sexta-feira, 28 de maio de 2010

Maurice Ravel (1875-1937) - Concerto para piano e orquestra em D (para "mão esquerda"), Franz Liszt - Totentanz para piano e Orchestra e etc

Há dias em que o nosso ânimo é castrado. Ficamos com aquela cara bolorenta, macilenta. Com aquela fisionomia de espectro lânguido. Uma sexta-feira fria e inexpressiva lhe envolve. Você é visitado pela solidão e fica na sala olhando para a cara dela, enquanto ela mira lá no fundo dos seus olhos. Em silêncio, constragido, você olha para os lados, tenta fazer uma pose de importante. Têm 30 anos. Já leu alguns livros e julga-se privilegiado. As aspirações pequeno-burguesas estão represadas em caixas enfileiradas numa estante qualquer da sua alma. A sua visitante continua a mirá-lo com aquele olhar seco e libidinoso. Você discreteia. Lá fora você sabe que o mundo corre. Os bares estão cheios. Moças bonitas com pernas roliças, cheirosas, bem torneadas, estão ávidas. Os dentes claros. O sorriso fácil. O desejo impregnado nos poros. Mas "carnes frescas" femininas não são o elemento vital pela qual o existir anseia. Sua mente vagueia pensando em absurdos surreais. Sua visitante continua sentada, com o corpo fino, translúcido, impávida. Uma inapetência toma a você por completo. A mente não sente o corpo. É apenas uma consciência sem peias, desgarrada, como uma nave solta no éter. As pernas, os braços, o corpo, tudo é conjunto sem ressonância. A vida acontece. Vem à mente aquele pesonagem de Kafka que se tornou um inseto asqueroso - Gregor Samsa. Há homens que são baratas. Vivem escondidos para não serem pisoteados. Encondem-se em antros. Alimentam-se de porcarias e sujidades. Precisam viver incógnitos para não gerarem choques em outras crituras ditas sofisticadas. Sua amiga lhe sorrir. Distende os beiços. E aí lhe vem a impressão que existir é um fenômeno consciente. De que estou vivo. De que o rio continua fluindo. Tenho consciência de ques estou consciente. Sei lá porque escrevi isso. O fato é ouvi esta excelente gravação ao vivo e resolvi compartilhar. Boa apreciação!

Maurice Ravel (1875-1937) - Concerto para piano e orquestra em D (para "mão esquerda")
01. Lento
02. Allegro
03. Tempo I

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Franz Liszt (1811-1886) - Totentanz para piano e Orchestra
04. Totentanz para piano e Orchestra

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Sergei Rachmaninov (1873-1943) - Danças Sinfônicas, Op. 45
05. Non allegro
06. Andante con moto (Tempo di valse)
07. Lento assai - Allegro vivace

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Maurice Ravel (1875-1937) - La Valse
08. La Valse

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Chicago Symphony Orchestra
Charles Dutoit, regente
Jean-Yves Thibaudet, piano

BAIXAR AQUI

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante!

3 comentários:

Jeferson disse...

Estar consciente de esta realmente consciente é grande coisa. No livro o despertar dos magos os autores colocam lado a lado um texto de G.Meyrink e Raymond Abellio, sendo que o texto de G.Meyrink, tendo em vista o original, foi um pouco modificado. (O de Meyrink, do livro El Rostro Verde, creio, tem web a fora) É a expressão literaria(meyrink) e filosofica(abellio) de algo muito caro a Gurdjieff e Ouspensky(especialmente no livro 'fragmentos de um ensinamento desconhecido')E que ninguem leve a serio estas baratisses, para não acontecer que, caso porcos, não vejam a possivel perola implicita e resolvam pisotear solenes, supondo justiça na sua loucura.

legoru disse...

Mercy! :)

centuri disse...

Could you please re-upload the link of that concert? Thanks in advance.