domingo, 31 de agosto de 2025

Anton Bruckner (1824-1896) - Symphony No. 3 in D Minor, WAB 103 - "Wagner Symphony" e Symphony No. 4 in E-Flat Major, WAB 104 - "Romantic"

 

Muito já se escreveu sobre a personalidade de Anton Bruckner. Ficou para a posteridade a imagem de alguém tímido, inseguro, religioso, bonachão. Todavia, foi um indivíduo com essas credenciais que, facilmente, seria transformado em um pária, que escreveu sinfonias que estão entre os monumentos mais extraordinários já concebidos pelo ser humano. Penso que este disco apresente dois trabalhos que são pontos inflexivos em sua trajetória. A primeira delas é a Número 3, conhecida como "Wagner"; e a outra é a Número 4, a poderosa "Romântica". A Número 3 aponta para uma ascensão que levaria o compositor para a "Romântica". Tudo que surge após a "Romântica" é coisa de gênio.

Sempre, quando sei que vou Bruckner, preparo-me para um grande evento. Faço-me todo atenção. Os blocos sonoros densos, a estrutura colossal, que procura abarcar a complexidade e a beleza da vida; e tudo isso revestido por uma religiosidade subjacente. O primeiro movimento da Quarta é uma das coisas mais belas já criadas. Aquele início com a trompa de caça arrepia a alma. O frescor das melodias torna uma experiência quase que espiritual. 

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Anton Bruckner (1824-1896) - 

01. Symphony No. 3 in D Minor, WAB 103 "Wagner Symphony": I. Gemäßigt, mehr bewegt, misterioso (1877 Version) (19:31)
02. Symphony No. 3 in D Minor, WAB 103 "Wagner Symphony": II. Adagio. Bewegt, quasi andante (1877 Version) (13:26)
03. Symphony No. 3 in D Minor, WAB 103 "Wagner Symphony": III. Scherzo. Ziemlich schnell (1877 Version) (6:53)
04. Symphony No. 3 in D Minor, WAB 103 "Wagner Symphony": IV. Finale. Allegro (1877 Version) (14:37)
05. Symphony No. 4 in E-Flat Major, WAB 104 "Romantic": I. Bewegt, nicht zu schnell (1886 Version) (17:46)
06. Symphony No. 4 in E-Flat Major, WAB 104 "Romantic": II. Andante, quasi allegretto (1886 Version) (14:36)
07. Symphony No. 4 in E-Flat Major, WAB 104 "Romantic": III. Scherzo. Bewegt - Trio. Nicht zu schnell (1886 Version) (10:32)
08. Symphony No. 4 in E-Flat Major, WAB 104 "Romantic": IV. Finale. Bewegt, doch nicht zu schnell (1886 Version) (20:13) 

Royal Concertgebouw Orchestra
Nikolaus Harnoncourt, regente 

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

 

sábado, 30 de agosto de 2025

Johann Sebastian Bach (1685-1750) - Johannes-Passion

 

Para as celebrações da Sexta-feira Santa em 1724, Bach criou esta Paixão de grande beleza, menos conhecida que a Paixão segundo Mateus, em relação a qual esta perde um pouco em monumentalidade, mas nela Bach foi mais direto, melodicamente mais lírico.

A Paixão segundo João é criada logo após a chegada de Bach a Leipzig, uma cidade sem teatro de ópera, de vida luterana contrita e austera. Ao ser contratado, constava de seus deveres evitar, na música a produzir, os exageros operísticos. Um músico com sua imensa capacidade não iria se acanhar ante obstáculos, e o clima intimista alcançado é perfeito.

São dois os capítulos, 18 e 19, do Evangelho de João, dos quais Bach usa sem alterações as palavras da Bíblia na tradução de Lutero para as interferências do Evangelista. Solistas cantam os trechos de Jesus, Pedro, Pilatus, e o Coro dá voz à turba. Costurando as passagens, Árias para diversos solistas dão conta do estado de espírito de cada personagem, embasando dramaticamente cada situação e reforçando o contexto emocional de cada momento.

Uma diferença entre os Chorus e os Chorale: num serviço religioso (como na época) o primeiro é cantado pelo coro, fazendo parte da história; já o segundo, o Chorale, é cantado por toda a congregação (o povo na Igreja) e funciona como um comentário que abre à participação dos ouvintes.

Daqui 

Johann Sebastian Bach (1685-1750) - 

DISCO 01

ERSTER TEIL
01. Nr. 1. Chorus: Herr, unser Herrscher
02. Nr. 2. Rezitativ (Evangelist, Jesus) mit Chorus: Jesus ging mit seinen Jüngern
03. Nr. 3. Choral: O große Lieb, o Lieb ohn' alle Masse
04. Nr. 4. Rezitativ (Evangelist, Jesus): Auf daß das Wort erfüllet würde
05. Nr. 5. Choral: Dein Will gescheh, Herr Gott, zugleich
06. Nr. 6. Rezitativ (Evangelist): Die Schar aber und der Oberhauptmann
07. Nr. 7. Aria (Alt): Von den Stricken meiner Sünden
08. Nr. 8. Rezitativ (Evangelist): Simon Petrus aber folgete Jesum nach
09. Nr. 9. Aria (Sopran): Ich folge dir gleichfalls
10. Nr. 10. Rezitativ (Evangelist, Ancilla, Petrus, Jesus, Servus): Derselbige Jünger war dem 

Hohenpriester bekannt
11. Nr. 11. Choral: Wer hat dich so geschlagen
12. Nr. 12. Rezitativ (Evangelist, Petrus, Servus) mit Chorus: Und Hannas sandte ihn gebunden
13. Nr. 13. Aria (Tenor): Ach, mein Sinn
14. Nr. 14. Choral: Petrus, der nicht denkt zurück

ZWEITER TEIL
15. Nr. 15. Choral: Christus, der uns selig macht
16. Nr. 16. Rezitativ (Evangelist, Pilatus, Jesus) mit Chorus: Da führeten sie Jesum
17. Nr. 17. Choral: Ach, großer König, groß zu allen Zeiten
18. Nr. 18. Rezitativ (Evangelist, Pilatus, Jesus) mit Chorus: Da sprach Pilatus zu ihm
19. Nr. 19. Arioso (Baß): Betrachte, meine Seel
20. Nr. 20. Aria (Tenor): Erwäge, wie sein blutgefärbter Rücken

DISCO 02

01. Nr. 21. Rezitativ (Evangelist, Pilatus, Jesus) mit Chorus: Und die Kriegsknechte flochten eine Krone von Dornen
02. Nr. 22. Choral: Durch dein Gefängnis, Gottes Sohn
03. Nr. 23. Rezitativ (Evangelist) mit Chorus: Die Juden aber schrien und sprachen
04. Nr. 24. Aria (Baß) mit Chor: Eilt, ihr angefochtnen Seelen
05. Nr. 25. Rezitativ (Evangelist) mit Chorus: Allda kreuzigten sie ihn
06. Nr. 26. Choral: In meines Herzens Grunde
07. Nr. 27. Rezitativ (Evangelist) mit Chorus: Die Kriegsknechte aber
08. Nr. 28. Choral: Er nahm alles wohl in acht
09. Nr. 29. Rezitativ (Evangelist, Jesus): Und von Stund an nahm sie
10. Nr. 30. Aria (Alt): Es ist vollbracht
11. Nr. 31. Rezitativ (Evangelist): Und neigte das Haupt und verschied
12. Nr. 32. Aria (Baß) mit Chor: Mein teurer Heiland
13. Nr. 33. Rezitativ (Evangelist): Und siehe da, der Vorhang im Tempel zerriß
14. Nr. 34. Arioso (Tenor): Mein Herz, in dem die ganze Welt
15. Nr. 35. Aria (Sopran): Zerfließe, mein Herze
16. Nr. 36. Rezitativ (Evangelist): Die Juden aber, dieweil es der Rüsttag war
17. Nr. 37. Choral: O hilf, Christe, Gottes Sohn
18. Nr. 38. Rezitativ (Evangelist): Darnach bat Pilatum Joseph von Arimathia
19. Nr. 39. Chorus: Ruht wohl, ihr heiligen Gebeine
20. Nr. 40. Choral: Ach Herr, laß dein lieb Engelein

Netherlands Radio Chorus
Royal Concertgebouw Orchestra, Amsterdam

Eugen Jochum, regente 

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Louis Spohr (1784-1859) - Violin Concerto No. 4, Op. 10 e Violin Concerto No. 11, Op. 70

Tenho postado algumas obras de Louis Spohr por aqui. O compositor foi uma importante figura da música do século XIX, ao lado de Beethoven e Schubert, por exemplo. Todavia, ao longo das décadas acabou sendo esquecido. O compositor foi um virtuose que deixou uma quantidade considerável de obras - concertos, sinfonias, óperas, música de câmara e, simplesmente, quinze concertos para violino. Neste disco, encontramos dois deles.

