sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Gustav Mahler (1860-1911) - Symphony No. 2 in C Minor, - "Resurrection"


Sempre fanático pelo tema da morte, Mahler havia terminado a composição de sua Primeira Sinfonia (1888) e logo escreveu o que deveria ser um Poema Sinfônico chamado Totenfeier (Rito Funeral). Logo segue-lhe a ideia de continuar a composição e escrever uma grande Sinfonia nos moldes da Nona de Beethoven (com a intervenção do Coral no fim). Cinco anos depois — Mahler tinha de dividir seu tempo com as atividades de regente e só lhe sobravam as férias de verão para compor — estão prontos os segundo e terceiro movimentos (1893). No ano seguinte (1894), durante os funerais de Hans von Bülow, o grande regente do século XIX, veio-lhe a inspiração para a conclusão da obra com o poema "Die Auferstehung" (A Ressurreição) de Friedrich Klopstock (1724-1803), não temendo a comparação da obra com a Nona de Beethoven — entre a Nona, primeira a usar voz, e esta, só há outra Sinfonia que tenha ousado o coral, a Segunda de Mendelssohn, obra que nunca chegou a alcançar notoriedade — e usando duas solistas, soprano e contralto, e coro no final.

 Texto completo aqui

Gustav Mahler (1860-1911) - 

01 - Symphony No. 2 in C Minor, _Resurrection__ I. Allegro maestoso - Mit durchaus ernstem, feierlic
02 - Symphony No. 2 in C Minor, _Resurrection__ II. Andante moderato - Sehr gemächlich, nie eilen
03 - Symphony No. 2 in C Minor, _Resurrection__ III. In ruhig fießender Bewegung
04 - Symphony No. 2 in C Minor, _Resurrection__ IV. Urlicht -Sehr feierlich, aber schlicht
05 - Symphony No. 2 in C Minor, _Resurrection__ V. Im Tempo des Scherzo, wild herausfahrend - langsa

Münchner Philharmoniker
Philharmonischer Chor München

Anne Schwanewilms, soprano
Olga Borodina, mezzo-soprano
Valery Gergiev, regente 

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quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Jazz - Julian "Cannonball" Adderley (192-1975) - Cannonball's Sharpshooters (1959)

Extraído do encarte:

"Gravando três álbuns de estúdio pelo selo EmArcy, os Sharpshooters de Cannonball Adderley eram uma banda de jazz poderosa no fim dos anos 1950, capaz de colocar swing em qualquer situação e se destacar entre os melhores. Com Junior Mance no piano, Sam Jones no baixo e Jimmy Cobb na bateria, Cannonball e seu irmão Nat Adderley eram jovens, já muito respeitados, e garantiam que esse quinteto pudesse ser colocado entre as melhores bandas de jazz da época. Com uma seção rítmica de primeira, os Adderleys tinham praticamente a formação ideal — tanto para o soul-jazz quanto para o hard bop. Músicas como “Our Delight”, de Tadd Dameron, a acelerada “Stay on It” e o standard “If I Love Again” mostram bem isso, sendo grandes exemplos da energia do jazz pós-Charlie Parker — especialmente a última, em que os sopros se envolvem num diálogo cheio de vida e criatividade".

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

01. Our Delight
02. What's New
03. Fuller Bop Man
04. Jubilation
05. Stay On It
06. If I Love Again
07. Straight, No Chaser

Not on original LP but from the same sessions:
08. Fuller Bop Man (Long Version)
09. I'll Remember April

From the album "Kenya: Afro-Cuban Jazz with Machito" featuring Cannonball Adderley
10. Congo Mulence
11. Oyeme
12. Cannonology
13. Tururato
14. Minor Rama
15. Conversation
16. Frenzy 

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John Adams (1947 - ) - Absolute Jest for String Quartet and Orchestra e Naive and Sentimental Music

Do encarte do disco:

No encerramento de sua trajetória como Diretor Musical e após conduzir as celebrações do 125º aniversário da orquestra ao longo de duas temporadas, Peter Oundjian e a Royal Scottish National Orchestra apresentam sua segunda incursão discográfica pelo universo sonoro de John Adams, em parceria com o extraordinário Doric String Quartet.

