Neste disco despretensioso do selo Naxos, eis que ouvi uma das versões mais poderosas da Sinfonia número 4, de Dmitri Shostakovich, essa sumidade que tanto me fascina. A Sinfonia número 4 é um trabalho em cuja força e visceralidade, visualizamos os humores dos tenebrosos anos 30 na União Soviética. Shosta escreveu sua Sinfonia número 4 entre os anos de 1935 e 1936. Nela notamos uma espécie de "aviso sobre o perigo". Em 1934, Shosta escrevera a sua famosa ópera Lady Macbeth do Distrito de Mtzensk, baseada na novela de Nikolai Leskov e sofrera sanções dramáticas pelo próprio Stálin. Mas não se intimidou. Escreveu este trabalho poderoso, contestador, cheio de humores pesados e nuvens de feições inamistosas. Acredito que essa versão da Naxos tenha conservado o espírito desejado pelo compositor. Já escutei quatro vezes este disco. Uma boa apreciação!
Dmitri Shostakovich (1906-1975) -
Shostakovich- Symphony No. 4 in C Minor, Op. 43
01. Allegretto poco moderato
02. Moderato con moto
03. Largo-Allegretto
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Czecho-Slovak Radio Symphony Orchestra (Bratislava)
Ladislav Slovak, regente
Em primeira instância gostaria de agradecer profundamente pelo serviço prestado por este espaço. Sou um leigo se tratando de música erudita. Antes tinha uma visão pessimista sobre o que era a música erudita. Mas pelos seus textos essa visão foi se modificando, foi sendo desmitificada. Achava a música bela, mas ela me parecia coisa de "intelectuais" era como se só alguns "escolhidos" pudessem compreender e aprecia-la. Com esse espaço percebi que não, aumentei os meus conhecimentos, sobre compositores, interpretes e etc... A música erudita tornou-se minha religião, minha ligação com o divino o metafísico. Bach, Beethoven, Mozart e etc... Não estão mortos, seus espíritos permanecem vivos nas suas obras. E como se eles quando viveram moldassem o seu paraíso, diante do qual mesmo quando o corpo sucumbe-se diante do tempo e da finitude da vida, eles pudessem viver ali, impregnados na sua arte, dizendo assim para a morte: “A arte a tudo supera, a morte reduz tudo o que é físico, mas a arte não é física, é além, além do bem e do mal, além do trivial, uma tapa na cara diante da previsibilidade dos destinos já traçados.” sei que minhas palavras podem soar muito vazias e superficiais, mas são sinceras. Obrigado por apresentar a arte de maneira tão profunda e simples continue a citar aqui e no seu blog, o efeito da música erudita na sua vida. A humanidade precisa de mais gente como você, parabéns por este espaço. Se possível me de dicas de livros e etc... Para me aprofundar mais nessa arte. Muito obrigado, vida longa ao blog. Abç!
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