Tenho postergado as postagens das sinfonias de Shosta, mas pretendo concluir o mais rápido possível. Temos agora a Toda-Poderosa Sinfonia No. 10. É um monumento, um templo, uma catedral da arte no século XX. Acredito que se fosse feita uma seleção com aquilo que se produziu de mais notável no século passado, com absoluta convicção - creio - que esta sinfonia estaria presente. É um empreendimento faraônico, bem típico de Shosta. Dmtri a compôs em 1953, após um intervalo de 8 anos. A No. 9 havia sido composta em 1945, logo após a Segunda Grande Guerra. Talvez os ressaibos com Stálin tenha feito Shosta adiar a publicação desta Sinfonia. Ele foge do modelo do realismo soviético. No ano da morte de Stálin, o compositor a divulga para o mundo. A grande questão é que esta sinfonia é tonitroante, megalomaníaca (no bom sentido), cheia de poderes, de vigor, de reflexões atordoaras, capaz de gerar em nós uma vontade terrível de correr o mundo e chutar as costelas do Universo. Há tragicidade, há fúria, há cólera, êxtase, tranquilidade bucólica. Somente Shosta para fazer algo assim. O segundo movimento é sombrio, violento, enérgico - dizem os comentaristas - que é um retrato musical de Josef Stálin e seus anos de governo obscurantista. Deixarei de falar, pois minhas palavras não atingem o cerne daquilo que pode ser abstraído dessa obra magnífica. Somente ouvindo atentamente para perceber; somente prestando atenção, poder-se-á sentir os poderes atordoadores da arte-vulcânica de Dmistri Shostakovich. Shosta provoca arrepios em mim quando o escuto. Boa apreciação! Boa viagem ao mundo épico desta Sinfonia!
Dmitri Shostakovich (1906-1975) - Sinfonia No. 10 em E maior, Op. 93
1 Moderato
2 Allegro
3 Allegretto
4 Andante - Allegro
London Symphony Orchestra
Mstilav Rostropovich, regente
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Por Carlos Antônio M. Albuquerque
Have Joy!
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