O primeiro é o Concerto No.4, escrito em 1806. Quando escreveu a obra, tinha apenas 22 anos de idade. A obra foi escrita por um entusiasta do classicismo, mas com uma expressividade lírica e romântica. A segunda obra é o Concerto No. 11, escrita em 1827, uma obra que mostra um Spohr maduro e pleno de sua competência como compositor e instrumentista. É notável a poesia da obra não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Louis Spohr (1784-1859) - 

(01)_[Ulf_Hoelscher]_Violin_Concerto_No._4,_Op._10-_I._Allegro_moderato
(02)_[Ulf_Hoelscher]_Violin_Concerto_No._4,_Op._10-_II._Adagio
(03)_[Ulf_Hoelscher]_Violin_Concerto_No._4,_Op._10-_III._Rondo_Allegretto
(04)_[Ulf_Hoelscher]_Violin_Concerto_No._11,_Op._70-_I._Adagio-Allegro_vivace
(05)_[Ulf_Hoelscher]_Violin_Concerto_No._11,_Op._70-_II._Adagio
(06)_[Ulf_Hoelscher]_Violin_Concerto_No._11,_Op._70-_III._Rondo._Allegretto

Rundfunk-Sinfoniorchester Berlin
Christian Fröhlich, regente
Ulf Hoelscher, violino 

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

Georg Philipp Telemann (1683-1767) - Ouvertures pittoresques

Texto do encarte:

"Ao longo de uma carreira vasta e extraordinariamente produtiva, Georg Philipp Telemann cultivou um profundo apreço pela ouverture-suite: uma abertura à maneira francesa, seguida por uma sequência de danças e peças de caráter. Embora herdasse o modelo rigoroso da tradição francesa, soube temperá-lo com sua imaginação fértil e espírito lúdico, permanecendo fiel a essa forma muito depois de ela ter saído de moda.

Entre as variantes de que mais gostava estava a chamada ouverture pittoresque, que lhe oferecia o prazer de explorar a pintura sonora e a caracterização vívida. Não por acaso, um de seus contemporâneos observou: “Ninguém pinta com pinceladas mais vigorosas do que ele.” Exemplos notáveis são a célebre Völker-Ouvertüre, em que desfilam diferentes nacionalidades — turcos, suíços e moscovitas —, e a Ouverture, jointes d'une Suite tragi-comique, na qual Telemann retrata enfermidades como a hipocondria e a gota, bem como seus possíveis remédios, com engenho e humor refinado.

Desde cedo também se deixou inspirar pela música popular, sobretudo a tradição polonesa da região de Cracóvia, onde viveu em sua juventude como mestre de capela na corte do conde Erdmann von Promnitz. Ali, fascinado pelo que chamou de uma “verdadeira beleza bárbara”, ousou vestir essas melodias folclóricas com as vestes da música italiana. O resultado foi surpreendente: nos dois concertos “poloneses” para cordas, a paixão de Telemann pela música da Polônia transparece desde a primeira nota. Ambos se iniciam com polonaises solenes e festivas, enriquecidas por curvas melódicas cromáticas, e seguem para movimentos rápidos cheios de cores locais — como os efeitos de bordão que evocam o som rústico da dudy, a gaita de foles polonesa".

 Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Georg Philipp Telemann (1683-1767) - 


Ouverture in D major, TWV55:D15
01. Ouverture
02. Prélude. Très viste
03. Gigue
04. Menuet I / Menuet II
05. Harlequinade
06. Loure
07. Rondeau
08. Réjouissance

Ouverture in B flat major, TWV55:B5 (‘Völker-Ouvertüre’)
09. Ouverture
10. Menuet I / Menuet II. Doucement
11. Les Turcs
12. Les Suisses. Grave – Viste
13. Les Moscovites
14. Les Portugais. Grave – Viste
15. Les Boiteux
16. Les Coureurs

Concerto polonois in B flat major, TWV43:B3
17. Polonoise
18. Allegro
19. Largo
20. Allegro

Concerto polonois in G major, TWV43:G7
21. Allegro moderato
22. Allegro vivace
23. Largo
24. Allegro

Ouverture, jointes d’une Suite tragi-comique in D major, TWV55:D22
25. Ouverture
26. Le Podagre. Loure
27. Remède expérimenté: La Poste et la Dance. Menuet en Rondeau
28. L’hypocondre. Sarabande/Gigue
29. Remède: Souffrance héroïque. Marche
30. Le Petit-Maître
31. Remède: Petite-maison. Furies

Arte dei Suonatori
Martin Gester, regente

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Alberto Ginastera (1916-1983) - String Quartets

Que disco espetacular. Algumas palavras extraídas do material de apresentação do disco:

"O Quarteto Miró, celebrando três décadas de trajetória artística, apresenta um álbum dedicado à integral dos quartetos de cordas de Alberto Ginastera, um dos grandes mestres da música latino-americana do século XX. Criador de contrastes arrebatadores e de uma profundidade emocional rara, Ginastera soube entrelaçar em sua obra a essência das tradições populares argentinas, a ousadia da linguagem modernista e um poderoso senso de expressão interior. Esses três quartetos percorrem todo o arco de sua criação, revelando uma jornada fascinante através de três fases estilísticas distintas.

Os dois primeiros quartetos, ainda pouco explorados no universo fonográfico, são verdadeiras joias ocultas: obras que, embora frequentemente ovacionadas em apresentações ao vivo, raramente foram registradas ao lado do terceiro. O primeiro quarteto irradia energia rítmica e cores folclóricas vibrantes; o segundo mergulha em um lirismo introspectivo e delicado; o terceiro se ergue com intensidade sombria e arrebatadora. Cada um deles reflete a fusão singular de influências que marcam a escrita de Ginastera — ecos de Bartók e Stravinsky transfigurados em uma voz inconfundível, marcada pela força expressiva e pelo poder narrativo.

Reunidos, esses quartetos formam um ciclo monumental, no qual cada peça é uma história autônoma e, ao mesmo tempo, parte de uma grande tapeçaria musical. É nesse entrelaçamento de narrativas, entre a memória das raízes e a ousadia da modernidade, que resplandece a genialidade de Ginastera".

Não deixe de ouvir. Uma boa apresentação.   

01. Ginastera- String Quartet No. 1, Op. 20- I. Allegro violento ed agitato
02. Ginastera- String Quartet No. 1, Op. 20- II. Vivacissimo
03. Ginastera- String Quartet No. 1, Op. 20- III. Calmo e poetico
04. Ginastera- String Quartet No. 1, Op. 20- IV. Allegramente rústico
05. Ginastera- String Quartet No. 2, Op. 26- I. Allegro rústico
06. Ginastera- String Quartet No. 2, Op. 26- II. Adagio angoscioso
07. Ginastera- String Quartet No. 2, Op. 26- III. Presto magico
08. Ginastera- String Quartet No. 2, Op. 26- IV. Libero e rapsodico
09. Ginastera- String Quartet No. 2, Op. 26- V. Furioso
10. Ginastera- String Quartet No. 3, Op. 40- I. Contemplativo
11. Ginastera- String Quartet No. 3, Op. 40- II. Fantastico
12. Ginastera- String Quartet No. 3, Op. 40- III. Amoroso
13. Ginastera- String Quartet No. 3, Op. 40- IV. Drammatico
14. Ginastera- String Quartet No. 3, Op. 40- V. Di nuovo contemplativo

Miró Quartet
Kiera Duffy 

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Gabriel Fauré (1824-1924) - Piano Quartet No. 1 in C Minor, Op. 15 e Piano Quartet No. 2 in G Minor, Op. 45

Em meio à tradição francesa da virada do século XIX para o XX, a obra de Gabriel Fauré se destaca por sua elegância refinada, por possuir sutileza harmônica e uma rara capacidade de unir o lirismo melódico à inovação estrutural. Pode-se dizer que duas das suas criações mais emblemáticas para música de câmara estão os dois quartetos com piano - o Quarteto em Dó menor, Op. 15 (1876–79, revisto em 1883) e o Quarteto em Sol menor, Op. 45 (1885–86). Apesar de compartilharem a mesma formação - piano, violino, viola e violoncelo -, as obras revelam momentos distintos do compositor: um Fauré ainda jovem, apaixonado e influenciado pelo romantismo germânico, e um Fauré já maduro, com uma linguagem cada vez mais pessoal e ousada.

