Cheguei em casa há pouco. Acordei por volta de cinco e meia da manhã e dei aula o dia inteiro. Vim para casa num trem absurdamente lotado. E o cansaço nos inclina para o chão. Queremos silêncio e descanso. Ao chegar em casa, estou solitário. Desejei uma companheira e lembrei da música de Mozart. Não poderia ficar sem ela. Sua beleza é um encanto, um desvelo para os sentidos. Após pensar o que ouviria, decidi-me por esta gravação de Gidon Kremer interpretando os cinco concertos para violino de Mozart, uma joia composta nos anos de 1773 ou 1775 - não me lembro muito bem. Mas o fato é que eles são sublimes. Torna-nos mais cientes de nós mesmos. É a força e o energértico que nos embala. E pensamos: por quê a vida? Pra quê trabalhar todos os dias? Por quê acordar todos os dias? Para quê ganhar dinheiro e dissipá-los com conveniências bobas? Passamos a fazer aqueles questionamentos encontrados no livro bíblico de Eclesiastes. E aí nos vem aquele frase de Nietzsche: "Sem a arte e a beleza a vida não valeria apena". Ou como naquela frase do professor do filme Sociedade dos Poetas Mortos: "Fazemos poesias porque somos humanos". E aí, aquelas perguntas acham a sua resposta. Do trágico fecunda-se o belo. É preciso agarrar-se à vida. Colher o fruto que ela nos oferece diariamente (carpe diem). Mozart contribui para essa compreensão. Sem ele o mundo não seria o mesmo. Com a ausência desses concertos para violino, a beleza teria uma página a menos de poesia e o universo e as nossas vidas sofreriam com isso. Uma boa apreciação!
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) -
DISCO 01
Violin Concerto No. 1 In B-Flat Major, K. 207
01. Allegro Moderato
02. Adagio
03. Presto
Violin Concerto No. 2 In D Major, K. 211
04. Allegro Moderato
05. Andante
06. Rondeau. Allegro
Violin Concerto No. 3 In G Major, K. 216
07. Allegro
08. Adagio
09. Rondeau.Allegro
DISCO 02
Violin Concerto No. 4 In D Major, K. 218
01. Allegro
02. Andante Cantabile
03. Rondeau. Andante Grazioso
Violin Concerto No. 5 In A Major, K. 219
04. Allegro Aperto
05. Adagio
06. Rondeau. Tempo Di Menuetto
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Kremerata Baltica
Gidon Kremer, violino
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Violin Concerto No. 1 In B-Flat Major, K. 207
01. Allegro Moderato
02. Adagio
03. Presto
Violin Concerto No. 2 In D Major, K. 211
04. Allegro Moderato
05. Andante
06. Rondeau. Allegro
Violin Concerto No. 3 In G Major, K. 216
07. Allegro
08. Adagio
09. Rondeau.Allegro
DISCO 02
Violin Concerto No. 4 In D Major, K. 218
01. Allegro
02. Andante Cantabile
03. Rondeau. Andante Grazioso
Violin Concerto No. 5 In A Major, K. 219
04. Allegro Aperto
05. Adagio
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5 comentários:
Bom e caríssimo amigo CARLINUS...
Envergonha-me o fato de ausentar-me de postar comentários por tanto tempo, apesar de sempre visitar e ler teus posts. Também envolvido na lida pedagógica, apesar de esfera um pouco diferente que a prática docente, o tempo furtou-me o vigor e a lida profissional absorveu-me mais que o esperado trazendo uma estafa já anunciada.
Não pude deixar de reparar, com o coração revestido de alegria, teu ciclo de postagens contemplando e privilegiando a obra do Mestre de Bayreuth. É muito importante trazer à baila e na discussão Wagner no século XXI. A despeito de todas as controvérsias que cercam o homem - e o mito - Richard Wagner, sua importância e papel no esboço do século XX é indiscutível. Assim como Nietzsche, que está sendo revisitado e cuja obra começa a ser separada dos ideários do III Reich, graças à ganância de sua irmã. A epopéia do Anel é fundamental para a cultura e patrimônio da humanidade mas em minha humilde opinião, a assinatura de Wagner reside em Die Meistersinger. Na obra musical que fala sobre a produção da obra musical, utilizando-se da metalinguagem, Wagner demonstra ali certa comicidade que se esvai em importante alerta e crítica no menosprezar da arte e na importância do papel do professor. A grande ária final de Sachs, no final da ópera, é um grande libelo não somente à circunscrita e datada situação de uma antiga Alemanha mas, antes, transcende e é atemporal porque nos faz olhar para nós mesmos, nossas posturas e preconceitos e preparar para o futuro, como ele nos preparou para uma obra na esfera e nível de um Parsifal e até mesmo de Tristan und Isolde.
Carlinus, que as luzes desses Mestres continuem a chegar a ti e que possam nutrir-te das forças necessárias para continuar esse teu glorioso trabalho, que a meu ver é idealista e visionário. Mesmo cansado, descendo a montanha, consegues alçar a subida, como no grande meio-duia do Zarathustra, trazendo a todos em geral a boa música, a arte transformadora e instigadora das asas que, como Ícaro, nos farão alçar vôo para além de nós mesmos, para um futuro que podemos começar a construir agora.
O tradicional tríplice abraço do amigo wagneriano de sempre, A. C. C.
Mais uma vez vou baixar as maravilhas que o seu Blog dispõe para todos. Preciso ouvir Mozart, aliás sou analfabeto nesse ambiente musical elevado, mas curvo-me nas poucas vezes que ouvi, apenas considero que para mim, ouvir sozinho, deixa-me mais solto permitindo explorar melhorar os climas sugeridos, entrando sem freios na elevação musical que desafia esses monstros da música eterna.
Sr. Carlinus, mui agraciado estou por sua iluminação. E quão amáveis foram as tuas palavras cá!
Cordialmente, Lee.
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Para todos que estão a carregar o ficheiro, boas apreciações!
Excelente intérpretes e gravação!
9 de julio 2012
Muchisimas gracias por tan bello material. Un cordial saludo Jorge
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