terça-feira, 23 de agosto de 2011

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) - The Complete Violin Concertos

Cheguei em casa há pouco. Acordei por volta de cinco e meia da manhã e dei aula o dia inteiro. Vim para casa num trem absurdamente lotado. E o cansaço nos inclina para o chão. Queremos silêncio e descanso. Ao chegar em casa, estou solitário. Desejei uma companheira e lembrei da música de Mozart. Não poderia ficar sem ela. Sua beleza é um encanto, um desvelo para os sentidos. Após pensar o que ouviria, decidi-me por esta gravação de Gidon Kremer interpretando os cinco concertos para violino de Mozart, uma joia composta nos anos de 1773 ou 1775 - não me lembro muito bem. Mas o fato é que eles são sublimes. Torna-nos mais cientes de nós mesmos. É a força e o energértico que nos embala. E pensamos: por quê a vida? Pra quê trabalhar todos os dias? Por quê acordar todos os dias? Para quê ganhar dinheiro e dissipá-los com conveniências bobas? Passamos a fazer aqueles questionamentos encontrados no livro bíblico de Eclesiastes. E aí nos vem aquele frase de Nietzsche: "Sem a arte e a beleza a vida não valeria apena". Ou como naquela frase do professor do filme Sociedade dos Poetas Mortos: "Fazemos poesias porque somos humanos". E aí, aquelas perguntas acham a sua resposta. Do trágico fecunda-se o belo. É preciso agarrar-se à vida. Colher o fruto que ela nos oferece diariamente (carpe diem). Mozart contribui para essa compreensão. Sem ele o mundo não seria o mesmo. Com a ausência desses concertos para violino, a beleza teria uma página a menos de poesia e o universo e as nossas vidas sofreriam com isso. Uma boa apreciação!

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) -

DISCO 01

Violin Concerto No. 1 In B-Flat Major, K. 207
01. Allegro Moderato
02. Adagio
03. Presto

Violin Concerto No. 2 In D Major, K. 211
04. Allegro Moderato
05. Andante
06. Rondeau. Allegro

Violin Concerto No. 3 In G Major, K. 216
07. Allegro
08. Adagio
09. Rondeau.Allegro

DISCO 02

Violin Concerto No. 4 In D Major, K. 218
01. Allegro
02. Andante Cantabile
03. Rondeau. Andante Grazioso

Violin Concerto No. 5 In A Major, K. 219
04. Allegro Aperto
05. Adagio
06. Rondeau. Tempo Di Menuetto

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Kremerata Baltica
Gidon Kremer, violino


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5 comentários:

Anônimo disse...

Bom e caríssimo amigo CARLINUS...
Envergonha-me o fato de ausentar-me de postar comentários por tanto tempo, apesar de sempre visitar e ler teus posts. Também envolvido na lida pedagógica, apesar de esfera um pouco diferente que a prática docente, o tempo furtou-me o vigor e a lida profissional absorveu-me mais que o esperado trazendo uma estafa já anunciada.
Não pude deixar de reparar, com o coração revestido de alegria, teu ciclo de postagens contemplando e privilegiando a obra do Mestre de Bayreuth. É muito importante trazer à baila e na discussão Wagner no século XXI. A despeito de todas as controvérsias que cercam o homem - e o mito - Richard Wagner, sua importância e papel no esboço do século XX é indiscutível. Assim como Nietzsche, que está sendo revisitado e cuja obra começa a ser separada dos ideários do III Reich, graças à ganância de sua irmã. A epopéia do Anel é fundamental para a cultura e patrimônio da humanidade mas em minha humilde opinião, a assinatura de Wagner reside em Die Meistersinger. Na obra musical que fala sobre a produção da obra musical, utilizando-se da metalinguagem, Wagner demonstra ali certa comicidade que se esvai em importante alerta e crítica no menosprezar da arte e na importância do papel do professor. A grande ária final de Sachs, no final da ópera, é um grande libelo não somente à circunscrita e datada situação de uma antiga Alemanha mas, antes, transcende e é atemporal porque nos faz olhar para nós mesmos, nossas posturas e preconceitos e preparar para o futuro, como ele nos preparou para uma obra na esfera e nível de um Parsifal e até mesmo de Tristan und Isolde.
Carlinus, que as luzes desses Mestres continuem a chegar a ti e que possam nutrir-te das forças necessárias para continuar esse teu glorioso trabalho, que a meu ver é idealista e visionário. Mesmo cansado, descendo a montanha, consegues alçar a subida, como no grande meio-duia do Zarathustra, trazendo a todos em geral a boa música, a arte transformadora e instigadora das asas que, como Ícaro, nos farão alçar vôo para além de nós mesmos, para um futuro que podemos começar a construir agora.
O tradicional tríplice abraço do amigo wagneriano de sempre, A. C. C.

literaturaeengajamento disse...

Mais uma vez vou baixar as maravilhas que o seu Blog dispõe para todos. Preciso ouvir Mozart, aliás sou analfabeto nesse ambiente musical elevado, mas curvo-me nas poucas vezes que ouvi, apenas considero que para mim, ouvir sozinho, deixa-me mais solto permitindo explorar melhorar os climas sugeridos, entrando sem freios na elevação musical que desafia esses monstros da música eterna.

Herr Limes disse...

Sr. Carlinus, mui agraciado estou por sua iluminação. E quão amáveis foram as tuas palavras cá!

Cordialmente, Lee.
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Para todos que estão a carregar o ficheiro, boas apreciações!

Jaime Silva disse...

Excelente intérpretes e gravação!

JOB disse...

9 de julio 2012
Muchisimas gracias por tan bello material. Un cordial saludo Jorge