O Op. 15 do compositor estreou em 1880, com o próprio Fauré ao piano, o primeiro quarteto é considerado um marco no repertório camerístico francês. A obra respira energia juvenil e um lirismo imediato. Já o Op. 45, foi escrito alguns anos mais tarde, em 1886; o segundo quarteto reflete um Fauré já consolidado em sua carreira, então diretor do Conservatório de Paris. Aqui a escrita se torna mais expansiva, ousada e densa em termos harmônicos.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Gabriel Fauré (1824-1924) - 

01 - Piano Quartet No. 1 in C Minor, Op. 15- I. Allegro
02 - Piano Quartet No. 1 in C Minor, Op. 15- II. Scherz
03 - Piano Quartet No. 1 in C Minor, Op. 15- III. Adagi
04 - Piano Quartet No. 1 in C Minor, Op. 15- IV. Allegr
05 - Piano Quartet No. 2 in G Minor, Op. 45- I. Allegro
06 - Piano Quartet No. 2 in G Minor, Op. 45- II. Allegr
07 - Piano Quartet No. 2 in G Minor, Op. 45- III. Adagi
08 - Piano Quartet No. 2 in G Minor, Op. 45- IV. Allegr

Ensemble Villa Musica 

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

terça-feira, 26 de agosto de 2025

Antonín Dvorak (1841-1904) - String Quartet No. 12 in F major, Op. 96 - American B.179 e Bedrich Smetana (1824-1884) - String Quartet No. 1 in E minor - "From my Life"

Este disco nos apresenta duas obras de dois compositores tchecos – Dvorak e Smetana. O primeiro deles é o conhecido Quarteto Americano, cuja escrita se deu no ano de 1893, quando o compositor esteve em Spilville, Iowa; é uma obra-prima incontestável de grande serenidade e beleza. A obra procura desenhar a paisagem, os ares, as cores dos Estados Unidos. Dvorak, fascinado pelos cantos dos pássaros e pela música folclórica nativa americana, incorpora esses elementos em sua música, criando uma atmosfera que é ao mesmo tempo exótica e familiar.

A outra obra do disco é o também famoso quarteto “Da minha vida”, de Biedrich Smetana. Diferentemente, da composição de seu conterrâneo, encontramos nessa obra um aspecto essencialmente trágico. Escrito em 1876, após o compositor ter perdido a audição, o quarteto é uma autobiografia sonora. Cada movimento representa uma fase de sua vida: a juventude, os triunfos musicais, a vida familiar e, no movimento final, a tragédia da surdez.

Os dois quartetos são belos à sua maneira. Enquanto a obra de Dvorak procura descrever as belezas vistas, constatadas pelos olhos de alguém que se encontrava em um país distante e diferente do seu, Smetana nos convida a uma viagem introspectiva e repleta de tragicidade. Enquanto composição de Dvorak é contagiante, luminosa, Smetana aponta para os eventos dolorosas da vida. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

01. String Quartet No. 12 in F major, Op. 96 - American B.179 - 1. Allegro ma non troppo
02. String Quartet No. 12 in F major, Op. 96 - American B.179 - 2. Lento
03. String Quartet No. 12 in F major, Op. 96 - American B.179 - 3. Molto vivace
04. String Quartet No. 12 in F major, Op. 96 - American B.179 - 4. Finale (Vivace ma non troppo)
05. String Quartet No. 1 in E minor From my Life - 1. Allegro vivo appassionato
06. String Quartet No. 1 in E minor From my Life - 2. Allegro moderato alla Polka
07. String Quartet No. 1 in E minor From my Life - 3. Largo sostenuto
08. String Quartet No. 1 in E minor From my Life - 4. Vivace

Guarneri Quartet 

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Richard Wagner (1813-1883) - Opera Scenes


Como músico, Wagner foi essencialmente um compositor de óperas, e sua dramaturgia  consistiu  largamente  na reelaboração  de velhas  histórias  e  mitos  germânicos,  através  dos  quais  o  artista divulgaria  seu  orgulho  nacional  e  seu  culto  nostálgico  ao  passado medieval.  Nos  moldes  da  boa  tradição  romântica,  Wagner  sonhava com  uma  Idade  Média  fabulária,  povoada  por  anões,  gigantes, heróis, deuses etc. No entanto, como filho de seu século e discípulo de  Schopenhauer,  convinha-lhe  atribuir  à  música,  não  ao  texto,  o privilégio da expressão artística, ocupando-se do fator musical como um mágico  hipnótico. Com seu tratamento  inovador da sonoridade orquestral,  a  música  wagneriana  ergue-se  como  uma  densa  teia sonora destinada a  capturar o público, não apenas despertando-lhe afetos,  mas  envolvendo-o  numa  atmosfera  onírica  e  de  reverência sacrossanta. Toda  a  disposição  visual  e  acústica  do  teatro  de  Bayreuth  fora concebida para potencializar  os efeitos magnéticos de sua  alquimia sinfônica.  Em  Wagner,  o  texto apenas  potencializa  o  mistério  das  forças  irracionais  encarnadas  e transmitidas  pela  música. 

Trecho de um artigo que pode ser conferido em sua integralidade aqui

Richard Wagner (1813-1883) - 

01 London Philharmonic Orchestra/Klaus Tennstedt - Tristan Prelude
02 Jessye Norman; Klaus Tennstedt: London Philharmonic Orchestra - Wagner: Tristan Und Isolde - Mild Und Leise, _Liebestod_
03 Jessye Norman; Klaus Tennstedt: London Philharmonic Orchestra - Wagner: Tannhäuser - Dich, Teure Halle
04 Jessye Norman; Klaus Tennstedt: London Philharmonic Orchestra - Wagner: Tannhäuser - Allmächt'ge Jungfrau, _Elisabeth's Prayer_
05 Jessye Norman; Klaus Tennstedt: London Philharmonic Orchestra - Wagner: Der Fliegende Holländer - Jo-Ho-Joe! Trafft Ihr Das Schiff
06 London Philharmonic Orchestra/Klaus Tennstedt - Gotterd immolation bruhnhilde Akt III

London Philharmonic Orchestra

Klaus Tennstedt, regente
Jessye Norman, soprano 

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

domingo, 24 de agosto de 2025

Ludwig van Beethoven (1770-1827) - Symphonies Nos. 1 - 9

As sinfonias de Beethoven figuram hoje entre as obras mais consagradas pelo público de concertos. Entretanto, a maioria dos ouvintes contemporâneos do compositor reagiu com assombro e incompreensão às suas inovações — as primeiras críticas julgaram-nas intermináveis e fatigantes! De fato, essas sinfonias, concebidas em grandes dimensões, exigiam do público uma concentração sem precedentes. As nove sinfonias só se impuseram no repertório a partir de meados do século XIX, até ocuparem definitivamente um espaço ímpar no cânone da música sinfônica. Elas iluminaram as realizações anteriores de Haydn e Mozart como limites da perfeição clássica e, transcendendo corajosamente tais modelos, criaram nova referência musical, com novos padrões formais e inusitado poder emocional.

De maneira geral, Beethoven não alterou substancialmente a forma básica do gênero; apenas a Sexta Sinfonia (com seus títulos descritivos) e a Nona (com elementos de uma verdadeira cantata) diferem significativamente do modelo de Haydn. Planejadas para o grande público, as sinfonias não eram obras tão adequadas à experimentação formal quanto os gêneros mais intimistas das sonatas para piano e dos quartetos de cordas, em que o compositor exercitou mais largamente sua liberdade em todos os parâmetros da composição. Quanto ao formato da orquestra, por exemplo, ele manteve o estabelecido pelas últimas sinfonias de Haydn. Excepcionalmente, Beethoven usa trombones, como nas Sinfonias números 5, 6 e 7; na Eroica, acrescentou uma trompa; no final da Quinta emprega o flautim e o contrafagote; na Nona, eleva para quatro o número de trompas e amplia a percussão com o uso da então chamada música turca – triângulo, pratos e bumbo, somados aos dois tímpanos habituais. O pensamento orquestral de Beethoven excedeu os recursos dos instrumentos da época e sofreu desvantagens, por exemplo, no emprego das trompas e dos trompetes. Ao contrário, seu uso do fagote e dos tímpanos mostrou-se particularmente original. O tratamento beethoveniano dos sopros, considerado excessivo à época, causou espanto – alguns críticos o condenavam pela inclusão de uma banda no domínio orquestral.

A grande novidade orquestral de Beethoven, sobretudo a partir da Terceira Sinfonia, constitui-se no uso de maciços blocos sonoros, realizados através da separação dos timbres. Movimentando-os, o compositor manipula com precisão seus ataques, a densidade, a potência, os contrastes entre eles, ciente de sua eficácia sobre os ouvintes.

Foi principalmente na busca da expansão do conteúdo espiritual e emocional de suas obras que Beethoven ampliou a arquitetura formal da sinfonia. A própria natureza de seu pensamento composicional tornou quase inevitável sua excelência no gênero, permitindo-lhe explorar ao máximo as possibilidades expressivas da música puramente instrumental. E é interessante observar que, sob esse aspecto, o talento beethoveniano diferia radicalmente das características da personalidade de seu ídolo Mozart, autor eminentemente teatral e vocal em qualquer gênero que abordasse. O músico de Bonn, em pleno século XVIII, imbuído de um conceito já romântico, empenhou-se em demonstrar que as formas puramente instrumentais seriam capazes de exprimir ideais e sentimentos profundos.

