A Terceira Sinfonia de Mahler é um trabalho espetaculoso em todos os aspectos. O primeiro aspecto é o tema tempo. É a maior do repertório mahleriano - e uma das maiores gravações românticas. Não há sinfonias com essa dimensão. Bruckner chegou a escrever sinfonias grandes e dramáticas, mas não o fez como Mahler. Outro aspecto é o quesito densidade filosófica. Como era comum para o compositor, há uma imersão, o mergulho que faz à cata de explicações para a existência. Inicialmente, lança-se o drama, o elemento que cria conflito; em seguida, a intensificação do conflito e como este sitia a vida humana, enchendo-a de dilemas - por que morremos? por que envelhecemos? por que estamos à procura de respostas para coisas as quais não temos respostas? por que vivemos um devir que nos lança de encontro com o mistério? por que há tantas perguntas sem respostas? por que nossa existência entramos em desespero? E, finalmente, o compositor sempre buscava uma espécie de apoteose redentiva nos últimos movimentos dos seus trabalhos. Pelo menos, notamos isso em seus primeiros trabalhos. Ouvir Mahler é se abismar com a beleza. Esta gravação, por exemplo, foi recolhida direto da sala de concerto. A gravação é do ano de 2007 e realizada sob a interpretação de Claudio Abbado, um dos grandes mestres da regência no século XX, morto vitimado por um câncer em 2014. O arquivo, por isso, está em bloco único. Mas não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!
Gustav Mahler (1860-1911) -
Symphony No. 3 in D minor
Lucerne Festival Orchestra
Ladies of the Arnold Schoenberg Choir, Vienna
Tölzer Knabenchor
Anna Larsson, mezzo-soprano
Claudio Abbado, regente
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Um comentário:
Excelente!!!!!!!!!!!
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