sábado, 26 de julho de 2014

Ludwig van Beethoven (1770-1795) - Symphony No. 7 in A major, Op. 92, Leonore Overture no.3, Op. 72a, Egmont Overture, Op. 84 e The Consecration of the House, Overture for Orchestra Op. 124

Maravilhosa a qualidade da interpretação da Sétima de Beethoven, sob a condução do fabuloso Antal Dorati. Curiosamente, tudo o que o esse regente colocou as mãos, necessariamente se transformou em algo respeitoso. Beethoven foi daqueles compositores passionais. Conseguiu transmitir às obras criadas, suas paixões, aspirações intelectuais, existenciais, políticas. A Sétima Sinfonia, composta entre os anos de 1811 e 1812, possui um grande significado. Quando o compositor escreveu a Terceira (Eroica) e a dedicou a Napoleão, havia no alemão um alto idealismo. Mas depois que percebeu que o francês era um tirano, um déspota, resolveu mirar sua metralhadora criativa contra Napoleão. É, por isso, que uma sucessão de obras "raivosas", "furiosas", foram escritas como que para anatemizar o francês - abertura Coriolano (1807), a Quinta Sinfonia (1808), a música de Egmont de Goethe (1810), a abertura Rei Stephan (1811), entre outras. A Sétima segue ainda essa saga anti-napoleônica. A própria estreia da obra (1813) aconteceu em um concerto beneficente para os inválidos das guerras napoleônicas. A Sétima estreou no mesmo dia da estreia de A vitória de Wellington, para justamente comemorar o ocaso de Napoleão. Ouçamos. Há ainda outras  obras fantásticas no disco. Encurtemos as palavras, senão a coisa vai se estender. Uma boa apreciação! 

Ludwig van Beethoven (1770-1795) - 

Symphony No. 7 in A major, Op. 92
01. 1. Poco sostenuto.  Vivace
02. 2. Allegretto
03. 3. Presto.  Assai meno presto
04. 4. Allegro con brio

Leonore Overture no.3, Op. 72a
05. Leonore Overture no.3, Op. 72a

Egmont Overture, Op. 84
06. Egmont Overture, Op. 84

The Consecration of the House, Overture for Orchestra Op. 124
07. The Consecration of the House, Overture for Orchestra Op. 124

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London Symphony Orchestra
Antal Dorati, regente


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Um comentário:

  1. Carlinus:

    Eu adoro as interpretações do Dorati nas sinfonias de Haydn. São precisas.

    Então baixei esse CD com a sétima de Beethoven e gostei muito.

    O Dorati consegue fundir dois tipos de interpretação dessa sinfonia que eu vejo existir em algumas gravações: uma visão mais clássica e suave (Solti, por exemplo) e outra mais romântica e pesada (Karajan e Furtwangler).

    Ele consegue impor a personalidade do Beethoven e, ao mesmo tempo, extrai um tom clássico.

    A gravação também é excelente (dá para se ouvir quase todos os instrumentos distintamente).

    A melhor interpretação da sétima, para mim, é a do Karajan (porque foi com ela que tive contato com essa obra-prima), mas Dorati vai ser um dos meus preferidos, sem dúvida.

    Por fim, discordo de você sobre a Sétima ser uma sinfonia voltada contra Napoleão. Vejo ela como uma síntese da quinta e da sexta sinfonias. Ela tem a força pessoal e existencial da quinta e uma mística da natureza (onde se aproxima da sexta).

    A sinfonia "política" por excelência é a Eroica (é, inclusive, uma sinfonia maçônica, pois, tal como Flauta Mágica de Mozart, há uma ênfase no número 3). As demais fogem dessa temática. Aliás, tenho, para mim, que a Oitava é uma peça humorística e uma verdadeira paródia, inclusive da Eroica. Observe os compassos finais de ambas as sinfonias. Nas Eroica há uma sucessão de acordes, como um soldado marchando, e culminan em um final heróico, firme. Na oitava há os mesmos acordes, mas o soldado aqui está bêbado, e, no final, ele dá uma pendida para trás. Tente observar isso e veja se estou longe da verdade!

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