Quanto ao número de movimentos, Beethoven seguiu o modelo das sinfonias londrinas de Haydn (apenas a Pastoral tem cinco movimentos, com os últimos três encadeados sem interrupção). Outra herança haydniana são os prelúdios lentos, que, utilizados anteriormente em sonatas para piano do próprio Beethoven, iniciam as Sinfonias números 1, 2, 4 e 7. A Terceira usa apenas dois acordes introdutórios. As Sinfonias 5 e 6 não têm introdução e a Nona se inicia com dezesseis compassos que preparam nebulosamente a súbita explosão da primeira ideia.

(Continua aqui

 Ludwig van Beethoven (1770-1827) - 

01 - Symphony No. 1 in C Major, Op. 21_ I. Adagio molto - Allegro con brio
02 - Symphony No. 1 in C Major, Op. 21_ II. Andante cantabile con moto
03 - Symphony No. 1 in C Major, Op. 21_ III. Menuetto. Allegro molto e vivace
04 - Symphony No. 1 in C Major, Op. 21_ IV. Adagio - allegro molto e vivace
05 - Symphony No. 2 in D Major, Op. 36_ I. Adagio molto - allegro con brio
06 - Symphony No. 2 in D Major, Op. 36_ II. Larghetto
07 - Symphony No. 2 in D Major, Op. 36_  III. Scherzo. Allegro
08 - Symphony No. 2 in D Major, Op. 36_ IV. Allegro molto
09 - Symphony No. 3 in E-Flat Major, Op. 55 'Eroica'_ I. Allegro con brio
10 - Symphony No. 3 in E-Flat Major, Op. 55 'Eroica'_ II. Marcia funebre. Adagio assai
11 - Symphony No. 3 in E-Flat Major, Op. 55 'Eroica'_ III. Scherzo. Allegro vivace
12 - Symphony No. 3 in E-Flat Major, Op. 55 'Eroica'_ IV. Finale. Allegro molto
13 - Symphony No. 4 in B-Flat Major, Op. 60_ I. Adagio - Allegro vivace
14 - Symphony No. 4 in B-Flat Major, Op. 60_ II. Adagio
15 - Symphony No. 4 in B-Flat Major, Op. 60_ III. Allegro vivace
16 - Symphony No. 4 in B-Flat Major, Op. 60_ IV. Allegro ma non troppo
17 - Symphony No. 5 in C Minor, Op. 67_ I. Allegro con brio
18 - Symphony No. 5 in C Minor, Op. 67_ II. Andante con moto
19 - Symphony No. 5 in C Minor, Op. 67_ III. Allegro
20 - Symphony No. 5 in C Minor, Op. 67_ IV. Allegro
21 - Symphony No. 6 in F Major, Op. 68 'Pastoral'_ I. Erwachen heiterer Empfindungen bei der Ankunft
22 - Symphony No. 6 in F Major, Op. 68 'Pastoral'_ II. Szene am Bach. Andante molto mosso
23 - Symphony No. 6 in F Major, Op. 68 'Pastoral'_ III. Lustiges Zusammensein der Landleute. Allegro
24 - Symphony No. 6 in F Major, Op. 68 'Pastoral'_ IV. Gewitter, Sturm. Allegro
25 - Symphony No. 6 in F Major, Op. 68 'Pastoral'_ V. Hirtengesang. Frohe und dankbare Gefühle nach
26 - Symphony No. 7 in A Major, Op. 92_ I. Poco sostenuto - Vivace
27 - Symphony No. 7 in A Major, Op. 92_ II. Allegretto
28 - Symphony No. 7 in A Major, Op. 92_ III. Presto - Assai meno presto
29 - Symphony No. 7 in A Major, Op. 92_ IV. Allegro con brio
30 - Symphony No. 8 in F Major, Op. 93_ I. Allegro vivace e con brio
31 - Symphony No. 8 in F Major, Op. 93_ II. Allegretto scherzando
32 - Symphony No. 8 in F Major, Op. 93_ III. Tempo di menuetto
33 - Symphony No. 8 in F Major, Op. 93_ IV. Allegro vivace
34 - Symphony No. 9 in D Minor, Op. 125 'Choral'_ I. Allegro ma non troppo, un poco maestoso
35 - Symphony No. 9 in D Minor, Op. 125 'Choral'_ II. Molto vivace
36 - Symphony No. 9 in D Minor, Op. 125 'Choral'_ III. Adagio molto e cantabile
37 - Symphony No. 9 in D Minor, Op. 125 'Choral'_ IV. Presto - Allegro assai

Concertgebouworkest
David Zinman, Leonard Bernstein, Nikolaus Harnoncourt,
Herbert Blomstedt, Mariss Jansons, Roger Norrington,
Rafael Kubelik, Philippe Herreweghe, Antal Dorati, regentes

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

sábado, 23 de agosto de 2025

Ralph Vaughan Williams (1872-1958) - The Lark Ascending e Sir John Tavener (1944-2013) - Song for Athene, Dhyana, Lalishri e Lalishri Cycle 1 - 4

“The Lark Ascending” é uma obra cuja poética fascina. Em português, significa “A cotovia ascendente”. Composta para violino e orquestra, a obra extrapola a mera convenção de melodia poética. Ela desenha um quadro sonoro que evoca a noção de liberdade, bela da natureza e vastidão dos campos ingleses. É algo para se sentir e imaginar.

Lançada em 1920, a obra é baseada em um poema de 122 linhas de George Meredith, poeta inglês da época vitoriana. No entanto, não se trata de uma simples tradução musical do texto. Vaughan Williams se inspira na imagem da cotovia, um pássaro conhecido por seu canto melodioso enquanto sobe em círculos no céu, e a transforma em uma experiência auditiva etérea. A peça começa com o violino solo, que representa a ave, em um voo tímido e delicado. A partir daí, a melodia se desenrola em uma série de arpejos e trinados que parecem imitar o bater das asas, a ascensão do pássaro e a beleza infinita do céu. 

O outro compositor do disco é o conterrâneo de Vaughan Williams, o minimalista inglês John Tavener. Importante não confundi com John Taverner, que também era inglês e viveu no final da Idade Média e foi uma referência para a polifonia inglesa. Tavener ficou conhecido por sua música ter sido tocada no funeral da princesa Diana, em 1997. 

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

 

01. Ralph Vaughan Williams - The Lark Ascending
02. Sir John Tavener - Song for Athene
03. Sir John Tavener - Dhyana
04. Sir John Tavener - Lalishri
05. Sir John Tavener - Lalishri Cycle 1
06. Sir John Tavener - Lalishri Cycle 2
07. Sir John Tavener - Lalishri Cycle 3
08. Sir John Tavener - Lalishri Cycle 4

London Philharmonic Orchestra
Andrew Litton, regente
Nicola Benedetti, violino

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

Joseph Haydn (1732-1809) - Die Schöpfung

"A criação" é uma obra singular. Ela foi escrita em 1798, quando Haydn já era um compositor maduro, "pai do quarteto de corda e da sinfonia"; uma personalidade digna de referência da música clássica. A obra é um projeto ambicioso e ousado do ponto de vista estrutural, pois se assentava na tradição dos grandes oratórios de Haydn. Em uma época em que o Iluminismo buscava colocar em segundo plano as narrativas que eram religiosas, o compositor utiliza os textos do livro de Gênesis e do Paraíso Perdido, de Milton, para descrever a criação do mundo. 

A obra é dividida em três partes. Os solistas encarnam arcanjos – Gabriel, Uriel e Rafael – narrando a criação do universo, a separação da luz e das trevas, a aparição das águas, do firmamento, dos animais e, por fim, a chegada do homem e da mulher. O impacto fica assim colocado na grandiosidade coral quanto na minúcia dos detalhes sonoros. Haydn procura retratar os detalhes, os elementos paradisíacos por meio dos efeitos sonoros - o canto dos pássaros, a brisa que cicia pelo Jardim, o amanhecer no paraíso, o canto dos pássaros, o rugido de um leão. 

