timbres e contrastes. A obra, em três movimentos, segue a forma típica do concerto barroco (Allegro – Largo – Allegro), mas vai além do virtuosismo: há um senso teatral de conversa e disputa entre os solistas, equilibrado por um acompanhamento de cordas ágil e luminoso. 

Bonito disco. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Antonio Vivaldi (1678-1741) - 

01. Gloria RV 589 - 01. Gloria in excelsis Deo
02. 02. Et in terra pax
03. 03. Laudamus te
04. 04. Gratias agimus tibi
05. 05. Propter magnam gloriam tuam
06. 06. Domine Deus, Rex caelestis
07. 07. Domine Fili unigenite
08. 08. Domine Deus, Agnus Dei
09. 09. Qui tollis peccata mundi
10. 10. Qui sedes ad dexteram Patris
11. 11. Quoniam tu solus sanctus
12. 12. Cum Sancto Spiritu
13. Concerto per archi e cembalo RV 243 - 1. Allegro non molto
14. 2. Largo
15. 3. Allegro
16. Magnificat RV 611 - 01. Magnificat
17. 02. Et exultavit
18. 03. Quia respexit
19. 04. Quia fecit
20. 05. Et misericordia
21. 06. Fecit potentiam
22. 07. Deposuit potentens
23. 08. Esurientes
24. 09. Suscepit Israel
25. 10. Sicut locutus est
26. 11. Gloria
27. Concerto n°2 per tromba e oboe RV 563 - 1. Allegro
28. 2. Grave
29. 3. Allegro

Concerto Italiano
Rinaldo Alessandrini, diretor 

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segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Karlheinz Stockhausen (1928-2007) - Cosmic Clarinets

Extraído do encarte do disco:

"O clarinetista Michele Marelli canaliza o espírito visionário de Karlheinz Stockhausen neste eletrizante álbum dedicado a obras para clarinete, clarinete baixo e corno di bassetto. Das texturas hipnóticas de Harmonien às transformações cósmicas de Bassetsu e à expressividade dialógica de In Freundschaft, Marelli encarna o inquieto Arlequim que Stockhausen enxergava nele.

O álbum traz ainda o luminoso ciclo zodiacal Tierkreis, magistralmente interpretado por Marelli ao lado do renomado pianista Gianluca Cascioli. Mais do que intérpretes, eles se tornam verdadeiros veículos de uma arte maior — traduzindo a espiritualidade cósmica e as estruturas intricadas de Stockhausen com clareza, devoção e uma intensidade quase sobrenatural".

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Karlheinz Stockhausen (1928-2007) -

01. KLANG - 5. Stunde: HARMONIEN (2006) for bass clarinet
02. BASSETSU (1997) for basset horn
03. IN FREUNDSCHAFT (1977) for clarinet
04. TIERKREIS Work No. 41 8/9 (1975-1981) for clarinet and piano: 1. Wassermann - Aquarius
05. TIERKREIS Work No. 41 8/9 (1975-1981) for clarinet and piano: 2. Fische - Pisces
06. TIERKREIS Work No. 41 8/9 (1975-1981) for clarinet and piano: 3. Widder - Aries
07. TIERKREIS Work No. 41 8/9 (1975-1981) for clarinet and piano: 4. Stier - Taurus
08. TIERKREIS Work No. 41 8/9 (1975-1981) for clarinet and piano: 5. Zwillinge - Gemini
09. TIERKREIS Work No. 41 8/9 (1975-1981) for clarinet and piano: 6. Krebs - Cancer
10. TIERKREIS Work No. 41 8/9 (1975-1981) for clarinet and piano: 7. Löwe - Leo
11. TIERKREIS Work No. 41 8/9 (1975-1981) for clarinet and piano: 8. Jungfrau - Virgo
12. TIERKREIS Work No. 41 8/9 (1975-1981) for clarinet and piano: 9. Waage - Libra
13. TIERKREIS Work No. 41 8/9 (1975-1981) for clarinet and piano: 10. Skorpion - Scorpio
14. TIERKREIS Work No. 41 8/9 (1975-1981) for clarinet and piano: 11. Schütze - Sagittarius
15. TIERKREIS Work No. 41 8/9 (1975-1981) for clarinet and piano: 12. Steinbock - Capricorn
16. TIERKREIS Work No. 41 8/9 (1975-1981) for clarinet and piano: 13. Wassermann II - Aquarius II  

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Richard Strauss (1864-1949) - Eine Alpensinfonie, Op. 64

“Recentemente fizemos uma grande caminhada até o topo do Heimgarten, dia em que caminhamos por doze horas. Às duas da manhã fomos de carrinho de mão até a aldeia, que fica no sopé da montanha. Então subimos à luz das lanternas na noite escura como breu e chegamos ao pico depois de uma marcha de cinco horas. Lá se tem uma vista esplêndida de lagos, montanhas, geleiras, e assim por diante. Depois descemos o outro lado até o Lago Walchensee, mas pegamos uma trilha errada e tivemos que escalar no calor do meio-dia por três horas sem caminho.”

