terça-feira, 17 de setembro de 2013

Anton Bruckner (1824-1896) - Sinfonia No. 7 em Mi Maior

Dizer que gosto de Bruckner é pouco. É mais que gostar. É devoção profunda. Começou assim: achava o compositor imensamente "maçante". Aqueles trabalhos enormes, com temas sendo repetidos, atravessados, voltando, tornando a voltar, até que tudo se expiralasse no infinito, botava-me intrigado. Fugia de Bruckner. Até que a Sinfonia No. 4 apareceu e tudo se tornou claro como o sol do meio-dia. Depois vieram as de número 6 e 8. Hoje, não posso viver mais sem Bruckner. Suas sinfonias são tratados espirituais. É o desvelar da alma do compositor, que era um sujeito imensamente religioso. Acredito que após Bach, o sujeito mais religioso da história da música seja Bruckner. Ele possuía uma devoção imensa no deus do cristianismo. E cada trabalho confirmava isso. A Sinfonia no. 7, que ora surge, é a confirmação de uma alma apaixonada. É um trabalho de deixar qualquer coração abalado pelo enlevo gerado. O tema inicial é de uma beleza indizível. Ouvi este trabalho regido pelo Jansons, um dos melhores regentes da atualidade, duas vezes. Sei. Não é uma das melhores versões. Prefiro a do Barbirolli, postada há alguns dias atrás, a esta versão. E enquanto ouvia, pensava que, talvez, somente Mahler, com sua "Titã", tenha um trabalho que gere tantas expectativas no primeiro movimento. Mas isso é uma conversa para outra hora. Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

Anton Bruckner (1824-1896) -

Sinfonia No. 7 em Mi Maior 
01. I. Allegro moderato
02. II. Adagio (Sehr feierlich und sehr langsam)
03. III. Scherzo (Sehr schnell) & Trio (Etwas lang
04. IV. Finale (Bewegt, doch nicht zu schnell)
 
Você pode comprar este disco na Amazon
 
Symphonieorchester des Bayerischen Rundfunks
Mariss Jansons, regente
 
 
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5 comentários:

  1. Caríssimo.

    Há 4 anos estava a vasculhar seu blog de cabo a rabo, e a absorver tudo que podia de sua brilhante seleção. Pouco tempo depois me mudei (coincientemente para Brasília) para iniciar minha graduação. Hoje senti a minha paixão pela música se reacender como nunca, e me lembrei deste maravilhoso blog! E qual foi a felicidade em vê-lo ativo e enérgico do mesmo jeito que o deixei há 4 anos. Muitíssimo obrigado! Espero que esteja tendo uma excelente noite chuvosa! Se me der licença agora tenho uns discos para baixar :)

    Forte Abraço,

    Rodrigo Fonseca

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  2. Seja bem-vindo - mais uma vez!

    Em minha cidade, Taguatinga, não choveu!

    Abraços, Rodrigo!

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  3. Dirceu Scarparo Vargas18 de setembro de 2013 às 12:24

    Caro Carlinus
    Baixei a música mas ainda não ouvi.
    O fato é que o Religioso Bruckner nos amarra uma perna e o Flósofo Mahler nos amarra a outra,não concordas??
    Gostaria de saber se você tem disponível a mesma 7ºSinfonia de Bruckner regida por Karl Bohm/Filarmônica de Viena/1977/DG;e também a última gravação do Karajan/Filarmônica de Viena/1989/DG . Se tiveres alguma delas e pudesse postar ficaria imensamente grato. Um abraço do Dirceu.

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  4. Verdade, Dirceu! São dois sinfonistas incansáveis - cada um elaborando a sua "preocupação". Apesar dos trabalhos de Mahler possuírem, de primeira, aquela feição filosófica, penso que o compositor também fosse bastante religioso. Não sei sei se fui claro.

    Com relação ao seu pedido, não tenho como falar de imediato se tenho os dois trabalhos. Teria que procurar. E achar algumas coisa no meio dos meus arquivos não anda nada fácil.

    Abraços, Dirceu!

    P.S. Obrigado pelas visitas e comentários constantes!

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  5. Dirceu Scarparo Vargas19 de setembro de 2013 às 10:12

    Obrigado pelo belo trabalho e receptividade. Não nos abandone.
    Um forte abraço do Dirceu.

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