"A Criação" é uma obra que tem apenas preocupação religiosa. Seu grande intento é refletir a relação do homem com a natureza e as grandes belezas existentes no mundo. Ela foi criada por um arquiteto musical chamado Haydn, mas com uma sensibilidade poética indescritível. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Joseph Haydn (1732-1809) - 

DISCO 01

01. Erster Teil. Die Vorstellung des Chaos. Im Anfang schuf Gott (Raphael, Uriel)
02. Arie mit Chor Nun svhwanden vor dem heiligen Strahle (Uriel)
03. Rezitativ Und Gott machte das Firmament (Raphael)
04. Solo mit Chor Mit Staunen sieht das Wunderwerk (Gabriel)
05. Rezitativ Und Gott sprach Es sammle sich das Wasser (Raphael)
06. Arie Rollend in schaumenden Wellen (Raphael)
07. Rezitativ Und Gott sprach Es bringe die Erde Gras hervor (Gabriel)
08. Arie Nun beut die Flur das frische Grun (Gabriel)
09. Rezitativ Und die himmlischen Heerscharen verkundigten (Uriel)
10. Chor Stimmt an die Saiten
11. Rezitativ Und Gott sprach Es sey'n Lichter (Uriel)
12. Rezitativ mit Begleitung In vollem Glanze steiget jetzt die Sonne (Uriel)
13. Chor mit Terzett Die Himmel erzahlen die Ehre Gottes (Gabriel, Uriel, Raphael)
14. Zweiter Teil. Und Gott sprach Es bringe das Wasser (Gabriel)
15. Arie Auf starkem Fittige schwinget sich der Adler stolz (Gabriel)
16. Rezitativ Und Gott schuf grosse Walfische (Raphael)
17. Rezitativ Und die Engel ruhrten ihr' unsterblichen Harfen (Raphael)
18. Terzett In holder Anmuth steh'n (Gabriel, Uriel, Raphael)
19. Chor mit Terzett Der Herr ist gross in seiner Macht (Gabriel, Uriel, Raphael)

DISCO 02

01. Rezitativ Und Gott sprach Es bringe die Erde hervor (Raphael)
02. Rezitativ mit Begleitung Glein offnet sich der Erde Schoss (Raphael)
03. Arie Nun scheint in vollem Glanze der Himmel (Raphael)
04. Rezitativ Und Gott schuf den Menschen (Uriel)
05. Arie Mit Wurd' und Hoheit angethan (Uriel)
06. Rezitativ Und Gott sah jedes Ding, was er gemacht hatte (Raphael)
07. Chor Vollendet ist das grosse Werk
08. Terzett Zu dir, o Herr, blickt alles auf (Gabriel, Uriel, Raphael)
09. Chor Vollendet ist das grosse Werk. Alleluja!
10. Dritter Teil. Rezitativ mit Begleitung Aus Rosenwolken bricht (Uriel)
11. Duett und Chor Von deiner Gut', o Herr und Gott (Adam, Eva)
12. Rezitativ Nun ist die erste Pflicht erfullt (Adam)
13. Duett Holde Gattinn! Dir zur Seite (Adam, Eva)
14. Rezitativ O glucklich Paar (Uruel)
15. Chor mit Soli Singt dem Herrn, alle Stimmen

Festivalorchester Ludwigsburg
Süddeutscher Madrigalchor

Wolfgang Gönnenwein, regente 

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Jazz - Maynard Ferguson - Storm (1982)

 
“Com Storm, lançado em 1982, Maynard Ferguson retorna em grande estilo às suas raízes e à cena da big band com um repertório impecável e cheio de surpresas. O trompetista impressiona com sua voz poderosa em faixas como Latino Lovewalk e As Time Goes By, ao mesmo tempo que reinventa clássicos como Take the ‘A’ Train com sofisticação e alma. O álbum se destaca tanto pelos solos virtuosos e arranjos vigorosos quanto pela leveza gostosa de momentos vocais e instrumentais inesperados — como a interpretação instrumental do tema de Sesame Street. Mais do que uma simples coleção de faixas, Storm foi celebrado como um renascimento do jazz clássico de Ferguson — e quatro décadas depois, continua a soprar forte seu legado.”

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

01. Admiral's Horn
02. Jar Star
03. Take the "A" Train
04. Latino Lovewalk
05. Sesame Street
06. As Time Goes By
07. Go with the Flo
08. Hit in the Head 

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

Ludwig van Beethoven (1770-1827) - Fidelio, op. 72b, Leonore No. 3, op. 72a, Prometheus, op. 43, Coriolan, op. 62 e Egmont, op. 84

O termo ‘Overture’ (Abertura) denota tanto uma obra orquestral que precede um obra dramática (ópera), quanto o primeiro movimento de um concerto com título geralmente relacionado a um conteúdo literário ou pictórico, ou a ocasião para a qual foi escrito.

Beethoven tinha um gosto literário exigente e o conteúdo da sua biblioteca revela que “seus gostos variam de Eurípides a Goethe e de Shakespeare a Schiller. Sua biblioteca também mostra que ele tinha uma predileção notável pelo drama sério e trágico, algo que também pode ser detectado em seu Tagebuch (diário). Nesta coleção de comentários e citações, existem inúmeras citações de obras de dramaturgos como Johann Gottfried Herder e Friedrich Ludwig Zacharias Werner, além de citações dos escritos filosóficos de Kant e da Ilíada de Homero. De maneira mais pertinente, há uma série de citações centradas nas ideias de destino, liberdade, tragédia e livre arbítrio.”

Na época de Beethoven a Abertura era um movimento único, geralmente com uma introdução lenta, muito parecido com o movimento de abertura de uma sinfonia contemporânea, exceto pela ausência de uma seção substancial de desenvolvimento. Os primeiros românticos alemães tenderam a relacionar a abertura aos temas e ao caráter da ópera; e as onze aberturas que Beethoven produziu são um ótimo exemplo desta prática, principalmente as versões de Leonora. Apesar da dramaticidade dos temas, Beethoven não tenta acompanhar a história em detalhes, mas procura divulgar seu conteúdo emocional sem referência a eventos reais.

Daqui

Ludwig van Beethoven (1770-1827) - 

01 - Fidelio, op. 72b
02 - Leonore No. 3, op. 72a
03 - Prometheus, op. 43
04 - Coriolan, op. 62
05 - Egmont, op. 84

London Philharmonic Orchestra
Klaus Tennstedt, regente 

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Johannes Brahms (1833-1897) - Violin Concerto in D Major, Op. 77 e Piano Concerto No. 1 in D Minor, Op. 15 e Robert Schumann (1810-1856) -

"Após escrever as duas primeiras sinfonias durante um curto intervalo de tempo, Brahms se dedicou não apenas ao segundo concerto para piano, mas também a seu Concerto para violino, que concluiu em 1878 e dedicou a seu grande amigo Joseph Joachim. 

Poucos anos depois, em 1881, Brahms terminou a Sinfonia nº 3, que foi chamada por Hans Richter, maestro que a estreou em 1883 junto à Filarmônica de Viena, como a Eroica de Brahms, em mais uma aproximação com Beethoven. Mais curta dentre as quatro sinfonias do compositor, essa obra apresenta diversas particularidades para os ouvintes, mesmo em uma primeira audição, como o fato de que todos os movimentos terminam em dinâmicas suaves ou de que a partitura é recheada de melodias memoráveis.

Daqui

Em 1854, aos 21 anos, Brahms começou a escrever uma sonata para dois pianos. Tencionava a princípio fazer dela sua Sinfonia nº 1, mas depois de inúmeras revisões, a composição acabou assumindo a forma de seu Concerto nº 1 para Piano e Orquestra em Ré Menor, Op. 15.

Para dar-lhe a forma final de Concerto, ele descartou da versão original uma marcha fúnebre em forma de Sarabanda e acrescentou, ao término, um Rondó alegre. 

Segundo comentários do violinista Joseph Joachim, o primeiro movimento retrataria a terrível impressão produzida em Brahms pela tentativa de suicídio de seu amigo e mentor Robert Schumann.

O manuscrito do segundo movimento trazia a inscrição: “Benedictus qui venit in nomine Domini” (Bendito o que vem em nome do Senhor) – Brahms chamava Schumann de “Domine”. Quem seria, então, o enviado de Schumann? Uma interpretação leva a crer ter sido Clara, esposa de Schumann, pois em uma carta que Brahms enviou a ela, posteriormente, afirmou: “Estou pintando um belo retrato seu: vai ser o Adagio“. 

 Daqui

01 - Brahms_ Violin Concerto in D Major, Op. 77_ I. Allegro non troppo (Live)
02 - Brahms_ Violin Concerto in D Major, Op. 77_ II. Adagio (Live)
03 - Brahms_ Violin Concerto in D Major, Op. 77_ III. Allegro (Live)
04 - Schumann_ Piano Quartet in E-Flat Major, Op. 47_ I. Sostenuto assai - Allegro ma non troppo (Live)
05 - Schumann_ Piano Quartet in E-Flat Major, Op. 47_ II. Scherzo. Molto vivace (Live)
06 - Schumann_ Piano Quartet in E-Flat Major, Op. 47_ III. Andante cantabile (Live)
07 - Schumann_ Piano Quartet in E-Flat Major, Op. 47_ IV. Finale. Vivace (Live)
08 - Brahms_ Piano Concerto No. 1 in D Minor, Op. 15_ I. Maestoso - Poco più moderato (Live)
09 - Brahms_ Piano Concerto No. 1 in D Minor, Op. 15_ II. Adagio (Live)
10 - Brahms_ Piano Concerto No. 1 in D Minor, Op. 15_ IV. Rondo (Live)

Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam
Bernard Haitink, regente
Frank P. Zimmermann, violino
RCO CHamber Soloists
Vesko Eschkenazy, violino
Henk Rubingh, viola
Gregor Horsch, violoncelo
Emanuel Ax, piano 

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) - Flute Concerto in G Major, KV 313, Concerto for Flute and Harp in C Major, KV 299 e Flute Concerto in D Major, KV 314

Do encarte:

"Em 1777, Mozart travou conhecimento com o abastado Ferdinand Dejean, flautista amador e cirurgião reformado da Companhia Holandesa das Índias Orientais. Dejean encomendou-lhe algumas obras, às quais o jovem compositor se referiu modestamente como “pequenos e simples concertinos”. A modéstia, contudo, enganava: essas peças exigem do solista não apenas grande virtuosismo técnico, mas também fina sensibilidade para as nuances de timbre - e por isso permanecem, até hoje, entre as favoritas do público.