Assim o compositor Richard Strauss começa a narrativa, em uma carta de agosto de 1879, sobre recente viagem com amigos pelas montanhas da Baviera. E o texto continua:

“O Lago Walchensee é um belo lago, mas causa uma impressão melancólica, pois é cercado por florestas e altas montanhas. No caminho de lá para o Lago Kochelsee, uma terrível tempestade nos atingiu, arrancando árvores e jogando pedras em nossos rostos. Mal tivemos tempo de encontrar um local seco antes que a tempestade desabasse. O Lago Kochelsee, um lago muito romântico e bonito, fazia ondas enormes que era impossível sequer pensar em atravessá-lo. Depois que a tempestade passou, tivemos que nos contentar em caminhar ao redor do lago. No caminho voltou a chover e assim chegamos a Schlehdorf, depois de uma marcha vertiginosa (não descansamos um só momento) — cansados, encharcados até a pele — e passamos a noite; então, na manhã seguinte, cavalgamos o mais calmamente possível na carroça de feno para Murnau. A caminhada foi interessante, incomum e original no mais alto grau.”

Strauss tinha então quinze anos. E a viagem entre amigos ganharia com o tempo importância fundamental em sua vida como compositor. Teria sido ela, afinal, a inspirar uma de suas mais importantes obras, a Sinfonia Alpina (...)

Extraído daqui 

Richard Strauss (1864-1949) - 

01 - Nacht (Night) -
02 - Sonnenaufgang (Sunrise) -
03 - Der Anstieg (The Ascent) -
04 - Eintritt in den Wald (Entry into the Wood) -
05 - Wanderung neben dem Bache (Wandering by the Stream) -
06 - Am Wasserfall (At the Waterfall) -
07 - Erscheinung (Apparition) -
08 - Auf blumigen Wiesen (On Flowering Meadows) -
09 - Auf der Alm (On the Alpine Pasture) -
10 - Durch Dickicht und Gestrupp auf Irrwegen (Straying through
11 - Auf dem Gletscher (On the Glacier) -
12 - Gefahrvolle Augenblicke (Dangerous Moments) -
13 - Auf dem Gipfel (On the Summit) -
14 - Vision -
15 - Nebel steigen auf (Mists rise) -
16 - Die Sonne verdustert sich allmahlich (The Sun gradually darkens) -
17 - Elegie -
18 - Stille vor der Sturm (Calm before the Storm) -
19 - Gewitter und Sturm, Abstieg (Thunder and Storm, Descent) -
20 - Sonnenuntergang (Sunset) -
21 - Ausklang (Final Sounds) -
22 - Nacht (Night)

Staatskapelle Weimar

Antoni Wit, regente

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domingo, 19 de outubro de 2025

Ludwig van Beethoven (1770-1827) - Complete Symphonies

As sinfonias de Beethoven figuram hoje entre as obras mais consagradas pelo público de concertos. Entretanto, a maioria dos ouvintes contemporâneos do compositor reagiu com assombro e incompreensão às suas inovações — as primeiras críticas julgaram-nas intermináveis e fatigantes! De fato, essas sinfonias, concebidas em grandes dimensões, exigiam do público uma concentração sem precedentes. As nove sinfonias só se impuseram no repertório a partir de meados do século XIX, até ocuparem definitivamente um espaço ímpar no cânone da música sinfônica. Elas iluminaram as realizações anteriores de Haydn e Mozart como limites da perfeição clássica e, transcendendo corajosamente tais modelos, criaram nova referência musical, com novos padrões formais e inusitado poder emocional.

De maneira geral, Beethoven não alterou substancialmente a forma básica do gênero; apenas a Sexta Sinfonia (com seus títulos descritivos) e a Nona (com elementos de uma verdadeira cantata) diferem significativamente do modelo de Haydn. Planejadas para o grande público, as sinfonias não eram obras tão adequadas à experimentação formal quanto os gêneros mais intimistas das sonatas para piano e dos quartetos de cordas, em que o compositor exercitou mais largamente sua liberdade em todos os parâmetros da composição. Quanto ao formato da orquestra, por exemplo, ele manteve o estabelecido pelas últimas sinfonias de Haydn. Excepcionalmente, Beethoven usa trombones, como nas Sinfonias números 5, 6 e 7; na Eroica, acrescentou uma trompa; no final da Quinta emprega o flautim e o contrafagote; na Nona, eleva para quatro o número de trompas e amplia a percussão com o uso da então chamada música turca – triângulo, pratos e bumbo, somados aos dois tímpanos habituais. O pensamento orquestral de Beethoven excedeu os recursos dos instrumentos da época e sofreu desvantagens, por exemplo, no emprego das trompas e dos trompetes. Ao contrário, seu uso do fagote e dos tímpanos mostrou-se particularmente original. O tratamento beethoveniano dos sopros, considerado excessivo à época, causou espanto – alguns críticos o condenavam pela inclusão de uma banda no domínio orquestral.

A grande novidade orquestral de Beethoven, sobretudo a partir da Terceira Sinfonia, constitui-se no uso de maciços blocos sonoros, realizados através da separação dos timbres. Movimentando-os, o compositor manipula com precisão seus ataques, a densidade, a potência, os contrastes entre eles, ciente de sua eficácia sobre os ouvintes.

