As duas obras encontradas neste disco são absurdamente diversas. Enquanto uma é quase pastoral, a outra incursiona na direção da incerteza; enquanto uma é terna, luminosa e acena para a paz, a outra é pesada, com uma energia quase brutal. Curiosamente, a distância de uma para a outra é de apenas de cinco anos. A Quinta foi composta em 1943 e estreou em um período de demasiada incerteza, de tensão. A Segunda Grande Guerra vivia momentos decisivos. Os aviões das forças nazistas sobrevoavam as noites de Londres e trazia presságios dolorosos. Naquele ano, Vaughan Williams estreou esse trabalho que perfumava o país como se fosse um idílio; um bálsamo que inundava os ouvintes com uma cintilante e delicada mensagem de esperança.
Já a Sexta - como já afirmado - é o completo oposto da Quinta. Muitos interpretaram essa obra como um reflexo sombrio do pós-guerra e do início da Guerra Fria, com seu terceiro movimento frenético e um final — o célebre epílogo pianíssimo — que se dissipa num silêncio inquietante, como cinzas após a explosão.
Não deixe de ouvir essa excelente interpretação de Andrew Manze. Uma boa apreciação!
Ralph Vaughan Williams (1872-1958) -
Symphony No. 5 in D Major
01. I. Preludio
02. II. Scherzo - Presto misterioso
03. III. Romanza - Lento
04. IV. Passacaglia - Moderato
Symphony No. 6 in E Minor
05. I. Allegro
06. II. Moderato
07. III. Scherzo - Allegro vivace
08. IV. Epilogue - Moderato
Royal Liverpool Philharmonic Orchestra
Andrew Manze, regente
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