Algum tempo depois, já em Paris, Mozart compôs outro concerto, desta vez para um aristocrata flautista e sua filha harpista, que deviam atuar como solistas em duo - ambos descritos pelo próprio Mozart como “músicos admiráveis”. Diferente de Dejean, este virtuoso dispunha de um instrumento de última geração, equipado com oito chaves, que permitia à flauta alcançar o dó central e explorar a até então impraticável tonalidade de dó maior.

Com o respaldo do conjunto A Nocte Temporis, que fundou em 2016 com Reinoud Van Mechelen, a flautista Anna Besson - hoje reconhecida como uma das mais aclamadas intérpretes de sua geração — registrou estas obras sempre atuais, acompanhada pela extraordinária Clara Izambert no Concerto para Flauta e Harpa".

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!
 

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) - 

01. Mozart: Flute Concerto in G Major, KV 313: I. Allegro maestoso (8:00)
02. Mozart: Flute Concerto in G Major, KV 313: II. Adagio ma non troppo (8:20)
03. Mozart: Flute Concerto in G Major, KV 313: III. Rondo. Tempo di Menuetto (7:32)
04. Mozart: Concerto for Flute and Harp in C Major, KV 299: I. Allegro (9:51)
05. Mozart: Concerto for Flute and Harp in C Major, KV 299: II. Andantino (7:37)
06. Mozart: Concerto for Flute and Harp in C Major, KV 299: III. Rondeau. Allegro (10:00)
07. Mozart: Flute Concerto in D Major, KV 314: I. Allegro aperto (6:43)
08. Mozart: Flute Concerto in D Major, KV 314: II. Adagio non troppo (6:03)
09. Mozart: Flute Concerto in D Major, KV 314: III. Rondo. Allegretto (5:12)

A Nocte Temporis
Reinoud Van Mechelen, regente
Anna Besson, flauta
Clara Izambert, harpa

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Jean Sibelius (1865-1957) - Symphony No. 5 in E-Flat Major, Op. 82 e Igor Stravinsky (1882-1971) - The Firebird Suite

Certamente, temos nesse disco a mais bonita abertura da Quinta de Sibelius. Celibidache com seus gestos contidos, com seus movimentos módicos, transforma em poesia a famosa a obra do finlandês Jean Sibelius. Um disco primoroso. 

A Quinta Sinfonia de Sibelius, estreada em 1915, é frequentemente descrita como um hino à natureza. Nascida no silêncio gelado das florestas e lagos da Finlândia, a obra reflete tanto a luta interior do compositor — já fragilizado pela doença e pelas tensões políticas de seu país — quanto a celebração da grandeza natural. O célebre motivo dos "cisnes", no último movimento, soa como uma elevação espiritual: uma chamada que mistura solenidade e exaltação, como se a própria paisagem nórdica ganhasse voz.

Ainda neste disco, encontramos o The Firebird, de Stravinsky. O compositor lança mão da tradição folclórica russa para criar um balé de cores vivas e intensidade quase cinematográfica. Encomendado por Diaghilev para os Ballets Russes, em Paris, o espetáculo tornou-se um marco da modernidade musical. Entre passagens delicadas, que evocam a magia e o brilho da criatura fantástica, e explosões rítmicas de energia, a partitura revela a capacidade de Stravinsky de reinventar mitos com ousadia e frescor.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

01 - Symphony No. 5 in E-Flat Major, Op. 82_ I. Tempo molto moderato – Largamente – Allegro moderato
02 - Symphony No. 5 in E-Flat Major Op. 82_ II. Andante mosso, quasi allegretto (Live)
03 - Symphony No. 5 in E-Flat Major Op. 82_ III. Allegro molto – Misterioso – Un pochettino largamen
04 - The Firebird Suite_ Introduction (1919 Version) [Live]
05 - The Firebird Suite_ Ronde des princesses (1919 Version) [Live]
06 - The Firebird Suite_ Danse infernale du roi Kastcheï (1919 Version) [Live]
07 - The Firebird Suite_ Berceuse (1919 Version) [Live]
08 - The Firebird Suite_ Finale (1919 Version) [Live]

Münchner Philharmoniker
Sergiu Celibidache, regente 

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Frédéric Chopin (1810-1849) - The Four Ballades, Berceuse, Op. 57, Barcarolle, Op. 60 e Scherzo No. 4, Op. 54

Penso que poucos compositores, ao longo da história da música, souberam verter as emoções, traduzindo-as em gestos suaves e melodias sublimes. O polonês Frédéric Chopin conseguiu isso com largueza de espírito. Ouvir Chopin é sempre uma experiência desvelo e de tocante delicadeza. Neste disco, por exemplo, encontramos algumas das suas bonitas obras.

A primeira delas é Quatro Baladas, compostas entre 1931 e 1842. Inspiradas, segundo alguns estudiosos, na poesia romântica polonesa de Adam Mickiewicz, essas obras ultrapassam a noção de simples narrativa musical: são construções dramáticas em que a melodia se expande em clímax arrebatadores, alternando lirismo íntimo e tempestade sonora. 

Em seguida, encontramos a tenra Berceuse, Op. 57, composta entre 1843 e 1844. Escrita em variações sobre um motivo simples, a peça repousa em uma cadência ondulante que lembra o embalo de um berço. Aqui, Chopin revela seu lado miniaturista: a delicadeza cristalina, quase hipnótica, faz da obra um dos ápices de sua escrita intimista. 

Há ainda a bonita Barcarolle, Op. 60. Inspirada no ritmo das canções de gondoleiros venezianos, traz um compasso que evoca o movimento da água, mas revestido por um lirismo expansivo e sensual. Considerada por muitos pianistas uma das peças mais perfeitas do compositor, combina nobreza e paixão, como se o piano navegasse em um espaço sonoro de amplitude quase sinfônica.

A última peça do disco é o Op. 54, escrito entre 1842 e 1843. É uma obra cujo caráter luminoso contrasta com os scherzos anteriores. O Op. 54 é uma obra de caráter leve e dançante.  É uma obra de grande vitalidade e felicidade sorridente. 

Esse tipo de disco produz uma profunda sensação de bem-estar.  Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Frédéric Chopin (1810-1849) - 

01. Chopin_ Ballade #1 In G Minor, Op. 23, CT 2
02. Chopin_ Ballade #2 In F, Op. 38, CT 3
03. Chopin_ Ballade #3 In A Flat, Op. 47, CT 4
04. Chopin_ Ballade #4 In F Minor, Op. 52, CT 5
05. Chopin_ Berceuse In D Flat, Op. 57, B 154
06. Chopin_ Barcarolle In F Sharp, Op. 60, B 158
07. Chopin_ Scherzo #4 In E, Op. 54, B 148

Evgeny Kissin, piano 

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

domingo, 17 de agosto de 2025

Richard Wagner (1813-1883) - Götterdämmerung

A última parte do Anel de Bayreuth de 1956, regido por Knappertsbusch, deixa uma forte impressão. Uma característica marcante dessa produção é a disposição dos cantores em assumir vários papéis. No trio das Nornas, por exemplo, Jean Madeira, que interpreta a Primeira Norna, já havia cantado Erda e Rossweiße; Maria von Ilosvay, a Segunda, havia sido Flosshilde e Schwertleite. A Terceira Norna é ninguém menos que Astrid Varnay, como se não bastasse o enorme desafio de cantar Brünnhilde. As três formam um conjunto poderoso, embora suas vozes estejam registradas muito em primeiro plano em relação à orquestra, o que acaba obscurecendo a primeira aparição do motivo da imolação.

Na cena seguinte, com Siegfried e Brünnhilde, Windgassen e Varnay já são presenças conhecidas, embora se perceba que estavam economizando forças para os trechos mais exigentes que viriam. A viagem de Siegfried até o Reno é bem conduzida, mas o glockenspiel no clímax mal se ouve. Isso é apenas um detalhe, mas mais preocupante é o clarinete baixo, que possui solos importantes e que aqui quase não se escuta – provavelmente por causa da disposição da fossa orquestral em Bayreuth, com madeiras e metais recuados e longe dos microfones, que estavam voltados principalmente para as vozes.

