terça-feira, 7 de julho de 2009

Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893) - Sinfonia No. 3 in D major, Op. 29 - "Polonesa", Marcha Eslava e Francesca da Rimini

Dando continuidade à postagem das sinfonias de Tchaikovsky, eis que agora surge a sinfonia No.3. Não é tão famosa quanto a Quinta ou a Sexta. Todavia, é cheia de vigor, energia, com passagens melódicas apaixonantes - algo muito característico no compositor. Esta sinfonia é conhecida como "Polonesa" e foi composta entre junho e agosto de 1875. Nesta sinfonia, Tchaikovsky "transgride" as normas atinentes à composição sinfônica clássica. Geralmente, as sinfonias possuíam 4 movimentos. O compositor russo insere cinco movimentos nesta sinfonia e o último possui ritmos polononeses, o que motivou a denominação dessa magnífica obra de "Polonesa". Aparece ainda a "Marcha Eslava" com poderes magníficos. Apenas o nome sugere "um tema" eslavo, pois o que comanda a peça é "a alma russa". Inclusive aparecem temas do folclore russo, também colocados na "Abertura Solene 1812". O início da "Marcha Eslava" é poderoso. E, por último, temos "Francesca da Rimini", que me faz pensar em tons nebulosos, truculentos, à semelhança de um trem terrível, sem controle, descarrilado numa noite escura e fria. Segundo a wikipédia esta peça foi criada em 1876 numa visita feita pelo compositor a Bayreuth, o teatro para encenação das peças de Richard Wagner. "Nesta fantasia, Tchaikovsky inspirou-se na trágica história de Francesca da Rimini, uma bela jovem imortalizada na A Divina Comédia, de Dante. No canto quinto do Inferno, o narrador (o próprio Dante) encontra a sombra de Francesca, uma donzela nobre que se apaixonou pelo irmão do seu disforme marido. Ao descobri-los juntos, o marido vinga-se, matando-os. Os amantes são condenados ao Inferno pelas suas paixões adúlteras, onde ficam separados por uma tempestade violenta, impedidos para sempre de se tocarem. A sua eterna tormenta é a memória impossível de erradicar das alegrias e prazeres nos abraços que antes puderam dar e que, agora, nunca mais poderão voltar a desfrutar. Na sua composição Francesca da Rimini, Tchaikovsky exprime a sua dolorosa identificação com a heroína e a sua trágica sorte, um sentimento que é também evocado no ballet O Lago dos Cisnes e em Abertura-Fantasia Romeu e Julieta. Este poema sinfónico, talvez mais que qualquer outra obra de Tchaikovsky, revela a influência de Liszt, tanto musicalmente como no próprio tema. Liszt escolheu frequentemente temas de natureza gótica, diabólica: a Sinfonia Dante (1857), Totentanz (1849) e a Sonata Dante (1856), por exemplo. O uso de cromatismos revolventes na ilustração das chamas do Inferno mostram também muito de Liszt". Fica aqui a certeza de um extraordinário CD dessa série com as sinfonias de Tchaikovsky. Não deixe de ouvir e apreciar.

Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893) - Sinfonia No. 3 in D major, Op. 29 - "Polonesa", Marcha Eslava e Francesca da Rimini 

Sinfonia No. 3 in D major, Op. 29 - "Polonesa" 
1. Introduzione e Allegro — Moderato assai (Tempo di marcia funebre) – Allegro brillante 
2. Alla tedesca — Allegro moderato e semplice 
3. Andante — Andante elegiaco 
4. Scherzo — Allegro vivo 
5. Finale — Allegro con fuoco (Tempo di polacca) 

Marcha Eslava, Op. 31 
6. Marcha Eslava, Op. 31 

Francesca da Rimini, Op. 32 
7. Francesca da Rimini, Op. 32 

Royal Concertgebouw Orchestra 
Bernard Haitink, regente 


Have Joy!

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