Entre as obras escolhidas está Naive and Sentimental Music, uma sinfonia em larga escala que mobiliza seis percussionistas, sampler de teclado e até uma guitarra de aço amplificada. O resultado é um painel grandioso, repleto de contrastes e choques harmônicos, que traduz em sons a reflexão de Friedrich Schiller, no ensaio de 1795 Über naive und sentimentalische Dichtung, sobre a tensão entre a poesia “ingênua” e a “sentimental”. Ao mesmo tempo, a obra espelha a vida musical “bipolar” de Esa-Pekka Salonen, a quem é dedicada e que, em 1999, regeu a estreia com a Filarmônica de Los Angeles.

A outra peça do programa, Absolute Jest, é um scherzo monumental para quarteto de cordas amplificado e orquestra, permeado de referências a Beethoven — presença tutelar que Adams sempre reverenciou. O quarteto solista, inserido tardiamente na partitura, amplia ainda mais os ecos dos quartetos beethovenianos, permitindo um fluxo de virtuosismo quase “interestelar”, aqui encarnado com brilho pelo Doric String Quartet.

Não faltam vozes que apontem John Adams como o maior compositor vivo dos Estados Unidos. O fato é que sua música tem encontrado cada vez mais espaço em palcos britânicos e europeus. Talvez não por acaso: essas obras, entre todas as de sua produção, dialogam de forma particular com a herança musical do continente.

Em Absolute Jest (2011), Adams constrói uma fantasia vibrante em sete seções contínuas sobre os quartetos tardios de Beethoven, sobretudo o nº 16 em Fá maior, Op. 135, e o nº 14 em Dó sustenido menor, Op. 131. Longe de ser um concerto convencional para quarteto e orquestra, a obra utiliza os solistas como ponto de partida para o jogo criativo da orquestra, em uma experiência sonora tão espirituosa quanto qualquer outra de seu catálogo.

Naive and Sentimental Music revela um caráter quase bruckneriano — como se Bruckner tivesse trocado as montanhas austríacas pelo sol californiano e experimentado os timbres de uma guitarra havaiana ou country. Se existem registros tecnicamente mais polidos da obra, poucos captam com tanta autenticidade sua essência quanto esta leitura de Oundjian.

O resultado é uma gravação que não apenas reafirma a vitalidade da música de Adams, mas também celebra o diálogo transatlântico entre tradição e modernidade. Uma recomendação segura para quem busca conhecer — ou redescobrir — o compositor em sua dimensão mais universal.

John Adams (1947 - ) - 

Absolute Jest for String Quartet and Orchestra (2011, revised 2012)
Dedicated to my friends Brent Assink, John Goldman, and Michael Tilson Thomas
01. Dotted crotchet = 100 - Poco miù mosso - Tranquillo (lo stesso tempo dotted crotcher = 100) - (10:36)
02. Presto dotted crotchet = 130 - Lo stesso tempo - minim = 97 - dotted crotchet = 127 - (3:36)
03. Lo stesso tempo (dotted crotchet = 116) - minim = 87 - crotchet = 87 - (1:08)
04. Meno mosso crotchet = 80 - crotchet = 76 Moderato e tranquillo - dotted minum = 116 - (3:20)
05. Vivacissimo (Lo stesso tempo dotted minum = 116) - (1:56)
06. Prestissimo dotted crotchet = 116 - minum = 88 - minum = 102 - minum = 60 (4:49)

Naive and Sentimental Music (1997-98) - 
for Orchestra
For Esa-Pekka
07. I. Naive and Sentimental Music. Quaver = 92 - quaver = 108 - quaver = 116 - (18:51)
08. II. Mother of the Man. Very calm crotchet = 72 - crotchet = 60 - (15:49)
09. III. Chain to the Rhythm. Crotchet = 92 - minum = 96 - minum = 72 - minum = 100 (11:18)

Doric String Quartet
Royal Scottish National Orchestra

Peter Oundjian, regente

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quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Steve Reich (1936 - ) - Music for 18 Musicians

"Music for 18 Musicians" foi escrita em 1976. Na ocasião, o compositor possuía apenas 40 anos. A música causou um grande impacto, pois ela é uma experiência de suspensão do tempo; há quase que uma sensualidade hipnótica. O resultado é uma obra-prima do minimalismo musical. 