Na primeira cena dos Gibichungos, surge Hermann Uhde como Gunther. Ele ainda não havia aparecido no ciclo e oferece um Gunther seguro e convincente, sobretudo na forma como transmite sua decadência moral no segundo ato. Josef Greindl, que fora Hunding em Die Walküre, aparece aqui como Hagen – um retrato muito mais sombrio e ameaçador, que o cantor claramente desfruta. Já Gré Brouwenstijn impressiona como Gutrune. Antes, havia sido Freia em Das Rheingold e Sieglinde em Die Walküre, e também aqui se destaca: sua Gutrune não é apenas uma vítima passiva dos planos dos homens, mas uma cúmplice ativa, chegando a oferecer pessoalmente a poção envenenada a Siegfried. Windgassen transmite bem a camaradagem ingênua de Siegfried com os Gibichungos, e o juramento de fraternidade de sangue – com Hagen abstendo-se – tem grande impacto. Em seguida, a vigília de Hagen traz algumas das passagens mais sombrias de toda a obra.

A cena retorna à rocha de Brünnhilde, onde ela encontra Waltraute – novamente Jean Madeira, que não cantara esse papel em Die Walküre. Seus apelos angustiados para que Brünnhilde devolva o anel às Filhas do Reno são recebidos com indiferença: depois do que passou, como esperar que Brünnhilde se preocupe com o destino dos deuses? Waltraute parte inconsolável, e entra em cena o disfarçado Siegfried. Na gravação de Solti, os engenheiros mudaram artificialmente a voz de Windgassen para lhe dar um timbre mais baritonal; aqui isso não ocorre, mas o tenor soa suficientemente áspero, enquanto Varnay transmite bem a angústia e o medo de Brünnhilde.

O segundo ato abre com a última aparição de Alberich, novamente interpretado pelo inconfundível Gustav Neidlinger, em diálogo com Hagen. Depois, Siegfried retorna em sua própria forma, relatando como conseguiu subjugar Brünnhilde. A atmosfera escurece quando Hagen convoca os vassalos para um casamento duplo: Gunther com Brünnhilde, Siegfried com Gutrune. Apesar de as trompas alpinas serem substituídas por trombones – como de costume –, a cena funciona muito bem, mantendo a tensão até o juramento, em que Windgassen mostra todo o seu vigor e Varnay também se impõe. As pequenas imprecisões rítmicas de Windgassen passam despercebidas diante da intensidade. No trio da vingança que se segue, Gunther revela toda a sua fraqueza moral: basta Hagen insinuar a possibilidade de obter o anel para que ele aceite participar do assassinato de Siegfried – como se Hagen tivesse realmente a intenção de ceder o anel a alguém.

O terceiro ato começa com a encantadora cena das Filhas do Reno, que lamentam a perda do anel com melodias sedutoras e depois tentam conquistá-lo de volta seduzindo Siegfried. As intérpretes são as mesmas de Rheingold, mas entre um título e outro, Paula Lenchner (Wellgunde) também cantou Gerhilde, e Maria von Ilosvay (Flosshilde) interpretou Schwertleite e a Segunda Norna. São papéis que exigem vozes mais densas do que as das Filhas do Reno, mas elas fazem bem a transição. Lore Wissmann (Woglinde), por sua vez, não acumulou outros papéis. As três quase conseguem convencer Siegfried, mas quando associam a devolução do anel à sua própria segurança, ele desiste. Depois, reencontra o grupo de caça, saudando-o com um dó agudo luminoso, como previsto na partitura. O relato de sua vida e a bebida que desfaz o efeito da poção o fazem recordar Brünnhilde, o que leva ao seu assassinato. Sua despedida final, após ser esfaqueado – em um toque bastante operístico –, é emocionantemente interpretada por Windgassen. A marcha fúnebre, então, soa grandiosa.

De volta aos Gibichungos, Brouwenstijn retrata muito bem as esperanças, temores e angústias de Gutrune. Já Varnay parece menos à vontade nessa cena – talvez guardando forças para a ária da imolação, na qual realmente se impõe com autoridade. Ainda assim, para quem cresceu ouvindo Nilsson na gravação de Solti, é difícil achar Varnay igualmente imponente: às vezes desliza nas notas ou não as atinge com absoluta precisão. Mas isso é ser excessivamente crítico: dentro de qualquer padrão razoável, sua performance é forte. A cena final é bem conduzida, com o tema da redenção pelo amor se elevando sobre a música das Filhas do Reno, ainda que o tema de Valhalla nos metais não alcance a grandiosidade necessária.

No fim das contas, nenhuma execução de uma obra tão monumental pode ser perfeita em todos os aspectos, mas esta tem muitas qualidades. O elenco é de primeira linha – provavelmente mais forte do que se conseguiria reunir hoje em dia. A orquestra soa magnífica, e Knappertsbusch domina a partitura com autoridade, sem nunca parecer equivocado no andamento. A gravação privilegia as vozes, e o equilíbrio orquestral nem sempre é o ideal; mas, ao contrário da gravação de Solti, esta é ao vivo, no teatro, sem retoques de estúdio. A remasterização da Pristine Audio em Ambient Stereo XR é muito bem-sucedida: mal se nota que se trata de um registro mono, com ótima presença nos agudos. Minhas reservas são mínimas diante do que se alcança aqui e ao longo de todo o ciclo. Mesmo wagnerianos acostumados a Solti ou a registros mais recentes deveriam conhecer esta gravação.

Daqui  

Richard Wagner (1813-1883) - 

DISCO 01


01. VORSPIEL EINLEITUNG - Welch Licht leuchtet dort
02. Treue beratner Vertraege Runen
03. Es ragt die Burg, von Riesen gebaut
04. ORCHESTERZWISCHENSPIEL
05. Zu neuen Taten, teurer Helde
06. Wilsst du mir Minne schenken
07. SIEGFRIEDS RHEINFAHRT
08. Akt 1. Nun hoer, Hagen, sage mir, Held
09. Was weckst du Zweifel und Zwist!
10. Jagt er auf Taten wonnig umher
11. Heil! Heil Siegfried, teuer Held!

DISCO 02

01. Deinem Bruder bot ich mich zum Mann
02. Bluehenden Lebens labendes Blut
03. Hier sitz` ich zur Wacht, wahre den Hof
04. ORSHESTERZWISCHENSPIEL
05. Altgewohntes Geraeusch raunt meinem Ohr die Ferne
06. Hoere mit Sinn, was ich sage!
07. Da sann ich nach
08. Blitzend Gewoelk, vom Wind getragen
09. Bruennhild`! Ein Freier kam

DISCO 03


01. Akt 2 - VORSPIEL
02. Schlaefst du, mein Sohn
03. Hoiho, Hagen! Mueder Mann!
04. Hoiho! Hoihohoho! Ihr Gibichsmannen, machet euch auf!
05. Heil dir, Gunther!
06. Einen Ring sah ich an deiner Hand
07. Heil`ge Goetter, himmlische Lenker!
08. Helle Wehr! Heilige Waffe!
09. Welches Unholds List liegt hier verhohlen
10. Auf, Gunther, edler Gibichung
11. Akt 3 - VORSPIEL
12. Frau Sonne sendet lichte Strahlen

DISCO 04

01. Siegfried! - Was schlitst du so in den Grund
02. Was leid` ich doch das karge Lob
03. Siegfried! Siegfried! Wir weisen dich wahr
04. Hoiho!.. Finden wir endlich, wohin du flogest
05. Mime hiess ein muerridvher Zwerg
06. Bruennhilde, heilige Braut!
07. TRAUERMUSIK
08. War das sein Horn
09. Schweigt eures Jammers jauchzenden Schwall
10. Starke Scheite schichtet mir dort
11. Mein Erbe nun nehm` ich zu eigen
12. Fliegt heim, ihr Raben!

Chorus and Orchestra of the Bayreuther Festspiele
Hans Knappertsbusch, regente
Brünnhilde – Astrid Varnay (soprano)
Siegfried – Wolfgang Windgassen (tenor)
Hagen – Josef Greindl (bass)
Alberich – Gustav Neidlinger (bass-baritone) 

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

sábado, 16 de agosto de 2025

Sergei Prokofiev (1891-1953) - Symphony No. 1 in D Major, Op. 25, "Classical" e Symphony No. 5 in B-Flat Major, Op. 100

Sempre afirmei - ou, pelo menos, tive a impressão - de que Prokofiev é compositor o qual preciso ouvir com mais recorrência, mas nunca faço o suficiente. Suas sinfonias são mosaicos complexos e que explicam vários momentos da vida do compositor e do momento histórico em que ele viveu. Neste disco - que escutei mais de uma vez - encontramos duas extraordinárias sinfonias.

