sábado, 18 de julho de 2009

César Guerra-Peixe (1914-1993) - Tributo a Portinari e Sinfonia No.2 - Brasília

Esta é a segunda postagem que faço com os dois CDs que ganhei do compositor Joaquim Galvão. E eis que apresento-vos um grande artista necessariamente brasileiro. Esta é a primeira postagem que faço de um compositor da "terra brasis". E é em grande estilo! Nada mais nada menos do que Guerra-Peixe, um dos maiores da história brasileira. Guerra foi um extraordinário músico. Filho de pais portugueses, o compositor foi um notável instrumentador e escreveu uma obra numerosa e de alta qualidade técnica. Aos 9 anos já tocava piano, violão, bandolim e violino. Essa versatilidade foi marcada pela inúmeras viagens realizadas pelo interior de Minas e do Rio de Janeiro. Estas viagens foram marcadas pelo contato do jovem Guerra com grupos folclóricos do interior do país. Estudante notável, Guerra iniciou o trabalho "nômade" de músico. Tocava onde houvesse convite. Após ler Ensaio sobre a Música Brasileira de Mário de Andrade, Guerra mudou sua sensibilidade e sua consciência para compor. Sempre curiosa pelo seu aprofundamento em matéria de composição, entrou em contato com o dodecafonismo de Schoemberg por intermédio de seu professor Koellreutter. Participou ativamente do grupo Música Viva que tinha nomes de peso como Cláudio Santoro, Edino Krieger e Eunice Catunda. Era objetivo desse grupo "trazer a modernidade para a produção musical brasileira. libertando-a das amarras nacionalistas teorizadas pouco mais de uma década por Mário de Andrade". O ano de 1941 foi marcante para o compositor, posto que foi nesse ano que iniciou o seu estabelecimento na capital pernambucana, Recife. Lá, Guerra pode aprofundar-se no estudo das manifestações folclóricas daquela terra - coco, maracatu, xangô, frevo. Uma importante descoberta foi no que tange ao frevo. Os paços fréneticos do frevo foram trazidos por eslavos e espanhóis e não por negros africanos como se cria. No que tange às obras do CD que ora posto, posso afirmar que é música de uma qualidade invulgar. É música densa e com fortes elementos tipicamente nacionais. Segundo as informações do encarte do CD: "O Tributo a Portinari (1993) traz para o primeiro plano a interdisciplinariedade que fascina a arte brasileira, embora seja raro um compositor brasileiro homenagear um pintor brasileiro. Mais que frequente é a homenagem a poetas e a parceria com eles - por exemplo, Villa-Lobos, Ronald de Carvalho, Camargo Guarnieri e Carlos Drummond de Andrade, Bruno Kiefer e Carlos Nejar, Armando Albuquerque e Augusto Meyer". Já "A Sinfonia no.2 - Brasília, na sua preocupação programática inaugurou uma linhagem dentro da obra sinfônica de Guerra-Peixe que resultaria, uma década mais tarde no painel orquestral Museu da Inconfidência (1972), resultado de uma visita ao Museu da Incofidência de Ouro Preto, a cidade histórica mineira. A esta mesma linhagem sinfônica programática pertence A Retirada de Laguna e, finalmente, o Tributo a Portinari, a derradeira obra do compositor". As obras foram gravadas pela Orquestra Sinfônica de Porto Alegre em 1994. É um CD que exige respeito e louvor, pois pouco vemos no Brasil, a tentativa ou o esforço para que se torne conhecido o melhor da música brasileira. As gravações estão em dois blocos - (1) O Tributo a Portinari; e o (2) A Sinfonia No. 2 "Brasília". Não deixe de ouvir esta importante gravação com o melhor do produto musical e artístico brasileiro. Boa apreciação!

César Guerra-Peixe (1914-1993) - Tributo a Portinari e Sinfonia No.2 - Brasília

Tributo a Portinari
1. I. Família de Emigrantes
2. II. Espantalho
3. III. Enterro na Rede
4. IV. Bumba-meu-boi

Sinfonia No.2 - Brasília

I. Allegro ma non troppo
5. O candango em sua terra
6. A Caminho do Planalto
7. Recordações que o acompanham
8. Chegada alegre

II. Presto
9. Trabalho

III. Andante
10. Elegia para o ausente

IV. Allegretto con moto
11. Manhã de domingo

V. Allegretto
12. Tarde infantil

VI. Andante
13. Desce a noite

VII. Presto
14. Volta ao trabalho

VIII. Moderato
15. Inauguração da cidade

IX. Allegro ma non troppo
16. Apoteose

Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA)
Ernani Aguiar, regente
Coral Sinfônico da OSPA

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Have Joy!

5 comentários:

  1. Oh, não!... a sinfonia toda veio em um grande arquivo. :(

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  2. A sinfonia está com falhas de ripagem do CD!

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  3. Realmente, está broxante ouvir a sinfonia...

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  4. Infelizmente, saiu conforme está no CD. Apenas tirei do disco! O disco também está assim!

    Abraços musicais!

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  5. O link está quebrado, gostaria de pedir de novo que o senhor colocasse. estou procurando faz tempo esse cd

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