Escrita para um conjunto de vozes femininas, cordas, clarinetes, pianos, marimbas, xilofones e vibrafones, a obra constrói um verdadeiro organismo vivo. Durante pouco mais de uma hora, o que se ouve é um fluxo contínuo de padrões rítmicos e harmônicos que se expandem e se contraem como respirações. O ciclo é sustentado por um pulso constante — uma batida quase orgânica — que guia os intérpretes e imerge o ouvinte em um estado meditativo. É algo que enfeitiça. Há uma repetição de padrões que cria um efeito extraordinário.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Steve Reich (1936 - ) - 

01. Pulses (04:12)
02. Section I (04:04)
03. Section II (04:03)
04. Section IIIA (03:46)
05. Section IIIB (03:59)
06. Section IV (04:53)
07. Section V (04:48)
08. Section VI (03:56)
09. Section VII (03:33)
10. Section VIII (03:19)
11. Section IX (04:04)
12. Section X (01:18)
13. Section XI (04:12)
14. Pulses II (03:47)

Erik Hall  

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terça-feira, 2 de setembro de 2025

Richard Strauss (1864-1949) - Sinfonia Domestica, Op. 53, TrV 209

Eu, particularmente, tenho uma grande e profunda admiração pela obra orquestral do compositor alemão Richard Strauss. Seus poemas sinfônicos são tratados expressivos, poesia sonora em forma de força, de ímpeto romântico. Herdeiro de Wagner, Strauss escreveu obras sobre heróis, personagens da literatura, da filosofia; descreveu paisagens, como na notável "Sinfonia Alpina". 

Na obra presente nesta postagem, Strauss se retira do grandioso, do fáustico e se integra à rotina de um cenário doméstico, no caso, a sua própria casa. O compositor procura retratar a arte de conviver em família, no espaço imaculado do próprio lar. Ele procura desenhar como é essa convivência - as alegrias, as conversas bem humoradas; os agastamentos inexoráveis e até mesmo as brincadeiras infantis. O extraordinário é que o compositor utiliza os recursos de uma grande orquestra para realizar essa crônica em forma de descrição sonora. 

A obra estreou em 1904. Houve quem achasse banal esse tipo de criação, como se fosse algo menor;  pois, segundo os críticos, poderia reduzir o gênero poema sinfônico. Todavia, houve quem enxergasse o engenho do compositor, pois ele transformou o cotidiano, a rotina doméstica em arte, sacralizando os elementos constituintes da vida privada. 

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Richard Strauss (1864-1949) - 

01 - Sinfonia Domestica, Op. 53, TrV 209_ I. Thema I
02 - Sinfonia Domestica, Op. 53, TrV 209_ II. Thema II
03 - Sinfonia Domestica, Op. 53, TrV 209_ III. Thema III
04 - Sinfonia Domestica, Op. 53, TrV 209_ IV. Scherzo
05 - Sinfonia Domestica, Op. 53, TrV 209_ V. Wiegenlied
06 - Sinfonia Domestica, Op. 53, TrV 209_ VI. Adagio
07 - Sinfonia Domestica, Op. 53, TrV 209_ VII. Finale

Münchner Philharmoniker

Zubin Mehta, regente 

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segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Jazz - The George Benson Quartet - It's Uptown

Lançado em 1966 pela Columbia Records, "It's Uptown" é um marco inicial na discografia de George Benson. Gravado quando o guitarrista tinha apenas 23 anos, o álbum apresenta o quarteto formado por ele, o organista Lonnie Smith, o saxofonista barítono Ronnie Cuber e o baterista Jimmy Lovelace. O disco foi produzido pelo lendário John Hammond, figura chave na carreira de grandes nomes do jazz e do blues.

O trabalho evidencia a versatilidade de Benson, que já demonstrava uma habilidade técnica impressionante para o jazz bebop e soul-jazz. Faixas como "Hello Birdie" e "Myna Bird Blues", de sua própria autoria, mostram linhas de guitarra velozes e intrincadas, onde Benson esbanja fluidez e virtuosismo.

Apesar da forte base no jazz, o álbum também mostra o interesse de Benson em explorar outras sonoridades. Em "Ain't That Peculiar", por exemplo, o quarteto entrega uma interpretação vibrante do sucesso de Marvin Gaye, com uma energia que flerta com o rhythm and blues. Outros clássicos como "Summertime" e "Willow Weep for Me" recebem releituras cheias de personalidade, com solos extensos que destacam a profundidade musical do artista. 