A primeira delas é de Número 1, conhecida também como "Clássica". O epíteto explica a intenção. Ela foi escrita em 1917. Prokofiev, ainda jovem, buscava criar algo que Haydn talvez pudesse ter escrito “se tivesse vivido até hoje”, como ele próprio afirmou. O resultado é uma obra leve, transparente, quase travessa: melodias que dançam com um frescor neoclássico, orquestração enxuta e um humor refinado que, mesmo com um pé no século XVIII, carrega o espírito modernista da vanguarda russa do início do século XX. Trata-se de uma música inteligente, que quase sorri, em sua leveza brincalhona. 

Já a Sinfonia No. 5, uma das minhas sinfonias favoritas da vida, escrita em 1944, possui uma outra natureza; uma personalidade completamente outra. Escrita nos momentos decisivos da Segunda Guerra Mundial, ela está permeada por um peso dramático que se faz sentir nos primeiros lances de sua abertura. A obra ergue-se como um monumento: temas amplos, orquestra densa, crescendos que parecem carregar não apenas emoção, mas também o peso de uma época.

Não deixe de ouvir este excelente disco do selo Naxos. Uma boa apreciação! 

Sergei Prokofiev (1891-1953) - 

01. Symphony No. 1 in D Major, Op. 25, Classical - I. Allegro
02. Symphony No. 1 in D Major, Op. 25, Classical - II. Larghetto
03. Symphony No. 1 in D Major, Op. 25, Classical - III. Non troppo allegro
04. Symphony No. 1 in D Major, Op. 25, Classical - IV. Molto vivace
05. Symphony No. 5 in B-Flat Major, Op. 100 - I. Andante
06. Symphony No. 5 in B-Flat Major, Op. 100 - II. Allegro marcato
07. Symphony No. 5 in B-Flat Major, Op. 100 - III. Adagio
08. Symphony No. 5 in B-Flat Major, Op. 100 - IV. Allegro giocoso

Slovak Philharmonic Orchestra
Stephen Gunzenhauser, regente 

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Jazz - Thelonious Monk Quintet - Monk (1954)

Extraído do encarte desse disco sensacional:

"Nos primeiros anos das gravações de jazz, era comum que as mesmas músicas aparecessem com diferentes títulos e atribuições. Foi exatamente o que aconteceu com essas seis faixas (ou sete, se contarmos as duas tentativas de Think of One), lançadas sob nomes como We See, The Golden Monk e simplesmente Monk. Em todos os casos, os músicos foram creditados como The Thelonious Monk Quintet.

Aqui, ouvimos Monk acompanhado por dois grupos distintos, em sua segunda e terceira gravações como líder para o selo Prestige. Em ordem cronológica, “Let’s Call This” e as duas versões de “Think of One” foram registradas em 13 de novembro de 1953, com Monk ao piano, Sonny Rollins no sax tenor, Julius Watkins na trompa, Percy Heath no baixo e Willie Jones na bateria. As outras quatro faixas vieram de uma sessão em torno de 11 de maio de 1954, com Frank Foster (sax tenor), Ray Copeland (trompete), Curly Russell (baixo) e Art Blakey (bateria).

Quem conhece o trabalho de Monk e Rollins naquela época sabe que “Think of One” nunca chegou a se encaixar plenamente, embora Rollins e Watkins ofereçam interpretações acima da média. O fato de terem gravado duas versões sugere que a banda não ficou totalmente satisfeita — mas isso não significa que devam ser ignoradas. Monk mantém a energia e está claramente em sintonia com o grupo, especialmente com Rollins, com quem compartilha um instinto rítmico afiado.

A sessão seguinte apresenta resultados mais consistentes do início ao fim. Monk e companhia mostram versatilidade ao transitar entre a delicadeza quase etérea de “Smoke Gets in Your Eyes” e o bop vigoroso de “Locomotion” e “Hackensack”."

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

01. We See
02. Smoke Gets In Your Eyes
03. Locomotive
04. Hackensack
05. Let's Call This
06. Think Of One (Take 2)
07. Think Of One (Take 1)

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

Ralph Vaughan Williams (1872-1958) - Symphony No. 5 in D Major e Symphony No. 6 in E Minor

As duas obras encontradas neste disco são absurdamente diversas. Enquanto uma é quase pastoral, a outra incursiona na direção da incerteza; enquanto uma é terna, luminosa e acena para a paz, a outra é pesada, com uma energia quase brutal. Curiosamente, a distância de uma para a outra é de apenas de cinco anos. A Quinta foi composta em 1943 e estreou em um período de demasiada incerteza, de tensão. A Segunda Grande Guerra vivia momentos decisivos. Os aviões das forças nazistas sobrevoavam as noites de Londres e trazia presságios dolorosos. Naquele ano, Vaughan Williams estreou esse trabalho que perfumava o país como se fosse um idílio; um bálsamo que inundava os ouvintes com uma cintilante e delicada mensagem de esperança.

Já a Sexta - como já afirmado - é o completo oposto da Quinta.  Muitos interpretaram essa obra como um reflexo sombrio do pós-guerra e do início da Guerra Fria, com seu terceiro movimento frenético e um final — o célebre epílogo pianíssimo — que se dissipa num silêncio inquietante, como cinzas após a explosão. 

Não deixe de ouvir essa excelente interpretação de Andrew Manze. Uma boa apreciação! 

Ralph Vaughan Williams (1872-1958) - 

Symphony No. 5 in D Major
01. I. Preludio
02. II. Scherzo - Presto misterioso
03. III. Romanza - Lento
04. IV. Passacaglia - Moderato

Symphony No. 6 in E Minor
05. I. Allegro
06. II. Moderato
07. III. Scherzo - Allegro vivace
08. IV. Epilogue - Moderato

Royal Liverpool Philharmonic Orchestra

Andrew Manze, regente 

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!

 

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Johannes Brahms (1833-1897) - Violin Sonata No 1 in G major, Op 78, Violin Sonata No 2 in A major, Op 100, Violin Sonata No 3 in D minor, Op 108 e Three Romances, Op 22

 
As três sonatas para piano e violino encontradas neste disco estão entre as obras mais sensíveis para o gênero. São joias inquestionáveis; fruto da genialidade e da sensibilidade do compositor. Quando Johannes Brahms começou a escrever sua Sonata para piano e violino nº 1 em sol maior, op. 78, em 1878, ele já era reconhecido como um dos grandes arquitetos sonoros do romantismo tardio. Conhecida como “Regenlied” (canção da chuva), a obra nasce de um gesto íntimo: a reutilização de um tema extraído de seu próprio lied op. 59, nº 3. A peça é marcada por lirismo contemplativo, onde o violino parece cantar com a suavidade de uma lembrança distante, enquanto o piano sustenta e comenta, num fluxo de igual protagonismo. É uma sonata de maturidade serena, sem pressa de chegar ao clímax.

Já a Sonata No. 2 é do ano de 1886, quando o compositor encontrava-se, em Thun, Suíça, passando  dias agradáveis no verão idílico, próximo a lagos límpidos e florestas evocativas. Brahms incorpora ecos de melodias suíças e fragmentos de canções populares, resultando em um discurso mais breve e ensolarado que o da primeira sonata. É música que flui com espontaneidade, como se o compositor, por um momento, deixasse de lado a arquitetura austera para deixar entrar a brisa.

Já a Sonata No. 3, revela uma atmosfera contrária do mesmo verão, mesmo sendo composta no mesmo ano e em circunstâncias bem parecidas. Aqui, Brahms abandona o formato de três movimentos e adota quatro, com contrastes abruptos, tempestades rítmicas e virtuosismo de fôlego para ambos os instrumentos. O violino ganha linhas de grande impacto e o piano assume uma escrita quase orquestral. É a mais ambiciosa das três, e talvez a que melhor traduza o Brahms que olhava para Beethoven como modelo, mas falava com voz própria.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Johannes Brahms (1833-1897) - 

Violin Sonata No 1 in G major, Op 78
01. I. Vivace ma non troppo
02. II. Adagio – Più andante – Adagio come I
03. III. Allegro molto moderato – Più moderato

Violin Sonata No 2 in A major, Op 100
04. I. Allegro amabile
05. II. Andante tranquillo – Vivace – Andante – Vivace di più – Andante – Vivace
06. III. Allegretto grazioso, quasi Andante

Violin Sonata No 3 in D minor, Op 108
07. I. Allegro
08. II. Adagio
09. III. Un poco presto e con sentimento
10. IV. Presto agitato
Clara Schumann

Three Romances, Op 22
11. I. Andante molto

Alina Ibragimova, violino
Cédric Tiberghien, piano 

Você pode comprar este disco na Amazon

*Para acessar o link, por favor, clicar na imagem.

*Se possível, deixe um comentário. Sua participação é importante. Ela ajuda a manter o nosso blog!