Escutei a Sinfonia No. 3, de Schnittke, há pouco. Fiquei com uma sensação estranha. É como se estivesse tentando reunir os pedaços quebrados de um espelho. Não existe uma melodia na música. Tudo é caótico; um verdadeiro manifesto; uma exaltação dos limites a que arte pode chegar.
Escrita em 1983, a Sinfonia No. 3 do compositor é uma homenagem à cidade de Leipzig; uma revisitação da música alemã. Passado e presente se unem, encontram-se, colidem de forma visceral. Ouve-se Bach (ou a sombra de Bach), ecos de Wagner, e fragmentos do expressionismo de Schoenberg, todos submetidos à sua assinatura: a técnica do poliestilismo. Os temas são justapostos, desmembrados e reintroduzidos com uma ironia dramática que beira o sarcasmo.
É preciso escutá-la com um fone de ouvidos para captar a desintegração que ela proporciona. Ela é uma espécie de metáfora da fragmentação na qual o mundo se tornou. A única coisa que torna possível o passado permanecer vivo é a memória; o presente, por sua vez, é só fragmentação, dissociação, ruptura, ausência de ordem.
Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!
Alfred Schnittke (1934-1998) -
01 - I. Moderato
02 - II. Allegro
03 - III. Allegro pesante
04 - IV. Adagio
Rundfunk-Sinfoniorchester Berlin
Vladimir Jurowski, regente
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Creo que deberías saber que fue borrado de la faz de la tierra virtual del Internet el otro blog en portugués de música clásica, pqpbach.ars.blog.br, no sé si deberías anunciarlo, dado que era un sitio de alguna manera hermanado a este.
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