segunda-feira, 21 de março de 2016

Anton Bruckner (1824-1896) - Symphonie No. 4 Mi bemol major - "Romantique"

A Sinfonia No. 4 de Bruckner é uma paixão inconfundível para mim. Escutá-la é sempre uma experiência religiosa - como religiosa eram as experiências de Bruckner ao escrever os seus trabalhos. Penso que fora de Bach, não há compositor mais religioso do que Bruckner. É possível encontrar um idealismo, uma assunção do sentimento sublime, do puro, que se mistura aos mistérios universais. Bruckner não era brincadeira. Bruckner é um outono para alma com todos os efeitos existenciais que essa estação promove. É a paz, um sentimento profundo do sentido que prima pela renovação; a ânsia que exige a resposta como plataforma do silêncio, mas não há como encontrá-la. O que existem são galáxias infinitas, o senso de que estamos diante do inominável, do inclassificável. O toque da trompa que inicia a Quarta é um anúncio, uma espécie de porta que se abre para grandes torrentes de beleza. É o grito, o chamado da natureza, de uma viagem por brumas capazes de esconder o que intentamos encontrar, mas que seguimos, seguimos... A primeira versão do trabalho é de 1874. Em seguida, Bruckner a modificou em 1878 - e é justamente essa versão que Herreweghe nos apresenta. Bruckner ainda trabalharia em mais duas versões do trabalho.

Anton Bruckner (1824-1896) - Symphonie No. 4 Mi bemol major - "Romantique"

01. 1. Allegro molto moderato. Bewegt, nicht zu schnell
02. 2. Andante, quasi allegretto
03. 3. Scherzo. Bewegt. Trio. Nicht zu schnell, keinesfalls schleppend.
04. 4. Finale. Bewegt, doch nicht zu schnell

Orchestre des Champs-Elysees
Philippe Herreweghe, regente

Ed. Nowak

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