Anton Bruckner (1824-1896) - Symphony No. 9 in D Minor, WAB 109

Anton Bruckner foi um compositor bastante curioso. Sua vida foi repleta de eventos raros, o que permitiu aos inúmeros críticos criarem versões - algumas caricatas - de sua pessoa. O fato é que Bruckner foi um sujeito de personalidade incomum. A religião sempre esteve com ele. Perdeu o pai quando tinha apenas treze anos de idade. Após esse marcante episódio, foi admitido no embasbacante mosteiro de São Floriano. As paisagens eram deslumbrantes. Ladeado por uma inspiradora natureza e monumentais belezas, a alma de Bruckner recebeu essa carga cultural e religiosa que lhe seguiriam pela vida a fora. Tanto era assim que ele voltou inúmeras vezes ao local para sentir as ricas emanações espiritualizantes do lugar. Falar de Bruckner nos conduz ao grandiloquente, porquanto a sua obra está saturada de uma imponente força religiosa, realizada para proclamar a grandiosidade divina. Assim como Bach, Bruckner tinha uma tarefa: afirmar por meio de sua música os poderes indizíveis do deus cristão. A Nona Sinfonia, sua última sinfonia, aquela que ele deixou inacabada, é um dos seus documentos mais poderosos. É uma obra cuja grandiosidade mística nos envolve por completo. Ela termina com o misterioso Adagio, que traz à Terra os céus e nos coloca diante de uma linda declaração do compositor, como se ele estivesse dizendo que uma vida inteira estava ali. Temos aqui a excelente interpretação de um dos meus regentes favoritos, o russo Valéry Gergiev.

Anton Bruckner (1824-1896) -

01 - Symphony No. 9 in D Minor, WAB 109 I. Feierlich - Misterioso
02 - Symphony No. 9 in D Minor, WAB 109 II. Scherzo. Bewegt, lebhaft
03 - Symphony No. 9 in D Minor, WAB 109 III. Adagio. Langsam, feierlich

Original three-movement version

Münchner Philharmoniker
Valéry Gergiev, regente

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