Foi principalmente na busca da expansão do conteúdo espiritual e emocional de suas obras que Beethoven ampliou a arquitetura formal da sinfonia. A própria natureza de seu pensamento composicional tornou quase inevitável sua excelência no gênero, permitindo-lhe explorar ao máximo as possibilidades expressivas da música puramente instrumental. E é interessante observar que, sob esse aspecto, o talento beethoveniano diferia radicalmente das características da personalidade de seu ídolo Mozart, autor eminentemente teatral e vocal em qualquer gênero que abordasse. O músico de Bonn, em pleno século XVIII, imbuído de um conceito já romântico, empenhou-se em demonstrar que as formas puramente instrumentais seriam capazes de exprimir ideais e sentimentos profundos.

Quanto ao número de movimentos, Beethoven seguiu o modelo das sinfonias londrinas de Haydn (apenas a Pastoral tem cinco movimentos, com os últimos três encadeados sem interrupção). Outra herança haydniana são os prelúdios lentos, que, utilizados anteriormente em sonatas para piano do próprio Beethoven, iniciam as Sinfonias números 1, 2, 4 e 7. A Terceira usa apenas dois acordes introdutórios. As Sinfonias 5 e 6 não têm introdução e a Nona se inicia com dezesseis compassos que preparam nebulosamente a súbita explosão da primeira ideia.


Os primeiros movimentos das sinfonias de Beethoven estão escritos na forma de sonata clássica (com exceção da Nona, que apresenta um discurso em que a exposição dos temas e o desenvolvimento se apresentam em conjunto). Nesses primeiros movimentos, o pensamento instrumental do compositor interfere principalmente na articulação das duas ideias constituintes da forma. Haydn frequentemente os relacionava, derivando o segundo do primeiro. Beethoven, ao contrário, valorizou a diferenciação entre o caráter dos dois temas principais pelo contraste rítmico, instrumental e pela distância das relações tonais entre eles. Explorando o conflito das ideias antagônicas contidas em dois temas opostos, o compositor transforma seus desenvolvimentos em um processo dialético de grande tensão. Os movimentos tornam-se assim necessariamente longos – a Eroica é muito mais longa e mais complexa do que qualquer sinfonia composta antes dela, com o imenso primeiro movimento repleto de material temático e extraordinária amplitude tonal. No final de cada primeiro movimento, a Coda beethoveniana ganha proporções de um segundo desenvolvimento, ressaltando a última aparição do tema vitorioso com insistentes afirmações tonais (a Quinta, por exemplo, apresenta uma série bombástica de redundantes acordes de tônica).

Na sequência das várias seções dos outros andamentos, há uma lógica motriz que continuamente impulsiona a música, construindo a totalidade da obra como expressão completa e única. Essa coerência interna, perceptível em cada uma das sinfonias, desde a Primeira até a Nona, acentua-se ainda mais pela ligação direta entre alguns movimentos (os dois últimos da sinfonia 5 e os três últimos da 6).

Texto completo aqui 

Ludwig van Beethoven (1770-1827) - 

DISCO 01

01 - I. Adagio molto – Allegro con brio
02 - Symphony No. 1 in C Major, Op. 21_ II. Andante cantabile con moto
03 - III. Menuetto – Trio (Allegro molto e vivace)
04 - Symphony No. 1 in C Major, Op. 21_ IV. Adagio – Allegro molto e vivace
05 - I. Adagio molto – Allegro con brio
06 - II. Larghetto
07 - III. Scherzo (Allegro)
08 - IV. Allegro molto

DISCO 02

01 - I. Allegro con brio
02 - II. Marcia funebre (Adagio assai)
03 - III. Scherzo (Allegro vivace)
04 - IV. Allegro molto
05 - I. Adagio - Allegro vivace
06 - II. Adagio
07 - III. Allegro vivace
08 - IV. Allegro ma non troppo

DISCO 03

01 - I. Allegro con brio
02 - Symphony No. 5 in C Minor, Op. 67_ II. Andante con moto
03 - III. Scherzo. Allegro
04 - Symphony No. 5 in C Minor, Op. 67_ IV. Allegro 
05 - I. Awakening of Cheerful Feelings Upon Arrival in the Country. Allegro ma non troppo
06 - II. Scene by the Brook. Andante molto mosso
07 - III. Merry Gathering of Country Folk. Allegro
08 - IV. Thunderstorm. Allegro
09 - V. Shepherd's song. Happy and Thankful Feelings After the Storm. Allegretto

DISCO 04

01 - I. Poco sostenuto - Vivace
02 - II. Allegretto
03 - III. Presto
04 - IV. Allegro con brio
05 - I. Allegro vivace e con brio
06 - II. Allegretto scherzando
07 - III. Tempo di Menuetto
08 - IV. Allegro vivace

DISCO 05

01 - I. Allegro ma non troppo, un poco maestoso
02 - II. Molto vivace
03 - III. Adagio molto e cantabile
04 - IV. Finale

WDR Symphony Orchestra
Marek Janowski, regente 

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