Acredito que esta seja a primeira vez que o compositor alemão Giacomo Meyerbeer apareça por aqui. Nascido Jakob Liebmann Meyer Beer, acabou italianizando o nome e assim ficou conhecido na posteridade - Giacomo Meyerbeer. Meyerbeer foi, certamente, um dos mais bem-sucedidos operistas do século XIX. Nascido em uma família rica, manteve contato com a elite intelectual de seu tempo.
Como possuía muito dinheiro,
estudou com os melhores professores do seu tempo. Por exemplo, estudou com Carl
Zeiter, professor de Mendelssohn; e com o abade Vogler; na ocasião, tinha como
colega de turma Carl Maria von Weber. Após 1816, encaminha-se para ópera após
ter ouvido conselhos de Salieri. Instala-se na França e passa a ter como
referência Rossini, a quem considerava como mestre. Mais tarde, torna-se
protegido de Luigi Cherubini. Ou seja, percebe-se o quanto a partir de suas
amizades, torna-se influente e estrutura seu estilo.
Nesta postagem, observamos uma
outra faceta do compositor em duas obras. A primeira delas é Struensee; e, a segunda, o balé Les Patineurs. Struensee foi concebida a partir da
figura histórica de Johann Friedrich Struensee, médico e reformador alemão que,
no século XVIII, exerceu enorme influência na corte dinamarquesa antes de cair
em desgraça. Meyerbeer trabalhou sobre o tema em sua juventude, em 1813, num
período em que ainda buscava uma identidade entre o estilo germânico herdado de
Mozart e a herança operística italiana. A obra reflete esse momento de
experimentação, com uma música carregada de dramaticidade, mas ainda distante
da grandiloquência teatral que consagraria seu nome em Paris.
Já Les Patineurs (Os Patinadores), criado décadas
mais tarde como um divertissement de
balé, revela outro lado da paleta criativa de Meyerbeer. Longe das tramas
políticas e religiosas de suas óperas, a partitura celebra o movimento, o ritmo
e a leveza, evocando musicalmente o deslizar dos patins sobre o gelo. Trata-se
de um exemplo do fascínio romântico por cenas da vida cotidiana transformadas
em espetáculo, e um raro momento de lirismo descompromissado na carreira do
compositor.
As duas obras são bem distintas – a primeira é uma espécie de exercício de juventude do compositor; a segunda, por sua vez, indica a maturidade a criar uma crônica musical, própria do romantismo – uma cena lúdica e visualmente encantadora. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!
Giacomo Meyerbeer (1791-1864) -
01. Overture
02. Melodrama to Act I, scene 9
03. Entr'acte 1
04. Fanfare to Act II, scene 11
05. March and Chorus to Act II, scene 19
06. Music for Act II, scene 15
07. Entr'acte 2
08. Entr'acte 3
09. Entr'acte 4
10. Funeral March to Act V, scene 7
11. Melodrama to Act V, scene 7
12. Concluding scene of Act V
13. Valse
14. Rédovva
15. Quadrille
16. Galop
17. L'Africaine, Prelude
NDR-Chor
Radio-Philharmonie Hannover des NDR
Michael Jurowski, regente
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