O disco é excelente, cheio de energia. O álbum demonstra a solidez do jazz de Benson, ao mesmo tempo que insinua os rumos que ele tomaria em sua carreira, caminhando em direção a uma fusão de gêneros que o consagraria décadas depois como um dos maiores ícones da música contemporânea.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação!

01 - Clockwise
02 - Summertime
03 - Ain't That Peculiar
04 - Jaguar
05 - Willow Weep For Me
06 - A Foggy Day
07 - Hello Birdie
08 - Bullfight
09 - Stormy Weather
10 - Eternally
11 - Myna Bird Blues
12 - J.H. Bossa Nova
13 - Clockwise (alternate take)
14 - Eternally (short version)
15 - Sideman
16 - Minor Chant

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Dmitri Shostakovich (1906-1975) - Symphony No. 1, Op. 10, Symphony No. 3 - "The First of May", Op. 20, Scherzo, Op. 1 e Scherzo, Op. 7

Shostakovich foi um compositor que viveu em um tempo histórico de incontáveis tensões. O genial compositor sempre teve de administrar os influxos geniais de sua capacidade criativa e o olhar onipresente do regime soviético. A alternativa para sobreviver a isso foi a utilização da ironia, do humor e do sarcasmo como elementos intrínsecos de sua arte. A dualidade pode ser percebida, por exemplo, neste disco, que nos apresenta dois emblemáticos trabalhos sinfônicos – as sinfonias de número 1 e 3.

A Sinfonia Nº foi composta quando o compositor tinha apenas 19 anos de idade como trabalho de conclusão de curso (1925), no Conservatório de Leningrado. Àquela altura, o trabalho chamou a atenção pela originalidade. Não possuía a eloquência sinfônica de uma sinfonia de Mahler ou a melancolia característica, conectada a uma força orquestral, como era tão próprio de Tchaikovsky. Pelo contrário, Shostakovich com aquele trabalho estava apresentando ao mundo a sinfonia moderna por excelência. Era a maneira como o intelectual o artista deveria sobreviver, como diria Eric Hobsbawn, na ‘era dos extremos’. Suas sinfonias eram uma forma de respiração. A Nº 1 era densa de irreverência, humor, sarcasmo e drama. Como uma espécie de proto-sinfonia, essas seriam as marcas inescapáveis de suas composições. Resultado: o reconhecimento e o sucesso foram imediatos.

Já A Sinfonia Nº 3, escrita em 1929, em um período que prenunciava anos difíceis para o compositor, era uma tentativa de conciliação com os ideais do regime soviético. Conhecida como “O Primeiro de Maio”, foi dedicada ao aniversário da Revolução de Outubro. Ela conservava um caráter programático, pois como disse o próprio compositor, era uma “composição de concerto-sinfonia-poema”. A peça procura alternar momentos de vigor e entusiasmo; ao final, aparece um coro cantando um poema em homenagem à Revolução. É fácil perceber o desconforto do compositor. É como se olhássemos para ele e testemunhássemos o seu “sorriso amarelo”, como que a pedir desculpas.

Não deixe de ouvir. Uma boa apreciação! 

Dmitri Shostakovich (1906-1975) - 

01. Shostakovich- Scherzo, Op. 1
02. Shostakovich- Scherzo, Op. 7
03. Shostakovich- Symphony No. 1, Op. 10- I. Allegretto
04. Shostakovich- Symphony No. 1, Op. 10- II. Allegro
05. Shostakovich- Symphony No. 1, Op. 10-
06. Shostakovich- Symphony No. 1, Op. 10- IV. Allegro molto
07. Shostakovich- Symphony No. 3, Op. 20- I. Allegretto
08. Shostakovich- Symphony No. 3, Op. 20- II. Allegro
09. Shostakovich- Symphony No. 3, Op. 20- III. Più mosso
10. Shostakovich- Symphony No. 3, Op. 20- IV. Allegro
11. Shostakovich- Symphony No. 3, Op. 20- V. Andante
12. Shostakovich- Symphony No. 3, Op. 20- VI. Allegro
13. Shostakovich- Symphony No. 3, Op. 20- VII. Andante
14. Shostakovich- Symphony No. 3, Op. 20- VIII. Moderato

BBC Philharmonic Orchestra
John Storgårds, regente 

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